O pontífice sobreviveu, apesar de quatro ferimentos à bala, e depois fez amizade com seu assassino fracassado.
Em 13 de maio de 1981, durante a passagem da carreata papal pela Praça de São Pedro no Vaticano, foi feito um atentado contra a vida do Papa João Paulo II.
Um fotografo que cobria o desfila registrou essa impressionante sequencia de imagens que mostra o core da crise quando o pontífice foi alvejado no abdômen diante das testemunhas incrédulas:
Dia 13 de maio de 1981: Papa João Paulo II imediatamente após a tentativa de assassinato.
Ali Agca tinha 23 anos quando disparou três tiros contra João Paulo II, em 13 de maio de 1981 – dia de Nossa Senhora de Fátima. O atentado ocorreu em plena Praça de S. Pedro, enquanto o Papa saudava os fiéis de cima do papamóvel. João Paulo II, atingido no abdômen, foi submetida a uma cirurgia de mais de cinco horas de duração, que retirou 55 centímetros de seu intestino.
Mehmet Ali Agca, que escapou de uma prisão turca após ser condenado à prisão perpétua pelo assassinato de um jornalista, disparou quatro tiros com uma pistola 9 mm.
Duas balas atingiram o Papa no intestino grosso, uma em sua mão direita e outra no dedo indicador de sua mão esquerda. Dois transeuntes também ficaram feridos.
O cúmplice de Agji, Oral Celik, deveria realizar uma explosão para cobrir a fuga de seu parceiro, mas perdeu a compostura e fugiu. Agca foi detido e presa no momento em que o Papa foi levado para o hospital.
Logo, a notícia se espalharia pelo mundo inteiro, que perplexo assistia ao que poderia ser a morte de João Paulo II, um dos Papas mais amados em todos os tempos.
Correntes de orações se espalharam por todos os cantos do mundo. Mas como que por milagre, João Paulo Segundo sobreviveu. Apesar da grande perda de sangue, o pontífice se recuperou rapidamente e ainda pediu a todos os católicos que rezassem por Agca, a quem ele “perdoou sinceramente”.
O Papa no hospital se recuperando.
O terrorista é capturado e levado a julgamento. Um tribunal italiano condenou Agca à prisão perpétua. Até hoje, os motivos do assassinato e seu planejamento permanecem desconhecidos – várias teorias culpam a CIA, a KGB, o governo búlgaro, a máfia turca, etc.
14 de maio de 1981 Agca foi julgado pela tentativa de homicídio.
Em 1983, João Paulo II visitou seu “assassino” fracassado. Eles tiveram uma conversa cara-a-cara, depois da qual se tornaram amigos.
O Papa manteve contato com a família Agca durante todo o período de prisão desta e, em 2000, pediu perdão. Em 28 de dezembro de 1983 seu pedido foi atendido. Agca foi libertado e deportado para a Turquia, onde continuou a cumprir pena de prisão perpétua pelo assassinato de um jornalista.
Ano de 1979. Agca foi fotografado na Turquia após ser preso pelo assassinato do jornalista Abdi Ipekci.
Enquanto estava na prisão, ele se converteu ao cristianismo e foi finalmente libertado em 2010. Em dezembro de 2014 , Agca voltou a Roma e colocou duas dúzias de rosas brancas no túmulo do Papa.
Em 2006, uma comissão parlamentar italiana concluiu que o atentado foi orquestrado pela União Soviética. A Rússia contestou a conclusão. Ali Agca, por sua vez, nunca deixou claro quem estava por trás do crime e sempre se definiu como um mercenário sem afiliações políticas. O terrorista deu diversas versões contraditórias sobre o atentado. Em uma ocasião, chegou a acusar o próprio Vaticano de organizá-lo, mas, admite agora, “era só por raiva contra a Igreja”.
Hoje, ele diz que “a única pista” sobre as razões do atentado são as aparições de Nossa Senhora de Fátima. “Deus quis que eu disparasse contra o papa e depois lhe salvou a vida. Ponto final. Eu estou no centro do terceiro segredo de Fátima”, afirma. Em 2010, quando foi solto, Ali Agca fez declarações bizarras, afirmando ser “o Cristo Eterno” e “o supremo servo de Deus no universo” e contestando o Evangelho: “Vou escrever o Evangelho perfeito”, disse.
Ele também disse que quer se tornar padre, e pediu uma reunião com o Papa Francisco que foi negada pela administração do Vaticano.