A gelatina do ET

Ontem eu fui mexer no armário e plaft: Caiu no meu pé um pacote de gelatina que era tão velho que talvez pudesse ter sido servido como sobremesa para Adão e Eva.
Essa gelatina fossilizou aqui em casa e nem sei quanto tempo ela estava morando no armário. Qualquer pessoa normal pegaria e jogaria fora, mas eu parei e pensei:

-Pô eu nunca fiz uma gelatina que não fosse com o objetivo de criar maquiagem de filme. Vou fazer esse troço.

Era uma gelatina de abacaxi. Segui firmemente o que a embalagem dizia para fazer como já faziam os Incas.
Ela resultou num pote de mijo amarelo que parece meu xixi dias antes de ter pedra nos rins.
Coloquei na geladeira meio sem esperança, mas para minha felicidade hoje, a gelatina estava lá! E está uma delícia, estou comendo enquanto escrevo.
Esse caso da gelatina me lembrou um curioso relato envolvendo um possível extraterrestre infiltrado numa cidadezinha que é um puta dum lugarejo nos Estados Unidos. Sabe esses lugares que o Stephen King escreve onde NADA acontece, todo mundo se conhece e qualquer coisa causa espanto nas pessoas? Nego sai de casa para ver um carro diferente passar na rua e tal. Eu já me perdi lá no no interior da Geórgia e passei em uns lugares assim.

Esse caso aparece no conjunto de relatos dos “eventos do Happy Camp” publicados por Jacques Vallee em “Confrontations”. Eles abrangem abduções, neblina sufocante, grandes pássaros incomuns que surgem no lugar, nos moldes dos animais estranhos do Rancho Skinwalker, visões de pequenos seres com capacetes tipo os de soldador, perseguições por jatos, poltergeists, anomalias de gravidade e árvores quebradas. O caso acontece na cidadezinha de Happy Camp que fica na fronteira da California, a 40 milhas de Oregon. Happy Camp é tão minuscula que é só uma rua, como dizem, “uma cidade de primeira”, já que se vc passar a segunda, sai da cidade. Quando o caso ocorreu ela era ainda mais minúscula, tendo só um bar e um café. 

No início de 1976, um estranho que nunca havia sido visto na cidade do nada apareceu no “Café da Lois”. Helen e Pat estavam lá, jantando tranquilamente. Eles contam que toda a conversa parou quando o estranho homem entrou.

Ele parecia vestir roupas duas vezes maiores que o numero dele. Não só isso, ele usava um tipo bizarro de camisa e sem paletó, embora fosse o meio do inverno. Andava de um jeito engraçado. Ele pediu um jantar de bife, mas se provou incapaz de usar uma faca e um garfo. Pat conta que  ele tinha pele pálida e olhos “orientais”. Mas de tudo a coisa mais estranha era mesmo seu comportamento no lugar. Ele sorriu constantemente para as pessoas com uma careta estranha e forçada.

Entre as coisas peculiares que ele fez durante seu jantar extraordinário estava uma corajosa tentativa de beber gelatina de seu vidro. Ele parecia estarrecido de ver que a gelatina não escorria como um líquido, e ficou sacudindo o potinho de forma ridícula, até perceber que todos estavam olhando. Ele se levantou e acabou saindo sem pagar, o que é uma forma segura de ser lembrado pela população local. O homem simplesmente desapareceu, e buscas por ele foram realizadas por gente ligada ao xerife mas ele tinha simplesmente evaporado.

É isso. Gelatina é ótimo! 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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