quarta-feira, dezembro 18, 2024

Águia de aço – aventura no cinema

Eu tinha ido ver o filme água de Aço com meu primo Guilherme (aquele do episódio pitoresco do cemitério) toda vez que a gente se juntava dava alguma merda. Foram dezenas de merdas de todos os tipos ao longo da juventude.
Naquela tarde de sábado fomos ao cinema ver um filme chamado “Águia de Aço”. Era aquele tipo de filme de caras durões pilotando jatos com bombas explodindo jipes. Uma coisa que precedeu Top Gun. Nós chegamos cedo. Era época de férias e a fila para ver o Águia de Aço era enorme. Uma molecada doida. Eu estava totalmente interessado em ver os combates. Naquele tempo eu montava aviõezinhos de plástico da Revell e sonhava em ser piloto de caça. Escolhemos meticulosamente o lugar para assistir o filme. Bem no meio da tela. Quando nós sentamos, estávamos eu de um lado, o Guilherme do outro e o Tio Arlindo, que levou a gente no cinema no meio.

Entrou um casal e sentou bem na frente do Guilherme e do Tio Arlindo. Eu sorri por dentro, porque eu sabia que geralmente o lugar ao lado de casais costuma acabar vazio. Estava tudo perfeito. Na minha frente, apenas a tela.
Quando começou o trailer, eu já não podia conter a emoção. Faltavam poucos segundos para a emocionante perseguição de jatos começar.
Bem… Já ouviu falar de “lei de Murphy”?
Pois é. Entrou um cara com um cabelo que era igual ao do SideShowBob dos Simpsons. lentamente ele entrou pelo canto da minha visão periférica e ocupou todo o espectro visível com sua cabeleira de dar inveja ao mais imundo dos esfregões de chão do Mc Donalds.
Bem assim ó:

sideshowbob | Aventuras | Aventuras, cinema
Onde que o puto sentou? Isso mesmo, na MINHA FRENTE. O pior é que quando o cara sentou o cinema tava lotado. Já não rolava mudar de lugar.
Resultado, tive que ver o filme que eu tava LOUCO pra assistir atrás daquele TUFO de cabelos que era igual a um coqueiro.

Eu não lembro de praticamente nada daquele filme. Só de uma coisa. Do puto do cabelo duro e do episódio do milho.

No meio do filme, havia uma cena em que rolava um bombardeio. Um jipe saiu capotando. Eu sentia que ia cair sangue em mim. Lembro que só voltei a me sentir assim na cena a pancadaria generalizada do filme Coração Valente, anos depois.
Um jipe explodiu, virando cambalhotas em chamas na tela e subitamente, uma coisa molhada caiu no meu colo.
Eu quase morri do coração. Achei que era o braço do motorista do jipe. Mas não. Era pior.

Era um milho.

Bem, um sabugo de milho, totalmente comido. Algum filho da puta tacou o milho pro ar e caiu bem no meu colo. Agora veja você. Com aquela porrada de cabeça no cinema e o milho infectamente babujado cai no colo de quem? No meu.
Como se não bastasse isso, tinha aquele corno alto na minha frente.
Eu comecei a sentir uma raiva… Uma raiva filha da puta, que foi crescendo, crescendo… me absorvendo, até que enfim eu peguei aquela porra de milho e desferi uma PORRADA COM TODA FORÇA na cabeça do SideshowBob bem na minha frente. Foi um porradão violento. Sem piedade. E em seguida abaixei e fiquei com cara de quem tava vendo o filme. eu não olhei nos olhos dele para não me incriminar. Olhava ao longe como se visse compenetradamente o filme.
O Side Show Bob levantou da cadeira. Ele devia ter uns dois metros, fora o tufo. Ele olhou pra trás. Lá pra trás. Bem pra trás. Tentou gritar:
– Quem foi o filho da puta que jogou esse milho???
Eu, incólume continuei quietinho. O povo do cinema começou a vaiar o cara que levantou gritando para sentar e tal. E ele sentou. Aliás, ele praticamente deitou na cadeira e enfim eu pude ver a cena final e um pedaço dos créditos.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Hehehe
    Eu sempre tive vontade de jogar o que estivesse na mão na cabeça do cara da frente…
    Mas pra mim, pior do que isso é criança chutando minha cadeira, ou falando durante o filme… muito chato.
    Ps. Acabo de ler todos os arquivos do blog,e agora eu posso dizer de carteirinha: Tu é mto doido!!!
    Mas adoro suas histórias… Principalmente as que passam em Niteroi, porque rola uma identificação…
    Bjs
    Diana

  2. Você tem de escrever textos de comédia, piadas, tirinhas…

    Engraçado demais, eu ri demais no “episódio” do Náufrago; esse foi demais também.

    Valeu!

  3. Pois é, eu também sempre tinha esta “sorte”, sempre sentava um imbecil cabeçudo (ou cabeludo, ou alto demais) na minha frente… Graças a Deus inventaram as salas Stadium (as do Cinemark são boas), e eu prefiro pagar mais caro pra assistir ao filme numa boa…

  4. HARRRÁÁÁÁÁ….ENTÃO FOI VOCE QUE ME BATEU NA CABEÇA AQUELE DIA EM SEU FILHO DA PESTE…AGORA QUE TENHO SUA FOTO NO BLOG VAI SER FACIL TE ACHAR…VOU ENVIAR UMA ESPIGA DE MILHO NO SEU RABO PRA DESCONTAR O QUE FEZ COMIGO PRAYBOY DU CARAI…VAI TOMAR NO ORKUT

  5. Hehehe muito boa… Lembrei do show dos Stones em Copa, aconteceu o mesmo com as meninas que inventavam de subir nas costas dos namorados. Mas não era milho, eram latas de cerveja e garrafinhas de Ice.

    Abraço.

  6. huahauhauhauahua mto boa essa história Philipe. Eu já passei por uma situação como essa, e a vontade de arremessar algo é quase incontrolavel..hehhehe

  7. Mt boa a hístoria como todas as outras =D mas foda msm é tu ir no cinema e aparecer akela propaganda de desligar celular na hora do filme e os retardado não desligam , não sei pq eles acham que os outros pagaram ingresso
    pra ficar escutando as conversas deles >.< ou pior o cara já assitiu o filme e vai só pra sacanear msm, tipo o cara vai narrando o filme, "Dps dessa cena o cara morre", dá vontade de matar o cara ou mais prático tacar alguma coisa nele ( mas esse só vale se ele tiver sentado na sua frente=( )

  8. Antigamente os carinhas vendiam essas coisas na porta dos cinemas. Coma ida dos cinemas para os shoppings e a transformação dos cinemas de bairro em igrejas universal, isso não acontece mais. Hoje os caras não deixam entrar com comida nos cinemas. ( se bem que outro dia entrou um cara com uma pizza maracanã numa caixa para viagem e uma big coke no cinema do Niterói shopping) foi um cheiro de pizza ferrado durante todo o filme.

  9. hahaha,eu ficaria com remorço de tacar um milho na cabeça desse Bob Marley…
    Pow, ja rolou um encomodo comigo também,em um cinema.
    Eu estava assistindo piratas do caribe 3,na maior empolgação,quando sinto uma coisa mole encostar no meu cutuvelo,coloco a mão la para ver oque é,me deparo com uma coisa roliça…olho para ver oque é…E oque é?
    Um dedo,e pior,é um dedão,do pé…(pensou besteira, né?)
    O objeto se mexe,vai saindo de perto do meu porta braço(sei lá como se xama aquele negocio de apoiar o braço)
    Vou seguindo ele com o olho,e me deparo com uma mulher, descalça que me diz:
    -Desculpa
    -Sem problemas.Eu respondo.
    (Mentira),tem problema sim…
    A minha mão ficou fedendo e eu não tive mais coragem de colocar a mão no saco de pipocas…
    E tem outra,a mulher era feia,maldita lei de murphy!

  10. Cara,

    Me diga, quantos anos vc tem?
    Deve ter mais de 40 pra assistir “Aguia de Aço” no cinema e ainda montar kits da Revell.
    Tudo que vc fala acho que só eu e uns 2 ou 3 entenderam.
    Tem um monte de gente que comentou e nem sabe do que se trata.
    Abraço

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