Sony A7S a câmera mais cavala para astrofotografia

O meu amigo Tiago Cheregati me deu uma dica de câmera sensacional para fotografar no escuro. A astrofotografia é (dã!) fotografar os astros, e no caso, os “astros” não são os atores famosos nem celebridades, mas sim as estrelas e planetas (e com sorte, meteoritos e cometas) que estão no espaço.

Qualquer câmera capaz de fazer longa exposição consegue fazer boas astrofotografias, desde que se respeitem certas características, que são:

  • Escolher um lugar bem escuro e sem contaminação luminosa.
  • Ter um bom tripé (bom significa que não vai tremer feito mal de Parkinson com qualquer ventinho) .
  • Ter uma lente clara, que passe bastante luz e assim você possa reduzir o tempo de exposição em função da maior entrada de luz.
  • A lente ter QUALIDADE ÓPTICA, porque do contrario, a própria lente se encarrega de ferrar sua foto, com distorções e aberrações.
  • Ter um bom controle de ISO, que é a capacidade de captar luz do sensor. Geralmente, ISO mais alto=mais ruído na imagem.  Sensores que captam mais luz, permitem  que sua foto fique com menos ruído, sobretudo o maldito ruído vermelho, que dá mais em dia quente (não sei pq).
  • Conhecer o minimo do espaço para saber para onde está mirando e para onde deve mirar.

Fazer astrofotografia envolve também saber alguns macetes, por exemplo, o cálculo de velocidade e abertura necessários para que suas estrelas não deixem “trail”, a menos que você QUEIRA um startrail.

Minha câmera, uma T3i fotografa até no máximo ISO 6400, e ó… É uma bosta! Em 6400 dá um volume COLOSSAL de ruído na imagem e ela acaba prestando pouco para qualquer coisa que não seja saber onde vou mirar.

ISO 409.600

Aí aparece a Sony A7S e seu ISO 409.600  (sim, ISO quatrocentos e nove MIL e seiscentos! )

É uma capacidade brutal de captar luz. E numa impressionante câmera pequena.

sony-a7s-09

 

O Tiago explicou como que essa câmera consegue captar tanta luz:

Essa câmera é a rainha do ISO alto. Ela fotografa em ISO 4000 tão bem quanto uma Canon Rebel em ISO 800. É uma full frame com apenas 12 MPixels, ou seja, cada pixel dela tem enormes 8.3 microns. Cada pixel recebe muito mais luz e aí dá nisso que você vê no vídeo.

O video que o Tiago se refere é esse video acachapante de um sujeito que acoplou uma lente hiper clara na sony S7s e foi para o meio do deserto. Socou o ISO no talo e apontou para o céu. Deu nisso aqui:

[wp_ad_camp_5] Como podemos ver, é uma câmera que não te dá um colosso de megapixels. Só que quanto maior o tamanho do pixel significa que cada pixel pode coletar fisicamente mais luz. Quanto mais luz por pixel, a melhor relação sinal-ruído e para o pixel do pixel, de modo que vai detectar com mais precisão a luz recebida que um pixel menor faria. Isto significa que para essa câmera, qualquer luzinha, por mais fraca que seja, é um farol! Essa capacidade dela em ver mais luz, a coloca no olimpo das câmeras mais indicadas para astrofotografia.
Mesmo esta câmera com este ISO cabuloso, dificilmente seria usada no ISO máximo, porque certamente ela vai granular, mas essa regra do pixel grande que recebe mais luz faz com que os demais (Nos mais comuns) ISOs ela se saia super bem. A parada pega tanta luz no ISO máximo que ela chega a quase superexpor a via láctea. O que é uma bizarrice!

Sobretudo se for usada com uma lente clara. E falar de lente clara é geralmente ma lente de 1.8, ou 1.4, né? Não. Lente clara pro maluco é uma Voightlander 50mm f/1.1!
Essa lente é sobrenatural! Juntando as duas coisas, temos uma maquina de captar luz formidavelmente.

Como o video diz, uma enorme vantagem é que captando tanta luz, é possível saber com mais precisão o que você vai fotografar, sem ter que ficar vários segundos batendo e ajustando, batendo e ajustando…

Essa câmera realmente me impressionou com uma das fotos que o cara fez sem telescópio, sem guias nem nada. è uma foto da galáxia Andrômeda, feita com a lente de 50mm. Caiu meu queixo:

Sony A7S, 50 milímetros em f / 4.0, 50 x 5 segundos e ISO 12800
Sony A7S, 50 milímetros em f / 4.0, 50 x 5 segundos e ISO 12800

Evidentemente, não é necessário nem esta câmera e nem esta lente para fazer fotos espetaculares da via láctea. Com um pouco de estudo, um tripé, e sabendo operar uma câmera em modo manual, é possível obter boas fotos das estrelas e do espaço. Lógico que uma boa lente sempre fará um impacto direto sobre a qualidade do material captado. Mas sem duvida que se você estiver atrás de uma câmera que seja portátil e que possa ser acoplada a um telescópio para imagens de cair o queixo, essa é uma boa pedida.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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