Hoje descobri uma parada que me deixou bolado. Você sabia que antes de existir toda a Ciênca forense de perícia criminal e as tecnologias do CSI, os investigadores treinavam usando casinhas de boneca?
Parece estranho, mas quando não havia toda essa tecnologia de hoje para elucidação de crimes, sobretudo de assassinatos, casinhas de boneca eram adaptadas por uma artista para que os peritos simulassem casos reais de assassinato, e os investigadores brincavam com elas, tentando elucidar aquelas mortes dos personagens em miniatura como se fossem pessoas de verdade num ambiente real.
Essas casinhas de boneca eram chamadas de Estudos Nutshell de mortes inexplicáveis. A ideia surgiu na década de 30 e foi tão bem sucedida que se prolongou até meados do final dos anos 40.
A artista por trás desses macabros brinquedinhos infantis adaptados, era Frances Glessner Lee, uma senhora milionária, que havia herdado uma fortuna. Ela passava seus dias criando essas cenas de crimes para a polícia.
A mulher era sinistra: Ela fundou em Harvard o departamento de medicina legal, que foi o primeiro programa do país para patologia forense.
Ela nasceu em Chicago. Seu pai, John Jacob Glessner, era um industrial da área de mineração que ficou milionário. Ela e seu irmão foram educados em casa. O menino foi para Harvard, mas ela não tinha permissão para frequentar a faculdade por conta dos preconceitos da época e, seguindo o que mandava os ditames do período, se casou com um advogado, Blewett Lee.
O casamento acabou em divórcio. Quando ela expressou interesse em patologia forense anos mais tarde, Frances foi enfaticamente desencorajada. Ela teve que esperar até um ano após a morte de seu irmão em 1930, quando, aos 52 anos, ela finalmente deu seus primeiros passos na direção de sua própria carreira.
Sua maior característica era o perfeccionismo absurdo com o qual ela construía seus dioramas, com peças de casas de boneca. Muitas vezes os trabalhos de Frances Glessner Lee refletiam seu contexto familiar. Seu pai era um ávido colecionador de móveis chiques, com os quais ele decorou a casa deles. Ele até escreveu um livro sobre o assunto, e a casa da família, projetada Henry Hobson Richardson é hoje um museu. Glessner Lee gostava das histórias de Sherlock Holmes, cujo enredo geralmente trata de investigações elucidadas por pequenos detalhes, geralmente negligenciados.
Ela incorporou muitos desses conceitos em suas casas de boneca.
As maquetes que Frances fez são tão perfeitas para treinamento de investigadores que 18 das suas casas de boneca ainda são utilizados para fins de treinamento na Associação de ciências Policiais de Harvard.
Há um documentário sobre essas casas de bonecas assassinadas que parece ser muito interessante. Aqui está o link do documentário. E aqui está o trailer:
Então é daí que o Neil Gaiman tirou o nome do arco de histórias sobre serial killers no Sandman! Putz, a pesar de não ser muito fã da série, o cara me surpreende de vez em quando.
Medo!