A marca de luxo já muito famosa por suas roupas caras e um tanto quanto polêmicas, a Balenciaga apresentou mais um de seus produtos.
A grife anunciou a venda de uma bolsa, que mais parece uma sacola do lixo.
O acessório, porém, chama a atenção por conta de seu design, afinal, ele foi inspirado em sacolas de lixo. Mas engana-se quem pensa que o mesmo será vendido por um valor similar ao produto original, que custa em média de R$10 em supermercados, a bolsa da Balenciaga não sai por menos de 1.790 dólares (algo na casa dos R$9.280).
A marca ja havia causado polêmica com um tênis que parecia ter sido tirado da lata do lixo:
Mas você poderia estar se perguntando se algo assim não é somente um “statement“. Será que alguém seria tão trouxa para comprar um farrapo desse nível gastando um dinheirão para parecer um cracudo? Acredite se puder há quem tenha grana e coragem para dar num tênis desse.
Esse caso da marca com produtos que parecem lixo e remetem ao lixo e a degradação terem se tornado objetos de culto de pessoas com muito dinheiro que precisam presepar para outras na internet numa era onde mais vale a imagem projetada do que a sua condição real, nos leva a uma interessante constatação. Quando a empresa descobre que pode fazer oque quiser que as pessoas vão comprar só pela marca estampada. É mesmo um grande poder.
Do luxo ao lixo
Exibida pela primeira vez em um desfile da coleção de inverno em 2022, em março, a bolsa está disponível em três versões: azul, branca e vermelha. O site da grife admite que o “‘Trash Pouch’ é inspirado em um saco de lixo”. Você compraria?
Eu também não, mas é irresistível pensar que no fundo o designer da marca está mandando uma mensagem e os reis até agora parecem não perceber que estão nus.
‘Escândalo da moda’
Conforme repercutido pelo blog Nossa Moda, do UOL, Demna Gvasalia, diretor criativo da marca, falou sobre o novo lançamento: “Não podia perder a oportunidade de fazer o saco de lixo mais caro do mundo porque quem não gosta de um escândalo de moda?”.
Em 1917, quando a marca foi criada, a Balenciaga trazia a cultura espanhola para o centro das criações de alta costura, com referências ao flamenco, trajes de matador e aos artistas da época como Diego Velázquez. Inovador, na década de 1950, Balenciaga foi pioneiro em novas silhuetas na moda feminina. Enquanto Christian Dior marcava o corpo das mulheres, Balenciaga deixava os vestidos com volumes e a cintura solta.
Nos anos 1960 a marca perdeu relevância e caiu no esquecimento. Até que dois estilistas conseguiram fazer a marca reviver. O primeiro foi Nicolas Ghesquière, que atuou como diretor criativo de de 1997 a 2012. O segundo foi Demna Gvasalia.
Com forte apelo nas redes sociais, e com diferentes colaborações com outras marcas, a Balenciaga se mantém em alta, assim como em décadas passadas. Mesmo que o tênis Paris pareça destruído, o conceito da marca se perpetua e veste grandes celebridades, como Rihanna e Kim Kardashian, no MET Gala 2021.
As redes sociais são hoje seu grande ponto de expansão da marca e sua cultura na moda.
A estética da esculhambação
Tudo leva a crer que a estética da esculhambação chegou para ficar.
Recentemente a Maison Gucci lançou também suas calças que parecem que você cortou grama com elas e em 2018 foi pioneira com seu par de tênis “do lixão” que rendeu a marca acusações de “romantizar a pobreza”.
Na descrição dos modelos no site da marca, a grife diz que, com as peças, a “Gucci explora novas abordagens sobre o tecido cult, reinterpretando-o com diferentes designs e técnicas de lavagem que confundem a linha entre o vintage e o contemporâneo”.
É a roupa nova do reizinho da internet.
Meu Topper velhinho nos tempos de colégio ficou menos esbagacado do que esses sapatos aí. E foi baratinho. Parece que rico besta quer se fantasiar de pobre para ver como é