O Lucas Gimenes deu a dica deste video.
Um programador apelidado de Demoscene Passivist desenvolveu uma cena inteira e comprimiu todo o arquivo para cerca de 4 kB (menos do que um documento em branco do Word). Para que fosse possível, o sujeito utilizou uma série de softwares de compressão e renderização para deixar o arquivo o mais “econômico” possível, incluindo algumas criações próprias, além de um sintetizador próprio para a trilha sonora.
O único problema era manter vídeo com uma alta qualidade gráfica. Para resolver tudo isso, o processo completo levou cerca de dois meses.
O video em si é massa, e rola umas paisagens fractais alienígenas muito loucas. (lembra até o interior da nave mãe de Independence day)
Veja o incrível vídeo abaixo.
Você também pode baixar o video de 4k para ver em melhor resolução.
O video em si, é um exemplo de demoscene. A demoscene é uma subcultura da arte informática especializada na produção de demos, apresentações áudio-visuais não-interativas, que são executadas em tempo-real em um computador. O objetivo principal de um demo é demonstrar apuro técnico em habilidades de programação, artes gráficas e música entre os diversos demogroups.
Parece altamente moderno, né? Mas na verdade, isso é bem antigo!
A demoscene surgiu na era 8-bit dos computadores domésticos como o Commodore 64 e ZX Spectrum e se popularizou durante o advento dos micro-computadores baseados na arquitetura Motorola 680×0 (Atari ST e Amiga). Nos primeiros anos os demos tinham uma forte ligação com cracks. Durante a execução de um programa “crackeado”, o grupo que modificou o jogo se apresentava em uma introdução gráfica chamada de crack intro. (só os fortes entenderão!)
Mais tarde, a criação de intros e demos se tornou uma nova subcultura, independente da cena de pirataria de softwares. Muitos dos jovens programadores que se dedicavam a criar demos, adquirindo habilidades e experiência na programação de gráficos para computadores, mais tarde passaram a trabalhar na indústria dos jogos, cujos produtos tinham previamente ajudado a piratear.
Os primeiros programas de computadores que carregam alguma semelhança às demos e seus efeitos visuais podem ser encontrados nos display hacks. Seu surgimento se deu várias décadas antes da demoscene, com os exemplos mais antigos datados da década de 1950.
As demos conforme a definição dada entre a demoscene começou com as “assinaturas” dos crackers de software, introduções criadas e aplicadas a programas que tiveram sua proteção anticópia removida. As primeiras telas de crack apareceram na família de computadores Apple II entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, e não passavam de telas simples de texto com créditos ao cracker ou seu grupo. Gradativamente, estas telas estáticas se desenvolveram em introduções com níveis crescentes de efeitos animados e música. Eventualmente, os grupos crackers passaram a lançar as introduções separadamente, sem estar anexadas a algum programa pirateado. Estes programas ficaram conhecidos inicialmente por vários nomes como “mensagem” ou “carta” (letter), passando com o tempo a ser chamados de demos.
Compilações de música semelhantes a demos foram organizadas em 1985 por Charles Deenen para Commodore 64 inspirados pelas crack intros, usou músicas tiradas dos jogos e acrescentou a elas gráficos coloridos desenhados por ele. No ano seguinte o movimento conhecido como demoscene nasceu. Os grupos neerlandeses 1001 Crew e The Judges, ambos para Commodore 64, são mencionados como os primeiros demogroups. Competindo entre si durante o ano de 1986, criaram demos com músicas e gráficos originais, se aproveitando das capacidades técnicas do computador. Simultaneamente, outros grupos e indivíduos como Antony Crowther (Ratt) passaram a distribuir suas obras por redes como a Compunet do Reino Unido.
A demoscene é uma subcultura motivada em grande parte pelo seu espírito de competição, com grupos e artistas individuais disputando entre si o reconhecimento de suas habilidades técnicas e artísticas. No seu início, esta competição se dava na forma de quebra de recordes, como o número de objetos animados na tela. Atualmente, existem competições (ou “compos”), organizados em demoparties, além de competições online. Nos anos 1990, revistas eletrônicas (diskmags) organizavam votações entre o público para listas os melhores artistas, músicos e programadores, seu alcance e respeito diminuiu com a popularização da Internet.
Apesar das demos continuarem como uma forma de arte desconhecida e obscura, mesmo nos países em que ela é mais forte, a cena influenciou outras áreas como a indústria de videogames e as formas de expressão digital.
Uma parcela considerável dos programadores, artistas e músicos europeus de jogos, vieram da demoscene, em geral aproveitando as técnicas, práticas e filosofias aprendidas em seu trabalho. Por exemplo, a empresa finlandesa de jogos Remedy Entertainment, conhecida pela sua série de jogos Max Payne, tem origem no demogroup Future Crew e a maioria de seus funcionários são ou fizeram parte da demoscene finlandesa.
O video deste post, com míseros 4kb, foi o vencedor da última demoparty.
Isso me lembrou do projeto do .kkrieger, que começou em 2002, e eu vi a alguns anos atrás.
É um game em 3D com 96kb, tem bons gráficos e som. Ele usa sistemas únicos pra geração de texturas e som, é bem interessante o projeto, e o jogo é bem “jogável”.