Muito se fala em estratégias de desinformação, false flags, controle social e “verdades alternativas”. Falaremos aqui um pouco sobre as treze técnicas para a supressão da verdade, compiladas por David Martin. Esse conteúdo pode ser conhecido para o iniciado no mundo de lidar com a verdade, mentiras e supressão da verdade, mas talvez seja interessante pra quem acredita em tudo que lê no jornal.
Onde o crime envolve uma conspiração, ou uma conspiração para encobrir o crime, invariavelmente haverá uma campanha de desinformação lançada contra aqueles que procuram descobrir e expor a conspiração. É a forma de uma conspiração se manter. Se o segredo acaba, ela compromete os envolvidos, e principalmente expõe a fonte pelo qual o segredo (seja ele qual for) é estruturado, logo é preciso de um mecanismo eficiente de desconstrução da verdade de modo que você impeça os enxeridos de chegar perto do pote de ouro.
Assim, antes mesmo de começar a falar sobre como se estrutura a contrainformação ou desconstrução da verdade, é preciso deixar claro: Conspirações existem, são reais e diversificadas. Popularmente, o termo “teoria da conspiração” ganhou (propositalmente? Será?) uma conotação de algo completamente maluco no qual pessoas com parafusos mal encaixados tendem a buscar como uma verdade absoluta e para o qual utilizam o método de confirmation bias, ou viés de conformação. Ou seja, eles já partem da ideia da conspiração formada e tudo que buscam, vão separando e filtrando de modo que só fiquem com aquilo que confirme sua crença prévia.
Dessa forma, é possível acreditar em tudo. De aliens, a illuminatis, em que Elvis está vivo, e até mesmo que Paul Mccartney é um impostor. A internet ajuda tremendamente nisso, uma vez que há uma quantidade BRUTAL de informações misturadas, e com toda sorte de graus de confiabilidade. Desse modo, é sempre possível fabricar uma camisa azul se pularmos num galpão cheio de retalhos de todas as cores e só escolhermos os retalhos azuis, descartando as outras cores.
Mesmo sabendo disso a priori, vamos repassar isso:
CONSPIRAÇÕES EXISTEM
Não apenas existem, acontecem no mundo todo, o tempo inteiro.
“Ah, mas como você pode afirmar enfaticamente que conspirações existem? ”
Existem conspirações que não foram efetivas em encobrir seus elos, e por isso vieram a público, acabaram sendo admitidas, e muitas delas causaram grande perplexidade social. Você também pode ver um compilado de conspirações reais aqui.
Assim sendo, é importante que a gente tenha em mente que uma “conspiração” não é uma ideia aparentemente absurda. Uma conspiração é algo multidimensional. Começa com um entendimento secreto entre várias pessoas, visando promover a desestabilização ou a queda de um poder estabelecido. Mas também pode se tratar de uma associação criminosa com o intuito de lesar outros, ou ainda uma associação de pessoas organizadas para manter uma informação vital em segredo por “n” motivos, e aqui tenho que lembrar que até mesmo por motivos altruístas, também são conspirações.
A História está repleta delas. Um bom exemplo, a Operação Valquíria foi uma conspiração envolvendo ate nazistas para matar Adolf Hitler e acabar com o terceiro Reich e por tabela com a segunda guerra mundial. A Operação Valquíria quase deu certo, e tinha um objetivo altruísta. Mas era uma conspiração no sentido pleno do termo.
Apesar disso, o nosso senso comum é absolutamente contaminado pela ideia de que acreditar em conspirações são um fenômeno social construído a partir de um folclore dos novos tempos, inspirado pelas histórias de detetives e pelas reviravoltas com os quais o cinema e a literatura nos adestrou a esperar. Nesse ponto de vista, acusar alguém de ser um “crédulo” ou “crente nas teorias da conspiração” envolve marcar, chancelar uma pessoa como sendo propensa a fantasias ilusórias e distorções dissociativas da realidade. É verdade que isso se reforça bastante quando observarmos na psicopatologia uma série de transtornos mentais que se agarram a sensações persecutórias ou percepções de que a realidade nunca é o que parece. Transtornos mentais de natureza paranóide ou esquizofrênica podem inclusive levar o paciente a achar que está morto, caminhando como um zumbi entre os vivos. Ou mesmo acreditar que alguém de seu convívio foi substituído por um clone exato dessa pessoa. O campo da Psicologia que estuda essas visões e percepções distorcidas do real é extremamente rico em características e relatos. Mas isso não torna a conspiração uma loucura por si. Mas é bastante útil a conspiradores que essa associação se estabeleça, afim de “melar” as argumentações sobre sua existência como sendo “papo de maluco”.
Evidentemente, as conspirações mais efetivas são bem disfarçadas. Não se espante quando as pessoas rirem ou não acreditarem. Esses podem ser indícios de que a ocultação da verdade foi bem feita.
Pense numa realidade como uma corrente de fatos e eventos que se conectam. Quando alguém investiga a serio um assunto, ele pode pegar um elo e a partir desse elo ir puxando a verdade até compreender a forma e a dimensão da corrente. Dessa maneira, podemos dizer que a tática de desinformar envolve criar novos elos para essa corrente. Elos que sejam propositalmente quebráveis e que conduzam a outros elos, igualmente montados de modo que a busca pelo caminho da corrente original se veja tão confusamente construída, que se torna quase impossível chegar à verdade oculta, sem um mapa.
Você, na condição de um desinformador, precisa inventar uma forma de “desacreditar a estrada”, facilitando assim que o viajante pegue outro caminho naturalmente. Assim, vamos dizer, você precisa colocar uma serie de cascas de banana pelo caminho da verdade e colocar elos facilmente desmontáveis na direção errada. Quando o investigador começa a quebrar elos, ele acredita que está seguindo em direção ao secreto. E assim, você tira o cara do caminho. Então, desinformar não é, exatamente, negar o caminho. Você deixa ele lá, acessível. Mas você apenas “muda as placas” manda o cara pro lado errado, constrói toda uma narrativa tão ridícula que ela pareça tão frágil que o viajante investigador da verdade conclua, só pelo caminho errado, que “não há nada ali”. Muitas vezes, mentir é só uma parte do negócio, mas é uma parte integrante do jogo de esconder uma verdade.
Em qualquer caso, eles devem procurar evitar o exame racional e completo de qualquer cadeia de evidências que conduza ao caminho do segredo. Como os fatos e a verdade raramente caem sozinhos, devem ser superados com mentiras e enganos. Aqueles que são profissionais na arte de mentiras e enganos, como a comunidade de inteligência e os criminosos profissionais não raro as mesmas pessoas ou pelo menos trabalhando juntos, tendem a aplicar ferramentas bem definidas e observáveis nesse processo.
No entanto, o público em geral não está bem armado contra essas armas, e muitas vezes é facilmente desviado por essas táticas comprovadas pelo tempo.
O objetivo geral é evitar a discussão de elos na cadeia de evidências que não podem ser quebradas pela verdade, mas em todos os momentos, usar enganos ou mentiras inteligentes para fazer os elos parecerem mais fracos do que são, ou melhor ainda, fazer com que qualquer um esteja tentando entender a cadeia deve ser distraída de várias maneiras, incluindo o clássico método de questionar as credenciais dos acusadores.
fato é fato, independentemente da fonte
a verdade é verdade, independentemente da fonte
Isso que eu escrevi em cima é verdade, mas você talvez se espante com a quantidade de pessoas que baliza sua credulidade em um assunto por elementos meramente subjetivos, como o “layout” de um site onde ele lê certa informação. Mas apesar disso, fato é fato, independentemente da fonte. É por isso que os criminosos podem testemunhar contra outros criminosos. Onde um motivo para mentir pode realmente existir, apenas a evidência real de que o próprio testemunho é uma mentira torna-o completamente inválido.
Se um testemunho proveniente de uma fonte “mentirosa” permanecesse por si mesmo sem comprovar um fato, certamente poderia ser de valor questionável, mas se o testemunho (argumento) é baseado em fatos verificáveis, ou demonstráveis, não importa quem faz a apresentação ou o quais seriam os motivos. Os fatos ou ligações seriam e deveriam permanecer ou cair por seu próprio mérito e sua parte na questão será meramente solidária a corroborar indícios e provas que sustentem o andaime da argumentação.
Vemos isso diariamente nos últimos anos na Operação Lava-jato do Brasil, onde corriptos se acusam e se defendem das acusações de outros corruptos alegando que “são acusações de corruptos”.
Além disso, particularmente no que diz respeito a fóruns públicos, como cartas de jornal a um editor, grupos de bate-papo e notícias na Internet, redes sociais, o Zazap da família, o tipo desinformação tem um papel muito importante.
Nesses fóruns, os principais tópicos de discussão são geralmente tentativas de indivíduos de fazer com que outras pessoas se interessem por seu próprio problema, posição ou ideia – geralmente ideias, postulações ou teorias que estão em desenvolvimento, ou em curso na época. As pessoas costumam usar esses meios como uma caixa de ressonância e na esperança de polinização para melhor formar suas ideias. Logo que surgem pessoas confirmando e ressoando as mesmas ideias eles formam um “cluster de pensamento”, que pode crescer e se articular ou não.
Muitas vezes, é possível identificar os tipos de desinformação pela aplicação exclusiva de “padrões mais altos” de discussão do usualmente comum. Eles exigirão que aqueles que apresentarem argumentos ou conceitos apoiem tudo com o mesmo nível de conhecimento que um professor, pesquisador ou escritor investigativo. Qualquer coisa menos tornará qualquer discussão “sem sentido” e “indigna” em sua opinião, e qualquer um que discorde é “obviamente um estúpido”.
Aqui estão os vinte e cinco métodos da desinformação.
VINTE E CINCO REGRAS DA DESINFORMAÇÃO
Essas regras não estão diretamente dentro do modus operandi do artista tradicional de desinformação. Essas regras são geralmente usadas mais diretamente por aqueles que estão na liderança, são os principais participantes ou no nível de planejamento da conspiração ou no núcleo de encobrimento de uma conspiração.
1- Não ouça o mal, não veja o mal, não fale mal. Independentemente do que você sabe, não discuta o assunto.
Especialmente se você for uma figura pública, âncora de notícias, etc. Se não for relatado, isso não aconteceu, e por isso, você nunca terá que lidar com os problemas.
Exemplo: Eu ia falar das urnas eletrônicas com indícios/alegação de fraude, mas há outro caso melhor: A mídia estava presente no tribunal na ação Hunt vs. Liberty Lobby, quando rolou o depoimento da agente da CIA Marita Lorenz. Marita, depoente na justiça, sob juramento, trouxe uma “confissão” sobre a participação direta da CIA no planejamento e assassinato de John Kennedy. Um relato bombástico né? Pois é. Não. Todos os meios de comunicação informaram que E. Howard Hunt perdeu o seu caso contra o Liberty Lobby. Não se falou sobre a confissão da agente da CIA sob juramento.
2- Torne-se incrédulo e indignado.
Evite discutir questões-chave e, em vez disso, concentre-se nas questões secundárias que podem ser usadas para mostrar o tópico como sendo crítico de algum grupo ou tema sacrossanto. Isso também é conhecido como a manobra “Como você se atreve?”.
Exemplo: “Como você ousa sugerir que os Ramo Davidianos foram assassinados! O FBI e a BATF são compostos pelas autoridades legais mais bem treinadas da América, operam sob os mais rígidos requisitos legais e estão sob a melhor liderança que o Presidente poderia querer nomear.”
3- Crie traficantes de rumores.
Evite discutir questões analisáveis e sempre se refira a todas as acusações, independentemente do local ou evidência, como “meros rumores” e “acusações malucas”. Outros termos depreciativos podem funcionar também. Esse método funciona especialmente bem com uma imprensa silenciosa, porque a única maneira de o público saber dos fatos é através de tais “rumores discutíveis”. Se você consegue financiar a imprensa isso se torna mais fácil. Por exemplo, se você tem um grande escândalo como um rato dentro da garrafa de refrigerante, você injeta dinheiro na mídia por meio de publicidade e compra o silêncio. Coloque grana alta, e ameace em seguida cortar a verba de publicidade para quem “difamar” sua empresa. Os editores farão o jogo sujo pelo dinheiro. Em paralelo, você cria núcleos de contra-acusação que irão queimar o filme de quem der ouvidos ao seu alvo. Assim, você abre a torneira de um lado e fecha o ralo do outro.
Se você puder associar o material com a Internet, use esse fato para certificar que é um “boato zoeiro” que não tem base na realidade. Pague para que pessoas criem memes explorando o assunto de modos cada vez mais ridículos e exagerados. Isso induzirá a vergonha.
4- O bucha
Use um “bucha”. É tipo “a falácia do espantalho”. Encontre ou plante um elemento aparente do argumento do seu oponente que você pode facilmente derrubar para ter uma boa aparência e o oponente parecer ruim. Essa é uma das táticas mais eficientes. Você pode criar um problema que você pode implicar com segurança que exista baseado em sua interpretação dos argumentos / situação do oponente / oponente, ou selecione o aspecto mais fraco das cargas mais fracas. Amplifique o significado e destrua-os de uma forma que pareça desmascarar de tabela todas as acusações, reais e fabricadas, ao mesmo tempo, evitando a discussão dos problemas reais.
Exemplo : Ao tentar derrotar os relatórios do Times de Londres, que imagens espelhadas revelam um objeto indo em direção ao vôo 800, um argumento “bucha” é usado. “Se estes existirem, o público não os viu.”
5- A tática da ridicularização
Jogue seus oponentes no acostamento, com apelidos e zoeira. Isso também é conhecido como o ataque primário ao estratagema do mensageiro, embora outros métodos se qualifiquem como variantes dessa abordagem. Associe oponentes com títulos impopulares como “lelés”, “militantes”, “bolsomínions”, “direitistas”, “liberais”, “esquerdistas”, “terroristas”, “teóricos da conspiração”, “radicais”, “milícia”, “racistas”, “religiosos”, “pirados”, “fanáticos “,”aloprados” e assim por diante. Isso faz com que os outros desistam do apoio por medo de levar na testa o mesmo rótulo e você evita lidar com problemas.
Exemplo: “o Ex presidente Lula foi pego com o partido dele encomendando dossiês falsos contra inimigos políticos tucanos. Nessa fase, Lula estava por cima da carne seca no Brasil, e escapou desqualificando pessoas do próprio partido que chamou de “aloprados”, como se um apelido pudesse justificar ações ilegais. Mas nisso ele estabelece algo interessante: Reconhece que o erro foi cometido e coloca um apelido nessa coordenação política, rotulando-a e por tabela se excluindo dela.
Ao fazer isso você está evitando o problema com táticas de desinformação. Você implica culpa pela associação e ataca a verdade com base no mensageiro. O centro das atenções se torna bem conhecido.
6- Bata e corra.
Em qualquer fórum público, faça um breve ataque de seu oponente ou a posição do oponente e então pule fora antes que uma resposta possa ser colocada em campo, ou simplesmente ignore qualquer resposta que vier. Isso funciona muito bem em ambientes de Internet. Basta fazer uma acusação e em seguida já meta outro ataque, nunca volte para discutir problemas e nunca responda qualquer questão, pois isso dignificaria o ponto de vista do oponente. Abra a caixa da esculhambação e dispare sem parar.
Exemplo: “Essas coisas são lixo. Onde vocês, lunáticos da conspiração, inventam essa porcaria? Espero que todos sejam atropelados por helicópteros negros”. Observe que até tem um som de despedida, por isso não parecerá curioso se o autor nunca mais for ouvido novamente. Ao fazer isso, você está evitando o problema com táticas de desinformação. Seus comentários ou opiniões não oferecem nenhum diálogo, brecha ou informação significativa, e são inúteis a não ser para emocionar e, de fato, revelam que você é emocionalmente inseguro com esses assuntos.
7- Forçando as motivações.
Torça ou amplie qualquer fato que possa implicar que o oponente opera uma agenda oculta ou outro viés. Isso evita discutir questões e força o acusador a entrar na defensiva.
Exemplo : “Com essas palestras e o acordo de livro, parece que você pode fazer um bom trabalho espalhando mentiras, hein?”
Você está evitando o problema com táticas de desinformação. Você já culpa o mensageiro usando suas credenciais, mas covardemente não oferece qualquer evidência concreta de que isso é assim. Por exemplo, seu opositor político é negro. Você dá a entender que tudo que ele disser é planejando para depois ocupar um cargo político ligado à minorias. Isso pode jogar a opinião publica do seu lado, ainda mais se o que você acusa tiver uma beiradinha de verdade ou viabilidade. Outro exemplo: ” se eu tivesse uma revista só falando de disco voador pra encher minha pança gorda com palestrinha fajuta, eu também ia inventar que fui abduzido”.
8- Invoque autoridade.
Este é clássico e quase dispensa apresentações. Útil antes mesmo de discutir. Pode ser um argumento tipo bomba-atômica. O seu oponente começa a expor suas fraquezas, você cita seu pós doutorado em economia (mesmo sendo só um curso de verão em Harvard) ou seus três Majors no MIT, e suas empresas no vale do silício, de modo que você cria uma cortina de fumaça tão monstra na sua frente que oculte suas fraquezas. As pessoas são naturalmente deslumbradas, de modo que se você saca algo assim e já engata em “como foi bom aprender a escrever roteiros com o prêmio nobel de literatura”… Você captura toda a atenção pra você e conduz a credulidade por associação com grandes nomes e marcas (harvard, MIT, etc). Outra parada de tabela que dá certo é já fazer isso ao Reivindicar por si mesmo a autoridade ao apresentar seu argumento com “jargão” e “minúcia” suficientes para ilustrar que você é “alguém que sabe”. Finalize seu balé falacioso dizendo “que não é assim que se discutem questões técnicas” sem demonstrar concretamente por quê ou mesmo citar fontes.
“Você obviamente não sabe nada sobre política ou considerações estratégicas, muito menos sobre as técnicas do SR-71. Aliás, para aqueles que podem se importar, esse avião elegante é propelido com um par de motores V8 grandes (originalmente, Buick 454 CID com dupla 450 CFM Holly Carbs e uma completa-raça Isky cams – para 850 combinado BHP em 6.500 RPM usando uma embreagem estilo dragster com eixo de acionamento direto… Falando nisso, você está lendo sobre astrofísica? Eu estou estudando astrofísica. Sou fascinado pela astrofísica. “Você compreende que o multiverso é uma possibilidade mesmo? A fundação do tempo/espaço no Big Bang, colide com uma concepção filosófica do antes…”
9- Se fazer de bobo.
Não importa que evidência ou argumento lógico seja oferecido, evite discutir questões com negação. Principalmente se eles têm alguma credibilidade, fazem qualquer sentido, fornecem qualquer prova, contêm ou fazem um ponto, têm lógica ou apoiam uma conclusão. Misture bem para o efeito máximo.
Exemplo : “Nada que você diga faz algum sentido. Sua lógica é idiota. Seus fatos não existem. Melhor voltar para a prancheta e tentar novamente.”
Com isso, você evita os problemas com sua própria forma de nonsense, enquanto outros, talvez mais inteligentes do que você imagina, não têm problemas com o material. Meta uma “ursal” na discussão que você não domina, tipo economia, e puxe as risadas com comportamentos estereotipados.
10- Associe acusações ao oponente com notícias antigas.
Aqui temos uma parada bem interessante. Se você tem uma equipe bastante afinada, você já antecipa o futuro, e já se precavê criando hoje argumentos para usar amanhã. Assim, se você detecta que seu oponente político saiu na frente e começou uma campanha eleitoral um ano antes que você sequer começou a se articular, mande sua equipe de aparelhamento dar corda a ele e estimulá-lo a falar merda. Comece a catalogar as merdas, e vá juntando com paciência, como quem cultiva tâmaras. Quanto antes você começa a plantar esses espinhos, melhor, porque pega o opositor desprevenido. Na política é comum, porque o político pode se sentir ainda com liberdade o suficiente para ser mais franco que o usual do que quando estiver em campanha dali a 600 dias. Mas uma vez que ele falou, ta gravado, registrado e você vai usar esse veneno contra ele lá na frente.
11-Estabeleça posição e confie “no time”.
Usando uma questão menor ou um elemento dos fatos, banque o honesto e “confesse” com franqueza algum erro inocente em retrospecto – mas que os oponentes aproveitaram a oportunidade para tirar tudo de proporção e implicar maiores criminalidade e que “simplesmente não é assim”. Outros podem reforçar isso em seu nome, mais tarde. Feito corretamente, isso pode angariar simpatia e respeito por “ficar limpo” e “assumir seus erros” sem abordar questões mais sérias.
12- Os enigmas não têm solução.
Baseando-se no conjunto geral de eventos que cercam o crime e a multiplicidade de jogadores e eventos, pinte todo o assunto como complexo demais para ser resolvido. Isso faz com que aqueles que estão seguindo o assunto, comecem a perder interesse mais rapidamente, sem precisar resolver os problemas reais.
Exemplo : “Eu não vejo como você pode reivindicar que Vince Foster foi assassinado desde que você não pode provar um motivo. Antes que você pudesse fazer isso, você teria que resolver completamente toda a controvérsia sobre tudo o que aconteceu na Casa Branca e Arkansas, e mesmo assim, você teria que saber muito mais sobre o que aconteceu dentro da NSA, o Escritório de Viagens, e assim por diante. É inútil”.
Com isso, você está evitando o problema com táticas de desinformação. Você evita completamente os problemas e ergue tamanha pedreira complexa na frente do oponente que ele se embanana todo e desiste do osso.
13- Lógica de Alice no País das Maravilhas.
Evite a discussão das questões, raciocinando de trás e para a frente com uma aparente lógica dedutiva de uma maneira que abandone qualquer fato material real.
Exemplo : “A mídia noticiosa opera em um mercado ferozmente competitivo onde as histórias são ouro. Isso significa que eles cavam, cavam, procuram a história – freqüentemente fazendo um trabalho melhor do que a aplicação da lei. Se houvesse alguma evidência de que a BATF tivesse conhecimento prévio das explosões em Oklahoma, eles certamente teriam descoberto e relatado. Já que eles não relataram isso, então não pode ter havido qualquer conhecimento prévio. Aceite esse fato e cale a boca. ”
14- Exija soluções completas.
Evite os problemas exigindo que os oponentes resolvam o crime completamente, um truque que funcione como os melhores itens para a regra 10.
Exemplo : “Já que você é o sabidão, se James Earl Ray é inocente como você alega, quem realmente matou Martin Luther King e como foi planejado e executado esse crime, me explique ainda como eles moldaram Ray e enganaram o FBI, e por quê?
Desse jeito você está evitando o problema com táticas de desinformação. Não é necessário resolver completamente qualquer questão completa, a fim de examinar qualquer questão relativa em anexo, mas você condiciona qualquer aceitação argumentativa se vier no bojo de toda explicação da mecânica do mistério. Esse tipo de argumento ocorre às vezes na ufologia. “Você alega que alguém foi abduzido mas não sabe explicar o por que e o que isso tem a ver com a mutilação de gado? Por que o chupacabras não come as vitimas? O que ele faz com o sangue? Qual a motivação dos aliens? De onde eles estão vindo? E como você explica as naves voarem sem asas? Quero saber qual a equação da física clássica que fundamente sua hipótese de que aliens podem voar por aí em naves discoides sem propulsão visível acelerando sem virar patê la dentro…”
15- Ajuste os fatos para alternar conclusões.
Isso requer pensamento criativo, a menos que o crime tenha sido planejado com conclusões de contingência em vigor.
Exemplo : O melhor exemplo definitivo de evitar problemas com essa técnica é, talvez, a Bala Mágica de Arlan Specter do Warren Report.
Ao jogar uma parada imaginativa e não totalmente fora do escopo da investigação, você dá algo para o jornalista se agarrar. Por exemplo, um caso de abdução sendo investigado. Você sabe a verdade, sabe que as naves aparecem e pegam pessoas, mas você não quer ou não pode deixar nego explorar muito isso ao ponto de sair do curral de informações permitido. Então você planta alguém que dará palestras sobre paralisia do sono, e dará grande cartaz a isso na mídia, de modo que você deixa que o jornalista “espertinho” faça o paralelo sozinho e tente convencer a opinião publica que abdução é paralisia do sono. Você não diz, você induz, deixa que “água encontre seu caminho”. Paralisia do sono existe. Pegue esse algo que existe e pode ser medido e estudado e deixe que isso ocupe o espaço do vácuo do seu fator de interesse.
16- Apague as provas
Sei que isso é obvio mas o óbvio também tem direito de existir. Se você tem algo que é critico, a primeira coisa a fazer é destruir as provas, ou esconder isso BEM ESCONDIDO. Por exemplo: Malas de dinheiro do Jeddel. Se o dinheiro nunca fosse encontrado, seria como o tal “dinheiro do Maluf”, lembra?
Desaparecer com provas E testemunhas. Se não existir, não é fato e você não terá que resolver o problema. “Sem corpo, sem crime”. Uma vez que você garantiu e se certificou que sumiu com as provas, exija-as para prejudicar a credibilidade do opositor. Ex: Bob Lazar era um físico que alegava que tinha trabalhado na engenharia de um ufo na área 51. Bob Sofreu um punhado de tentativas de assassinato enquanto ia à mídia contar o que viu na área secreta. Mesmo assim, foi em frente. Ele alegava que o governo apagou todos os registros da universidade que poderiam comprovar que ele se formou em física. Por outro lado, setores ligados a desinformação exigiam as credenciais de Lazar para dar qualquer crédito às suas alegações e se recusavam sequer a aceitar que os registros acadêmicos dele poderiam ter desaparecido… (até um jornalista independente fuçar o caso e achar numa velha lista telefônica o telefone dele, e uma referência de dívida de Lazar na cantina da universidade que essas fontes alegavam que ele nunca cursou) nesse caso a tática QUASE funcionou. Já com o caso do Phil Schneider, temos o perfeito exemplo de apague as provas somado com o “apague a testemunha” junto. Mais sobre o caso aqui.
17- Mude o assunto.
Normalmente, isso sempre é usado em conexão com um dos outros estratagemas listados aqui. Encontre uma maneira de acompanhar a discussão com comentários abrasivos ou controversos, na esperança de voltar a atenção para um tópico novo e mais gerenciável. Plante um tópico. Por exemplo, a mídia começa a investigar ações ilícitas do presidente. O que a equipe faz? Coloca uma piranha para falar como ela tinha um caso com o presidente, e crie um sub escândalo sexual ridículo sobre a forma do pênis do presidente. Os idiotas se grudarão nisso como se fossem colados com super-bonder. É estranho, é vergonhoso que todo mundo tome cerveja comentando que seu pau é pequeno, mas oras, você escapou de ser preso!
Claro, nem precisa ser centrado em você o problema, você pode botar um atirador em escola ou fazer alguma outra distração, como uma briga internacional, algo que puxe todo o espaço midiático para ele, como um buraco negro.
Isso funciona especialmente bem com o plantio de companheiros que podem “discutir” com você sobre o novo tópico e polarizar a arena de discussão para evitar discutir questões mais importantes.
18- Emocione, antagonize e confunda os oponentes.
Se você não pode fazer mais nada, repreenda e insulte seus oponentes e atraia-os para respostas emocionais que tendem a fazê-los parecer tolos e excessivamente motivados, e assim você faz com que seu material soe menos coerente. Você não apenas evitará discutir os problemas em primeira instância, mas, mesmo que a resposta emocional deles resolva o problema, você pode evitar ainda mais os problemas, concentrando-se em como “são sensíveis às críticas”. Nesse caso aqui é um vale-tudo. Você pode explorar deficiências do oponente. Raramente alguém tem uma família totalmente estável. Aquele irmão maluco, ou o primo desafeto, estimule intrigas familiares e traga a briga da família para o palco. Vale tudo, até filho de outro casamento que diz que iria ser abortado. A desestabilização emocional do oponente é um trufo poderosíssimo, que geralmente vira o jogo, de nocaute. Lembra da eleição do Collor onde no debate ele conseguiu aparecer com uma filha do Lula dora do casamento? Isso jogou uma discussão do campo político para o familiar e cobrou um salgado preço ao candidato do PT. Muitas vezes os dois lados apelam para essa saída. Quando é assim, voa cocô pra todo lado. A imprensa pode não fazer nada, senão publicar as chamadas baixarias de campanha da forma como saírem da boca de candidatos e seus assessores, e ponto final.
19- Ignore a prova apresentada, exija provas impossíveis.
Esta é talvez uma variante da regra “se faça de bobo”. Independentemente de qual material possa ser apresentado por um oponente em fóruns públicos, reivindique que o material é irrelevante e exija uma prova que é impossível para o oponente passar (ele pode existir, mas não está à sua disposição, ou pode ser algo que você sabe que destruiu ou escondeu, como uma arma do crime).
A fim de evitar completamente discutir questões, pode ser necessário negar categoricamente e criticar a mídia ou os livros como fontes válidas, negar que as testemunhas sejam aceitáveis ou até mesmo negar que as declarações feitas pelo governo ou por outras autoridades tenham algum significado ou relevância. Você pode alegar perseguição, ou tentar montar uma narrativa que justifique ter forte oposição. Ex: Lula alega que o Juiz Moro quer o destruir para que ele não seja presidente novamente. “O triplex não é meu. Se você diz que é, me mostre a escritura em meu nome!”
20- Provas falsas.
Sempre que possível, introduza novos fatos ou pistas projetados e fabricados para entrar em conflito com as apresentações do oponente como ferramentas úteis para neutralizar questões delicadas ou impedir a resolução. Ex. Você precisa se livrar de um político inconveniente que começou ameaçar a denunciar um conluio. Você cria uma briga de trânsito e ele acaba morrendo, um assalto, ou o avião cai… Assim, o crime será apreciado diante de provas “avião sabotado?”, “defeito no carro?” “roubo de jóias?”, e isso preservará a natureza da eliminação. Um político começa a ameaçar? Crie uma conta pra ele em paraíso fiscal e leve ao conhecimento do MP o “caixa dois” do seu opositor.
21- Chame um Grande Júri, um Promotor Especial ou outro órgão de investigação autorizado.
Subverter o (processo) para o seu benefício e efetivamente neutralizar todos os assuntos sensíveis sem discussão aberta. Uma vez convocada, a evidência e o testemunho devem ser tornados secretos quando sob análise. Por exemplo, se você é o “dono” do promotor público, pode garantir que um Grande Júri não ouça nenhuma evidência útil. Uma vez que um veredicto favorável é alcançado, o assunto pode ser considerado oficialmente encerrado.
22- Fabrique uma nova verdade.
Crie seu próprio perito (s), grupo (s), autor (es), líder (es) ou influencie os existentes dispostos a forjar novos caminhos através de pesquisa ou testemunho científico, investigativo ou social que conclua a seu favor. Dessa forma, se você realmente precisa resolver os problemas, pode fazê-lo com autoridade.
Exemplo: A Fundação da Síndrome da Memória Falsa e a Fundação da Família Americana e Associações Psiquiátricas Americanas e Canadenses se enquadram nessa categoria, pois seus membros fundadores e / ou líderes incluem pessoas-chave associadas à pesquisa do Controle Mental da CIA. Não é tão curioso, portanto, que (em uma explicação talvez simplista demais) essas organizações focalizem, por meio de suas próprias “descobertas de pesquisa”, que não existe controle mental.
23- Crie distrações maiores.
Se o acima não parece estar funcionando para distrair de questões sensíveis, ou para evitar a cobertura indesejada da mídia de eventos que não possam ser contidos, como ensaios, crie notícias maiores (ou trate qualquer notícia como tal) para distrair as multidões.
Exemplo: Para distrair o público que vinha em discussões sobre questões de taxas de juros bancários, você puxa uma discussão sobre o porte de armas e a legalização das armas no país. Todo mundo corre atrás dessa bola e você preservou seu espaço.
24- Silencie os críticos.
Se os métodos acima não prevalecerem, considere remover os oponentes da circulação por alguma solução definitiva, para que a necessidade de resolver os problemas seja totalmente removida. Isto pode ser por sua morte, detenção e internação, chantagem ou destruição de seu caráter pela liberação de informações de chantagem, ou simplesmente por intimidação adequada com chantagem ou outras ameaças. Bote alguém na cola do cara, uma hora ele vai fazer uma merda. Use contra ele. Um cara começa a abrir o bico sobre algo que você não tem como impedir? Você ameaça, da porrada nele e não adianta? Você pode plantar pedofilia no computador dele e depois “dar uma batida” com “denuncia anônima” e achar os indícios que você mesmo mandou plantar, assim você tira ele da jogada. Tipo isso.
25- Desaparecer.
Se você é um detentor de segredos ou se está excessivamente exposto e acha que a chapa está ficando muito quente, para evitar os problemas, “desocupe a cozinha”.
Exemplo: descubra um câncer e retire-se para o Caribe. Inventar doença costuma dar certo pq conta com a complacência da opinião publica, e ao mesmo tempo seus oponentes ficam com vergonha de “chutar o cachorro morto”. Eventualmente, doenças transitórias servem para dar um low profile por tempo suficiente pra você apagar provas e sumir com narrativas que poderiam te comprometer mais “lá na frente”.
Você provavelmente não terá meios de atacar com este método, exceto para se concentrar no desaparecimento, na esperança de descobrir que ele foi feito por um crime, como parte de um encobrimento deliberado. Eventualmente é possível (com uma certa grana envolvida) forjar a morte de alguém influente numa possível narrativa.
E é por isso que se discutir no Brasil é perda de tempo se não quiser ser ameaçado de processo.