quinta-feira, dezembro 26, 2024

Cadeia

Todo mundo sabe que nossos sistema prisional é mais falido que nosso sistema político. Aliás, talvez uma coisa esteja mais intimamente relacionada com a outra do que pode parecer à primeira vista.


Nosso sistema prisional tem se deteriorado rapidamente em diferentes níveis, ano após ano. A falta de investimentos neste setor é uma tradição, num país onde não falta dinheiro publico para alimentar o Renan Calheiros com quase duas toneladas de carne por mês e o Cid Gomes com 495 pratos diferentes, com variação de receitas preparadas com caviar, escargots, bacalhau, salmão, presunto de Parma, funghi, vieiras, frutos do mar, pães exóticos, croissants, toucinho do céu ou trufas. Ingredientes indispensáveis nas cozinhas dos grandes chefs. Também não falta para estradas, estádios e prédios de luxo superfaturado. Há dinheiro publico sobrando para coisas bem curiosas, como helicóptero para transportar o cachorro do governador do Rio, e para investimentos em infraestrutura nos aeroportos… de Cuba!

A despeito de todo esse dinheiro que é do contribuinte brasileiro, o nosso sistema carcerário é igual ou pior do que era a Bastilha, a famosa prisão francesa em 1789, cheia de calabouços escuros e fétidos. Há quem tenha certeza que a bastilha era muito melhor que o que temos hoje.

Antes de efetivamente começar este post, é preciso dizer e deixar bem claro que eu, como uma pessoa minimamente normal, não gosto de bandido.
Certamente, -a menos que você seja um – você também não deve gostar de assassinos, ladrões, estupradores, pedófilos, serial killers… Certamente você concorda comigo que bandidos não devem compartilhar a sociedade com as pessoas honestas, porque eles são um perigo para a sociedade. Talvez você concorde que bandidos são pontos fora da curva que deveriam ser recuperados, ou…
Talvez você  pense que “bandido bom é bandido morto”, e que é coerente esperar que a polícia mate o bandido, já que a Justiça muitas vezes solta verdadeiros facínoras, tornando o trabalho do policial de investigação e prisão, inútil.

Recentemente me escandalizei com o caso do estuprador de goiás que tentou matar a filha de sua vitima, testemunha de seu ato bárbaro contra a mãe dela. Pego em flagrante tentativa de homicídio, fugiu. Foi preso em flagrante, levado à cadeia, de onde foi libertado. A explicação do Juiz: Não tem mais espaço pra prender gente na penitenciária.  O jeito é soltar.
Certamente, você concorda também que no Brasil justiça é algo complexo, onde o rico não vai preso. Só o pobre. O rico se utiliza de um engenhoso e complicadíssimo meandro jurídico para escapar dos grilhões. E em paralelo a isso, você também sabe que os maiores ladrões, que desviam bilhões, estão soltos, levam abraços e tapinhas nas costas de políticos famosos, frequentam festas e churrascos nas casas oficiais de políticos renomados e brindam a vida em iates tomando Romanée Conti.

Para quem olha de fora, o Brasil é um país difícil de entender. O sistema carcerário do Brasil é uma coisa descomunal. O país tem a quarta maior população carcerária do mundo, e talvez uma das três piores do mundo em condições sanitárias e estruturais. Mesmo assim, são pouquíssimos políticos que tocam no assunto.

Por que o político evita o assunto cadeia lotada? Porque ele depende de voto. E dizer que “precisamos melhorar a qualidade de vida do preso” parece mais um chute no saco do povo, uma vez que a qualidade de vida do povo brasileiro é uma bosta completa. O povo interpreta isso como se o político estivesse mais interessado em ajudar o bandido. As verborragias eleitoreiras são direcionadas para a conversão em votos. O político SEMPRE diz o que dá voto. Dizer que precisa melhorar a cadeia não dá voto! Se os políticos nacionais já não cumprem aquilo que eles prometem, você acredita que eles farão algo que não prometem? Principalmente algo que custa caro, não aparece, não dá mídia e produz desgaste de imagem?

Sim, fazer uma cadeia, por mais estranho que pareça, dá um desgaste de imagem enorme ao político. Quando você vai instalar uma cadeia numa cidade, ninguém quer. O prefeito não quer, porque cadeia “estigmatiza”, as empresas e a especulação imobiliária detestam a ideia de um presídio nas proximidades de seus empreendimentos. O povo teme fugas, bandidos pulando o muro no meio da noite para se esconder em suas casas. O povo teme os indultos de natal, dia das mães e etc, quando vários presos saem da cadeia para ir pra casa. Alguns nunca voltam. Rebeliões, tiros… Todo mundo quer mais presídio, mas ninguém quer um perto da sua casa.

Falando em indulto, eu também não voltaria. Talvez você também não.

Vamos ver umas fotos das cadeias brasileiras:

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As cenas são quase sempre similares em todos os estados: Superlotação e sujeira. Barbárie.

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Zero higiene.

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A superlotação chega ao ponto da necessidade de revesar quem dorme e quem fica em pé

 

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Com os presos amontoados, as doenças de pele e respiratória se espalham rápido. A tuberculose assola a maioria dos presídios

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Abusos sexuais são uma constante permanente, considerada “normal” no dia-a-dia carcerário

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Tem de tudo ali. Doença mental, assassinos, ladrões, traficantes, estelionatários. Tudo juto.

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A religião é uma das poucas escapatórias do sistema

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O banho, quando existe, é num cano, com água sempre fria. A descarga é algo inexistente. Muitas vezes até a privada não existe, restando uma bacia. É como morar numa latrina.

 

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Há pouca ou nenhuma esperança na recuperação dos presos.

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80% dos que já estão lá voltarão pra lá em algum momento.

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As cadeias são como jaulas. Em algumas celas, os presos  fazem sorteios de assassinato, para reduzir a população interna

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A qualidade das instalações causa nojo

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O “banho de sol” é um momento de pseudoliberdade

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A maioria das cadeias são mal projetadas até para trancar animais.

Cadeia no Brasil é assim

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A noite, o teto se enche de baratas.

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As visitas também trazem roupas limpas. Há cadeias no Brasil onde os governos não oferecem sequer uniformes, embora por lei o detento tenha direito a vestuário.

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Sete em cada dez presos que deixam o sistema penitenciário brasileiro voltam ao crime, uma das maiores taxas de reincidência do mundo

 

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O sabonete e a pasta dental que os presos utilizam são trazidos pela família porque o Estado não fornece este tipo de “regalia”, embora cada preso custe ao cofres do Estado R$ 21 mil por ano  — nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio /ano, R$ 2,3 mil.

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Veja as condições degradantes

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21 mil por ano por cabeça: Seria errado suspeitar que tem gente embolsando grana nisso?

A situação ultrapassou há tempos a condição de insustentabilidade. Com número de presos muito maior do que o de vagas, a ampla maioria das cadeias estão lotadas. Algumas com volume assustadoramente acima do que comportam. Há quem sustente que TODAS elas estão lotadas, incluindo delegacias e demais sistemas prisionais, estaduais e federais.

O calor é insuportável, o cheiro de suor de, às vezes, até vinte e cinco homens, dificulta o sono. Além disso não há espaço físico para todos e é necessário fazer um revezamento na hora de dormir. Então alguns dormem e outros ficam acordados, em pé. Passadas algumas horas os que estavam em pé acordam os companheiros que se levantam para que eles se deitem e durmam. Há muitos presos doentes com problemas na pele (comum nos presídios pela falta de higiene) ou com doenças contagiosas que convivem no mesmo espaço. Nos Hospitais do Sistema Penitenciário nem sempre há vagas suficientes para atender a todos e os casos de mais gravidade são priorizados. Hospitais onde sempre faltam remédios básicos, médicos, enfermeiros.

Na verdade, todas as cadeias disponíveis estão superlotadas. O Brasil tem cadeias com tanta gente que rola uma roleta-russa para saber quem vai morrer para abrir espaço. Assim, quem dá o azar de ser “sorteado”, é assassinado por companheiros de cela. Nada pessoal, é uma questão de espaço. Há celas no Brasil onde não tem espaço para ficar em pé! Isso mesmo, em pé! As pessoas precisam se revezar pendurando-se nas grades, porque o chão está todo ocupado.

Isso é tão grotesco que é difícil de compreender.

“Ah, foda-se! São bandidos! Que morram!” Muitos podem pensar.

De fato, foi este tipo de pensamento que levou a esta situação degradante.

O problema com este pensamento nem é apenas sua miopia para a questão de outro ser humano vivendo pior que um animal, muitas vezes podendo ser inocente (já que conhecemos os métodos de “confissão compulsória ” da PM). O problema é que isso já está comprovado que NÃO FUNCIONA!  Aliás, PIORA!

Encaramos o preso como um perigo permanente, que deve ser guardado  a sete chaves. A cadeia aqui serve como um depósito humano. É um sistema precário, que lembra o americano, que se baseia na “Teoria da “retribuição, vingança e retaliação”. Isso é baseado na filosofia do “olho por olho, dente por dente”. Assim, nessa lógica, em alguns estados dos  EUA, a justiça para um crime de morte é a pena de morte. Aqui, de certa forma, (indireta) também, se considerarmos a “roleta russa pra abrir espaço”.

Sob este ponto de vista a cadeia tem que ser um lugar ruim, onde o bandido tenha medo de ir pra lá.

Essa lógica parte do pressuposto que todo mundo preso merece estar preso, quando sabemos que nem sempre é assim. Ainda mais aqui, onde o pobre só toma na tarraqueta. Tem muita gente presa que devia estar solta, aguardando julgamento e gente que já podia ser solta, porque venceu a pena, mas a burocracia misturada com a confusão generalizada da Justiça desse país produzem distorções gritantes.

Entre os casos mais notórios está o dos Irmãos Naves, conhecido como um dos maiores erros judiciais da história do nosso País, e que foi um acontecimento policial e jurídico ocorrido na época do Estado Novo, em Araguari/MG, no ano de 1937. Dois irmãos – os Naves – foram presos e barbaramente torturados até confessarem sua suposta culpa em um crime de homicídio que não cometeram. Foram condenados e cumpriram pena inocentemente. Muitos anos depois, em 1952, o suposto morto reapareceu, em visita à casa dos pais. Assim, em meados de 1953, os irmãos Naves foram finalmente inocentados oficialmente de toda e qualquer acusação de crime.

De lá para cá, infelizmente, ainda continua gravíssima a situação de pessoas inocentes que acabam condenadas e cumprem pena. Da mesma forma, o caso de pessoas que aguardam o julgamento presas e depois se comprova sua inocência, provocando a pergunta sobre onde estariam os indícios veementes que autorizaram a prisão, se posteriormente provas não são produzidas.

Outro aspecto relevante é os dos presos efetivamente condenados por motivo justo, porque praticaram o crime, mas já se venceram suas penas ou fazem direito à transferência de regime ou a outro meio de continuidade da pena sem cárcere. Merecem eles também permanecer presos? fonte

O Brasil produz coisas que nem em filme ficariam verossímeis em termos de prisão. Por exemplo:

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Prisão nudista? Não.

Numa cadeia da paraíba, presos ficam nus em meio a ratos, baratas e  urina por maus tratos. Puro e simples.

Esse foi o cenário com o qual um grupo do Conselho Estadual de Direitos Humanos deparou na Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, em João Pessoa (PB), no último dia 28. Mas a violação aos direitos humanos no PB-1, como é mais conhecido o presídio, não parou aí.

Responsáveis por relatar as condições oferecidas pelo estado aos presos, os seis conselheiros – entre eles, a ouvidora de Segurança Pública da Paraíba, uma defensora pública, uma professora universitária e um padre – tiveram prisão anunciada pelo diretor do presídio. Detidos por três horas e ameaçados de serem conduzidos a uma delegacia de polícia, só foram liberados após a intervenção do Ministério Público Estadual, que apontou abuso nas detenções. fonte

Este tipo de barbarismo lembra muito o que se fazia nos campos de extermínio nazista, com a diferença que aqui ainda não autorizaram o extermínio (o que não garante que eles mesmos não se matem em rebeliões).

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Cenas de um campo de concentração nazista: eles pelo menos tinham trapos

 

Os dados sobre o sistema prisional brasileiro mostram que além de grotescos depósitos humanos, e “máquinas de formar bandidos piores”, o sistema não conseguiu atingir seu objetivo que é o de recuperar e reintegrar o detento à sociedade: 80% dos que saem das cadeias voltam a cometer crimes e retornam às prisões.

Por que insistimos em algo que não funciona? Ou será que não funciona porque simplesmente não fazemos nada direito?

Ainda é hoje, como foi ontem, o discurso para combate à criminalidade. Ele é o mesmo do século XVIII e foi herdado do Iluminismo, das luzes da razão, sintetizado numa palavra: cadeia.

Especialistas concordam que o sistema é falido:

Doutor e mestre em Direito Penal e Secretário-Geral do Ipan (Instituto Panamericano de Política Criminal) Luiz Flávio Gomes argumenta que “a prisão sempre foi uma “indústria” porque ela é a grande responsável pela reprodução do delito. É dentro dos presídios que a grande maioria dos delinquentes aprimoram sua “carreira criminal”.”

É uma situação triste, que parece não ter saída. Mas será que não tem mesmo?

Como é no japão?

No japão a cadeia é bem diferente daqui. Não há espaço para confortos ou luxo. Lá, o sistema é muito rigoroso e o principal objetivo é que, durante o tempo de permanência atrás das grades, o indivíduo se arrependa do que fez e também chegue a conclusão que a cadeia é um lugar tão ruim que não queira mais voltar. No Japão só 20% dos presos cometem outros crimes quando saem. Mas a parada lá não é moleza.

As celas são grandes, organizadas e extremamente limpas e nelas ficam, no máximo seis presos. Todos são obrigados a trabalhar. O dia do preso japonês começa as 6h50min. Às 8h, ele já está na oficina (que pode ser de móveis ou brinquedos) e só pára na hora do almoço durante 40 minutos e, de volta ao trabalho, fica até as 16h40min. Durante o trabalho não é permitido nenhum tipo de conversa. Depois do trabalho o detento volta para a cela e às 17h25 e sai para o jantar. As 20hs volta para a cela de onde só saíra na dia seguinte. Há uma lista do que eles podem e o que não podem fazer. Olhar nos olhos de um policial, por exemplo, é absolutamente proibido e quem desobedece vai para o castigo. Cigarro não é permitido de jeito nenhum. A solitária (para os que desrespeitam as regras) é o pior castigo. Ficará num minúsculo quarto escuro e terá que ficar de pé durante todo o dia. Uma câmera instalada dentro da cela monitora tudo pra conferir que ele não se sentou. Os detentos são algemados (com uma algema de couro) com os braços para trás de modo que perde a possibilidade de usar as mãos para fazer algumas coisas básicas. A comida é colocada dentro de uma tigela e posta no chão. Sem poder usar as mãos ele se ajoelha e come como se fosse um cachorro. No Japão, não há registros de rebeliões ou fugas.

E nos Estados Unidos?

O sistema prisional brasileiro lembra um pouco o americano, que também tem problemas de superlotação, mas é melhor do que o daqui. Nos EUA, os presídios são limpos e a alimentação é acima da média. Há salas de cinema, de informática (com equipamentos modernos) e bibliotecas. Celulares não entram porque há bloqueadores. Muitos presos trabalham e quando não há vagas para todos, os que não conseguem colocação, passam por cursos de capacitação profissional ministrados por funcionários do governo, onde aprendem alguma profissão. O presídio Federal de Chicago tem 30 anos e nunca aconteceu lá uma fuga ou rebelião. As unidades americanas destinadas a reabilitação de jovens também funcionam assim e o número de funcionários é sempre superior ou de internos. Em uma delas, em Washington, há 600 funcionários para 80 menores. A taxa de sucesso do sistema prisional americano (o maior do mundo, com 2,2 milhões de pessoas em cadeias) é baixa. Dos pesos americanos, 60% volta ao crime após deixar o sistema prisional.

A experiência da Noruega

Curiosamente, o país que tem a melhor taxa de recuperação humana no sistema penitenciário é a Noruega. Lá eles recuperam 80% dos presos!

O que eles fazem? Choques? Surras? Lavagem cerebral? Drogas psicotrópicas? Nada disso!

A Noruega ficou famosa porque todo mundo diz que ela “dá boa vida ao preso”. De fato, se eu contar como é na Noruega você talvez não acredite. Pegue tudo que mostrei do sistema carcerário do Brasil e inverta. É o que acontece na Noruega.  Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha paradisíaca, a reincidência ao crime é de só 16% entre os homicidas, estupradores e traficantes que por ali passaram. (Só lembrando, nos EUA é 60% e no Brasil 80%)

O sistema penal  da Noruega é pautado na reabilitação e não na punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que sua reintegração seja comprovada.

Pra começar, na noruega nem o presídio parece presídio. Lembra uma fabrica moderna, ou um centro de design, no meio da floresta. Ele é limpíssimo e lindamente decorado.

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Dá pra assustar com a limpeza dos corredores e as celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras.

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Sim, isso é uma cela de presidiário!

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Se você entra distraído pode se confundir e achar que está no dormitório de um campus universitário.

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Principalmente pela biblioteca, que reforça isso.

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A infraestrutura inclui salas de convivência e de estudo. Tudo bem decorado:

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Gosta de esportes? Aqui você praticamente tem que gostar. Primeiro porque eles te oferecem um puta ginásio, todo equipado, que inclui até parede de escalada.

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Cada preso – ó você não acreditando em 3…2…1… – tem um PERSONAL TRAINER!

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É religioso? A prisão inclui uma sala de retiro espiritual, sem direcionamento religioso, símbolos ou imagens específicas, pois ela atende a todas as religiões:

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Há chalés especialmente decorados para os presos receberem os familiares com privacidade.

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Você caindo da cadeira em 3… 2… 1…

O lugar oferece aos presos um estúdio de gravação de música, onde eles podem gravar discos e formar bandas, além de boas e equipadas oficinas de trabalho.

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Nessas oficinas são oferecidos cursos de formação profissional, cursos educacionais e o trabalhador recebe uma pequena remuneração.

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Tem muitas profissões que você pode escolher. É tudo bem equipado e conta com professores qualificados. Você entrando em colapso em 3… 2… 1…

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Esta pintura aí foi feita pelo grafiteiro Banksy. Ele foi contratado para criar esta arte para a prisão – a um preço de US$ 1 milhão. Isso mesmo, véi, a prisão pagou UM MILHÃO DE DÓLARES PRO MALUCO decorar ela!

Não é algo de se estranhar na Noruega. País civilizado é outra coisa! Lá, TODO projeto de construção de edifícios, tem uma reserva pelo menos 1% do orçamento para a arte.

A construção da prisão de Halden foi concluída com obras do artista grafiteiro Dolk em um muro do pátio e toilettes, que incluiu um milhão de dólares de comissão. As paredes dos corredores do prédio são cobertas por quadros enormes, de flores a ruas de Paris, e azulejos de Marrocos. Além de ser lindo, funciona.

A ideia dos noruegueses é  controlar o ócio, oferecer muitas atividades educacionais, de trabalho e lazer. Pra eles isso é estratégico, porque eles acreditam mesmo na máxima que diz: “Cabeça vazia, oficina do diabo”.

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Estruturalmente, a prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns deles, como estupradores e pedófilos ficam em blocos separados). Cada bloco contém uma cozinha, onde a comida fornecida pela prisão e preparada pelos próprios presos.

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Há também Chefs que preparam pratos interessantes. Eles ensinam e treinam os presos na arte de cozinhar.

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Em geral, cada bloco tem sua própria cozinha, mas a comida é fornecida pela prisão, geralmente preparada pelos próprios detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores.

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A prisão oferece equipamentos de ponta não só no setor medico como odontológico.

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Esqueça o agente carcerário que parece um assecla de satã.

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o restaurante, membros do staff da prisão (incluindo os graduados), sempre desarmados, sentam-se à mesa com os presidiários.

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Para cuidar de 245 detentos, os 340 “membros do staff” são bem treinados.

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Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos passam  no mínimo dois anos de preparação para o cargo. Todos tem curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. A ideia é simples: ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar.

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Os presos e os agentes são incentivados a construir relações de amizade, que ancorarão e lastrearão esses infratores mais à frente.

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Na noruega o cara é exigido. Não tá ali a passeio. O detento, nesse modelo, o preso é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto a sociedade. Os cursos envolvem, aulas de inglês, mas só para presos estrangeiros, porque os noruegueses em Halden já são todos fluentes, claro.

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A ministra júnior da Justiça da Noruega, Kristin Bergersen, disse à BBC. “A reabilitação do preso é do maior interesse público, em termos de segurança”, disse.

A pena é a privação da liberdade. Não é o tratamento cruel, que só torna qualquer pessoa em criminoso mais endurecido, diz o governador de Halden. Talvez por isso não haja barras de ferro.

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Todas as celas têm amplas janelas, com vistas para a floresta, e bastante luminosidade. As celas individuais são relativamente maiores do que a de muitos hotéis europeus, têm uma boa cama, banheiro com vaso sanitário decente, chuveiro, toalhas brancas grandes e macias e porta. Tem, ainda, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário de pinho, quadro para afixar papéis e fotos, além de geladeiras.

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É engraçado olhar para isso e confrontar os números. Com toda a qualidade de vida, os presos não querem voltar pra lá quando ganham a liberdade. Talvez porque já não precisem mais do crime. Talvez porque lá fora a vida esteja bem melhor do que la dentro.
Trata-se de um país que foi considerado pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver neste planeta. (1º no ranking do IDH) e de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo. A Noruega e seu sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes. Esta é uma das menores taxas de reincidência do mundo.

A Noruega pode ser um exemplo para o Brasil? Dificilmente. Aqui está tudo errado. Estruturalmente somos primitivos perto deles. A começar pelas regalias do poder. Na noruega a maioria dos políticos nem sequer carro oficial tem. Por aqui, pagamos até a comida dos nossos glutões soberbos políticos.
Peço que me expliquem por que motivo, razão ou circunstância o dinheiro público deveria pagar a comida farta do senhor Renan Calheiros, já que ele recebe salário.(E que não é pouco: R$ 26,7 mil.)
O Renan habita uma mansão com piscina, mordomo e segurança. Além disso, tem à sua disposição um carro com motorista sem limite de gastos com gasolina e pode indicar servidores para 24 cargos comissionados extras, com salários que variam entre R$ 2,042 mil e R$ 19,194 mil. Não obstante tem comida garantida por mim e por você, que paga imposto em tudo.
A licitação de compra de comida pra casa dele, foi proibida por indícios de superfaturamento (Brasil-sil-sil!) era de R$ 98 mil por seis meses, e é vergonhosamente mais barata que os R$ 290 mil pagos pelo Senado no ano passado só para abastecer a residência quando estava lá o ex-presidente (Quem? Quem?) José Sarney! Detalhe: Com residência própria em Brasília, o Sarney nem sequer ocupava permanentemente a residência oficial.

Como podemos ver, cada macaco no seu galho; e cada bandido com sua cela.

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Nota: Não são todas as cadeias da Noruega que tem este padrão. São apenas duas, que deverão servir de exemplo para a modernização das outras. Há fotos misturadas de duas cadeias aí. A tal da ilha e a outra.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Eu não tenho essa visão de presidiário, porque já tive contatos com “possíveis presidiários” desde sempre. Colegas abandonados pelos pais (que foram abandonados pelos pais, abandonados pelos avós, que eram escravos que não valiam nada), crianças tratadas como lixo, crianças exploradas por quem tinha dinheiro, crianças que queriam estar na moda e aprendiam a roubar, ou aquelas que só o tráfico valorizava (e quem é mais bandido, o que rouba porque só sabe fazer isso ou o que usa o dinheiro que podia dar algo para os filhos para comprar coca?). A gente relativiza criminoso, é o batedor de carteira, o ladrão de tênis da Nike, o garoto da favela, é isso. Mas quando é o seu conhecido que rouba dinheiro, o seu primo que rouba dos pais, que bate na mulher, que não paga a pensão, isso é normal. Não falo em comparação, mas acho que roubar os pais (e conheço muitos que faziam isso, os pais mandavam dinheiro para estudar e o filho ia para a balada) é uma das piores coisas que tem. O mesmo sobre a pedofilia, é horrível, COM CERTEZA, mas quando vemos meninas famosas de 14 anos com caras de 20 e tantos achamos normal, e aí trabalhamos com os limiares, poxa é normal com 20 anos se sentir atraído por crianças de 14? “Ah, mas a mentalidade…”, sim mas e o cara de 20 anos? E aí que fica complicado para a lei, lidar com isso.
    Talvez se preso votar (algo que sou a favor) mude o sistema carcerário. Temos uma população de presidiários excessiva, muitos que já deveriam estar soltos (e “reinseridos”), muitos apodrecendo por roubar galinha, fora os que não pagam pensão. Mas não dá para culpar só o judiciário; tem uma má vontade e problemas, mas processos demoram justamente pelo zelo que exigem.
    Acho que todo mundo, TODO MUNDO que comete crime tem que pagar (mesmo que seja roubar cães) mas com certeza nossas cadeias são horríveis, isso não é racional, não é benefício algum, não melhorará nada. E a ideia de jogar “marginal” em uma valeta que nem Hitler fazia, espero que no futuro pensemos que era uma atrocidade (tivemos evoluções, como matar para defender a honra, a Maria da Penha, acho que podemos evoluir nisso). Quem defende reinserção e dignidade do preso não faz isso por amar o caos e presidiários, mas porque já leu e refletiu e chegou a conclusão de que os métodos que repetimos DESDE SEMPRE não nos levaram a uma sociedade melhor. Havia uma época (e em certos lugares ainda é assim) que a pessoa resolvia seus problemas. E isso não levou a um mundo fraterno sem crimes.
    Felizmente há projetos que visam mudanças, já viu sobre o modelo de prisão sem guardas, adotado em uma cidade de MG (e agora parece que no RS)? Dá uma googlada. Sobre os EUA, tem o GRANDE problema das solitárias. Além dos lugares minimamente dignos, mas não controlam quase nada lá dentro, e aí rola tudo.

  2. Só fazendo uma observação:

    O Sistema Penitenciário Federal opera com lotação que varia em torno de 70% das vagas.

    Outra coisa é a diferença entre alguém que comete um crime e um profissional do crime, a Noruega acredito que tenha mais daqueles, e o Brasil mais desses.

  3. Pois é Philipe, diante de todo esse cenários que se instala no Brasil, dia após dia, minha crença de que a única solução é ir embora do país aumenta sensivelmente. Eu ia até dissertar sobre uma utopia que alimento sobre a divisão do território brasileiro em 3, mas deixa pra lá. nem vale muito a pena. O Brasil não vai mudar, isso é fato. Sempre ficamos entre o avanço tecnológico das grandes potências mundiais e o caos e selvageria dos países de terceiro mundo.

  4. As cadeias brasileiras são tão medievalescas que fazem a antiga Bastilha Francesa parecer uma colônia de férias? Ou fazem os campos de concentração nazistas corarem de inveja? Então, por favor me digam porque diabos os “elementos criminosos” insistem em reincidir no crime e voltar ao “inferno”? Será que a vida aqui fora está mais feia do que lá dentro, ou a coisa não é tão “braba” quanto pintam?

    Claro, qualquer um com inteligência superior a de uma ameba sabe que cadeia brasileira não recupera ninguém. Mesmo porque a cadeia é a punição e a recuperação deveria ser tentada depois que a pessoa (muitos nem podem ser chamados assim) saísse do castigo, como se faz com algumas crianças: primeiro, o castigo; depois a educação, para não cometer mais o erro.

    Tem muito “mala” que “zoa” na cara da polícia, e dos demais profissionais da lei, já dizendo quando sairão das grades. O bandido já sabe quanto tempo vai ficar preso, todos os “direitos” que tem – e nesse ponto, pergunto: que direito deve ter quem não respeita o direito dos outros? No meu ver, apenas o direito de viver para pagar pelo seu erro e nada mais. Nada de indulto, nada de progressão de regime, nada de remissão de pena (para cada três dias trabalhados, um é abatido da pena a cumprir). Afinal, que chances eles deram para suas vítimas? NENHUMA, nem mesmo a que eles tem, que é a de viver!

    Não tenho certeza de bandido bom seja bandido morto… mas em liberdade, certo também não o é.

    Só pobre vai para a cadeia? Rico pode pagar para “driblar” a lei? Bem, meus caros, as regras do jogo estão aí para quem quiser consultar e se informar. Se for rico, pague alguém para entendê-las para você; se for pobre, procure aprender por si mesmo. No fundo, as chances são iguais, só que para uns a coisa é mais simples.

    E o pior: a verdadeira punição sobra para as vítimas: não receberam a proteção que lhes é devida, por obrigação do Estado; estão sujeitas aos seus algozes tão logo eles saiam – ou fujam – do cárcere, e voltem por vingança; e têm que pagar para manter o vagabundo nessa condição. O cara tem direito à comida de graça todos os dias, médico, dentista e por aí vai. Pode não ser da melhor qualidade, mas tem muito trabalhador, pai de família, que não consegue nem por comida direito na mesa, em casa. E olhe que nada fizeram de errado.

    Se um bandido morre em confronto com a polícia, logo tem ONG, Pastoral Carcerária e outros canalhas correndo atrás dos familiares, gritando por “justiça”. Mas essas mesmas “entidades” procuram as famílias das vítimas desses “pobres incompreendidos pela sociedade”, ou dos policiais mortos? Não, claro que não. Estão mais preocupados com os “direitos dusmanus” e danem-se os outros. Defender vagabundo dá ibope na mídia; defender gente honesta, nem tanto.

    Direito deve ter quem respeitar os direitos alheios, e andar direito também. Agora, a Noruega, para ter um sistema prisional como esse, deve ter presos de “primeiro mundo” também. tentem ver como são as coisas nas cadeias dos países islâmicos, chineses, na Índia, que ainda se matam pessoas por apedrejamento, e na Rússia. Neste último país, o sujeito até terá sorte se for mandado vivo para um “goulag”, para morrer aos poucos. Mas lá ninguém se atreve a “meter o bedelho”, né???

    Pensem mais nas vítimas, que estão desamparadas e à mercê da sorte, em vez dos pobres delinquentes.

    • Eu acho que os caras reincidem, pq a massa gigantesca de bandidos é tão monstra, que eles acham que não serão pegos. O cara sai dali, e ele vai fazer o que? Ninguém emprega bandido, e ele tem a sensação de impunidade permanentemente renovada. A corrupção policial, o sistema é perverso. Retroalimenta a bandidagem.

      • Mas, no fim das contas, vale mesmo a opinião de cada um. É mais fácil tentar tomar dos outros do que trabalhar para isso. Imagine a situação: um delinquente “dimenó”, so que maior que voce, drogado até a raiz dos cabelos, balbuciando coisas incompreensíveis com uma gíria ininteligível, balançando o “trezoitão” na sua fuça, carregado até a “boca”, pronto para dar fim na sua vida, e de seus familiares, por qualquer motivo que seja… até mesmo sem um motivo claro, pois a vítima, depois de “depenada”, passa a ser apenas uma testemunha a ser eliminada.

        Claro, não desejo isso para ninguém, mas queria ver se a pessoa, acaso sobreviva à experiência, e carregue o trauma pelo resto da vida, não muda de opinião.

        A verdade é que certos “indivíduos” simplesmente não podem e não tem recuperação, apenas porque eles não o querem. São ruins por natureza e assim continuarão, não importando o que se faça.

        Corrupção policial existe? Claro. Assim como em todos os outros setores da sociedade (nem vou enumerar). Caso mais recente é o da “adevogada” que já ia vendendo favores do parente – irmão, creio – que seria contratado como funcionário do ministro Levandowski. O Ministério Público foi informado, alertou o Supremo, e a contratação não ocorreu.

        O crime se organizou sim, mas no sentido de se infiltrar em todas as instituições do país, para defender seus interesses “legalmente”. Mais ou menos como a bancada evangélica e suas incursões na política, bem ao estilo “ditadura religiosa”. Claro, não estou dizendo que evangélicos são bandidos, foi apenas simples comparação.

        O único medo que bandido ainda tem é o de morrer. A única coisa em comum com pessoas decentes. Só que eles matam, na certeza que não morrerão nas mãos do sistema judicial. Talvez nas mão dos “concorrentes”…

        • John Doe, vc por acaso é o mesmo John Doe do CM?
          Tem uns pontos em que discordo de vc. Por exemplo, os prisioneiros na Noruega não voltam, pq na prisão eles não tem liberdade, apesar de poderem fazer “tudo” lá dentro. Imagina ter toda sua vida, seus horários, o que fazer, tudo ditado por alguém, sem ter escolha, sem ter direito a reclamar. Vc tem que fazer e pronto. Isso não é vida. Por isso eles não voltam. Outra coisa, lá eles vão poder mostrar para eles mesmos que eles não são uns lixos, eles podem ser bons em alguma coisa, podem ser úteis, entende? Eles vão aprender coisas novas, vão ter cultura, vão sair daquele mundinho de merda que eles viviam onde ou vc era malandro, ou era otário, e que roubar era bom, te tornava melhor que os outros, e quem trabalhava duro pra ganhar quase nada era otário. Isso sim é a reabilitação. Também tem o lance de alas separadas para estupradores e pedófilos. Isso é bom. Devia ter também a de crimes violentos e não violentos, seria melhor ainda. Assim, alguém que furtou ou fez algum crime não violento não vai conviver com a mentalidade de alguém que não acha que matar é um problema.
          É claro que quem tem uma trezoitão na sua cara vai ficar traumatizada, e provavelmente vai querer vingança do canalha que fez isso, mas a vingança não é a solução. Se vc diz que tem gente que é ruim por natureza, o que dizer desses paises que conseguem recuperar os presos então? Lá a natureza é diferente?! Não né. Mas eles olham o problema com racionalidade. Nosso sistema não dá certo, lá da. Qual é errado então? Vc queria que o nosso sistema fosse um islãmico, que serve o olho por olho e dente por dente? Olha pra eles, será que funciona?
          Bom, tudo que eu falei aqui é minha mera opinião, não quer dizer que é verdade, mas é o jeito que eu penso.
          Abraço!

          • Felipe, não sou esse John Doe a quem você se referiu, nem sei o que é o “CM”. Em comum, só o nick mesmo. Agora, claro, respeitando a sua opinião, e a de todos aqui no blog, penso que países de primeiro mundo, com leis de primeiro mundo e cadeias também, devem ter criminosos de primeiro mundo também. Ou algo parecido. Não sei efetivamente, quantos criminosos são recuperados, e quantos são reincidentes na Noruega, mas o fato de ter uma população muito menos, melhores condições básicas de saúde, educação e boa qualidade de vida, me levam a crer que por lá a coisa seja mais fácil em termos de ressocialização do “contraventor”, do que por aqui.

            Mas não vivemos a realidade da Noruega, vivemos a brasileira. Aqui , ao contrário de lá, bandidos quando são presos, debocham das autoridades e do sistema, já sabendo de antemão quando sairão da cadeia e declaram abertamente que continuarão no mundo do crime.

            Não dá para recuperar aquilo que foi muito estragado, ou corrompido. Mal comparando a um acidente de veículo, mas apenas para dar a idéia do que quero dizer, imagine uma batida de carro: tem carro que estraga pouco, e dá uma reforma; já tem carro que estraga tanto, que dá “pt” (nada a ver com o partido, é perda total). Então, voltando aos delinquentes, muitos até poderiam ser recuperados, mas dentre eles, alguns, não, não importando o que se faça. Para ilustrar, veja a notícia recente, abaixo, e se quiser, confira no link. É uma vergonha!

            Presa em flagrante, dupla ri e diz que sairá rápido da cadeia.
            Renilson Alves da Silva e Romário Amorim de Oliveira, ambos com 19 anos, acharam graça pelo fato de serem presos nesta quarta-feira (23) em São João Evangelista (291 Km de Belo Horizonte), acusados de tentar roubar um caixa eletrônico do Bradesco em Rio Vermelho (325 km de Belo Horizonte), na mesma região, quatro horas antes.
            Riram durante a prisão e se deixaram fotografar na delegacia.
            “É a certeza da impunidade. Estavam rindo quando foram encaminhados para a delegacia. Lá continuaram rindo”, afirmou um dos onze militares da 25º Companhia Independente da PM (Polícia Militar) de Minas Gerais que participaram da ação de prisão de Silva e Oliveira.
            “Eles disseram que estão certos de que vão sair rapidamente da prisão, principalmente porque são primários”, disse o militar.
            Segundo o delegado Cristiano Arantes, os dois acusados surpreenderam pela “alegria e pelas “trapalhadas do começo ao fim” da tentativa de assalto. Até “empurrar o carro” no momento de fuga, Silva e Oliveira tiveram de fazer.
            Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/10/24/presa-em-flagrante-dupla-ri-e-diz-que-saira-rapido-da-cadeia-diz-a-policia.htm

            Os presos da Noruega, certamente, não fazem isso!

  5. Um belo texto philipe, porem só atento quanto ao fato das medidas prisionais (Noruega, EUA e Japão) terem sua efetividade por uma questão importante: Aspecto cultural. Pode não parecer mas faz sentido. Veja bem:

    No Brasil, o que nós temos,são leis fracas e que não oferecem a segurança necessária para a população. Se o próprio criminoso sabe que a lei é branda, ele irá tirar vantagem disso. Acredito que já tenha ouvido falar da “Lei de Gérson” (se não, aconselho pesquisar, pois vale a pena) Pois bem me basearia nela para explicar o porque do criminoso ser tão reincidente no Brasil.

    Nos EUA, há, ao meu ver, uma maior investimento, mas sem se preocupar muito com a reabilitação do criminoso. Por conta disso, talvez a taxa de reincidência seja bastante semelhante com a do Brasil (60-80 por cento).

    No Japão, como o próprio texto diz, há uma maior rigidez no tratamento, que visa atingir o individuo mais psicologicamente do que fisicamente. Fazer com que ele tenha que se agachar e se humilhar para se alimentar, em um país onde a questão da honra ainda é levado a sério, o faz refletir sobre suas ações de uma forma mais, digamos, impactante. Causas dano físico, como trabalho forçado ou coisas do tipo não tem tanto peso quanto o dano psicológico, o qual pode se tornar irreversível.

    Quanto a Noruega, honestamente falando, não tenho conhecimento sobre sua cultura como os outros países. Porem pelo método empregado, pode-se notar que há um investimento sem comparação com os demais, para manter uma verdadeira “prisão de luxo” ( isso porque está talvez seja uma das inúmeras nesse nível) visando a reabilitação do individuo. Acredito que ela se assemelha com a do Japão no foco a ser atingido: o psicológico. As pessoas que passam por uma prisão dessa podem refletir e entender que podem ter tudo isso, do lado de fora, sem a necessidade de roubar/matar. com esse pensamento eles buscam uma nova vida, o que se mostra com o baixo índice de reincidência.

    Deixo abaixo um pequeno trecho de um blog que possuo, mas não escrevo a um tempo, sobre o que eu acho que pode vir a ser uma “solução” alternativa para o Brasil na questão do mundo do crime:

    “…A pena de morte é um mal necessário. O medo de morrer é igual para todos, desde o mais ignorante até o mais sábio dos homens. A necessidade de impor o medo sem restringir a liberdade poderia nos dar segurança para vivermos nossas vidas de uma maneira melhor. Aliás, para nós, cidadãos de bem, essa lei não faria tanta diferença. Ela foi criada justamente para aqueles que viessem contra nós….”

    No mais gostaria de parabeniza-lo pelo site. Ele possui muitos artigos interessantes, recheados de informações e todas em um curto espaço de tempo ( meu primeiro artigo foi aquele da radio UVB-76, simplesmente o mais completo que encontrei).

    Boa sorte

  6. Conhece o trabalho do Sidinei Brzuska, Philipe?
    Ele faz fotos dos presídios brasileiros:
    https://www.facebook.com/sidinei.brzuska/media_set?set=a.343462539002400.102274.100000159706283&type=3

    Não tenho muito a acrescentar, concordo com tudo. Acho muito triste esta realidade de que, em pleno 2013, ainda se ouça pessoas fazendo comparações do naipe “ah, no estados unidos cometeu crime fica preso, pena de morte, tem que pagar!” como se, de fato, o sistema prisional obsoleto americano fosse exemplo pro resto do mundo. A nossa tentativa, aqui no Brasil, é justamente isto: ainda buscamos a equiparação americana, tentar emular o processo prisional deles e achar que é super ótimo…quando é um com as maiores taxas de reincidência do mundo. E aí?
    O mais irônico nisto tudo é que fazer um sistema puramente punitivo, ainda por cima, é burro. Burro porque você tem uma massa carcerária IMENSA, que poderia estar trabalhando, gerando dinheiro, gerando progresso, mas está lá no “ócio”, porque em pleno 2013 somos colonialistas pra caramba e queremos ver presos tomando chibatada, como na época da escravidão, como se esta fosse a solução mais genial do século.

    • Citando: “Burro porque você tem uma massa carcerária IMENSA, que poderia estar trabalhando, gerando dinheiro, gerando progresso, mas está lá no “ócio”, porque em pleno 2013 somos colonialistas pra caramba e queremos ver presos tomando chibatada, como na época da escravidão, como se esta fosse a solução mais genial do século.”. Tenta fazer preso trabalhar para ver se você consegue!!!

      Se fosse para eles trabalharem, gerarem dinheiro e progresso, ELES NÃO ESTARIAM PRESOS!!! Seriam pessoas de bem, que não estariam separadas das demais, e ganhando a vida como todo mundo, trabalhando. Mas como são “amigos do alheio”, que querem tudo pelo imediatismo e da forma mais simples, roubam de quem tem, em vez de trabalhar honestamente para ter.

      Espero que não aconteça. Nem com você, nem com ninguém, mas quero ver o que você faria com um “dimenó” drogado balançando um “trezoitão” carregado até a boca na sua cara, ameaçando acabar com a sua vida, se você teria tempo para lhe dizer para trabalhar, gerar dinheiro, gerar progress…. bummmmm…. você já era! Eles nao estao nem aí para suas idéias ufanistas. Só pensam no “perdeu, preboy, passa a grana”.

  7. Mais um belo texto, Philipe, parabéns.
    A raiz de tudo, absolutamente tudo o que está no seu texto e nos comentários é: cultura. Cultura ou a falta dela. Cultura ou, como no nosso caso, anti-cultura.
    Quando Louis XIV construiu Versailles no séc. XVII, por puro esnobismo e exibicionismo, o encheu de cortesãos que desempenhavam papéis burocráticos sem qualquer utilidade para o Estado, comprometeu as finanças da França de tal maneira que assinou o fim da monarquia absolutista naquele país. Não levou 100 anos e o povo cansado de manter o fausto da corte e da igreja – tão poderosa quanto o rei – deu um basta aos desmandos, à roubalheira, aos altos impostos e às perseguições. A França enfrentou uma década de tempestades políticas e um banho de sangue onde morreram milhares de pessoas num banho de sangue ao ritmo frenético da guilhotina.
    A Noruega sempre foi uma monarquia e desde sempre os súditos se revezavam em suas funções cotidianas e militares quando chamados a defender o país de estrangeiros. Isso forjou uma aliança entre o Estado e o povo onde a transparência dos atos governamentais era fundamental para manter este pacto político funcionando. Há séculos a coroa norueguesa inventou o sistema de prestações de contas aos súditos numa tentativa de transparência de seus atos e conquista da confiança da população. Há bem pouco tempo foi assinada uma lei no Brasil, a lei da transparência onde os salários dos funcionários públicos devem ter seus ganhos revelados à população como forma de frear os abusos administrativos. Não está ando certo. Todo mundo entrou na justiça para não ter seus vencimentos publicados. Por que será?
    O Brasil foi colonizado por degredados, putas e presidiários que tinham a oportunidade de virem à colônia inóspita habitada por índios que muitas vezes eram antropófagos na esperança de “enricarem”, como se dizia no Porrtuguês arcaico, voltar para Portugal e comprar um título de nobreza e viver de rendas, sem ter que trabalhar, só sendo servido por uma entourage de criados. Sacou a diferença? Pois é, Portugal, um pequeno país que foi muito bem sucedido em suas explorações ultramarinas, fundando colônias em todos os continentes, formando um império maior do que o britânico, perdeu todas as colônias por desleixo, má administração, roubalheira, favorecimentos, conchavos políticos, alianças com a igreja, exorbitância da carga tributária, algo bem parecido com o que vemos por aqui nos dias de hoje. Sejamos sinceros, se pegarmos o típico brasileiro padrão que tem um curso universitário, seu sonho é tornar-se funcionário público – tal como os cortesãos de Versailles – seu nível cultural é sofrível, seus planos incluem empregados domésticos, benesses, etc, etc, tudo, mas absolutamete tudo às expensas do Estado cortesão. Não há preocupação com o social de forma alguma. As pessoas querem o que o país tem de melhor para oferecer mas nunca apensam no que podem oferecer ao país. Nós estamos no séc. XXI mas com a mentalidade da sesmaria do séc. XVI, quando a idéia é fazer grana fácil, a qualquer custo, se dar bem e viver de papo pro ar. Os pobres descobriram que podem se dar bem através do crime, principalmente do tráfico, já que ninguém lhes deu oportunidade de estudar e se desenvolver. A classe média se vê exprimida entre suas necessidades e a roubalheira descarada do Estado e a elite suga o sangue de todos até a última gota e vive com mais fausto do que os habitantes de Versailles nos tempos de Louis XIV porque sabem que um povo ignorante, analfabeto e que só tem maus exemplos a seguir será presa fácil do modelo colonial que perdura até os dias de hoje, reproduzindo-o em todo o tecido social. É uma praga. Nós somos a nossa própria maldição porque reproduzimos esse sistema em casa, na escola, no trabalho, nas relações interpessoais. Enquanto essa doença comportamental do levar vantagem em tudo, do jeitinho brasileiro, da tapeação, da mentira, do orgulho idiota de um patritismo patético que só se faz sentir quando a seleção de futebol entra em campo perdurar, estaremos fadados a este limbo. E para coroar essa esbórnia social e emprestar ares de coerência ao surreal temos as igrejas de plantão, ensinando conceitos ultrapassados, fomentando preconceitos, disseminando crendices estúpidas e mantendo a manada, sim, manada, não rebanho, no caminho da obediência (muito relativa) e da hipocrisia.

  8. Gostei da matéria, porém faltou destacar que os países de primeiro mundo resolveram o problema da população carcerária com a pena de morte, a exemplo a cadeira elétrica nos aos 70 nos EUA que estavam lotadas!

    • Só que não! hahaha
      Tirado do wikipedia da vida:
      “Entre 1973 e 2002, 7.254 sentenças de morte foram realizadas, levando a 820 execuções, 3.557 prisioneiros esperando para serem executados, tendo sido condenados por assassinato, 268 morreram de causas naturais ou suicidaram-se enquanto esperavam pela execução, 176 tiveram a pena comutada para prisão perpétua, e 2.403 foram soltos, novamente julgados e/ou resenteciados pelas cortes. Em 2004, foram realizadas 10 execuções.”
      Ou seja, foram dadas 7.254 sentenças, mas só 820 foram cumpridas, e 268 morreram a espera da sentença. Em quase 30 anos!! Não vejo como 1000 prisioneiros, em 30 anos, podem desocupar um sistema carcerário inteiro.

      • Acontece que a idéia é preventiva: com medo da pena de morte, menos presos seriam tentados a reincidir, pois com o agravamento da reincidência se chegaria na pena de morte. Aliviaria o sistema com menos “gente” entrando.

        Fica uma dica: quando copiar um artigo, além de citar a fonte, diga também onde ocorreu o fato. No texto não constou.

  9. O Brasil é um país tão bizarro, que um pessoa que fica presa, temo o direito de ganhar 915 reais por mês, e o trabalhador que produz algo, ganha 678 reais. Mais é o seguinte, dizem que se o Brasil tivesse investimento em educação, seguração, emprego e moradia, a violência iria acabar, isso é balela. Pegamos os países de 1º mundo, a Inglaterra por exemplo, investe bem em educação, mesmo assim existe criminalidade por lá, lembram dos HOOLIGANS, que detoram estádios de futebol e barbarizavam a torcida adversária. Não adianta, a violência esta na natureza humana, é tudo psicológico, não importa se você nasça em uma país rico ou pobre, esse fator não influencia na vida das pessoas, pois existe pessoas pobres que resolveram estudar e hoje são alguém na vida, e nunca procuraram roubar, ou matar. E também tem pessoa que nasceram em berços de ouro que são assassinos e estrupadores. Cada ser humano tem sua índole.

    • Bobagem, preso não ganha 915 reais por mês. Isso é lenda urbana. Isso é um auxílio pago apenas para quem contribuiu para o INSS, coisa que poucos bandidos fizeram. Se informe mais.

      • Precisa ter contribuído e o recebimento, que vai para a família, é proporcional ao valor da contribuição. Cadeia, no Brasil, por enquanto, ainda não é “profissão”… até que inventem o “bolsa-presidiário”…

    • Mas… a torcida vandaliza somente em determinadas situações, e o pau quebra na velha e boa “mão de comer”. E eles são punidos de forma exemplar. Ou você acha que país de primeiro mundo tem que ser perfeito? Não terão problemas? Até aceito a questão da índole humana na composição da violência, mas por aqui falta vontade de punir quem erra de modo severo.

  10. O bandido é bandido porque ele gosta de ser bandido, ele odeia uma vida chata de estudar, trabalhar, se endividar para comprar qualquer coisa. O bandido tem a semente do mal nas suas veias eles fazem o que fazem não por necessidade, mas por prazer. Quem escolhe ser bandido é porque ele se sente bem em viver na malandragem e nem mesmo essas cenas dos presídios lotados fazem eles desistirem de praticar crimes, tanto é que eles sempre acabam voltando… Se vocês acham os presídios brasileiros horríveis é porque vocês não conhecem os presídios africanos que são dez vezes pior que os nossos. Temos que levar em conta também que há questões culturais quando tratamos de criminosos e presídios pois cenas como as dos presídios brasileiros são vista em toda a América Latina ficando um pouco pior na América Central e México agora voltando aos presídios da Noruega é até compreensível que eles tenham tanta liberdade e qualidade de vida na cadeia porque um criminoso Norueguês é bem diferente de um membro do PCC, ou do Comando Vermelho que explodem bombas, sequestram, atacam delegacias de polícia, queimam pessoas e jornalistas dentro de pneus, ameaçam o Estado e fazem todo tipo de matança e crueldade sem remorso e com total desprezo pela vida humana.

    • Vamos supor que vc esteja certo. Não estou dizendo que vc esteja errado, aliás, não sei como um bandido pensa, não conheço a fundo ninguém que já tenha assaltado ou matado alguém (só conheço um estelionatário que roubou um bocado de grana, em torno de milhoes, mas não é desse bandido que a gente ta falando certo?). Muito menos sei como um bandido norueguês pensa, e acredito que ninguém aqui nesse blog saiba. Mas tentando desenvolver o seu pensamento pela lógica, supondo que esteja certa. Se bandido é bandido pq ele gosta de ser bandido. Então o objetivo é fazer ele não gostar mais de ser bandido, certo? Tá. Vc disse tb que as cenas de cadeias lotadas não botam medo neles, ou seja, eles não tem medo de ir pra cadeia. O que isso quer dizer? Quer dizer que se a função da cadeia é punir, então ela não está cumprindo seus objetivo, pq o bandido não tem medo da punição. Se a função é reabilitar, ele não deveria ter medo, mas não está funcionando porque as cadeias brasileiras tem alta taxa de reincidencia ao crime. Ou seja, elas não estão cumprindo nenhum papel. A não ser que o objtivo seja afastar o bandido da sociedade. Esse ela poderia cumprir, mas então, pra que soltar o bandido?! Porque não matar logo de uma vez? Então a função dela não é afastar da sociedade. Se dizendo que os presidios africanos são piores que os nossos vc está querendo dizer que os nossos estão bons, basta ver se os presidios africanos cumprem o papel deles, e desconfio que não.

      • Felipe, penso que cada instituição deve focar em um objetivo, para ter chances de alcançá-lo. A cadeia serve para punir o contraventor, não para educá-lo, muito menos ressocializá-lo. Mais ou menos, resguardadas as proporções, é como se faz com uma criança peralta: errou, primeiro se pune; depois vem os conselhos e exemplos, para que ela não repita a falta. Assim deve ser a cadeia. Pune o “bandido”, privando-o de sua liberdade, e do convívio social. Durante a punição, que não deve, de modo algum ser abrandada (se no momento da sentença havia razões para segregar o sujeito por cinco anos, durante o cumprimento da pena nenhum motivo pode ser invocado para reduzir essa pena, mesmo porque bom comportamento carcerário é obrigação do preso, não uma “virtude”), o único direito que o preso deve ter é; muitas das vezes, aquele que ele negou à sua vítima: viver e cumprir a pena. Terminada esta, deveria passar por um rigoroso exame psicossocial e só então encaminhado para programas específicos que visassem sua ressocialização. Não se encaixou? Volta para a punição, fica mais um tempo, e o processo se repete. Não se esperaria que ele cometesse outro delito. Seria uma atuação preventiva, não “remediativa”.
        Mas, essa é apenas minha humilde opinião. antes de criticar sistemas e pessoas, devemos perguntar: a quem realmente interessa recuperar um detento?

  11. O tenso é que os criminosos de menor potencial ofensivo, quando presos, passam por uma verdadeira pós graduação criminal, ao serem cooptados pelos PCCs da vida ainda dentro da cadeia. O cara sai de lá cheio de contatos e planos pra quando sair, cometer crimes ainda mais ambiciosos. Na atual conjuntura, as vezes é melhor ter um bandido “bonzinho” solto do que um bandido “bonzinho” preso fazendo uma escola de crime na prisão.

    • Só que o PCC atua ainda mais fora do sistema prisional, do que dentro. Então, dá para cooptar esse sujeito dito “bonzinho” a qualquer momento. E se já existe a tendência, para entrar para a universidade do crime é um passo.

      O ideal seria separar presos por periculosidade, e por tempo de pena. Mas isso vai demorar.

    • Eu me lembro vagamente a história de um cara que é preso e na delegacia o delegado pergunta “qual sua facção?”. Ele não tinha. Mas o delegado informou que ele precisava ter e ele optou pelo Comando vermelho. Virou partido essa porra!

  12. Parabéns pelo post Philipe! Muito bom!

    Não comentei nos outros posts, mas aproveito este para parabenizá-lo por todos os outros. Você está um fase muito produtiva ultimamente. Posts de alta qualidade, com muita informação e boa leitura.

    Parabéns e obrigado!

  13. A violência é inerente a espécie humana, cada pessoa nasce com sua índole. Investimento em educação, saúde, transporte e em todos setores públicos podem reduzir a violências nas cidade, mais nunca vai elimina-la por completo. As vezes o próprio sistema político nosso faz a pessoa optar em cometer crimes, pois uma das coisas mais triste do mundo e a tal falta de oportunidade, se o pião tiver uma má índole, e pre disposição a cometer crimes, ele não vai ter paciência e já vai querer partir pro assalto. Aqui mesmo nesse post com certeza muitos estudam e trabalham para melhorar de vida, e muitos não atingi o que pretendia, e ficamos revoltados, mas temos boa índole, e continuamos a correr atrás de nossos objetivos, nós compreendemos isso. Mas tem pessoa que já optam em entrar no mundo do crime, porque ESTUDAR NÃO É PARA QUALQUER UM, TEM QUE TER SACO. E o que sobra para as pessoa sem qualificação é o serviço bruto, pesado, e certas pessoa não acha digno tal serviço, e prefere ganha dinheiro fácil, traficando e roubando, mas uma hora a casa cai.

  14. Estudei muito sobre o assunto na faculdade, e posso afirmar que a diferença entre a teoria e a prática é gritante. Sim, seria ótimo se os presos se reestabelecessem e não voltassem a cometer crimes, mas há um ponto crucial, por exemplo, na Noruega que você citou, que não há aqui no Brasil… Educação!

    Philipe, para pessoas que estudaram como nós, alguns parâmetros podem parecer distantes e incomuns, mas a verdade é que a maioria dos brasileiros é ignorante, não sabe nem o que está fazendo no mundo, como eu sempre digo “a maioria não diz ao que veio”. E é verdade! Infelizmente, qualquer melhoria nos presídios não resolveria esse problema basilar. Então, ainda que eu tenha estudado sobre o tema, e seja um ser “pensante”, prefiro dar uma solução “ignorante” ao caso, bandido bom é bandido morto!

    Você não faz ideia do nojo que eu sinto dessa gente, quando saio do meu trabalho (no Centro do RJ) e vejo um grupo de marginais. Aquilo ali é um antro dessa gentinha. As pessoas de bem não podem andar tranquilas na rua, não podem fazer uso do que conseguem às custas de muito trabalho e suor. Você não pode atender o celular na rua! E o badido FDP fica nas esquinas esperando você passar para dar o bote. Estudo na UERJ à noite, e você não tem noção da quantidade de bandidos que rondam aquilo ali, alguns já são conhecidos por nós. Pasme, há um menino por volta de seus 7 anos, que vive por ali com a sua garrafinha de cola. Qual o futuro desse moleque?! Ele vai virar mais um lotando as cadeias, isso se ele conseguir crescer, isso se ele for pego.

    Eu prefiro me preocupar em me proteger para evitar ser assaltada, violentada, sequestrada, o que for, do que me preocupar com a vida do presidiário na cadeia.

    • Madame, na expressão “bandido bom é bandido morto”, não concordo com uma coisa: o bandido bom. Isso não existe. Agora, se optou por ser bandido, morrer é uma consequência bem provável. Mas hoje, a pena de morte já se encontra instalada em nosso país. Pena que ela funcione apenas para uma das partes envolvidas no conflito: a vítima. Quem mata, seja por qual razão for, sabe que não irá morrer por isso.

  15. Cara eu ja gostava do mundo gump antes, agora eu to achando ainda melhor com esses seus textos que abordam temas do cotidiano e problamas da sociedade, ainda mais por serem diferenciados, não tem aquele conteudo mais que mastigado que politicos e intelectuais estão cansados (ou não) de abordar em jornais e programas da tarde. Gosto tambem da sua imparcialidade e abordagem por varios angulos sobre os temas, e essas informações mais peculiares que vc nos traz. Tenho percebido que o numero de comentarios está aumentando tambem, por acaso o fluxo de internautas tambem estaria maior?

    E só uma sugestão (na verdade um pedido disfarçado rs) cara não seria legal vc fazer uma coluna com criticas de filmes? É que eu acompanho o blog e ja percebi o quanto vc gosta de filmes e o quanto as analises que vc faz são otimas, muito melhor do que as de criticos de coluna de jornal.

    Parabens pelo trabalho cara, está muito bom mesmo.

    Ah e mais uma coisa, não consigo ouvir nem baixar os gump cast, seria algum problema com os links?

    • OI Wesley! realmente, uma coluna de cinema fixa ia ser bacana, há coisa de um ano atras eu estudei fazer isso, mas não consegui enviar o contrato a tempo com a Warner. Isso me daria direito a ingressos grátis e material de divulgação para sortear aqui no blog para os leitores. Eu vou colocar essa ideia aí pra frente sim, porque acho que realmente, cinema e essas coisas todas aqui do blog tem tudo a ver. Agora que o Davi ja ta maiorzinho, ja começo a poder ver mais filmes no cinema.

      Quanto ao aumento da audiência, eu estou muito feliz com isso! Aumentou SUBSTANCIALMENTE. Tava dando uma media de 16.000 pessoas ao dia aqui. Esse numero foi catapultado para 100.000 pessoas! Isso é mais que a lotaçãoi completa do Rock in Rio, que foi de 80.000 este ano!
      E isso em UM DIA! É muita responsabilidade, puta merda. Dá frio na barriga de pensar que tanta gente lê o que eu escrevo.

      Depois caiu um pouco, voltou para 80.000 ao dia, e tem oscilado. Basicamente, este mês devemos fechar com um milhão de acessos únicos. Os dados atualizados estão na pagina http://www.mundogump.com.br/anuncie/
      Isso representa o recorde do ano, que começou bem fraco, mas estou trabalhando duro para melhorar os números.
      O tempo de visita, que é um importante indicador de qualidade, (talvez um dos mais importantes) saltou de um minuto e pouco para três minutos e 24 segundos.

  16. Tem uma coisa que PRECISA ser dita: a Noruega tem 10% da população do Brasil. Lá a distrbuição de renda é uma das melhores do mundo. Ou seja: não dá para comparar com o Brasil e nem mesmo com os EUA, porque os crimes que são cometidos lá são diferentes em motivação, logística e mesmo em grau de violência, ao ponto de quando aconteceu o atentado terrorista de 2011 em Oslo haver um intenso debate sobre que destino dar ao extremista de direita responsável pelos atentados. Debateu-se, inclusive, se não seria o caso de fazer uma “lei de exceção” para casos como o dele – com a pena de morte entrando em debate.
    Dito isto, é importante dizer que TAMBÉM nos EUA, ser rico e poder pagar bom advogado também faz diferença, ou vocês acham que se o OJ Simpson fosse pobre ele teria escapado, mesmo com todas as cagadas que o policial racista fez para “aumentar” as chances dele ser preso?
    Todo nosso sistema, do código penal ao estatuto prisional, passando pelo codigo processual penal, é obsoleto e dá uma terríel impressão de que não só não recupera ninguém, mas ainda parece ser insuficiente para punir crimes hediondos. Quando você vê um Guilherme de Pádua, um dos irmãos Cravinhos e outros autores de crimes hediondos solto, você não imagina que ele ficou preso nesse pardieiro, mas apenas acha que ele cometeu um crime bárbaro e já está solto. Soma-se a isso a alta taxa de insucesso dos homicídios no Brasil (quase70% dos inquéritos acaba sem solução) e a gente entende porque somos um país tão violento.
    A solução não é só melhorar a cadeia, mas tentar fazer com que a taxa de homicídios e crimes diminua com ação social e educação. Mais crianças nas escolas e menos adolescentes à toa e poderemos ter esperança de, no futuro, termos menos gente na prisão.

  17. “É engraçado olhar para isso e confrontar os números. Com toda a qualidade de vida, os presos não querem voltar pra lá quando ganham a liberdade. Talvez porque já não precisem mais do crime. Talvez porque lá fora a vida esteja bem melhor do que la dentro.”

    Esta frase resume bem a questão. De nada adiantaria implantar um sistema tal qual o norueguês em nosso país com as condições de retorno a sociedade da maneira que estão. Muito provavelmente os presos voltariam a cometer delitos apenas para voltar a uma prisão dessas fossem reinseridos na realidade social brasileira.
    Nós procuramos analisar a causa à partir de um ponto de vista localizado e reducionista; “o problema dos presídios”. O problema não se resume aos presídios, mas sim a toda uma organização social. A Noruega apenas pode ter um presídio destes porque tem uma cultura e uma economia fortes, que apenas assim o fazem por uma coerente e boa educação, o que por sua vez cria sentimento de consciência e coesão social em seus cidadãos, o que por fim comina na busca, sempre, da manutenção e elevação das condições do bem coletivo e social.
    Não se trata de um ponto isolado, mas de toda uma confecção da trama circunstancial pela qual as instituições estatais atingem os mais altos estândares. Está tudo interligado por uma fina malha de sentimento coletivo que você pontuou com uma palavra coerente: civilização.
    Assim, instituições de estado e as próprias instituições civis apenas geram reflexos da sociedade na qual elas estão estabelecias e, em havendo falência ou degradação em uma determinada sociedade, suas instituições refletirão exatamente isto.
    O único investimento certo na questão penitenciária é na educação, de base, dos novos cidadãos, de maneira integral e compulsória e com pesadíssimos investimentos. Só se muda a questão dos presídios, e de forma mais ampla o tratamento do estado e da sociedade às questões criminais, com uma reestruturação do próprio tecido social e da cultura em nossa sociedade.
    De outra forma estaríamos apenas enxugando gelo.

  18. Cada caso é um caso.
    Eu sempre achei que prisão devesse ser um lugar de recuperação do caracter da pessoa, e há muitas maneiras de fazer isso. Uma delas é fazer com que o preso provenha o prorprio sustento, trabalhando. E digo mais, prover reservas para quando sair e se possivel, ajudar os familiares que ficaram lá fora dependentes da sua “ausente ajuda”, quer dizer, não ajudou quando estava lá, vai ajudar daqui de dentro, pra deixar de ser vagabundo.
    Éclaro que nem tdo criminoso vai para a cadeia por causa de “vagabundice”. Alguns, quando não são completamente injustiçados, vão para lá por engano e por crimes menores e acabam no meio de superbandidios que os aliciam e acabam por desvirtuar o pouco bom caracter que lhes resta.
    Mas a grosso modo a prisão deve MESMO ser um lugar horrivel e de DURA PENAS, para que o sujeito não queira mais ir para lá se algum dia (ou se sua pena permetir) sair.

    • Bezalel, primeiramente, o caráter quem muda é a pessoa, não uma instituição pública. Segundo, cadeia não educa, pune. Quem pode educar é a sociedade, exigindo programas das autoridades públicas para esse fim. Desviar do foco principal para outras premissas é acabar não fazendo nada, no final das contas. É como se um caçador atirasse para todo lado, esperando acertar alguma coisa, em vez de mirar em um alvo de cada vez. Cadeia é igual a castigo. Sem passar a mão na cabeça, sem reduzir a duração do castigo, sem dó!!!

      • Philipe, desculpe, mas discordo totalmente. Primeiro, que já é difícil manter culpado na cadeia. Recentemente, teve o caso do juiz que sentenciou o réu, mas não pode mandá-lo para a prisão, por falta de vagas, então o colocou em liberdade. Se já é difícil manter culpado solto, que me dirá inocente, então??? Claro, erros existem, mas são a infinita minoria. E a culpa não é apenas do órgão repressor do Estado, não. Se falhou a investigação, falhou também o Ministério Público, que, como titular da ação penal, deveria ter pedido mais diligências; falhou o juiz por condenar sem provas robustas. Ou seja, falhou o sistema como um todo. Apontar essa ou aquela instituição, é procurar alguém para levar a culpa…

  19. Pra mim a melhor postagem do ano,(só não vou dizer que você se superou nesse, porque você é genial).

    Também não gosto de bandido e tal, pra mim estupador e pedofilo ainda tem que morrer, porém para os outros casos acho que a cadeia deveria recuperar o individuo, essa é a intenção, já que eles ficam preso um periodo para ser reinserido na sociedade não?!?!
    Agora o cara sai da cadeia e vai procurar serviço e dificilmente vai conseguir boa parte por preconceito e por não ter aprendido nada nesse periodo que ficou preso, não aprendeu uma profissão, não colocaram o cara pra estudar.
    por isso 80% deles retornam pra lá.Talvez se fosse como na noruega (não precisa ter todo essa comodidade que se tem), em que o cara tem a oportunidade de aprender algo não seria diferente.
    Deveríamos repensar sobre isso…

  20. Discordo totalmente com essas prisões da Noruega, pois de alguma forma o bandido deve pagar pelo crime cometido com um pouquinho de “sofrimento” e não de regalias ! Acho que o meio termo, como acontece nas penitenciárias do Japão, que seria o correto para as priões daqui do Brasil! Temos que botar essa vagabundagem pra trabalhar ocupando suas mentes doentias em alguma coisa útil e se ele “andar fora da linha” solitária é a solução embora eu seja favorável a pena de morte em casos de estupro de vulnerável, assassinato e corrupção !

    • Fazer preso brasileiro trabalhar para custear sua estada na prisão, manter a família aqui fora e ainda indenizar a vítima? Sei não, as “pastorais carcerárias da vida” e o “direito dusmanus” chamarão a isso de tortura. E tortura é crime hediondo. Mas a vítima ajudar a sustentar seu algoz, na prisão, com o dinheiro de seus impostos, “tá liberado”!!!

  21. Países ditos de “primeiro mundo” também fazem sua mazelas, absurdas até para os padrões tupiniquins. Vejam esta notícia e confiram no link:

    “Espanha: estuprador em série condenado a 268 anos é libertado.

    Um estuprador em série foi libertado na Espanha 17 anos depois de ser condenado a 268 anos de prisão beneficiado assim pela decisão do Tribunal de Direitos Humanos (TEDH) que declarou ilegal a Doutrina Parot.

    “Procede declarar extintas as responsabilidades penais pelas quais foi condenado Antonio García Carbonell”, afirma a justiça do auto do processo.

    Antonio García Carbonell, 76 anos, foi condenado em 1996 por mais de dez estupros e outros delitos de roubo, sequestro e agressões a mais de 268 anos de prisão, dos quais iria cumprir um máximo 30 de acordo com a lei espanhola.

    O estuprador obteve benefícios penitenciários que teriam permitido que saída da prisão em 2011 se não tivesse sido aplicado a Doutrina Parrot, que estabelece que as reduções de condenação são descontadas do total da pena a qual um preso foi condenado, e não dos 30 anos de cumprimento máximo efetivo de prisão previsto pela lei.

    No entanto, na segunda-feira passada, o TEDH, com sede em Estrasburgo, anulou esta interpretação judicial e ordenou que a Espanha libertasse a integrante do ETA Inés del Río Prada, presa desde 1989 com uma pena de 3.800 anos.

    Autor de duas séries de estupros em 1991 e 1995 na região da Catalunha, García se converte assim no primeiro deliquente comum beneficiado pela decisão do TEDH, que desatou uma importante polêmica na Espanha ao abrir as portas da prisão para dezenas de integrantes do ETA condenados.

    Além disso, segundo o ministério do Interior, inúmeros presos por delitos de estupro ou assassinato poderão sair da prisão nos próximos quatro anos em virtude desta sentença.”

    Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/espanha-estuprador-em-serie-condenado-a-268-anos-e-libertado,f4dc406129be1410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

    Se a moda pegar por aqui….

  22. Acho é que os resultados na Noruega são menos em razão dos presídios modelo (que, como vc disse, Philipe, são só dois em todo o país) e mais em razão de que lá, o sistema TODO funciona. Lá compensa NÃO ser criminoso. Aqui? Leis frouxas, judiciário que é uma zona, setores inteiros da imprensa, do governo, de ongs, artistas e o escambau que sempre fazem o possível para criar uma versão dos fatos em que o bandido nunca teve escolha a não ser cometer o crime. Aqui bandidagem é status, tem glamour. É o herói oprimido, o espírito livre que não se conforma com as convenções caretas da sociedade. Dão mil desculpas pro sujeito ser assim, que é culpa da sociedade injusta, que é uma vítima, é uma babação de ovo disfarçada de consciência social, que faz questão de confundir pobre com bandido – o que é um desrespeito monstro com pessoas que vivem na pobreza, mas não deixam de trabalhar, de estudar, de ser produtivas pra sociedade. A sociedade é injusta? É pra cacete! Mas isso faz um erro ser menos ruim que outro? Caramba, funciona com sistema de créditos o negócio agora? “Ah, vocês não têm o direito de me julgar, porque me foderam por completo ontem e hoje eu só coloquei a cabecinha. Eu tinha o direito de fazer muito pior!” Igual o “cuidador” de carro que vem te dizendo que ele podia-estar-robano-matano-estrupano, mas ele é tão legal que te faz o favor de “só” pedir esmola. E ainda dá preço.
    E outra coisa, essa de “igreja é o ópio do povo, faz o fiel de trouxa, entorpecedor das massas” é outra história pra boi dormir. Tem muita gente que só teve oportunidade de receber uma bússola moral na vida, só conseguiu entender os fundamentos da ética, de que o fato de que você ter sido ferido não te dá o direito de ferir os outros, foi através da religião. Vai muito além do simplista “não faça, que papai do céu castiga”. Tem, sim, muito safado se aproveitando da boa fé dos outros, mas essa idéia que todas as igrejas de hoje ainda são aquela coisa obscurantista, com gente querendo implantar a inquisição espanhola, não ajuda em nada.

  23. No meu ponto de vista, as prisões punitivas, com condições degradantes, como existem no Brasil, deveriam fazer com que o preso não quisesse nunca mais voltar lá, mas acredito que tenha a questão da índole, para pessoas de boa índole isso é verdade, para os outros não.
    Proponho um sistema criminal / prisional ainda mais rígido:
    1) Prisões sem as mínimas condições mesmo. A função não é recuperar, isso é da vontade de cada um na hora que sair, a função é punir mesmo. Preso não tem direito a visita, nem sacola, nem saidinha, nem nada. Réus primários cumprem 2 anos, independente do crime.
    2) Em caso de reincidência, independente do crime, pegam automaticamente 35 anos (espero que isso faça o cara pensar 10 vezes antes de cometer novo crime). Sem visita, sem sacola, sem saidinha, sem indulto. Não sai de lá antes de cumprir os 30 anos.
    3) Nova reincidência mais 35 anos. Aí provavelmente vai morrer na cadeia.
    4) Contribuinte não sustenta preso. Todo dinheiro gasto deve vir das famílias dos criminosos, ser pago mensalmente ao Estado que o usa igualmente para todos os presos. Caso não haja pagamento pode faltar comida, não haver tratamento médico, etc. Não vai ser suficiente, vai ter desvios, pelo menos não vai ser com o dinheiro de quem foi vítima deles. O preso vai virar um fardo para a família, e vai haver pressão nas comunidades para que os indivíduos não se envolvam em atos criminosos.

    Pode ser que perante tratados internacionais de direitos humanos exatamente como pincelei não seja implantável, mas se apenas alguns pontos puderem ser feitos já está ótimo. Mantêm o bandido mesmo, aquele que comente mais de um crime por no mínimo 37 anos longe da sociedade.

    Tinha umas idéias mais radicais, mas os “Direitos Humanos” não permitiriam mesmo…

    Agora a questão de prender inocentes é mais séria numa realidade dessas. Esse ponto tem que ser pensado melhor.

  24. Não existe recuperação num lugar assim.
    Na minha opinião, ja que o estado não consegue administrar os presídios e penitenciárias no Brasil principalmente por causa da corrupção, deveria se estudar a possibilidade de ” privatização “. Nós ja privatizamos tantas coisas que não deveriam ser privatizadas como estradas e hidrelétricas que mais uma não faria diferença. Aliás, eu acho que nesse caso é que faria toda diferença. O governo ficaria apenas a tarefa de fiscalizar se o acordo previstos nas cláusulas do contrato estavam sendo seguidas. Em troca de melhores condições de vida prisional, o contratante ficaria com a mão de obra dos presos, podendo ser usadas em trabalhos dentro do próprio presídio reduzindo assim, por dia trabalhado a pena dos detentos.

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