Pelo que eu sei isso é o nome de um prato. É erroneamente considerada a palavra de maior tamanho no mundo. A verdadeira maior palavra do mundo é o nome completo da síntese triptofânica da vitamina A, cuja grafia ocupa nada menos que 38 linhas de caderno! Eu vi no guiness. Mas eu (obviamente) não sei escrever isso tudo. Se achar coloco aqui. —>(modificado dia 07/02/2006) Achei! Mas está no Guiness de 1974 e não tô com saco de ficar estrevendo um porradão de consoante inútilmente. Então imagine 38 linhas com um monhte de consoante sem sentido. É isso.
Você se considera muito esperto quando diz que a maior palavra da língua portugesa é: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico
Ok, é tão grande que não dá pra dizer. Mas você comenta algo sobre ser a palavra que resume uma doença causada pela inalação de cílica de origem vulcânica.
Eu também não. Mas talvez você já tenha recebido por email aquelas imagens da arte desse cara. Ao que parece, Julian é um artista inglês que usa pastel seco e pinta no chão das calçadas de vários países, como EUA, Alemanha, Londres, França, Bélgica e etc, imagens impressionantes. Até aí nada demais. Tem neguinho pintando em troca de trocados nas esquinas de todas as cidades do mundo, mas neste caso em especial Julian merece o destaque gumper, porque ele simplesmente pinta calculando a distorção perspectiva. O que significa isso? Significa que o trabalho dele só pode ser compreendido ao olhar de um único e determinado ângulo. Tudo parece funcionar perfeitamente e o elemento salta tridimensionalmente para o primeiro plano. Corrigir a perspectiva no mundo real é dificílimo e tá aí o destaque para o trabalho inacreditável desse cara.
De todas as alterações da mente, as alucinações são um prato cheio.
As alucinações liliputianas então, são sensacionais. Elas tem este nome, porque como você entenderá mais tarde, se baseiam na história de Gulliver, escrita por Swift. ( Vai, puxa pela memória aí. Gulliver era aquele garoto que sobreviveu a um naufrágio e foi parar numa ilha. Ao acordar, viu-se cercado de milhares de homenzinhos minúsculos que o amarraram, mas depois ele ficou amigo dos homenzinhos e foi tratado como um gigante…)
Uma alucinação liliputiana é basicamente assim:
O paciente acordou e ao olhar no canto da parede, viu estupefato, que ali estavam dois pequeninos homenzinhos a olhar para ele e acenar. O paciente acenou de volta pra eles, embora não entendesse como dois homens poderiam ser tão minúsculos, com dois centímetros de altura apenas. No decorrer dos dias, o paciente começa a desenvolver uma relação com os homenzinhos, que agora começam a trazer mais e mais pequenos seres para vê-lo. Em alguns casos, o paciente se alegra ao ver os homenzinhos fazerem acrobacias e palhaçadas. Com o tempo, o paciente descobre que os homenzinhos saem de uma pequena fresta na parede, por onde uma tomada em curto havia sido arrancada. (os homenzinhos geralmente são descritos saindo de buracos, fendas, rachaduras ou portinholas minúsculas que simplesmente surgem do nada.)
Gulliver capturado no reino de Liliput – a origem do termo
As alterações liliputianas são dotadas de uma coloração intensa, como se a redução do tamanho dos seres implicasse em uma maior saturação dos tons, mas isso não impede a sensação de realismo, que é altíssima, com os homenzinhos obedecendo princípios de perspectiva, relevo, iluminação… O comportamento dos homenzinhos em geral é afetado, teatral. Com um certo ar cerimonial e circense.
Na grande maioria das vezes, a alucinação liliputiana não inclui um grau de interação alto entre o paciente e os homenzinhos da visão, sendo apenas limitado a observação e contemplação. Eventualmente um diálogo. Na maioria das vezes, não se entende o que os homenzinhos dizem, por ser baixo demais ou em uma língua desconhecida. No geral, relacionam-se por sinais.
Se eu tivesse que sofrer uma alucinação sem dúvida eu gostaria que fosse esta.
Bom, você deve estar se perguntando que diabo de maluquice é essa que me deu de escrever sobre uma alteração mental. Explico: Eu estive pensando nos Smurfs.
E aí caiu a ficha! Gargamel é um portador de uma psicopatologia! Ele sofre das alucinações liliputianas e vê os Smurfs. Acredita tanto nas visões, que acha que pode comê-los. A obsessão de Gargamel – um velho idoso da idade média, que vive com um gato numa ruína decadente em meio a uma floresta, algo que já sugere algum tipo de demência ou patologia antissocial – pelas criaturas, pode se dever em parte pela característica de sobrecarregar cromaticamente a aparência dos seres, dando-lhes cores azuladas que pareceriam apetitosas como frutas a alguém que nunca comeu nada muito colorido.
Então está explicado a razão por trás dos Smurfs.
Cilício é uma espécie de cinto metálico, tipo uma corrente com espetos parecidos com uma enforcadora de cão bravo que algumas pessoas usam no corpo para provocar dor.
Não acredita? Pois a verdade é que no século XXI, a era da tecnologia, instrumentos medievais de auto-flagelação estão em pleno uso.
A parada transcorria na clandestinidade, como bem convém a estas maluquices de seitas, mas a revista ÉPOCA em sua recente edição jogou aquele holofote de Xênon bem no meião da Opus Dei e embasbacado com tamanha coragem de se “mortificar pela fé” descobri o cilício e a auto-flagelação católica.
O termo vem do latim cilicinus que quer dizer feito de pêlo de cabra, ou cilicium que quer dizer tecido áspero ou grosseiro de pelo de cabra ou vestido de gente pobre. Hoje é conhecido como forma de mortificação voluntária ao lado do jejum e abstinência dentre outras formas.
Olha que eu sempre achei que algumas linhas pentecostais eram manifestações impressionantes da fé, com pessoas falando línguas malucas (prometo que em breve conto minha aventura na igreja dos meus sogros) usando paninhos na cabeça ou dançando em rituais vestidos de roupas que fariam a Elke Maravilha se envergonhar, como aquelas de Brasília.
Mas eu nunca, nunca mesmo, imaginei que na Igreja católica ainda havia este tipo de medievalismo ainda nos dias de Hoje.
Quando se estuda Psicologia como eu fiz, entende-se que a auto-flagelação, a privação de sono, a privação de alimento, utilização de ervas alucinógenas e tantas outras privações são caminhos estratégicos para reduzir a censura psicológica e fragilizar a consciência ao ponto de provocar sensações de experiências místicas e assim estender o contato com a fé.
Acontece com o ser humano desde tempos imemoriais, e continuará acontecendo.
Discutir religião é algo complicado e perigoso. Não pretendo entrar nesta senda sem correr o risco de me machucar ou provocar ódio em pessoas que gosto e convivo.
É por isso que eu vou parar por aqui, mas antes, alguém que sabe mais de Bíblia e filosofias religiosas do que eu pode me dizer em que passagem JESUS MANDA que seus seguidores violem o próprio corpo? Ou Buda? Ou Maomé? Confúcio?
Essa coisa de atrelar sofrimento com fé não me parece muito lógico, mas cada um sabe de si.
Essa foi de doer para todos os fãs de Stop Motion. A Aardman, ( a empresa por trás de filmes como Wallace e Gromit, a Fuga das galinhas e etc) se render definitivamente à tecnologia. A Aardman apelou e agora usará 3d em seus mais recentes projetos. Isso parece confirmar a teoria levantada em 1993, quando Phil Tippet foi chutado para escanteio na criação dos dinossauros de Jurassic Park, a comunidade dos efeitos especiais começou a imaginar que era o fim da era do stop motion. A teoria era refutada por centenas de animadores ( incluindo eu mesmo) usando como exemplo o sucesso da Aardman no uso da técnica. Agora um dos últimos símbolos das grandes produções no uso da técnica se associa com a Digital Domain para criar stop motion virtual, e aposto com vocês que novas visões apocalípticas irão prever o fim da técnica para toda a eternidade. Eu duvido ainda. A ideia dos caras é usar o computador para fazer a parte chata, tentando mater o visual da massinha nos personagens. Não sei se vai dar certo… Pode até dar, já que houveram inúmeros avanços na questão das técnicas avançadas de iluminação e render. O link: https://www.usatoday.com/life/movies/news/2006-01-31-flushed-away_x.htm
Eu acabei de escrever essa gumper-aventura aí em baixo e me lembrei de outra, ultra gumper!
Numa escala gumper de história escalafobética essa que eu vou contar leva dez estrelinhas piscantes, pois nem eu mesmo acredito que tenha acontecida. Mas o fato é que aconteceu.
O ano era 1994 e eu namorava a J*. Era uma namorada que eu arrumei em Três Rios, cidade de onde eu saí para morar em Niterói. Na época eu trabalhava perto da Central do Brasil e às sextas-feiras, saía ali daquela “fauna rica” e ia direto para a rodoviária.
Sabe como é namorar em outra cidade… Você começa a pegar o hábito e quando vê já tá “local” da rodoviária. Cumprimenta a servente, fala com o guardinha, chama o motorista pelo nome e o bilheteiro guarda sua passagem com a poltrona preferida por antecedência sem nem você pedir.
Então eu estava acostumado. Entrava no ônibus e já dormia antes mesmo dele sair da rodoviária. Só acordava lá em Três Rios, exatamente duas horas depois. É legal. É a sensação mais próxima que tive de uma abdução alienígena (efeito missing time) e de uma viagem interplanetária com animação suspensa.
Mas naquele dia, isso não aconteceu.
Eu até dormi, mas no meio da viagem acordei com uma puta falação atrás de mim. Toda hora as pessoas olhando pra minha direção. Eram duas mulheres que não pararam de matraquear a porra da viagem inteira. Falaram da novela, ( das sete, das oito, do especial da Globo…) de marido, uma deu conselho pra outra largar o marido que bebia. De doença, falaram da enxaqueca que uma delas tinha e das varizes da primeira. Falaram de tudo, meu. Até do preço do leite e de uma terceira mulher que fez histerectomia. Falaram também de filhos.
Era engraçado porque uma interrompia a outra toda hora. Frenéticas. Era uma conversa de comadre irritante que não tem como evitar não ficar ali, na frente delas ouvindo…
Quando o ônibus chegou, numa das mais demoradas viagens que eu já fiz até Três Rios, olhei para trás:
Para meu espanto, era uma só!
Só então que eu entendi que as pessoas olhavam espantadas presenciando o que se chama cisão total de personalidade – descrito por Isaías Paím em seu livro Curso de Psicopatologia – e o povão chama de dupla personalidade. Um fenômeno raríssimo.
Desci do ônibus e fui comentar o fato com o motorista.
– Cara, cê viu aquela mulher que ficou falando sozinha a viagem toda? Que doideira, meu!
– Pior não é isso. Pior é que ela pagou duas passagens. Dela e da outra – disse ele.
Surreal, né?
O outro caso de passageiro da agonia, se deu com meu avô. O vô Hugo. Não lembro exatamente quando foi, mas ele me contou uma certa vez, que numa viagem que ele fez de ônibus, sentou um velhinho ao lado dele. Era bem velhinho mesmo.
O velho dormiu na viagem e quando chegou no destino, não acordava. Meu vô tentou a todo custo acordar ele, até que percebeu, estupefato, que viajara com um cadáver.