Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.
Foi num jornal de grande circulação que lemos a incrível história do violinista Itzhak Perlman. No dia 18 de novembro de 1995, Itzhak Perlman se apresentou no Lincoln Center em Nova Iorque. Às oito horas daquela noite, Isaac Perelman pisou o palco.
O que para a maioria das pessoas seria uma tarefa simples, para Itzhak este momento sempre representava um tremendo esforço. Apoiado por aparelhos ortopédicos presos às suas pernas e em duas muletas, Isaac caminhou, como sempre fazia, lentamente, em passos penosos, porém, sem perder a majestade. O público em geral já estava acostumado a esta cena, fruto de uma poliomielite que o atingiu ainda em sua infância.
Isaac se aproximou da cadeira, se sentou, desatou os aparelhos ortopédicos, deixou as muletas ao seu lado, no chão. Com o auxílio das mãos, encolheu uma perna para trás, esticou a outra para a frente. Em seguida, retirou seu precioso violino da caixa, colocou-o sobre o ombro, apoiado em uma das mãos. Com a outra mão segurou o arco, e apontou para o regente da orquestra, indicando que ele começasse.
O que se viu em seguida, como de hábito, foi a genialidade de um homem através de seu violino, embalando o público com acordes de talentosa maestria. De repente se ouviu um estalo! Uma das quatros cordas do violino havia se rompido! Todos olharam, em silêncio absoluto, para Isaac.
Ele fechou os olhos, respirou profundamente, levantou o arco, pedindo ao regente que continuasse no exato ponto em que haviam parado. E Itzhak tocou com incrível paixão, criando em sua mente, em sua alma, notas e acordes, de forma a produzir os mesmos sons da partitura original.
O público quase não podia acreditar. Itzhak estava tocando a mesma sinfonia com um violino com três cordas. Quando terminou, o público se ergueu e não parava mais de aplaudir.
Finalmente, os aplausos cessaram a pedido do violinista. As palavras que ele pronunciou tinham a doçura da convicção e continham uma grande lição:
Um músico deve produzir sonoridade com aquilo que lhe resta.
Todos somos músicos no concerto da vida. Mesmo com o coração dilacerado, as cordas dos sentimentos quebradas, é preciso continuar a executar as notas musicais.
Podem ser notas simples, isoladas, mas que aos poucos formarão uma melodia. E embalados pela melodia da nossa própria dor haveremos de encontrar forças para executar a bela sinfonia da vida.
Mesmo que os dias amanheçam chuvosos e frios. Mesmo que o amor tenha partido. Mesmo que tenhamos ontem acompanhado os corpos dos nossos amores ao cemitério.
Continuemos tocando a melodia e descobrindo as notas de esperança que a vida nos oferece, no sorriso de uma criança, na mão de um amigo, no abraço carinhoso de um companheiro.
hoje em dia muitos vêem a música erudita como “brega”, “música de gente véia” e tals, mas essas pessoas não conseguem ver o poder q esse tipo de música tem, arranjos muito bem feitos, um intrumental extremamente elaborado, muito bem trabalhado. e oq eh mais incrível, eh q muitas dessas pessoas defendem “modas”.
Devemos concordar, independente de gosto musical, q a música clássica/erudita eh um tipo de musica muito importante e bem feita, caso contrario, hoje não conheceríamos o nome “Beethoven”, “Mozart”, “Bach”, “Paganini”, entre outros…
A música hoje em dia se concentra entre 3 ou 4 acordes, quando bem feito, um solo de guitarra mtas vezes sem sentido… e no tempo da musica erudita os estudos musicais eram muito rigidos, fazendo com q as composições fossem bem feitas, ao contrario de hoje, q quase não se tem estudo musical…
Sou musico e não tenho preconceito contra nenhum tipo de música (tá… quase nenhum :P)… mas a música erudita me fez mudar o modo com q vejo a musica, pois apesar de técnica, tem feeling, além do trabalho intrumental simplesmente fenomenal! tanto que hoje em dia são pouquissimos os músicos q dão conta de tocar uma peça erudita na guitarra/violão, violino, piano, etc…
Claro, cada pessoa tem o direito de gostar de um tipo de musica, mas devemos concordar q música erudita tem uma importancia enorme, e q por ser tão boa eh conhecida ateh hoje…
desculpe o texto longo, q na verdade era pra ser mais longo ainda hehehe mas só queria dar minha opinião de musico sobre musica erudita, abraço!
Minha crítica não foi nem seria jamais à música erudita, e sim a textos como o acima sobre o Perlman, que mal sabem quando usar o termo “acorde”, e a pirotecnias de gosto duvidosíssimo como as do sr. Edvin Marton. Está na cara que isso tudo é um pastiche, não é a tal da “música erudita”: o violinista pega o efeito de um ou outro fragmento e se descabela enquanto coloca um fundinho com baterias, pra não ficar muito seco, né… E o texto é de um apelo emocional de quinta categoria, típico da pior auto-ajuda.
A música erudita acaba muito mitificada porque as pessoas não são educadas a gostar de arte (que envolve artifício, depreensão de uma linguagem), mas sim de sentimentos, da beleza, aí tem muita gravação horrível se dizendo representante de “Beethoven, Mozart, Bach e Paganini” (como você disse, revelando suas referências), que na verdade são produto grosseiro de artistas que seguiram a “vida fácil” com essas versões populares e simplificadas. Aí mesmo quem está interessado acaba esbarrando com aberrações como as desse vídeo, infelizmente.
olha, isso não eh opinião minha, mas sim de muitos que conheço :P
muitos dizem q sou louco por escutar esse tipo de música e não entendem (tem preconceito) sobre música clássica/erudita, e nem mesmo querem aceitar que ós arranjos de música erudita são muito bem elaborados, preferindo os “arranjos” de músicas que seguem seu estilo (Essas pessoas NÃO são músicos huahauha).
Mas sim, infelizmente hoje em dia existem muitas pessoas que vêem a música clássica com preconceito…
PS: ae Philipe, parabéns pelo blog, acompanho sempre! e me diz uma coisa, quando sai a parte 2 do seu post sobre ocultismo? to louco pra ver, abraço!
Leo, eu não posso concordar que seja ruim, muito menos que seja brega. É apenas diferente do erudito clássico.
Muita gente acostumada ao clássico, aos Paganinis, Vivaldis da vida podem ver Vanessa Mae, Saint Preux, Yanni e esse cara aí como meros oportunistas, querendo tirar uma bela grana (e tiram) chupando o que os mestres do erudito clássico tem de melhor, colocando um molho modernoso e vendendo como algo novo.
Mas a questão é: Não é algo novo?
Será que um Paganini não usaria dos mesmos artifícios dance-eletrônicos se pudesse? Será que Vivaldi não trabalharia suas musicas pensando nas possibilidades de seu tempo?
Eu não vejo isso como algo brega, algo de mau gosto. O que eu vejo aqui é uma excelente oportunidade de introduzir a musica erudita ao jovem acostumado a outras linguagens. A melodias pobres, a batidões sofríveis e a miséria intelectual das letras marginais de cunho eminentemente sexual.
Pense que Edvin Marton pode ser uma porta de contato com a musica erudita.
Você só acha que é ruim porque conhece o que é bom. Agora imagine um garoto que nunca teve acesso a isso, fincando maravilhado de ouvir um violino talvez pela primeira vez. Imagine este garoto baixando as musicas, ouvindo e indo atrás de outras, descobrindo novas, novos compositores, e etc…
Sacou? É a minha teoria do “suquinho de lixo”:
O cara que bebia suquinho de lixo a vida toda, descobre o mundo na hora que beber o suco de laranja. E então, depois de descobrir o de laranja, ele nunca mais vai querer saber do suquinho de lixo.
Sob este aspecto, este blog presta um serviço de grande utilidade pública, hehe. :D
É que é triste se contentar com a idéia de que uma porcaria não deve ser apontada como porcaria porque tem lá sua conseqüência positiva. E não me convenço muito de que algo assim leve tantas pessoas a ouvirem o “bom”: acho ilusão, porque acho que a imensa maioria pára aí, pensa que Beethoven é isso mesmo, e pior, pode ter todo motivo do mundo pra achar isso horrível.
Agora, sobre isso ser novo: as pessoas olham pra crítica a isso como se o problema fossem as fronteiras do convencional e do moderno sendo desfeitas. Mas só pensa isso quem não conhece música escrita no séc. XX. A experiência com instrumentos e gêneros populares está muito presente em compositores do séc. XX. O problema não está na fusão do antigo com o moderno, mas no acochambramento descarado com que isso é feito aqui sem a menor inteligência, e representando aquilo que não é. Só isso.
Ele é tão ruim que tem um Stradivarius (emprestado pelo estado húngaro).
A musica rompe com a musica clássica que conhecemos, é uma musica diferente assim as pessoas mais conservadoras não gostam desse estilo. Não estou falando que a técnica dele é melhor ou pior do que a técnica usa por outros violinistas clássicos, mas sim diferente.
Outra violinista com o estilo parecido é a Vanessa-Mae.trecho retirado do Wikipédia:
Vanessa-Mae foi recebida com aclamação e elogiada pelo seu estilo e talento pessoal, mas por outro lado também foi sujeita a muita controvérsia. Alguns críticos disseram que as suas capacidades (habilidades) técnicas e musicais são de facto rudimentares e que ela é apenas um produto típico da indústria da música a tentar usar o sex appeal (apelo sexual) para vender música clássica comercializada. Ainda existem outros que acham que ela está a fazer um desserviço a música clássica. Ela contrapõe dizendo que estes críticos são demasiado tradicionais e elitistas. E eles são incapazes de apreciar a sua fusão de música clássica com a música pop e eles nem sabem fazer música, eles apenas reservam-se ao cinismo cruel.
Cada um ouve aquilo de que gosta. O problema é a propaganda enganosa: o fragmento de uma obra foi tirado de contexto, simplificado, uma batida de sintetizador foi colocada no fundo, e isso vem com o nome de “Quinta Sinfonia de Beethoven”. Tem quem procure, como você, se aproveitar da margem da distância que isso tem do original pra dizer que é algo “diferente”, que é ranzinzice dos conservadores e dos elitistas não gostar desse “estilo”. Por mim eu sequer colocaria essa questão de gosto em questão, basta expor o que foi feito: um arranjo esdrúxulo, simplório, apelativo e facilitador de um pedaço descontextualizado do original. Uma vez reconhecido do que se trata, cada um fique à vontade pra gostar, claro.
Só me preocupo que algo feito assim, com o intuito óbvio de apelar pra um efeito vulgar, seja confundido com o que realmente foi feito no passado.
Sobre o sr. Edvin Marton ter um Stradivarius, sem querer dar aquele tom de crítico do capitalismo nem nada, mas: empresários com um projeto como esse, de “radicalizar” a música erudita fazendo-a se prestar a hits da música pop (o que, repito, é feito de maneira simplória e grosseira), não vão atrás de qualquer zé mané. Eles chegam num conservatório, perguntam quais são os melhores músicos jovens, e oferecem pra eles ganhar dinheiro gravando algo assim. Basta um deles aceitar.
“Eles chegam num conservatório, perguntam quais são os melhores músicos jovens”Isso prova que ele é um bom violinista.Poderia falar que a “quinta sinfonia”(versao do edvin marton) é uma interpretaçao da quinta sinfonia de bethoveen, mas não vou cometer esse engano,pois concordo com vc que a adaptaçao(se é assim que podemos chama-la) ficou muito inferior(em questao de tecnica) a musica original.
Porem , sao essas musicas que podem chamar mais gente para apreciar a musica classica, o unico erro seria chamar a musica de edvin marton de musica classica,pois em muitos sentidos está bem longe de Itzhak Perlman(como citado aqui).
Eu começei a tocar violino influenciado por musicas parecidas com a de edvin marton, depois de um tempo eu começei a escutar musica classica.Agradeço imensamente pelos edvin marton´s
Exato. Muito bem colocado.
Devo relembrar aqui que arroz com feijão frio pode parecer nojento para o cara que está acostumado a comer picanha todo dia, mas para o cara que só comeu comida podre a vida toda, arroz com feijão frio é maravilhoso, sublime, incontestável.
Mas é isso mesmo, Alks: ele é um violinista capaz (nada superlativo, nada que um violinista profissional não faça, que fique claro). O problema, como você disse, é o vender gato por lebre.
Por que problema? Por ser diferente do original? Por não ser aquilo que objetivamente se é capaz de definir como música erudita? Não é isso: respeito quem gosta. Aliás, nem discuto com quem gosta. Não me importo com isso. Divirtam-se. Não sou intolerante nesse ponto. Discos só de árias de ópera, por exemplo, são úteis para o iniciante, desde que tenham alguma coerência no repertório e qualidade nas interpretações. O mesmo não ocorre com coisas dessa linha: misturar sinfonia e ópera com bolero, musical, música tradicional napolitana, samba, metal, etc…
Ora, direis…, mas há que goste de canções tradicionais napolitanas, de “Perhaps love”, de samba, de metal, etc… Ótimo: se gostam, ouçam. Não estou nem um pouco preocupado. Essa pode ser uma postura egoísta e niilista, mas nunca tento doutrinar ninguém. Mostro a pouca música erudita que conheço a quem com curiosidade me pergunta. Mas não tomo iniciativa. Quem gosta de outras coisas, que se divirta e seja feliz. Não me importo com a existência do pagode, funk, etc… (vítimas inócuas desse tipo de conversa), desde que não me obriguem a ouvir. Há, no mundo, lugar para o plural. Mas esse lugar não está em meus ouvidos.
Mas, aí vem o ponto. Uma banda ou um sintetizador que toque com o Edvin Marton não faz nenhuma “prostituição”: é o tipo de música de que eles gostam, a que eles se dedicam, que seu público aprecia. Mas o projeto de música do Edvin Marton, sim, faz prostituição, serviço completo, com direito a … arrhãn … desde que paguem bem. É mais do que evidente que ele só começou a tocar essas coisas porque descobriu que dá dinheiro. E pior: engana pessoas de boa-fé que acreditam estar ouvindo música erudita. Este ponto é o mais grave. Afinal, “Ilude quem pode e se engana quem quer” não é algo muito ético…
Você ficou um bom tempo falando que não tem problema com quem gosta desse tipo de musica, porem no fim fala que “engana pessoas de boa-fé que acreditam estar ouvindo música erudita”, ou seja, voce se importa com esse estilo de musica. Não vou prolongar muito essa discussão, pois acredito que não chegaremos a um acordo(pois como você mesmo disse, gosto é gosto). Porem é bom quebrar as vezes a barreira do preconceito, percebi que você usa o funk(repetidas vezes) para falar que é uma musica ruim.Mas vamos avaliar o funk, são pessoas da favela que se expressão através da musica.Como é a favela? Violenta na maioria das vezes, as pessoas que ali vivem estão rodeadas de violência(casos de prostituição, violência domestica, drogas…)isso tudo influencia na personalidade da pessoa. Essa violência transmite para a musica o “batidao” e as letras pesadas refletem o estilo de vida da pessoa. Nesse ponto, de transmitir a realidade que vivem, os funkeiros podem ser comparados a grandes compositores.O grande problema é usar essa musica fora de contexto(o que banalizou o funk).
Eu disse que não tenho por que me importar se você sabe o que está ouvindo e gosta. E generalizei a todo tipo de estilo possível. Citei o funk como exemplo, pois geralmente esse tom de crítica ao gosto musical usa exemplos “estigmatizados!” como funk e pagode, e o que eu disse é que não tenho problema nenhum com outros gêneros nem com esses. Concordo com o que você diz sobre o funk.
Meu problema é, como eu já disse, com a má fé desse tipo de música mal anunciada, que gera uma imagem desonesta da tal da música erudita e de quem diz gostar dela.
De resto, fica a opinião de que isso é de fato muito ruim e que acredito que faça muito pouco pelo iniciante em música clássica (acho que faz até mal).
Além do mais, a versão do Love Story ficou melhor que a original do Francis Lai. (minha opnião)
Não acredito que não botou ainda a cobra com uma pata encontrada na china! olha o link:http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1303610-6091,00-CHINESA+LEVA+SUSTO+AO+ENCONTRAR+COBRA+COM+UMA+PERNA+DENTRO+DE+SEU+QUARTO.html
Estava vendo o índice “O melhor do Mundo Gump – Fragmentos da vida” e tive uma triste constatação: eu já li todos, absolutamente. E, como as histórias que contas são realmente o melhor do Mundo Gump tenho ficado extremamente frustrado de não ver histórias novas a cada vez que entro no site, todos os dias.
O blog é gratuito pra mim, mas me julgo sim no direito de cobrar, porque é a soma de todos os leitores mais eu que mantém o blog, seja pelo dinheiro que parcamente rende de publicidade, seja pela sua vaidade sendo positivamente alimentada com o prazer dos leitores com seus textos.
Por isso que faço essa cobrança – com alma de pedido – para que conte-nos mais daquelas histórias que, veradeiras ou não, são hilariamente bem contadas.
Caro João.
Entendo seu interesse em ler mais sobre “O melhor do Mundo Gump”. De fato, você não é uma voz na multidão. Muita gente me pede a mesma coisa.
Volta e meia eu me pego pensando sobre isso. Eu me questiono se devo ou não escrever mais aventuras em detrimento aos outros assuntos aqui do blog: fenômenos estranhos, casos bizarros, recordes, arte, curiosidades do Homem, da natureza e do universo
Se dependesse de alguns leitores, que me cobram isso como você faz, eu escreveria apenas sobre a minha vida aqui neste espaço.
Mas há um problema. Esses textos do melhor do mundo gump não são inventados. Se fossem, eu realmente poderia escrever um ou dois por dia. Quem sabe três. Mas sendo textos verídicos, eu me sinto na obrigação de escrever aqui algo que realmente tenha acontecido, não inventando nada. Eu sei que é chato dizer isso, mas não vivi o suficiente para ter milhões de histórias e aventuras hilárias “para divertir o leitor e alimentar minha vaidade”.
Eu não escrevo por vaidade. Escrevo pelo prazer. Não o do leitor, mas sim o meu.
Claro que existem muitas aventuras e situações -algumas tão embaraçosas que eu não teria coragem de contar aqui- que eu ainda não postei. Mas isso será feito. Cada coisa no seu momento. No seu devido tempo. As Aventuras são fragmentos da minha vida. São instantâneos pessoais que envolvem pessoas reais, e não acho justo usar algo tão rico e importante para mim como mecanismos para obter anúncios ou mais leitores. O blog tem uma linha editorial clara para os leitores mais antigos que é esta: Leitores sugerem. Não cobram. E as aventuras aparecem quando menos se espera.
Falou bonito, Philipe! Eu também sou muito fã das histórias do Mundo Gump, mas digo isso pra te apoiar e alimentar da maneira mais espontânea a sua inspiração, hehe. E o caso do João nem surpreende: a gente lê e fica com vontade de ler muito mais mesmo. No caso de séries começadas e ainda não continuadas, chega a gerar uma ansiedade que faz a gente se perguntar por que é que você ainda não as retomou (como a de Ocultismo!). Mas é o efeito por tanto envolvimento.
Como eu fico grato por ter tido a chance de ter a sua visão dos fatos da sua vida compartilhada comigo, e por ter havido essa boa afinidade, só te incentivo daqui a escrever como for sempre melhor pra você.
Se você começou a estudar violino em agosto, nós dois não entendemos muito, né mesmo? Eu disse que Edvin Marton é um grande violinista, não um gênio do instrumento.
Valeu a dica.
Muito bom esse cara…agora vai uma dica Philipe, não sei se conhece JeaN Luc Ponty, aqui tem um link http://www.youtube.com/watch?v=p9XHFqCvMIY como batera de jazz, recomendo muito, fica adica…e o parabens pelo blog que venho acompanhando diariamente desde que descobri hehe
Eu tenho 12 anos e gosto muito de rock,metal em geral, meu pai é fã de música clássica, ou melhor: eu também gosto.
Achei incrível este cara , ele toca violino como se o mesmo fosse uma guitarra!!!
Acho que cada um deveria escutar pelo menos uma musica clássica(erúdita?) e gostar, pois é um ritmo diferente de qualquer um, tem gente que acha que é brega, mas gostaria com certeza de ser igual ao cara…
Resumindo: Eu sou um pirralho que gosta de rock e ainda por cima escuto musica clássica.
Ainda digo que o tiozinho ae toca violino como se fosse uma guitarra :cool:
Sabem de uma coisa, eu cheguei agora e li toda essa discussão suscitada pelo Leonardo sobre a música erudita e os, digamos assim, “Edvin Marton”s.
Que não se gostem desses “Edvin Martons”; que se comparem a sua música com aquela dos eruditos e se julgue a primeira empobrecida, inferior em técnica, arranjos e etcs.; que se desgoste ou mesmo se ressinta da realização de um trabalho que se considere medíocre sobre a obra de compositores admirados, sou capaz de entender perfeitamente. Mas daí a chamar o músico de “prostituto”, isto é, afirmar sua má fé naquilo que ele faz, já é um tanto leviano.
Edvin Marton é parceiro de trabalho de Evgeni Plushenko, atleta e bailarino russo da patinação no gelo. Muito do seu trabalho constitui a trilha sonora das apresentações de Plushenko. Embora eu não possa afirmar que o trabalho de Marton com a música clássica seja desenvolvido (ou tenha nascido) especificamente para as apresentações do patinador, quem pode afirmar que este músico (assim como Vanessa-Mae e outros do gênero) não acredita verdadeiramente naquilo que faz?
Não sou musicista, mas creio ser capaz de compreender, pelos argumentos usados, a visão de alguns de vocês com relação aos músicos que “popularizam”, por assim dizer, a música erudita. Lembro-me perfeitamente, na faculdade de Filosofia, de meus colegas revoltados com a “má qualidade” do livro “O Mundo de Sofia” no que diz respeito aos programas filosóficos ali apresentados. O sentimento era, talvez, o mesmo apresentado aqui pelo Leonardo, um descontentamento, e mesmo uma raiva, do “livro porcaria” que vendia aquelas “bobagens simplificadas” como sendo Sócrates, Platão, Aristóteles… E me lembro bem de eu, que não carregava esses sentimentos, usar do mesmíssimo argumento do Philipe: “mas é exatamente esse tipo de livro que aproxima as pessoas da Filosofia”, e todo esse discurso sobre a inacessibilidade, as dificuldades de linguagem e blá blá blá blá blá. Parece que estou revendo um filme.
Compreendo esse desgosto (pra usar um eufemismo) do Leonardo e imagino que talvez eu mesma reagisse desse modo se alguém apresentasse como “filosofia platônica” algo simplificado e que se desvirtuasse da mesma, fosse eu uma apaixonada pelo trabalho de Platão, mas talvez seja bom lembrar que há uma questão que se coloca, no caso dos músicos como Edvin Marton, e que os obriga a a nominar “Quinta Sinfonia” e a creditá-la a Beethoven, cada vez que executam essa música, mesmo que a execução se trate de uma releitura (e aqui faço questão de chamar a atenção para este termo, porque trata-se de uma “releitura” de peças eruditas, e não de uma mera “simplificação”): o Direito Autoral; e, no caso de obras de domínio público, como as de Beethoven, por exemplo (estou enganada?), o reconhecimento mundial de que aquela obra é de autoria deste, modificada ou não. Para aquelas obras modificadas, juridicamente, inclusive, há de se reconhecer o seu caráter derivado e creditar-se a obra originária ao seu autor. Portanto, não há possibilidade de uma Vanessa-Mae, tendo “simplificado” (no meu entendimento, “relido”) uma peça clássica, retirar desta o nome de seu compositor, atribuindo sua música a si mesma, como se obra primária fosse, para assim “ser mais ‘honesta'” com o público.
Dito isto, não creio que se possa falar de má fé dos músicos que apresentam essas suas obras como a “Quinta sinfonia de Beethoven”, ou como uma Tosca de Vivaldi. Não se trata aqui de vender gato por lebre; trata-se da liberdade de releitura (e, portanto, de criação derivada) de uma obra, devidamente creditada ao seu autor primário.
Acredito ser tão possível esses compositores acreditarem no valor de suas obras, ou seja, agirem de muito boa fé, quanto é possível realizarem esses trabalhos apenas para ganhar dinheiro.
Só posso dizer por mim: eu acredito no valor do trabalho deles. E não apenas pela possibilidade de levar a música clássica a pessoas que nunca tiveram acesso a ela. Nisso tendo a concordar com Leonardo. É bem possível que o interesse pela “música clássica” de grande parte das pessoas que a conhecem através de músicos como Marton e Mae parar por aí. Muitas dessas pessoas podem até mesmo achar chatíssima a música original e sentir náuseas num concerto. Não penso que a arte deva ser paternalista. Acessível sim, paternalista não. A meu ver, deve ser criativa, inovadora, renovadora.
Se as transformações criadas são para melhor ou para pior, cada um tem seus critérios de julgamento. O que me incomoda é a absolutização de qualquer cânone. O cânone é também uma leitura de si mesmo. Muitas vezes nem mesmo corresponde à leitura do autor sobre sua própria obra.
Particularmente, gosto dessa simbiose entre o clássico e o popular. Vejo sim algo novo aí. E acho interessante. Mas esta já é uma outra história: o retorno à histórias dos gostos pessoais.
ótima contribuição à discussão, Veronique.
Isso me leva a refletir sobre como o “sucesso” pode tornar um artista como um pássaro preso numa gaiola. Não é raro vermos, por exemplo, escritores que após tornarem-se grandes ícones de vendas mundiais passam a literalmente se plagiar, buscando estabelecer – o que alguém dirá ser um estilo, e muitos dirão ser um formulão para arrecadar mais e mais. O fato é que são poucos os autores que após vislumbrarem os louros do sucesso, continuam buscando inovar. E quando o fazem, são obrigado a viver com a pecha de terem errado a mão, perdido o estilo, etc. Porque o público em geral tende a querer que o autor seja um mero repetidor da fórmula que os agradou. Nesse contexto eu vejo o sucesso comercial diretamente atrelado ao retumbante fracasso artístico.
Concordo com você, Philipe. E é uma pena que isso ocorra. O mesmo papel enjaulador acredito que exerça o cânone (e na função de tutor deste, todos os puristas). E ainda mais triste: não é algo que ocorra somente com a arte, mas em tudo.
Ainda sobre Marton, dei uma lida na sua biografia e descobri que muitas composições derivadas suas são mesmo realizadas em função do trabalho de patinadores do gelo (e não apenas de Plushenko), isto é, trata-se de um trabalho de criação de trilha sonora que, como tal, deve atender às necessidades do outro, neste caso, dos patinadores. Marton acabou se tornando um músico muito requisitado na patinação artística.
Não me furto, aqui, a colocar um pouco mais de lenha nesta fogueira… no que diz respeito à suspeita de realização de composições por dinheiro: Mozart realizou várias obras por encomenda de nobres de sua época, e se apresentava para a nobreza, que era uma beleza. Será que todas as suas composições foram realizadas por “amor à arte” e “talento”, e nenhuma delas apenas para ganhar dinheiro? rsss Isso faz com que os defensores da música erudita diminuam o valor da obra de Mozart?
Por sua vez, a meu ver, Vanessa-Mae, que começou como violinista erudita muito cedo, arriscou, e muito, a sua carreira, quando optou por realizar composições pop derivadas da música erudita, e por dedicar-se ao violino elétrico, execrável para muitos canônicos e críticos de então. Até poderia estar de olho no mercado, mas não poderia ser uma artista ousada a fim de criar coisas novas? Deu certo, mas poderia ter destruído a sua carreira.
É também interessante lembrar que muitas obras eruditas eram populares em seu tempo. Questiono se a qualidade destas deve-se mesmo a alguma “superioridade”. Até que ponto é legítimo realizar comparações entre obras de tempos e localidades tão distantes? Para verificar a superioridade da música erudita é preciso compará-la, não ao funk de hoje, mas à produção musical de seu próprio tempo, e, de preferência, entre compositores de mesmo contexto sócio-cultural. Pois qualquer obra de arte é parte integrante e produção de seu contexto sócio-histórico, e universalizar parâmetros de avaliação é problemático quando se parta de perspectivas culturais específicas.
Acho muito difícil definir arte. Não sei se “complexidade” é um parâmetro muito adequado. Leonardo escreveu o seguinte:
“A música erudita acaba muito mitificada porque as pessoas não são educadas a gostar de arte (que envolve artifício, depreensão de uma linguagem), mas sim de sentimentos, da beleza, aí tem muita gravação horrível se dizendo representante de ‘Beethoven, Mozart, Bach e Paganini’ (…), que na verdade são produto grosseiro de artistas que seguiram a ‘vida fácil’ com essas versões populares e simplificadas.”
Identificar a arte com “artifício”, “depreensão de uma linguagem” é interessante. Ou com a criação de linguagens. Inobservado, entretanto, é que daí decorre uma impossibilidade de comparações entre “linguagens” distintas. Não se pode caracterizar a linguagem hegemônica como “arte” e as linguagens minoritárias como “não arte”, posto serem todas linguagens e artifícios.
Somente para dizer que julgamentos das intenções pessoais dos artistas, por parte de pessoas do público que não os conheceram pessoalmente, são meras especulações que visam à legitimação do trabalho dos artistas pessoalmente admirados e à deslegitimação da obra dos artistas que o “juiz” considera medíocres.
E só para finalizar…
“o público em geral tende a querer que o autor seja um mero repetidor da fórmula que os agradou. Nesse contexto eu vejo o sucesso comercial diretamente atrelado ao retumbante fracasso artístico.”
Philipe, nessa sua análise que considero excelente, eu apenas acrescentaria o poder (excepcional louro do reconhecimento intelectual) ao “sucesso comercial”, como importante grade aprisionadora e empobrecedora da criação artística.
Um grande abraço!
(to fã do seu blog e dos seus textos. O que rio das suas histórias… a propósito, você ainda trabalha com efeitos especiais? Todo o conhecimento psiquiátrico se deve a quê?)
Eu andei parado com os efeitos porque estava trabalhando no instituto nacional de tecnologia, e o trabalho lá me impedia de levar à frente outros projetos maiores. Mas agora minha bolsa lá acabou e eu poderei – talvez – voltar a mexer com efeitos. Estou tentando uma reaproximação progressiva da computação gráfica novamente, mas 4 anos parado cobram um preço alto nessa área. Talvez eu volte a fazer uma coisa ou outra. Tudo depende da necessidade dos clientes. O duro mesmo está sendo a vontade louca de esculpir, que tem me consumido. Mas como eu me mudei, desmontei o meu escritório todo e agora não tenho os materiais nem os meios de esculpir. Assim, vou ter que passar vontade a té (se Deus quiser) o fim desse mês, quando finalmente eu me mudo para a casa nova.
Há um tempão atrás, precisamente no dia 14 de abril do ano passado, eu fiz um post em que compilei um monte de filmes dos anos 80. O post em questão, chamei de "Os...
Bem bacana
Um Grande violinista: http://www.youtube.com/watch?v=ZUcasM6goPY&feature=related
Grandes violinistas:
http://www.youtube.com/watch?v=vPcnGrie__M
bizarro aos 3m50s
http://www.youtube.com/watch?v=Ww4qCBhypxo&feature=related
Foi num jornal de grande circulação que lemos a incrível história do violinista Itzhak Perlman. No dia 18 de novembro de 1995, Itzhak Perlman se apresentou no Lincoln Center em Nova Iorque. Às oito horas daquela noite, Isaac Perelman pisou o palco.
O que para a maioria das pessoas seria uma tarefa simples, para Itzhak este momento sempre representava um tremendo esforço. Apoiado por aparelhos ortopédicos presos às suas pernas e em duas muletas, Isaac caminhou, como sempre fazia, lentamente, em passos penosos, porém, sem perder a majestade. O público em geral já estava acostumado a esta cena, fruto de uma poliomielite que o atingiu ainda em sua infância.
Isaac se aproximou da cadeira, se sentou, desatou os aparelhos ortopédicos, deixou as muletas ao seu lado, no chão. Com o auxílio das mãos, encolheu uma perna para trás, esticou a outra para a frente. Em seguida, retirou seu precioso violino da caixa, colocou-o sobre o ombro, apoiado em uma das mãos. Com a outra mão segurou o arco, e apontou para o regente da orquestra, indicando que ele começasse.
O que se viu em seguida, como de hábito, foi a genialidade de um homem através de seu violino, embalando o público com acordes de talentosa maestria. De repente se ouviu um estalo! Uma das quatros cordas do violino havia se rompido! Todos olharam, em silêncio absoluto, para Isaac.
Ele fechou os olhos, respirou profundamente, levantou o arco, pedindo ao regente que continuasse no exato ponto em que haviam parado. E Itzhak tocou com incrível paixão, criando em sua mente, em sua alma, notas e acordes, de forma a produzir os mesmos sons da partitura original.
O público quase não podia acreditar. Itzhak estava tocando a mesma sinfonia com um violino com três cordas. Quando terminou, o público se ergueu e não parava mais de aplaudir.
Finalmente, os aplausos cessaram a pedido do violinista. As palavras que ele pronunciou tinham a doçura da convicção e continham uma grande lição:
Um músico deve produzir sonoridade com aquilo que lhe resta.
Todos somos músicos no concerto da vida. Mesmo com o coração dilacerado, as cordas dos sentimentos quebradas, é preciso continuar a executar as notas musicais.
Podem ser notas simples, isoladas, mas que aos poucos formarão uma melodia. E embalados pela melodia da nossa própria dor haveremos de encontrar forças para executar a bela sinfonia da vida.
Mesmo que os dias amanheçam chuvosos e frios. Mesmo que o amor tenha partido. Mesmo que tenhamos ontem acompanhado os corpos dos nossos amores ao cemitério.
Continuemos tocando a melodia e descobrindo as notas de esperança que a vida nos oferece, no sorriso de uma criança, na mão de um amigo, no abraço carinhoso de um companheiro.
apoiado, apoiado.
Estou me sentindo bem chato a essa altura, mas: Jesus…, como a música, especialmente a erudita, deixa as pessoas bregas.
hoje em dia muitos vêem a música erudita como “brega”, “música de gente véia” e tals, mas essas pessoas não conseguem ver o poder q esse tipo de música tem, arranjos muito bem feitos, um intrumental extremamente elaborado, muito bem trabalhado. e oq eh mais incrível, eh q muitas dessas pessoas defendem “modas”.
Devemos concordar, independente de gosto musical, q a música clássica/erudita eh um tipo de musica muito importante e bem feita, caso contrario, hoje não conheceríamos o nome “Beethoven”, “Mozart”, “Bach”, “Paganini”, entre outros…
A música hoje em dia se concentra entre 3 ou 4 acordes, quando bem feito, um solo de guitarra mtas vezes sem sentido… e no tempo da musica erudita os estudos musicais eram muito rigidos, fazendo com q as composições fossem bem feitas, ao contrario de hoje, q quase não se tem estudo musical…
Sou musico e não tenho preconceito contra nenhum tipo de música (tá… quase nenhum :P)… mas a música erudita me fez mudar o modo com q vejo a musica, pois apesar de técnica, tem feeling, além do trabalho intrumental simplesmente fenomenal! tanto que hoje em dia são pouquissimos os músicos q dão conta de tocar uma peça erudita na guitarra/violão, violino, piano, etc…
Claro, cada pessoa tem o direito de gostar de um tipo de musica, mas devemos concordar q música erudita tem uma importancia enorme, e q por ser tão boa eh conhecida ateh hoje…
desculpe o texto longo, q na verdade era pra ser mais longo ainda hehehe mas só queria dar minha opinião de musico sobre musica erudita, abraço!
Minha crítica não foi nem seria jamais à música erudita, e sim a textos como o acima sobre o Perlman, que mal sabem quando usar o termo “acorde”, e a pirotecnias de gosto duvidosíssimo como as do sr. Edvin Marton. Está na cara que isso tudo é um pastiche, não é a tal da “música erudita”: o violinista pega o efeito de um ou outro fragmento e se descabela enquanto coloca um fundinho com baterias, pra não ficar muito seco, né… E o texto é de um apelo emocional de quinta categoria, típico da pior auto-ajuda.
A música erudita acaba muito mitificada porque as pessoas não são educadas a gostar de arte (que envolve artifício, depreensão de uma linguagem), mas sim de sentimentos, da beleza, aí tem muita gravação horrível se dizendo representante de “Beethoven, Mozart, Bach e Paganini” (como você disse, revelando suas referências), que na verdade são produto grosseiro de artistas que seguiram a “vida fácil” com essas versões populares e simplificadas. Aí mesmo quem está interessado acaba esbarrando com aberrações como as desse vídeo, infelizmente.
Musica erudita é brega? Então sou brega de pai e mãe, hehehe. :D
olha, isso não eh opinião minha, mas sim de muitos que conheço :P
muitos dizem q sou louco por escutar esse tipo de música e não entendem (tem preconceito) sobre música clássica/erudita, e nem mesmo querem aceitar que ós arranjos de música erudita são muito bem elaborados, preferindo os “arranjos” de músicas que seguem seu estilo (Essas pessoas NÃO são músicos huahauha).
Mas sim, infelizmente hoje em dia existem muitas pessoas que vêem a música clássica com preconceito…
PS: ae Philipe, parabéns pelo blog, acompanho sempre! e me diz uma coisa, quando sai a parte 2 do seu post sobre ocultismo? to louco pra ver, abraço!
Por falar em parte dois, tem a dos ‘Professores Inesqueciveis tbm… (y)
Nossa, Philipe, que “kitsch”…
Isso sim: http://www.youtube.com/watch?v=gwEbOoVIwak&feature=PlayList&p=8A58346DDBEC7ABA
Nossa, Philipe, desculpa comentar de novo, juro que não é por mal, mas é muito ruim! Muito brega!
Leo, eu não posso concordar que seja ruim, muito menos que seja brega. É apenas diferente do erudito clássico.
Muita gente acostumada ao clássico, aos Paganinis, Vivaldis da vida podem ver Vanessa Mae, Saint Preux, Yanni e esse cara aí como meros oportunistas, querendo tirar uma bela grana (e tiram) chupando o que os mestres do erudito clássico tem de melhor, colocando um molho modernoso e vendendo como algo novo.
Mas a questão é: Não é algo novo?
Será que um Paganini não usaria dos mesmos artifícios dance-eletrônicos se pudesse? Será que Vivaldi não trabalharia suas musicas pensando nas possibilidades de seu tempo?
Eu não vejo isso como algo brega, algo de mau gosto. O que eu vejo aqui é uma excelente oportunidade de introduzir a musica erudita ao jovem acostumado a outras linguagens. A melodias pobres, a batidões sofríveis e a miséria intelectual das letras marginais de cunho eminentemente sexual.
Pense que Edvin Marton pode ser uma porta de contato com a musica erudita.
Você só acha que é ruim porque conhece o que é bom. Agora imagine um garoto que nunca teve acesso a isso, fincando maravilhado de ouvir um violino talvez pela primeira vez. Imagine este garoto baixando as musicas, ouvindo e indo atrás de outras, descobrindo novas, novos compositores, e etc…
Sacou? É a minha teoria do “suquinho de lixo”:
O cara que bebia suquinho de lixo a vida toda, descobre o mundo na hora que beber o suco de laranja. E então, depois de descobrir o de laranja, ele nunca mais vai querer saber do suquinho de lixo.
Sob este aspecto, este blog presta um serviço de grande utilidade pública, hehe. :D
É que é triste se contentar com a idéia de que uma porcaria não deve ser apontada como porcaria porque tem lá sua conseqüência positiva. E não me convenço muito de que algo assim leve tantas pessoas a ouvirem o “bom”: acho ilusão, porque acho que a imensa maioria pára aí, pensa que Beethoven é isso mesmo, e pior, pode ter todo motivo do mundo pra achar isso horrível.
Agora, sobre isso ser novo: as pessoas olham pra crítica a isso como se o problema fossem as fronteiras do convencional e do moderno sendo desfeitas. Mas só pensa isso quem não conhece música escrita no séc. XX. A experiência com instrumentos e gêneros populares está muito presente em compositores do séc. XX. O problema não está na fusão do antigo com o moderno, mas no acochambramento descarado com que isso é feito aqui sem a menor inteligência, e representando aquilo que não é. Só isso.
Ele é tão ruim que tem um Stradivarius (emprestado pelo estado húngaro).
A musica rompe com a musica clássica que conhecemos, é uma musica diferente assim as pessoas mais conservadoras não gostam desse estilo. Não estou falando que a técnica dele é melhor ou pior do que a técnica usa por outros violinistas clássicos, mas sim diferente.
Outra violinista com o estilo parecido é a Vanessa-Mae.trecho retirado do Wikipédia:
Vanessa-Mae foi recebida com aclamação e elogiada pelo seu estilo e talento pessoal, mas por outro lado também foi sujeita a muita controvérsia. Alguns críticos disseram que as suas capacidades (habilidades) técnicas e musicais são de facto rudimentares e que ela é apenas um produto típico da indústria da música a tentar usar o sex appeal (apelo sexual) para vender música clássica comercializada. Ainda existem outros que acham que ela está a fazer um desserviço a música clássica. Ela contrapõe dizendo que estes críticos são demasiado tradicionais e elitistas. E eles são incapazes de apreciar a sua fusão de música clássica com a música pop e eles nem sabem fazer música, eles apenas reservam-se ao cinismo cruel.
Cada um ouve aquilo de que gosta. O problema é a propaganda enganosa: o fragmento de uma obra foi tirado de contexto, simplificado, uma batida de sintetizador foi colocada no fundo, e isso vem com o nome de “Quinta Sinfonia de Beethoven”. Tem quem procure, como você, se aproveitar da margem da distância que isso tem do original pra dizer que é algo “diferente”, que é ranzinzice dos conservadores e dos elitistas não gostar desse “estilo”. Por mim eu sequer colocaria essa questão de gosto em questão, basta expor o que foi feito: um arranjo esdrúxulo, simplório, apelativo e facilitador de um pedaço descontextualizado do original. Uma vez reconhecido do que se trata, cada um fique à vontade pra gostar, claro.
Só me preocupo que algo feito assim, com o intuito óbvio de apelar pra um efeito vulgar, seja confundido com o que realmente foi feito no passado.
Sobre o sr. Edvin Marton ter um Stradivarius, sem querer dar aquele tom de crítico do capitalismo nem nada, mas: empresários com um projeto como esse, de “radicalizar” a música erudita fazendo-a se prestar a hits da música pop (o que, repito, é feito de maneira simplória e grosseira), não vão atrás de qualquer zé mané. Eles chegam num conservatório, perguntam quais são os melhores músicos jovens, e oferecem pra eles ganhar dinheiro gravando algo assim. Basta um deles aceitar.
“Eles chegam num conservatório, perguntam quais são os melhores músicos jovens”Isso prova que ele é um bom violinista.Poderia falar que a “quinta sinfonia”(versao do edvin marton) é uma interpretaçao da quinta sinfonia de bethoveen, mas não vou cometer esse engano,pois concordo com vc que a adaptaçao(se é assim que podemos chama-la) ficou muito inferior(em questao de tecnica) a musica original.
Porem , sao essas musicas que podem chamar mais gente para apreciar a musica classica, o unico erro seria chamar a musica de edvin marton de musica classica,pois em muitos sentidos está bem longe de Itzhak Perlman(como citado aqui).
Eu começei a tocar violino influenciado por musicas parecidas com a de edvin marton, depois de um tempo eu começei a escutar musica classica.Agradeço imensamente pelos edvin marton´s
Exato. Muito bem colocado.
Devo relembrar aqui que arroz com feijão frio pode parecer nojento para o cara que está acostumado a comer picanha todo dia, mas para o cara que só comeu comida podre a vida toda, arroz com feijão frio é maravilhoso, sublime, incontestável.
Mas é isso mesmo, Alks: ele é um violinista capaz (nada superlativo, nada que um violinista profissional não faça, que fique claro). O problema, como você disse, é o vender gato por lebre.
Por que problema? Por ser diferente do original? Por não ser aquilo que objetivamente se é capaz de definir como música erudita? Não é isso: respeito quem gosta. Aliás, nem discuto com quem gosta. Não me importo com isso. Divirtam-se. Não sou intolerante nesse ponto. Discos só de árias de ópera, por exemplo, são úteis para o iniciante, desde que tenham alguma coerência no repertório e qualidade nas interpretações. O mesmo não ocorre com coisas dessa linha: misturar sinfonia e ópera com bolero, musical, música tradicional napolitana, samba, metal, etc…
Ora, direis…, mas há que goste de canções tradicionais napolitanas, de “Perhaps love”, de samba, de metal, etc… Ótimo: se gostam, ouçam. Não estou nem um pouco preocupado. Essa pode ser uma postura egoísta e niilista, mas nunca tento doutrinar ninguém. Mostro a pouca música erudita que conheço a quem com curiosidade me pergunta. Mas não tomo iniciativa. Quem gosta de outras coisas, que se divirta e seja feliz. Não me importo com a existência do pagode, funk, etc… (vítimas inócuas desse tipo de conversa), desde que não me obriguem a ouvir. Há, no mundo, lugar para o plural. Mas esse lugar não está em meus ouvidos.
Mas, aí vem o ponto. Uma banda ou um sintetizador que toque com o Edvin Marton não faz nenhuma “prostituição”: é o tipo de música de que eles gostam, a que eles se dedicam, que seu público aprecia. Mas o projeto de música do Edvin Marton, sim, faz prostituição, serviço completo, com direito a … arrhãn … desde que paguem bem. É mais do que evidente que ele só começou a tocar essas coisas porque descobriu que dá dinheiro. E pior: engana pessoas de boa-fé que acreditam estar ouvindo música erudita. Este ponto é o mais grave. Afinal, “Ilude quem pode e se engana quem quer” não é algo muito ético…
Você ficou um bom tempo falando que não tem problema com quem gosta desse tipo de musica, porem no fim fala que “engana pessoas de boa-fé que acreditam estar ouvindo música erudita”, ou seja, voce se importa com esse estilo de musica. Não vou prolongar muito essa discussão, pois acredito que não chegaremos a um acordo(pois como você mesmo disse, gosto é gosto). Porem é bom quebrar as vezes a barreira do preconceito, percebi que você usa o funk(repetidas vezes) para falar que é uma musica ruim.Mas vamos avaliar o funk, são pessoas da favela que se expressão através da musica.Como é a favela? Violenta na maioria das vezes, as pessoas que ali vivem estão rodeadas de violência(casos de prostituição, violência domestica, drogas…)isso tudo influencia na personalidade da pessoa. Essa violência transmite para a musica o “batidao” e as letras pesadas refletem o estilo de vida da pessoa. Nesse ponto, de transmitir a realidade que vivem, os funkeiros podem ser comparados a grandes compositores.O grande problema é usar essa musica fora de contexto(o que banalizou o funk).
Eu disse que não tenho por que me importar se você sabe o que está ouvindo e gosta. E generalizei a todo tipo de estilo possível. Citei o funk como exemplo, pois geralmente esse tom de crítica ao gosto musical usa exemplos “estigmatizados!” como funk e pagode, e o que eu disse é que não tenho problema nenhum com outros gêneros nem com esses. Concordo com o que você diz sobre o funk.
Meu problema é, como eu já disse, com a má fé desse tipo de música mal anunciada, que gera uma imagem desonesta da tal da música erudita e de quem diz gostar dela.
De resto, fica a opinião de que isso é de fato muito ruim e que acredito que faça muito pouco pelo iniciante em música clássica (acho que faz até mal).
Além do mais, a versão do Love Story ficou melhor que a original do Francis Lai. (minha opnião)
prefiro heavy metal,metal,rock…sem ofensas,q musica chata :B
É disso que eu tava falando.
Eu queria tocar mal como ele, Vanessa Mae, Bond, etc.
vc conhece a Vanessa Mae?
aqui uma musica dela
http://www.youtube.com/watch?v=nQ798THmR5Y
Não acredito que não botou ainda a cobra com uma pata encontrada na china! olha o link:http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1303610-6091,00-CHINESA+LEVA+SUSTO+AO+ENCONTRAR+COBRA+COM+UMA+PERNA+DENTRO+DE+SEU+QUARTO.html
Muito bom! Palmas!!!!
Caro Forrest Philipe Gump!
Estava vendo o índice “O melhor do Mundo Gump – Fragmentos da vida” e tive uma triste constatação: eu já li todos, absolutamente. E, como as histórias que contas são realmente o melhor do Mundo Gump tenho ficado extremamente frustrado de não ver histórias novas a cada vez que entro no site, todos os dias.
O blog é gratuito pra mim, mas me julgo sim no direito de cobrar, porque é a soma de todos os leitores mais eu que mantém o blog, seja pelo dinheiro que parcamente rende de publicidade, seja pela sua vaidade sendo positivamente alimentada com o prazer dos leitores com seus textos.
Por isso que faço essa cobrança – com alma de pedido – para que conte-nos mais daquelas histórias que, veradeiras ou não, são hilariamente bem contadas.
João, comentarista esparso do blog.
Caro João.
Entendo seu interesse em ler mais sobre “O melhor do Mundo Gump”. De fato, você não é uma voz na multidão. Muita gente me pede a mesma coisa.
Volta e meia eu me pego pensando sobre isso. Eu me questiono se devo ou não escrever mais aventuras em detrimento aos outros assuntos aqui do blog: fenômenos estranhos, casos bizarros, recordes, arte, curiosidades do Homem, da natureza e do universo
Se dependesse de alguns leitores, que me cobram isso como você faz, eu escreveria apenas sobre a minha vida aqui neste espaço.
Mas há um problema. Esses textos do melhor do mundo gump não são inventados. Se fossem, eu realmente poderia escrever um ou dois por dia. Quem sabe três. Mas sendo textos verídicos, eu me sinto na obrigação de escrever aqui algo que realmente tenha acontecido, não inventando nada. Eu sei que é chato dizer isso, mas não vivi o suficiente para ter milhões de histórias e aventuras hilárias “para divertir o leitor e alimentar minha vaidade”.
Eu não escrevo por vaidade. Escrevo pelo prazer. Não o do leitor, mas sim o meu.
Claro que existem muitas aventuras e situações -algumas tão embaraçosas que eu não teria coragem de contar aqui- que eu ainda não postei. Mas isso será feito. Cada coisa no seu momento. No seu devido tempo. As Aventuras são fragmentos da minha vida. São instantâneos pessoais que envolvem pessoas reais, e não acho justo usar algo tão rico e importante para mim como mecanismos para obter anúncios ou mais leitores. O blog tem uma linha editorial clara para os leitores mais antigos que é esta: Leitores sugerem. Não cobram. E as aventuras aparecem quando menos se espera.
Falou bonito, Philipe! Eu também sou muito fã das histórias do Mundo Gump, mas digo isso pra te apoiar e alimentar da maneira mais espontânea a sua inspiração, hehe. E o caso do João nem surpreende: a gente lê e fica com vontade de ler muito mais mesmo. No caso de séries começadas e ainda não continuadas, chega a gerar uma ansiedade que faz a gente se perguntar por que é que você ainda não as retomou (como a de Ocultismo!). Mas é o efeito por tanto envolvimento.
Como eu fico grato por ter tido a chance de ter a sua visão dos fatos da sua vida compartilhada comigo, e por ter havido essa boa afinidade, só te incentivo daqui a escrever como for sempre melhor pra você.
Um abraço!
Eu comecei a estudar violino em agosto. Sempre quis aprender. Dá para ver que você não conhece muito da área. Quer um gênio? Ei-lo:
http://www.youtube.com/watch?v=Hf1qCfh_Mo0
Se você começou a estudar violino em agosto, nós dois não entendemos muito, né mesmo? Eu disse que Edvin Marton é um grande violinista, não um gênio do instrumento.
Valeu a dica.
Ai, que noob que fui! Você tem razão. Mas convenhamos, esse garotinho me dá mais medo que a Maísa.
Muito bom esse cara…agora vai uma dica Philipe, não sei se conhece JeaN Luc Ponty, aqui tem um link http://www.youtube.com/watch?v=p9XHFqCvMIY como batera de jazz, recomendo muito, fica adica…e o parabens pelo blog que venho acompanhando diariamente desde que descobri hehe
Abraço!
Show. Valeu a dica. E obrigado aí.
Eu tenho 12 anos e gosto muito de rock,metal em geral, meu pai é fã de música clássica, ou melhor: eu também gosto.
Achei incrível este cara , ele toca violino como se o mesmo fosse uma guitarra!!!
Acho que cada um deveria escutar pelo menos uma musica clássica(erúdita?) e gostar, pois é um ritmo diferente de qualquer um, tem gente que acha que é brega, mas gostaria com certeza de ser igual ao cara…
Resumindo: Eu sou um pirralho que gosta de rock e ainda por cima escuto musica clássica.
Ainda digo que o tiozinho ae toca violino como se fosse uma guitarra :cool:
Pra mim, Música Erodita é a melhor melodia .
Sabem de uma coisa, eu cheguei agora e li toda essa discussão suscitada pelo Leonardo sobre a música erudita e os, digamos assim, “Edvin Marton”s.
Que não se gostem desses “Edvin Martons”; que se comparem a sua música com aquela dos eruditos e se julgue a primeira empobrecida, inferior em técnica, arranjos e etcs.; que se desgoste ou mesmo se ressinta da realização de um trabalho que se considere medíocre sobre a obra de compositores admirados, sou capaz de entender perfeitamente. Mas daí a chamar o músico de “prostituto”, isto é, afirmar sua má fé naquilo que ele faz, já é um tanto leviano.
Edvin Marton é parceiro de trabalho de Evgeni Plushenko, atleta e bailarino russo da patinação no gelo. Muito do seu trabalho constitui a trilha sonora das apresentações de Plushenko. Embora eu não possa afirmar que o trabalho de Marton com a música clássica seja desenvolvido (ou tenha nascido) especificamente para as apresentações do patinador, quem pode afirmar que este músico (assim como Vanessa-Mae e outros do gênero) não acredita verdadeiramente naquilo que faz?
Não sou musicista, mas creio ser capaz de compreender, pelos argumentos usados, a visão de alguns de vocês com relação aos músicos que “popularizam”, por assim dizer, a música erudita. Lembro-me perfeitamente, na faculdade de Filosofia, de meus colegas revoltados com a “má qualidade” do livro “O Mundo de Sofia” no que diz respeito aos programas filosóficos ali apresentados. O sentimento era, talvez, o mesmo apresentado aqui pelo Leonardo, um descontentamento, e mesmo uma raiva, do “livro porcaria” que vendia aquelas “bobagens simplificadas” como sendo Sócrates, Platão, Aristóteles… E me lembro bem de eu, que não carregava esses sentimentos, usar do mesmíssimo argumento do Philipe: “mas é exatamente esse tipo de livro que aproxima as pessoas da Filosofia”, e todo esse discurso sobre a inacessibilidade, as dificuldades de linguagem e blá blá blá blá blá. Parece que estou revendo um filme.
Compreendo esse desgosto (pra usar um eufemismo) do Leonardo e imagino que talvez eu mesma reagisse desse modo se alguém apresentasse como “filosofia platônica” algo simplificado e que se desvirtuasse da mesma, fosse eu uma apaixonada pelo trabalho de Platão, mas talvez seja bom lembrar que há uma questão que se coloca, no caso dos músicos como Edvin Marton, e que os obriga a a nominar “Quinta Sinfonia” e a creditá-la a Beethoven, cada vez que executam essa música, mesmo que a execução se trate de uma releitura (e aqui faço questão de chamar a atenção para este termo, porque trata-se de uma “releitura” de peças eruditas, e não de uma mera “simplificação”): o Direito Autoral; e, no caso de obras de domínio público, como as de Beethoven, por exemplo (estou enganada?), o reconhecimento mundial de que aquela obra é de autoria deste, modificada ou não. Para aquelas obras modificadas, juridicamente, inclusive, há de se reconhecer o seu caráter derivado e creditar-se a obra originária ao seu autor. Portanto, não há possibilidade de uma Vanessa-Mae, tendo “simplificado” (no meu entendimento, “relido”) uma peça clássica, retirar desta o nome de seu compositor, atribuindo sua música a si mesma, como se obra primária fosse, para assim “ser mais ‘honesta'” com o público.
Dito isto, não creio que se possa falar de má fé dos músicos que apresentam essas suas obras como a “Quinta sinfonia de Beethoven”, ou como uma Tosca de Vivaldi. Não se trata aqui de vender gato por lebre; trata-se da liberdade de releitura (e, portanto, de criação derivada) de uma obra, devidamente creditada ao seu autor primário.
Acredito ser tão possível esses compositores acreditarem no valor de suas obras, ou seja, agirem de muito boa fé, quanto é possível realizarem esses trabalhos apenas para ganhar dinheiro.
Só posso dizer por mim: eu acredito no valor do trabalho deles. E não apenas pela possibilidade de levar a música clássica a pessoas que nunca tiveram acesso a ela. Nisso tendo a concordar com Leonardo. É bem possível que o interesse pela “música clássica” de grande parte das pessoas que a conhecem através de músicos como Marton e Mae parar por aí. Muitas dessas pessoas podem até mesmo achar chatíssima a música original e sentir náuseas num concerto. Não penso que a arte deva ser paternalista. Acessível sim, paternalista não. A meu ver, deve ser criativa, inovadora, renovadora.
Se as transformações criadas são para melhor ou para pior, cada um tem seus critérios de julgamento. O que me incomoda é a absolutização de qualquer cânone. O cânone é também uma leitura de si mesmo. Muitas vezes nem mesmo corresponde à leitura do autor sobre sua própria obra.
Particularmente, gosto dessa simbiose entre o clássico e o popular. Vejo sim algo novo aí. E acho interessante. Mas esta já é uma outra história: o retorno à histórias dos gostos pessoais.
Abçs,
Veronique
ótima contribuição à discussão, Veronique.
Isso me leva a refletir sobre como o “sucesso” pode tornar um artista como um pássaro preso numa gaiola. Não é raro vermos, por exemplo, escritores que após tornarem-se grandes ícones de vendas mundiais passam a literalmente se plagiar, buscando estabelecer – o que alguém dirá ser um estilo, e muitos dirão ser um formulão para arrecadar mais e mais. O fato é que são poucos os autores que após vislumbrarem os louros do sucesso, continuam buscando inovar. E quando o fazem, são obrigado a viver com a pecha de terem errado a mão, perdido o estilo, etc. Porque o público em geral tende a querer que o autor seja um mero repetidor da fórmula que os agradou. Nesse contexto eu vejo o sucesso comercial diretamente atrelado ao retumbante fracasso artístico.
Concordo com você, Philipe. E é uma pena que isso ocorra. O mesmo papel enjaulador acredito que exerça o cânone (e na função de tutor deste, todos os puristas). E ainda mais triste: não é algo que ocorra somente com a arte, mas em tudo.
Ainda sobre Marton, dei uma lida na sua biografia e descobri que muitas composições derivadas suas são mesmo realizadas em função do trabalho de patinadores do gelo (e não apenas de Plushenko), isto é, trata-se de um trabalho de criação de trilha sonora que, como tal, deve atender às necessidades do outro, neste caso, dos patinadores. Marton acabou se tornando um músico muito requisitado na patinação artística.
Não me furto, aqui, a colocar um pouco mais de lenha nesta fogueira… no que diz respeito à suspeita de realização de composições por dinheiro: Mozart realizou várias obras por encomenda de nobres de sua época, e se apresentava para a nobreza, que era uma beleza. Será que todas as suas composições foram realizadas por “amor à arte” e “talento”, e nenhuma delas apenas para ganhar dinheiro? rsss Isso faz com que os defensores da música erudita diminuam o valor da obra de Mozart?
Por sua vez, a meu ver, Vanessa-Mae, que começou como violinista erudita muito cedo, arriscou, e muito, a sua carreira, quando optou por realizar composições pop derivadas da música erudita, e por dedicar-se ao violino elétrico, execrável para muitos canônicos e críticos de então. Até poderia estar de olho no mercado, mas não poderia ser uma artista ousada a fim de criar coisas novas? Deu certo, mas poderia ter destruído a sua carreira.
É também interessante lembrar que muitas obras eruditas eram populares em seu tempo. Questiono se a qualidade destas deve-se mesmo a alguma “superioridade”. Até que ponto é legítimo realizar comparações entre obras de tempos e localidades tão distantes? Para verificar a superioridade da música erudita é preciso compará-la, não ao funk de hoje, mas à produção musical de seu próprio tempo, e, de preferência, entre compositores de mesmo contexto sócio-cultural. Pois qualquer obra de arte é parte integrante e produção de seu contexto sócio-histórico, e universalizar parâmetros de avaliação é problemático quando se parta de perspectivas culturais específicas.
Acho muito difícil definir arte. Não sei se “complexidade” é um parâmetro muito adequado. Leonardo escreveu o seguinte:
“A música erudita acaba muito mitificada porque as pessoas não são educadas a gostar de arte (que envolve artifício, depreensão de uma linguagem), mas sim de sentimentos, da beleza, aí tem muita gravação horrível se dizendo representante de ‘Beethoven, Mozart, Bach e Paganini’ (…), que na verdade são produto grosseiro de artistas que seguiram a ‘vida fácil’ com essas versões populares e simplificadas.”
Identificar a arte com “artifício”, “depreensão de uma linguagem” é interessante. Ou com a criação de linguagens. Inobservado, entretanto, é que daí decorre uma impossibilidade de comparações entre “linguagens” distintas. Não se pode caracterizar a linguagem hegemônica como “arte” e as linguagens minoritárias como “não arte”, posto serem todas linguagens e artifícios.
Somente para dizer que julgamentos das intenções pessoais dos artistas, por parte de pessoas do público que não os conheceram pessoalmente, são meras especulações que visam à legitimação do trabalho dos artistas pessoalmente admirados e à deslegitimação da obra dos artistas que o “juiz” considera medíocres.
E só para finalizar…
“o público em geral tende a querer que o autor seja um mero repetidor da fórmula que os agradou. Nesse contexto eu vejo o sucesso comercial diretamente atrelado ao retumbante fracasso artístico.”
Philipe, nessa sua análise que considero excelente, eu apenas acrescentaria o poder (excepcional louro do reconhecimento intelectual) ao “sucesso comercial”, como importante grade aprisionadora e empobrecedora da criação artística.
Um grande abraço!
(to fã do seu blog e dos seus textos. O que rio das suas histórias… a propósito, você ainda trabalha com efeitos especiais? Todo o conhecimento psiquiátrico se deve a quê?)
Veronique
Eu andei parado com os efeitos porque estava trabalhando no instituto nacional de tecnologia, e o trabalho lá me impedia de levar à frente outros projetos maiores. Mas agora minha bolsa lá acabou e eu poderei – talvez – voltar a mexer com efeitos. Estou tentando uma reaproximação progressiva da computação gráfica novamente, mas 4 anos parado cobram um preço alto nessa área. Talvez eu volte a fazer uma coisa ou outra. Tudo depende da necessidade dos clientes. O duro mesmo está sendo a vontade louca de esculpir, que tem me consumido. Mas como eu me mudei, desmontei o meu escritório todo e agora não tenho os materiais nem os meios de esculpir. Assim, vou ter que passar vontade a té (se Deus quiser) o fim desse mês, quando finalmente eu me mudo para a casa nova.