Outro dia postei la no meu face uma imagem que chocou algumas pessoas:
Apesar da piada ser engraçada, quem a criou confundiu o bicho, uma criatura enorme do tamanho de uma criança com membranas grandes com um morcego. Certamente devem ter pensado que se tratava de um morcego raposa, uma das espécies mais impressionantes de morcego que existem na natureza:
Na verdade, o bicho estranho lá de cima, é um colugo.
O Colugo é um primatomorfo, ou seja, um mamífero que é perto de ser um primata, sem de fato ser.
Segundo o G1:
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[…]a coisa mais próxima de um primata sem ser um primata, está num artigo na revista especializada americana “Science” desta semana. No trabalho capitaneado por William J. Murphy, da Universidade do Texas A&M, uma comparação genética abrangente, envolvendo vários primatas (como humanos, chimpanzés, orangotangos e lêmures) e outros mamíferos, ajudou a resolver o que ele define como “uma controvérsia muito antiga”.
“Até hoje não se sabia se os parentes mais próximos dos primatas eram os colugos, os musaranhos-arborícolas ou ambos”, declarou Murphy ao programa de rádio online da “Science”. É difícil saber quais das duas opções é uma esquisitice maior. Enquanto os colugos, também chamados de lêmures-voadores, parecem o cruzamento mal-ajambrado de um morcego com um esquilo, os musaranhos-arborícolas lembram ratazanas pós-atropelamento.
Não é exatamente o tipo de parente que as pessoas gostam de apresentar para a namorada. Os colugos, em especial, “parecem fantasmas no meio da mata, planando feito morcegos ou pipas. São bem esquisitos mesmo”, afirma Murphy.
Mesmo assim, a anatomia das espécies atuais e a dos fósseis deixa claro que as duas bizarrices estão bem próximas dos primatas. Para tirar a prova dos nove e ver qual era o mais próximo de nós, Murphy e companhia examinaram quase 200 mil éxons — os pedaços dos genes que servem de base para a produção de proteínas. Modificações em éxons compartilhadas entre primatas e seus parentes poderiam resolver o enigma, raciocinou a equipe.
De fato, após um árduo processo de comparação genética, a estratégia deu certo. Pequenas diferenças, representadas, por exemplo, pelo sumiço de pedaços de DNA, colocaram os colugos definitivamente como o grupo-irmão dos primatas, como se diz no jargão científico.
Para ser mais preciso, eles estimam que os colugos e nós primatas formávamos um único grupo até uns 85 milhões de anos atrás, quando houve a divergência que daria origem aos mamíferos planadores. Os achados podem parecer mera curiosidade biológica — mas estão longe disso, segundo Murphy.
“A questão aqui é saber quais mudanças anatômicas e moleculares aconteceram ao longo da evolução para que os primatas surgissem”, afirma o pesquisador americano. Assim, por mais maluco que pareça, entender os colugos pode ser um passo importante para entender a nós mesmos.
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A foto usada no meme, que eu suponho surgiu aqui parece ter origem na Indonésia.
O problema é que o colugo tem poucos centímetros, e esse bicho aí parece enorme, (e tem as bolas maiores que as minhas).
A probabilidade dele ser um colugo é grande, porque essa membrana aí ligando o braço à cabeça do bicho pode ser vista em detalhes numa foto de um colugo fêmea aqui:
É difícil saber ao certo se isso é uma foto real ou fraudulenta, mas estou inclinado a ver nela uma fraude, gerada por perspectiva forçada. Na perspectiva forçada, você coloca um ser pequeno na frente da câmera e mantém as pessoas, carros ou outra referência qualquer de dimensão, distante. Isso intensifica a diferença de tamanho, dando a impressão de que o animal é maior do que realmente é. Esse foi um efeito visual muito utilizado pelo Peter Jackson em LOTR para fazer o Frodo e seus amigos parecerem bem menores que o Gandalf.
Também foi este truque que gerou espanto com a famosa foto do morcego gigante, que rodou a net anos atrás. (note a faca sobre o morcego, que denuncia o truque)
Claro que é possível, mas não muito provável, que se trate de uma foto verdadeira de um colungo gigante, um animal ainda desconhecido da Ciência. No entanto, se considerarmos que este animal não voa, apenas pode planar, seu grande tamanho é um empecilho, ou teria que haver árvores altas o suficiente para que essa adaptação membranosa fosse realmente útil, e para tal, as árvores deveriam ter a altura de montanhas. O Ser humano usa roupas com membranas bastante similares para fazer manobras acrobáticas em saltos de montanha e avião:
No entanto, se criaturas assim existissem, poderiam espalhar medo nos indígenas e homens primitivos, o que seria um belo elemento de ignição para mitos como o do Ahool.
O Ahool é um homem-morcego gigante de Java.
Devido ao aumento populacional da ilha de Java, vastas áreas de floresta nativa da ilha vem sendo progressivamente destruídas, para dar espaço para as casas e loteamentos. Infelizmente, como a floresta diminui, os animais tem que fugir daquela região e assim as chances de descoberta de novas plantas e animais aumentam. Uma destas criaturas seria o Ahool.
O Ahool é geralmente considerado como um morcego gigante que vivia nas profundezas da floresta de Java. A primeira menção dessa criatura foi a descrição do Dr. Ernest Bartels, enquanto ele estava explorando nas Montanhas Salak, que são encontrados na ilha de Java. Ao explorar uma cachoeira, Bartels de repente viu um morcego gigante voar sobre sua cabeça. Duas semanas depois, Bartels encontrou novamente a criatura, desta vez ouviu o barulho, “um ruul”, fora de sua cabana, quando saiu para vê-lo, ele fez o som novamente e depois voou para longe. Graças a esta experiência, a Ahool tem o seu nome.
O Ahool é dito como tendo a envergadura de 3 metros! Ele supostamente tem alguns pêlos finos, cobrindo seu corpo (uma pequena pelagem cinza escuro). Os relatos das pessoas que supostamente avistaram a criatura dizem que ela tem o corpo de um morcego, mas a cabeça lembra a de um macaco. Alguns até dizem que o rosto da criatura é quase humano. Tem grandes olhos negros, dois antebraços achatados que são capazes de sustentar a sua gigantesca asa, e seus pés se diz estar apontando para trás.
Nativos da região, desde a antiguidade, cultuavam criatura, que consideravam divina e que se assemelha muito com o Ahool, principalmente pelos escritos deixados pelos líderes dos cultos, que falavam que o “sobrevoar da divindade escurecia o Sol” e que descrevia tal entidade como um morcego gigantesco com rosto de homem.
Morcegos gigantes e criaturas aparentadas são ocorrências relativamente comuns nas lendas. No Brasil mesmo temos lendas de povos indígenas que são mistos de gente e morcego, os kupe-dyep. Há também os vampiros e até o mothman.
Segundo a lenda, um apinagé flechara um veado perto da rocha do Morcego e acampara ali a noite porque já era tarde. Mas, enquanto ele dormia, os kupe-dyeb vieram voando esmagando seu crânio com seus machados.
Como ele ficou um longo tempo ausente, seus parentes seguiram as suas pegadas e acharam seu cadáver. Em torno dele, viram também muitas pegadas, mas nenhum traço da chegada ou partida dos malfeitores.
Por causa disso, durante muito tempo os apinagés evitaram passar a noite naquela região, até que um dia dois caçadores e um menino decidiram acampar ao pé da rocha do Morcego. Depois do anoitecer, ouviram cantos vindos de dentro da montanha. Então o menino ficou assustado e se escondeu em uma moita longe do acampamento dos dois homens. Logo após, os morcegos vieram voando e mataram os dois caçadores, mas o menino escapou, e na aldeia, contou o que ocorrera.
Então os guerreiros apinagés de todas as quatro aldeias saíram juntos para destruir os kupe-dyep. Quando eles chegaram à rocha do Morcego, imediatamente ocuparam a entrada da caverna, onde amontoaram a lenha. Enquanto isso, outros procuravam fazer uma volta para alcançar a janela da caverna. Mas isto era mais difícil do que haviam suposto, e eles ainda não tinham alcançado o seu objetivo, quando aqueles que tomavam conta da entrada puseram fogo à pilha. Assim os kupe-dyep voaram em atropelo pela abertura superior, sem serem feridos pelas setas dos apinagés. Eles voaram pra o sul, e diz-se que ainda estão vivendo em algum lugar por lá.
Quando a fumaça diminuiu, os guerreiros apinagés penetraram na caverna, achando um grande número de machados abandonados pelos kupe-dyeb em sua fuga. Bem no fundo da caverna, escondido por uma pedra, um menino de cerca de seis anos de idade. De início, eles queriam mata-lo, mas um índio decidiu criá-lo e levou-o consigo.
Quando os apinagés em sua viagem fizeram seus leitos de folhas de palmeiras no chão, determinaram também o lugar onde deveria dormir o pequeno kupe-dyeb, mas ele não ficou deitado: chorava e olhava constantemente para o céu. Como não queria deitar-se de modo algum, seu dono teve subitamente uma ideia. Lembrou-se de que na morada dos kupe-dyep não havia camas no chão nem tão pouco postes para dependurar redes, mas havia muitas vigas horizontais. Trouxe um varapau e o colocou horizontamente apoiado nas forquilhas de galhos de duas pequenas árvores vizinhas.
Logo que o menino viu isso, trepou em uma das árvores de tal modo que se dependurou no vara pau pelos joelhos, a cabeça para baixo. Encolheu a cabeça, cobriu o rosto com os braços cruzados, e então dormiu calmamente nesta posição.
Este menino viveu pouco tempo entre os apinagés, pois morreu logo. Um dia eles o observaram deitado no chão cantando. “U-ua Klunã Klocire! Klud pecetire!” Então, ele agarrou o cangote com as mãos. Quando os apinagés perguntaram-lhe sobre isto, disse que seus companheiros de tribo dançavam daquele modo. Os apinagés ainda cantam a canção do kupe-dyeb.
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Já o ser chamado “Mothman” que ganhou este nome seria uma estranha criatura relatada nas áreas de Charleston e Point Pleasant, em West Virginia, entre Novembro de 1966 e Dezembro de 1967. Antes e depois destas datas há relatos apenas esporádicos de avistamento, com alguns tendo sido recentemente, em 2007.
A maior parte das testemunhas oculares descrevem o Mothman como uma criatura com asas, do tamanho de um homem, com grandes e brilhantes olhos vermelhos. Freqüentemente aparece como não tendo cabeça, com seus olhos situados no peito. Um número de hipóteses já foram apresentadas para explicar os relatos das testemunhas oculares, indo desde o erro na identificação e coincidência ao fenômeno paranormal e teorias de conspirações.
O Mothman foi identificado pela primeira vez em 1926, por um menino. No mesmo período, três homens que estavam cavando uma cova, em um cemitério ali perto, viram uma figura humana marrom com asas, levantando vôo detrás das árvores. Ambos os incidentes foram reportados separadamente um do outro. Já ocorreram um grande número de avistamentos do Mothman embora não exista ainda nenhuma fotografia da criatura.
De 1926 a 1960 foram registradas mais de mil aparições do Mothman nos boletins policiais, muitas delas provavelmente falsas devido a histeria da população toda vez que os jornais abordavam o assunto. O interessante é que, com o passar do tempo, um segundo personagem começou a aparecer nos relatos. Apelidado de Ingrid Cold, essa entidade acompanhava as aparições de Mothman, sempre observando, com uma aparência um tanto peculiar: tinha mais de 1,80m e estava vestido com um macacão verde brilhante que cintilava e parecia refletir as luzes da rua. Havia um largo cinto preto ao redor da sua cintura. Sua feição era sombria de pequenos olhos arredondados, bem pequenos e brilhantes, bem separados.
Um dos casos mais notórios seu deu na tarde de 15 de novembro de 1966, ao passarem de carro por uma fábrica abandonada perto de Point Pleasant, Virgínia Oeste, dois jovens casais avistaram dois olhos enormes, de 5 cm de largura e 15 cm distantes um do outro, ligados a uma coisa que “tinha a forma de um homem, mas maior”. Talvez entre 1,80 e 2,10 m de altura. Quando a coisa começou a se mover em direção à porta da fábrica, os quatro entraram em pânico e fugiram. Logo depois viram a mesma criatura, ou semelhante, na encosta de uma colina perto da estrada. Ela abriu as asas, que pareciam de morcego, levantou vôo e seguiu o carro, que àquela altura estava a 160 km/h.
Outro bicho que poderia se enquadrar nessa aparência seria o Demônio de Jersey.
O Demônio de Jersey é uma criatura ou que habita a floresta de Pine Barrens, ao sul de Nova Jersey, EUA. A criatura é descrita como um bípede voador com patas, mas existem muitas variações.Existem várias lendas sobre sua origem. As primeiras são atribuidas ao folclore dos índios nativos. As tribos chamavam a área ao redor de Pine Barrens de “Popuessing”, que significa “lugar do dragão”. Mas a lenda mais conhecida é de que, em 1735, uma senhora de sobrenome Leeds, que tinha 12 filhos, descobriu que estava grávida de seu 13º filho e disse: “Que este seja amaldiçoado!”. Então o bebê nasceu com cabeça de cavalo, asas de morcego e patas de canguru, matou seus pais e depois fugiu para a floresta de Pine Barrens.
Seja como for, real ou não, seres com membranas e aparência assustadora permeiam o imaginário humano desde que eramos selvagens e pelo visto, nem a alta tecnologia pode frear esses mitos.
Levanta a mão quem não olhou pro órgão genital dos bichos!!
o/
Eu não tinha olhado até você mencionar aqui. Depois disso, fui conferir.
:O
É por isso que gosto do MG. Eu entro aqui e passo horas lendo posts e mais posts. E o mais legal é que o Philipe não se prende a um único assunto ou apenas ao assunto do título do post.
Parabéns Philipe! Continue assim.
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Valeu!
Interssante. Mas eu só tenho medo de uma coisa: “MULA-SEM-CABEÇA QUE SOLTA FOGO PELAS VENTAS”!
Lendo esse artigo lembrei do filme olhos famintos. Seria o filme baseado nestes fatos?
Tem um ótimo filme do Richard Gere do Mothman. Chama-se “A Última Profecia” em português. Inclusive tem o tal Ingrid Cold, que acho que no filme é Indrid Cold (tem que ver isso aê). Um belo suspense, recomendo! Aliás, acho que vou assistir hoje, pela 12a vez pelas minhas contas hehe
Otima matéria… Eu achava que sabia algo sobre o mothman, mas na verdade não sabia sobre esse tal.de ingrid cold. E boa dica de filme Gabera, vou assistir com certeza!
Assisti o filme de novo mesmo, é Indrid Cold, não Ingrid. Mas não sei se o certo é o que está no filme ou o do post.
Philipe, sei que não vai ter nada a ver com o assunto, mas no trecho onde você fala do Homem-Mariposa você também comenta da famosa figura que acompanhava os desastres: Indrid Cold. Eu tava lendo normalmente o artigo, e num flash de memória fotográfica eu me recordei de algo.
Thing is, Indrid Cold é um nome que não só apareceu no caso do Homem-Mariposa, mas como também no famigerado caso dos Grinning Men (já ouviu falar?). O engraçado é que não para por aí. A aparência da figura relatada pelos moradores de Point Pleasant, é idêntica (carece de alguns outros detalhes, inclusive) a dos Grinning Men. Olha, não tem nada a ver mesmo com o assunto do post, mas eu tive que comentar. Quer dizer, eu tava lendo sobre colugos, cara! HAHAHAHAHAHA!
“tinha mais de 1,80m e estava vestido com um macacão verde brilhante que cintilava e parecia refletir as luzes da rua. Havia um largo cinto preto ao redor da sua cintura”É uma drag…kkkk
Que saudade de ler aqui! Vc continua fazendo posts ótimos Philipe!
Eu não tenho medo dessas coisas, porque pode ser que exista, mas não há motivos para se assustar, já que eles só sabem se defender!
Na foto da ponte parece o Golias, dos Gargulas.