Como todos nós sabemos o mundo está repleto de coisas estranhas e fenômenos esquisitos, muitos deles ainda na fronteira do obscurantismo, da ignorância ou mesmo do simples desconhecimento científico. Naturalmente esse conjunto amorfo de assuntos atrai muitas pessoas (como eu) mas causa uma profunda rejeição em alguns, que temem tratar-se de engodos, fraudes ou simples produtos da ignorância humana, seara onde aliás, eu concordo com eles: “habitam os mais ladinos, embusteiros, calhordas e espertalhões” -fora o ambiente político, é claro.
O fator da razoabilidade é sempre – e vem sendo cada vez mais – deixado de lado no mundo, de modo que estamos ingressando com os dois pés, ou talvez melhor dizendo, com as quatro patas no pântano tenebroso das verdades pré-concebidas e imutáveis. Nesse mundo de certezas absolutas, se uma pessoa é pega fazendo uma fraude ufológica, está batido o martelo que todos os milhares de casos envolvendo ufologia do resto do “whole fucking wold“, são fraude.
Disso eu discordo. Há erros, mentiras e um volume colossal de 171 nas searas do mistério, paranormalidade, e fenômenos inexplicáveis, mas no meio de tudo isso existem fatos. Um misterio é um fato cientificamente apurável ainda não resolvido. Nada além disso. Apesar dessa constatação óbvia, o mundo está cheio de casos e coisas tão completamente misteriosos que qualquer especulação sobre eles eventualmente descamba no lamaçal infinito das hipóteses “gumps”.
Por alguma razão, a maioria das pessoas simplesmente não conseguem ver algo que parece fora de lugar e contexto, algo realmente extraordinário no mais puro literal do vernáculo, sem criar toda uma construção fantasiosa com relação a como aquela coisa aconteceu ou surgiu. É da natureza humana essa necessidade de construir narrativas e encadear todas as coisas numa escadinha logica que faça completo sentido. Não somos criados para lidar com o “não sei”. É necessário uma resposta para o vazio, porque o desconhecimento em nossa cultura é sempre algo condenável. Mesmo nossa cultura sendo edificada em premissas socráticas onde o “sei que nada sei”, não saber é sinônimo de inferioridade. Na falta de uma justificativa, é preciso pavimetar o vazio da questão com alguma coisa e como eventualmente a ciência tira o corpo fora com medo de se sujar no pântano na pseudagem, surgem os gurus com seus quadrantes estelares, florestas marcianas, amigos intraterrenos e seitas dos variados tipos.
Uma coisa que não deveria existir
Aqui está um belo exemplo de “objeto WTF”. Em específico, esse é o que se chama comumente de oopart. Um objeto que existe mas pela lógica, e por tudo que sabemos até hoje (descontando nossa limitada capacidade de compreensão da natureza) não poderia existir. Mas está aí. Em museu, pronto para ser estudado e analisado. Trata-se de um objeto artificialmente fabricado, um fragmento de alumínio que parece ter sido feito à mão, e está sendo reivindicado como sendo um produto fabricado há 250.000 anos atrás!
Há quem veja nisso uma prova concreta de que aliens estiveram na Terra no passado distante.
Acho essa conclusão um quanto apressada para não dizer maluca, mas vamos em frente. Pessoalmente, eu acredito em discos voadores, naves com homenzinhos dentro e penso mesmo que eles provém de outro planeta. Também acho que eles aparecem aqui em ondas e essas ondas ocorrem de tempos em tempos, desde muito, muito tempo atrás.
Mas não sei se podemos dizer que esse oopart é uma prova concreta da existência de um explorador espacial dando um rolé na Terra. Até porque é difícil imaginar naves alienígenas de tecnologia relativamente avançada soltando pedaços como um antigo Del Rey que meu pai teve. Muito embora, por mais curioso que pareça, a causística ufológica tem VÁRIOS casos de naves caindo, soltado pedaços e mesmo sendo consertadas. Inclusive recentemente eu soube de um caso de contato em que uma pequena nave, pouco maior que uma motocicleta pousou de emergência diante de uma senhora e seu sobrinho no nordeste. Abriu-se uma portinhola e surgiu um alien, que avisou que: (Tente não rir) acabara o combustível! Sim, meu amigo! Pane seca alienígena! Eis que prestativa, a humana prontamente ajudou o sujeito que inicialmente ela pensou ser um cara deformado e com dedos a menos, a botar sua máquina para funcionar com óleo diesel dos geradores de uma rádio. Hahaha. O alien acenou, agradeceu e decolou! Com combustível terreno! Inclusive o neto dela se pendurou num dos “esquis” do aparelho e ficou pendurado perigosamente no objeto.
Casos como esse me interessam muito pouco pelo que eles podem agregar de provas à ufologia, mas são interessantíssimos de ler.
Mas voltemos ao assunto sério:
Como seria possível que essa coisa exista, se o alumínio metálico não estava sendo produzido pela humanidade até cerca de 200 anos atrás? Ocorre que alumínio metálico não é um produto natural, ele é produzido usando grande quantidade de energia elétrica.
Diante desta constatação, este achado se torna um grande ponto de ruptura no que conhecemos como a história do Homem. Como isso poderia ser proveniente de cerca de 250.000 anos de idade? Se de fato for, então estamos diante de uma descoberta sensacional.
Mas o problema desses ooparts, é que não raro, eles acabam sumindo, ou sua história se reveste com estranhas (eventualmente eu diria convenientes) lacunas. Neste caso, como em muitos outros, os detalhes exatos do achado nunca foram tornados públicos. Segundo diz a história desse particular objeto, a razão para o segredo com relação a origem do artefato misterioso é que ele teria sido escavado na Romênia em seu período comunista, no ano de 1973.
Ao que se sabe, tal descoberta foi feita quando os construtores que estavam trabalhando nas margens do rio Mures, encontraram três objetos que estavam fincados no subsolo, a cerca de 10 metros de profundidade. Este rio não está longe da cidade de Aiud. Como as peças pareciam incomuns e muito antigas, arqueólogos foram recrutados para vê-las imediatamente. Logo, identificaram dois dos objetos como “fósseis” de alguma “coisa”.
Mas foi a terceira descoberta a mais estranha: Era esta peça, que parecia ser de um metal feito pelo homem, embora fosse muito leve. Isso colocava em xeque a hipótese principal de que poderia se tratar da lâmina de um machado.
Todos os três objetos foram enviados juntos para serem analisados por uma junta de arqueólogos em Cluj, a principal cidade da região romena da Transilvânia. Eles rapidamente determinaram que os dois grandes ossos tinham pertencido a um “mamífero extinto que morreu cerca de 90.000 anos atrás”. Mas como você já pode imaginar, o terceiro objeto surpreendeu os especialistas, uma vez que era um pedaço de metal leve demais, e sua forma deixava inequívoca a certeza de que só poderia ter sido fabricado.
De acordo com testes metalúrgicos pelos quais o oopart foi submetido, trata-se de uma peça que foi fabricada provavelmente por fundição, e é composto de 12 metais diferentes. No entanto, o que chamou a atenção mesmo foi sua composição: Ele era 90% de alumínio.
As autoridades arqueológicas romenas dataram o sitio onde o estranho objeto foi localizado e verificou-se que ele parecia ter 250.000 anos de idade.
Os primeiros resultados foram confirmados posteriormente por um laboratório localizado em Lausanne, na Suíça. Mais tarde, outros especialistas conduziram testes e disseram que isso “só poderia estar errado” e sugeriram que a idade do artefato poderia variar entre 400 e 80.000 anos.
Na verdade, isso não resolveu o mistério, uma vez que mesmo que o objeto tenha 400 anos de idade, isso ainda seria 200 anos antes de o alumínio ser conhecido e mesmo ter sido produzido pela primeira vez!
Suas dimensões chamam a atenção: O objeto possui 20 centímetros de comprimento, por 12,5 centímetros de largura e 7 centímetros de espessura. Os peritos ficaram perplexos pelo fato de que o pedaço de metal tem concavidades que fazem parecer que ele foi fabricado como um componente de um sistema mecânico mais complexo.
Obviamente que como eu disse no inicio do post, a maioria das pessoas não se contenta com um mistério e logo precisam explicá-lo, e é daí que surgem as especulações que dizem que essa coisa “só poderia ser” um pedaço de um ufo.
Claro que isso nunca pode ser descartado como uma hipótese. O diretor-adjunto da Associação de Ufólogos da Romênia, Gheorghe Cohal, disse à imprensa local que os testes de laboratório “concluíram que se trata de um antigo fragmento de UFO”, já que os materiais não poderiam ter sido combinados com a tecnologia disponível na Terra.
Pessoalmente acho difícil um teste de laboratório dizer isso. Acho muita “síndrome do agente Mulder”.
O historiador local Mihai Wittenberger afirmou que o item pode ser uma peça de metal de um avião da Segunda Guerra Mundial alemão.
Convenhamos que isso é muito mais provável, uma vez que aviões podem soltar peças, ainda mais aviões de guerra na Guerra. E aviões usam muito alumínio em suas estruturas. O fato é que ainda não se chegou com certeza a uma palavra definitiva sobre que parte do avião e de que avião seria essa. O objeto de metal que eu chamaria de “A cunha da discórdia” está agora em exibição pública no Museu de História de Cluj-Napoca contendo a história completa que foi a causa do debate acalorado.
Interessante notar que no museu há uma nota dizendo que a origem da peça ainda é desconhecida. Talvez um dia possamos descobrir exatamente onde este misterioso objeto se originou e todos dormiremos sossegados até aparecer outro treco fora do tempo-espaço.
Parece dente de pá de escavadeira
O problema é que dentes de pás de escavadeira são feitos de carbureto de tungstênio, não alumínio. Essa seria a pior escavadeira do mundo, hehehe
Oi Philipe, dê uma pesquisada (se é que já não conhece) sobre o trabalho de Michael Cremo, ele publicou um livro chamado “Forbidden Archeology” em 1993 (!!!). Nem vou comentar sobre o trabalho dele pois é vasto e creio ser melhor você avaliar o conjunto todo por si próprio, é bastante interessante. Esse senhor já deu entrevistas em alguns “shows” no YouTube, caso se interesse (conheci o autor através de uma entrevista que ele deu para Kerry Cassidy no canal “Project Camelot”). Creio que seja de seu interesse.
Vou atrás, valeu mesmo!