domingo, dezembro 22, 2024

A medalha olímpica é feita de ouro mesmo?

Todo atleta olímpico, sonha em um dia ganhar a medalha de ouro. Alguns conseguem mais de uma, inclusive. Outros conseguem até entrar para o livro dos recordes como detentores de mais medalhas, que é o caso do nadador Michael Phelps, que tira uma ondinha com suas 22 medalhas olímpicas, sendo 18 de ouro.

Mas então eu estava pensando sobre a medalha de ouro e me ocorreu que seria muito estranho se todas aquelas medalhas la fossem realmente de ouro. Curioso sobre a questão da medalha de ouro das olimpíadas ser de ouro mesmo, eu fui atrás dessa questão:

A medalha de ouro é de ouro maciço, é banhada a ouro ou é so um metal qualquer pintado de dourado?

Para meu espanto, descobri que a medalha de ouro não é de ouro maciço, como eu praticamente ja poderia imaginar, devido às necessidades colossais do precioso metal para dar conta de todas as medalhas de ouro dos jogos olímpicos através dos anos. Mas meu espanto como eu disse, foi descobrir que se ela não é de ouro maciço hoje em dia, mas já foi no passado!

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Aí sim valia à pena ser atleta, hein?

Ocorre que nem sempre, os vencedores dos jogos olímpicos ganhavam medalhas. No início da era dos jogos, os vencedores eram homenageados com uma coroa de ramos de oliveira. Acredita-se que essa forma de premiação remonte ao Heracles, que teria criada coroa para homenagear os vencedores de uma corrida feita em homenagem a Zeus. Com o passar dos anos, essa coroa de ramos de oliveira foi mudada para a premiação com medalhas. Os competidores passaram a ganhar medalhas de ouro, prata e bronze em 1904. Desse ano em diante a premiação passou a ser com a famosa medalha de ouro.

Ao que me parece, essa premiação com medalha visava apresentar um valor aos Jogos Olímpicos porque desde meados do século dezoito as medalhas de ouro passaram a ser usadas para agraciar vencedores nas artes, como, por exemplo, a Real Academia Dinamarquesa de Ciências, que as concedia geralmente como um símbolo de um prêmio para dar a um estudante excepcional alguma liberdade financeira.

Muitas vezes, a medalha de ouro tinha mais prestigio que valor financeiro propriamente dito. Apesar da medalha olímpica não ser mais de ouro maciço, como foi até o ano de 1932, nas Olimpíadas de Estocolmo, ainda hoje existem algumas premiações onde rolam medalhas de ouro de verdade. Entre as diversas organizações importantes que concedem medalhas de ouro anualmente ou esporadicamente, estão as Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e várias sociedades acadêmicas.
Há até medalhas de dois ouros diferentes, como a do prêmio Nobel. No caso, as medalhas do Nobel consistem de 18 quilates de ouro verde revestidas com ouro de 24 quilates.

O premio Nobel é de ouro maciço!
O premio Nobel é de ouro maciço!

Há também muitas medalhas que são compostas de ouro e outros metais mais baratos, como a prata.

A medalha de ouro das Olimpíadas são feitas de prata de lei, banhadas a ouro. Elas tem 60 mm de diâmetro e 3 mm de espessura, e cada medalha de ouro olímpico contém 6 gramas de ouro puro em seu revestimento. Geralmente, o design da medalha de cada olimpíada é feito pela cidade-sede, mas está sujeito à aprovação do Comitê Olímpico Nacional (CON). Em geral, a responsabilidade da cunhagem das medalhas é da cidade-sede dos Jogos.

Uma coisa que eu não imaginava até começar a fazer a pesquisa deste post, era por que razão o ouro a prata e o bronze haviam sido escolhidos os metais da premiação. Por que não o ferro, cobre, níquel ou cromo? O mundo está repleto de metais, alguns são até muito mais valiosos que o ouro, como a platina, o irídio e o paládio.

A explicação para os metais é simbólica. Estes metais designam as três primeiras fases do homem na mitologia grega: a Idade de Ouro, quando o Homem vivia em meio aos Deuses; a Idade de Prata, quando a juventude durava uma centena de anos, e a Idade de Bronze, a Era dos heróis.

De onde provém o ouro olímpico?

Embora a medalha de ouro não seja mais maciça desde a década de trinta, há ainda uma quantidade considerável de ouro revestindo todas as medalhas de ouro, o que me levou a querer saber de onde ele vinha. Imediatamente me veio à cabeça que talvez o Comitê Olímpico Internacional comprasse esse ouro no mercado, já que o ouro é extraído em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Aliás, se extrai tanto ouro aqui que talvez você se impressione de saber os números dessa extração. A gente passa anos no banco da escola ouvindo do nosso professor de História que os portugueses vilipendiaram o Brasil, levando todo nosso ouro para Lisboa e um monte de nhé-nhé-nhé do Brasil Colônia. Assim, sendo seria imaginável que os Portugueses tivessem levado TODO nosso ouro embora para a Europa.

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Mas isso é uma idiotice que NUNCA esteve tão longe da verdade. O Brasil tinha ouro pra caralho. Fomos o maior exportador mundial do metal. Aqui tinha tanto ouro, que não é por acaso que ele está lá no losango da nossa bandeira Nacional. Graças à perfeição contábil dos portugueses, sabe-se hoje que em todo o século XVIII o Brasil mandou para Portugal cerca de 800 toneladas de ouro. Mas extraiu-se MUITO (horrendamente muito mais) que essa quantidade correspondente a uma manada de cem elefantes de ouro maciço. Muito ouro extraído aqui ficou por aqui mesmo, já que o mercado negro do ouro comia solto, e também porque a sonegação de impostos está entranhada lá na nossa cosmogênese nacional.

Muito ouro circulou de forma ilegal e ficou na Colônia, mas como era ilegal, não se sabe quais as quantidades. Uma pequena fração ficou aqui ornando nossas suntuosas igrejas.

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Santa do Pau oco

O fato é que com o aperfeiçoamento dos métodos de extração e mineração, o Brasil viu sua extração anual bater na casa das 100 toneladas anuais, ou seja, em oito anos o Brasil extraía a mesma quantidade que antes levava cem anos para se extrair! Só que isso não durou muito. Lentamente, as jazidas mostraram sinais de desgaste. A produção começou a cair rapidamente, e pulamos do primeiro lugar para o décimo primeiro em extração desse metal. Depois dos anos 2000 as extrações voltaram a aumentar ano a ano, mas em ritmo lento, na media de 60 toneladas/ano.

É muito provável que ainda exista ouro pra dedéu no Brasil, mas em baixo da Terra ainda, esperando ser descoberto. Uma coisa que me impressionou é saber o quão pouco ouro existe de fato no mundo. Vendo joalherias, lojas e “mulheres rycas” desfilando com ouro ao ponto de poderem ser confundidas com uma árvores de natal, podemos pensar que tem ouro a dar com o pau, mas isso pode ser um erro de percepção. A indústria consome muito ouro. No seu celular aí, perto de você, tem ouro, bem como no seu computador aí, também tem. Há muito ouro escondido em coisas que nem imaginamos. A parcela mais visível estão nas joias, obturações, dentes de ouro, relógios e até no vaso sanitário daquele Rapper chegado em mostrar que “está podendo”. Mas ainda assim, num nivel mundial, é pouco pra caramba.

Todo o ouro do mundo cabe numa sala

Tem gente que não acredita em mim quando eu conto isso. Mas é verdade: Todo ouro em circulação no mundo, se derretido e montado em barras, caberia numa sala! E nem é uma sala monumental, é uma sala com paredes de vinte metros de cada lado. Segundo dados da consultoria Thomson Reuters, haveria hoje 171,3 mil toneladas de ouro no mundo. Assim, essa quantidade caberia em uma sala quadrada com paredes de 20,7 metros de comprimento e somente 9,8 metros de altura!

Acredite se puder, todo o ouro extraído pela humanidade em TODOS OS TEMPOS é menor que a quantidade de Ferro que extraímos do solo num único dia!

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O problema com essas métricas de quanto ouro tem por aí, é que o ouro está sendo explorado há mais de 6 mil anos. É difícil de contabilizar um metal que pode ser derretido e acabar sendo contado em duplicidade. Assim, as estimativas variam bastante, indo de 155 mil toneladas a 2,5 milhões de toneladas. Obviamente isso não leva em conta o que tem no subsolo ainda não descoberto, já que nem a Mãe Dinah e nem o Nostradamus trabalham para essa consultoria.

Muitas postam que pode haver bem menos ouro do que a consultoria sugeriu, mas há quem duvide veementemente, e com argumentos bem convincentes. Um deles é Jan Skoyles, da Real Asset Company que gosta de lembrar um detalhe:

“Só na tumba de Tutancâmon, o seu esquife pesa 1,5 tonelada de ouro! Imagine então o ouro de outras tumbas que foram saqueadas”

Faz sentido. Outra questão é que uma consultoria só pode levar em conta dados oficiais, embora o ouro seja o metal preferido justamente de todo mundo que quer manter seu preciso metal amarelo longe dos olhos do Leão!
E isso é assim desde sempre, como Jean bem nos Lembra. Ele também aponta outros detalhes importantes, para justificar que acha que os cálculos totais são equivocados. A China, por exemplo, nunca deixou claro quanto de ouro possui. Sabe-se que possui muito. Mas quanto, é uma informação sigilosa e estratégica do governo Chinês.

As consultoras também não alcançam as minerações ilegais de ouro, como as da Colômbia e Brasil. O Gold Standard Institute, fala em 2,5 milhões de toneladas no mundo, e a própria instituição admite que seus cálculos se baseiam em indícios frágeis e são de alguma forma especulativos.
Mas se tratando de ouro, o povo gosta de chutar. E chutam até o que ainda não foi descoberto!

De acordo com o US Geological Survey, haveria cerca de 52 mil toneladas de ouro ainda para ser explorado pelo planeta afora.

Sabe-se que até hoje, a maior parte do ouro já extraído da terra vem sendo reciclado – com peças fundidas que ganham novo uso. Todo o ouro já extraído ainda existe. Isso significa que se você tem um relógio de ouro, parte desse ouro pode ter sido extraído pelos romanos há 2 mil anos. O ouro da aliança do seu pai poderia ter sido parte do tesouro roubado de algum faraó, que depois foi dente de ouro de um judeu, foi parar nas mãos de contrabandistas do partido nazista, deu a volta ao mundo no pescoço de uma diva de hollywood, foi roubado, derretido, virou jóia, foi derretido mais três vezes,  e veio parar no dedo dele…

…Ou talvez seja uma parte da Jules Rimet

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Se o ouro pudesse falar, teríamos histórias incríveis para ouvir todos os dias!
Até hoje, o ouro foi apenas coletado, estocado, vendido, derretido, vendido novamente, e reestocado. Mas não será assim no futuro. Hoje parte do ouro explorado vai para a industria de tecnologia, sendo usado em circuitos e chips, como eu já disse. A merda é que uma parte imensa desse ouro todo se perde no processo. Ocorre que os componentes eletrônicos usam o ouro, porque ele não oxida, e isso o torna perfeito para certos componentes, como conectores. O problema é que os robôs que fazem os gadgets de hoje usam microscópicas quantidades, tornando quase inviável a recuperação e reciclagem desse ouro.

Segundo o British Geological Survey, essa demanda da tecnologia por ouro representa 12% da atual produção mundial.

De volta à medalha de ouro olímpica

Pesquisando sobre o ouro olímpico, vi que cada país que sedia os jogos é responsável pela compra do ouro, mas as quantidades e especificações da fabricação das medalhas são as mesmas. Há uma grande chance de que o ouro da medalha olímpica provenha de um fornecedor de ouro. No mundo existem alguns muito grandes. São corporações multibilionárias, que extraem e revendem o metal. Uma das maiores fica na Russia, na sibéria oriental. A Russia é um dos países que mais tem ouro no planeta.


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A mina de ouro “olímpica” – é o apelido dela – está localizada no distrito de North-Yenisei da região de Krasnoyarsk da Rússia. É uma das maiores jazidas do planeta, e, ao mesmo tempo, uma das minas com as mais difíceis condições de mineração no mundo.

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Os depósitos de ouro são localizado a 80 km da cidade de Severo-Yeniseysk.
O Total de reservas de ouro são estimados em 417 toneladas. Essa jazida foi descoberta em 1975, e desenvolveu-se desde o início dos anos 80. A mina é um buracão que chega a uma profundidade de 550 metros (mas isso vai aumentar porque neste exato minuto em que você lê este post, eles estão cavando lá).

 

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Ouro é bom, todo mundo gosta, mas é uma merda para tirar esse metal do solo. Para produzir uma tonelada de minério é preciso estourar e remover 40 toneladas de resíduos de rocha! Na sibéria a merda aumenta, porque devido ao inverno polar, eles tem uma janela estreita de trabalho antes do solo congelar e ficar inviável escavar.

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No entanto, a escala de produção na mina dos Jogos Olímpicos é única: a extração de ouro do minério bate em acachapantes 80%! Para a remoção de tanta pedra e detritos, a mina emprega caminhões basculantes Caterpillar com capacidade de carga de 136 toneladas. Um bichinho monstruoso que parece o Hulk dos caminhões.

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Mas o investimento vale à pena, já que levando grandes quantidades, esses caminhões rumam para o distrito industrial ao lado da mina, onde eles são descarregados em gigantescos britadores, que vão fragmentar essas pedras, e misturá-las com outros minerais, que ajudarão no processo de depuração do ouro.

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O passo seguinte é jogar tudo num forno monumental que vai liquefazer o ouro. Esse ouro derretido escorrerá como água por uma calha e encherá moldes especiais formando os famosos lingotes.

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Cada lingote terá 92,96% de pureza. Nada mal hein?

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O mais louco é saber que este ouro não estava lá “desde sempre”…

 

Antes de ir parar na Rússia, onde estava esse ouro todo?

Em resumo? No espaço!

Acredita-se que o sistema solar foi formado a partir dos restos de uma supernova que estourou em algum lugar nas proximidades. Nas profundezas das estrelas antigas ocorre uma fusão de elementos químicos mais pesados que o hidrogênio e o hélio. Mas sabemos hoje que nos núcleos das estrelas não podem ser sintetizados elementos mais pesados do que o ferro. Quando o núcleo da estrela produz o ferro, ela explode. Assim, sabe-se que o ouro não poderia ser formado como resultado de reações termonucleares nos núcleos das estrelas.

Assim, onde é que este metal foi fabricado no universo?  Aqui:

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Tentando responder a essa pergunta, muitos astrônomos quebraram a cabeça e queimaram a mufa. Sabe-se que o ouro não pode ser produzido nas estrelas. Mas ele pode ser formado como um resultado de umas puta duma catástrofe cataclísmica que é tão monstruosa que sua mente humana é incapaz de conceber!

Essas explosões são putaqueopariumente ferradas de cabulosas, e são chamadas “explosões de raios-gama” (GW). (Raio-gama é aquele que você sabe, é tão foda que gerou o Hulk!)

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Astrônomos tem vigiados explosões de raios gama. Estas observações dão uma boa razão para acreditar que o flash poderoso de radiação gama produzida pela colisão de duas estrelas de nêutrons – formados por núcleos de estrelas que morreram na explosão de uma supernova – é tão cabuloso energeticamnete que poderia ser o responsável por criar os elementos pesados mais diversos, entre eles, o ouro.
E não é poco ouro não, mané! É ouro bragarai soltinho lá no espaço!

“De acordo com nossas estimativas, a quantidade de ouro, formada e lançada ao espaço durante a fusão de duas estrelas de nêutrons, pode ultrapassar facilmente mais que 10 vezes a massa da Lua”, – disse o principal autor do estudo Edo Berger, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (CfA) numa conferência de imprensa CfA em Cambridge, Massachusetts.

Imagina que colosso: Mais de dez LUAS de ouro voando por aí!

Só pelo “efeito colateral” que é a produção de ouro, você pode ter uma ideia do que é a cabulosidade de uma explosão de raios gama (HS). O brilho dessa explosão pode durar dias e dias sem parar. Felizmente, a explosão desse tipo mais perto da gente é o objeto GRB 130603B, que está a 3,9 bilhões de anos-luz de distância daqui.

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As explosões de raios-gama existentes são de dois tipos: curtas e longas. Elas ganham este nome devido ao tempo do flash de luz que emitem. A GRB 130603B foi curtíssima, com um brilho de menos de dois décimos de segundo.
Parece “café pequeno“, mas quando você considera que esse brilho de dois décimos de segundo ejetou uma massa equivalente a UM CENTÉSIMO DO SOL só de ouro no espaço, a gente tem que pegar o queixo no chão e torcer para uma dessas não acontecer aqui mais perto.

Muitos cientistas estudam isso porque – porra a curiosidade é foda, né? Nego quer saber quanto ouro tem no UNIVERSO, véio!

Eles podem fazer isso estimando a quantidade de ouro formada durante o GW, multiplicando pelo número de explosões que ocorreram na história do Universo (não me pergunte como eles sabem esta variável).

Há ainda uns cientistas tão doidos que após um porrilhão de cálculos sobre peso atômico e dados de composição química dos minerais e metais do nosso planeta, estimaram quanto ouro teria no NÚCLEO da TERRA.
Eu não preciso repetir que tem ouro pra C-A-R-A-L-H-O!

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Segundo eles, durante a formação da terra, a enorme bola de ferro fundido que era o nosso planeta, atraiu todos os elementos mais pesados para seu núcleo. Assim o nucleoi da Terra é um sopão cremoso e quente de ouro, platina, urânio e etc. Estima-se que os metais preciosos no núcleo seriam suficientes para RECOBRIR TODO O PLANETA com uma camada de quatro metros de espessura de ouro!

Então, lá no centro da Terra tem uma fortuna em ouro e que vai ficar lá até o dia que nosso planeta for vaporizado por um incidente espacial, já que é inviável ir até lá pegar essa grana preta. Aliás, se tanto ouro for extraído, ele vai perder o valor comercial e passará a valer tanto quanto o cobre, ou até menos… De modo que é até bom que essa grana fique lá.

Outra corrente teórica especula que a Terra não tem ouro nenhum lá no núcleo, ou se tiver, pode ser pouco. Segundo esses pesquisadores, o ouro terrestre pode ter uma origem similar a da nossa água. Chegou aqui por cagada. Uma enorme chuva de meteoros trouxe diversos metais e os depositou pelo planeta afora. O gelo espacial virou agua. E o ouro foi recoberto pela terra ao longo de milhares de anos.
A hipótese do ouro vindo em asteroides é válida.

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Para testar esta teoria, Dr. Matthias Villbold e o Professor Tim Elliott da Escola de Ciências da Terra de Bristol fizeram uma expedição até a Groenlândia. Lá o professor da Universidade de Oxford Stephen Murbatom coletou rochas que datam de cerca de 4 bilhões de anos. Essas rochas antigas fornecem uma imagem única da composição do nosso planeta pouco depois da formação do núcleo, mas antes do bombardeio dos supostos meteoritos de ouro. Com base no teor de tungstênio nas amostas, sabe-se pela análise dos isótopos, uma série de informações que permite desenhar como era o planeta logo depois da formação do núcleo da Terra. O Dr, Villbold diz que os resultados apontam para a provável queda do ouro em meteoros.

Dr. Villbold continua: “Nossos resultados mostram que a maioria dos metais preciosos no qual baseamos a nossas economias e muitos dos principais processos de negócios, foram trazidos ao nosso planeta por uma feliz coincidência, quando a Terra atravessou uma área repleta com cerca de 20 quintilhões de toneladas de material de asteróides.”

Assim, poeríamos esperar que houvesse muito ouro na superfície, mas isso é porque esquecemos que a Terra é uma planeta em permanente mutação. No curso do desenvolvimento da Terra nos últimos bilhões de anos, o ouro que estava na superfície entrou em um ciclo de rochas, aparecendo na superfície e, novamente, escondendo-se nas profundezas do manto superior.

A origem do ouro sempre foi uma questão difícil de ser explicada pela ciência, porque, ao contrário dos elementos mais leves como o carbono e ferro, ele não pode ser formado diretamente no interior da estrela.

Os alquimistas do século XX

Hantaro Nagaoka
Hantaro Nagaoka

Na busca por entender de onde vem o ouro da medalha olímpica, cheguei a curiosa informação sobre processos de “fazer ouro”.
Em 1924, um físico japonês, chamado Hantaro Nagaoka conseguiu fazer ouro! O feito foi repetido em 1941, pelos físicos americanos A. Scherr e KT Bainbridge Harvard, que começaram a irradiar com nêutrons elementos do ouro – o mercúrio e a platina. O plano era simples: Descobrir um jeito de fazer ouro em laboratório sem precisar da Perda Filosofal da Idade Média.

Demorou pra dedéu, e a explicação de como eles faziam isso era enorme e eu confesso que pulei. O fato é que eles conseguiram! Fizeram ouro. O processo foi feito utilizando apenas os isótopos de mercúrio-196. Este isótopo é raro o suficiente – 0,15% do mercúrio na terra é esse. Ele deve ser bombardeado com nêutrons para obter uma amostra de um outro tipo de mercúrio, o mercúrio-197, que devido a sua baixa estabilidade, funciona como uma esponja de capturar elétrons. Quando isso se completa, ele vira um ouro estável!

No entanto, os cálculos mostraram que se você usando 50 kg de mercúrio, após uma trabalheira insana e caríssima, obterá apenas 74 gramas de mercúrio-196. Para a transmutação em reator de nêutrons, o fluxo do ouro pode dar nêutrons em 10 a 15 graus por metro quadrado. Dado o fato de que 74g de mercúrio-196 contém cerca de 2,7 a 10 nos átomos de grau 23, para a plena transmutação do mercúrio em ouro seria preciso quatro anos e meio!

Assim, é claro que o negócio é tão inviável que o ouro sintético vale infinitamente mais do que o ouro vindo do espaço que conhecemos. Isso significa que, para a formação de ouro no espaço, é preciso também de um gigantesco afluxos de nêutrons. Somente uma explosão de duas estrelas de nêutrons poderia gerar escala para produzir ouro em quantidades “cósmicas”.

Assim, os estudos de fazer ouro como os alquimistas queriam, serviu muito mais para comprovar as hipóteses da astrofísica do que para deixar cientistas nadando no Dindim.

Se bem que se eu fosse cientista e tivesse feito ouro em laboratório eu seria o primeiro a falar um monte de coisa incompreensível para alegar que é muito difícil, hehe.

Mais detalhes sobre o ouro

Cientistas alemães calculam que a Terra foi bombardeada com meteoros com ouro mesmo. Só que a sanha desses caras por saber sempre “quanto” nunca acaba… Eles queriam calcular quantos meteoros de ouro caíram na Terra. Segundo cálculos estimados, precisou de apenas 160 asteroides metálicos com um diâmetro de cerca de 20 km cada. Os peritos referem que a análise geológica de vários metais preciosos mostra que todos eles caíram no nosso planeta aproximadamente ao mesmo tempo, mas a Terra não tinha condições de produzir uma infinidade de metais pesados. Assim, sabe-se que seja la quando eles caíram aqui, é certo que vieram de fora.

WaterDrop

Outra curiosidade interessante é que uma parcela substancial de ouro da terra acabou dissolvida, fragmentada e triturada em grânulos tão pequenos que foram levadas pela chuva para rios e mares. Dessa forma, em cada litro de água de todos os rios, mares e oceanos, há ouro! Cerca de 0,02 miligramas de ouro por litro.

Bom, vou ficando por aqui porque o post já esta meio grande, e acho que ninguém vai ler. Mas foi divertido de pesquisar mesmo assim.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.
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Comentários

  1. Está errado! Eu li :3

    Agora, falando sério, eu nunca tinha parado pra pensar que a medalha não era feita de ouro! Caralho, se eu correr 42km eu quero pelo menos alguma coisinha pra garantir meu futuro :D

  2. Ha, ha! Ninguém vai ler. Essa foi boa! Mas foi mesmo muito esclarecedor suas pesquisas. Mas me ocorreu uma coisa: Dado às especulações de que pode haver ouro no espaço, e claro, em outros planeta também, o que aconteceria se os astronautas,(ou pseudos exploradores do espaço) uma vez conseguindo encontrar essas jazidas espaciais, começassem a trazer esse ouro para o nosso planeta?( Isso também se aplica a outros metais conhecidos ou não e que poderiam ter alguma utilidade potencial)? A pergunta versa sobre desequilíbrio, será que precisaria uma grande quantidade de material extraterrestre para mexer com nossa estabilidade espacial? Anos e anos de transporte… uma hora…fiiiiiuuuu… ou CATIRIBUUUUMMM?

  3. Excelente texto, parabéns! Acompanho o blog há um bom tempo e nunca tinha comentado, mas como disse que ninguém ia ler, quis provar que li. Grande abraço!

  4. Há, há. Ninguém vai ler. Essa é boa! Até parece!
    Mas a respeito desse assunto. . O que, na sua opinião aconteceria se os astronautas (ou exploradores do espaço) localizassem algum desses pseudôs planetas ou jazidas espaciais com potencial aurífero e começassem a transportar para a terra esse material (incluindo outros minerais, metais, com qualquer tipo de utilidade relevante) ? Estou falado dentro do aspecto equilíbrio, aja visto que segundo alguns estudiosos, nosso planeta está atrelado a uma quantidade de matéria e que a possível variação dessa matéria para mais ou para menos, poderia acarretar algum tipo de desequilíbrio horbital, por exemplo. Pense que a ganância ou necessidade tecnológica fosse responsável por um grande intercâmbio de material extraterrestre…um dia…lá num futuro distante. …CATIRIBUM….???

  5. Claro que o CATIRIBUM é fato concreto. Um dia tudo aqui vai acabar. MAs falamos de antecipar esse fim em, quem sabe, milhares de milhares de anos.

  6. Falando de aliens, se são amigos ou inimigos? Já sabe o que acontece quando uma civilização mais evoluída confronta outra menos desenvolvida não é! Se pensa que eles virão com braçadas de presentes…virão sim. Como os portugueses fizerem com os índios aqui do Brasil num passado não muito distante. Pra depois… ( aquele gesto de pegar por trás ). Assim vai ser. E você? Está impaciente com a demora deses (possíveis ) contatos?

  7. Philipe vc é a unica pessoa q consegue fazer um post sobre medalhas virar post sobre física e curiosidades sobre extração de ouro!!! Vc é foda cara!! Muito interessante o post..

    Obs. Eu gosto de posts grandes.

  8. Bacana o post! Só vou dar uma contribuição: as medalhas de ouro (maciço) pararam de ser fabricadas para as olimpíadas desde a edição de 1912 em Estocolmo (Suécia)! A de 1932 foi em Los Angeles (EUA). É um errinho de datas que venho percebendo em muitas postagens sobre a história das Olimpíadas. Abraços

  9. Philipe, parabéns pelo post.

    Fui buscar um informação sobre a medalha de ouro e obtive uma aula muito bem feita sobre este metal precioso. Se os outros post que vc fez tiver a mesma qualidade…vou ter muita coisa para ler daqui pra frente.
    Parabéns mais uma vez.
    Foi show seu post.

    Gilberto – Guarulhos

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