domingo, dezembro 22, 2024

Devaneios de hoje: Escultura

Acordei e comecei a rir. Eu tava sonhando com o Galvão Bueno dirigindo um fiat 147 azul numa enchente. Eu não sei que bug bisonho que dá no meu miolo pra eu sonhar uma coisa dessas. Eu podia sonhar tanta coisa legal, mas sonho essas merdas… Tentei analisar meu sonho, ver de onde surgiu o Galvão, mas só consigo pensar que o sonho ridículo e também trágico é uma referência alegórica ao ano de 2015 que segundo todos os meus amigos vai ser uma merda.

Ontem tava dando uma arrumada no meu armário e já tive o primeiro dissabor de 2015 quando encontrei algumas (muitas) caixas de massa de escultura endurecidas. Sente a tragédia:

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Nada menos que dez caixas de polyclay praticamente inutilizadas porque ficaram paradas muito tempo. A culpa é minha, claro.

Resolvi segurar a escultura enquanto o Davi estava pequeno, com medo de alguma coisa dessas que eu uso acabar intoxicando o neném.

Mas não está 100% perdido, porque felizmente, a polyclay não é igual a argila que seca e já era. A polyclay endurece, mas basta sovar ela vigorosamente, e pingar umas gotas de amaciante de sculpey e ela volta aficar macia. A merda é que para sovar um bloco de meio quilo vigorosamente você tem que ser o Arnold Shwarzenegger! Eu precisaria de um martelete pneumático para conseguir amaciar isso tudo sem ter uma parada cardíaca.  Ainda mais depois de ler a Biografia do Bussunda, me cago de medo de enfartar com qualquer merdinha, hahaha.

Se não tivesse como recuperar essa massa eu estaria muito, muito puto, porque quem já tentou importar sculpey sabe que tem um dindim significativo nessa foto aqui em cima.

Falando em dindim significativo, ontem tava batendo papo com minha amiga Michelle Kristini sobre esculturas. Ela me disse que gostaria muito de aprender a esculpir e me perguntou se é fácil. Minha resposta é que é moleza.

Então depois de mais algum papo, ela me perguntou uma coisa que vários alunos meus de escultura já me perguntaram, mas não me lembro se já escrevi aqui sobre isso:

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Versões dessa mesma pergunta já me fizeram assim: “Por que escultura custa caro?” e  “Por que você cobra caro?”  Dessa forma, resolvi botar a resposta aqui, já que quando me perguntarem isso novamente eu mando ler aqui e me poupo um tempo.

Primeiro que eu não cobro caro. Acho que devia cobrar mais caro do que eu cobro por uma escultura comissionada. É importante entendermos a questão da precificação. Quando você vai numa farmácia comprar um, sei lá, shampoo. Você chega na farmácia e o shampoo está caro pra caramba.  Você vai até o gerente e diz que está caro e que a farmácia tem que baixar o preço? Provavelmente não. Você sai, e vai em outra para ver se o shampoo está mais barato, certo?

Quando você vai num restaurante, o garçom traz o cardápio de opções de pratos. Você olha e é tudo caro. Você diz ao garçom, “sinto muito mas acho abusivo vocês cobrarem 100 reais por um filé com fritas. Eu pago vintão. Topa?”

Ninguém faz isso. Mas curiosamente, com blogueiros e com artistas em geral, anunciantes e compradores costumam querer definir os preços.  Isso está errado, quem vende é quem estabelece preço. Cabe ao comprador em potencial exercer seu lindo direito de não comprar e ao anunciante o lindo direito de dar no pé e tentar anunciar em outro lugar.

Não há nada de errado nisso, são negócios, é como funciona o ancestral sistema de compra e venda no mundo.

Dito isso, vamos a outra questão, que é a seguinte: Uma escultura é SEMPRE cara. Aliás, deixa eu escrever melhor: Uma escultura DEVE SER sempre cara.

A razão disso é bem simples. O que nos levou a sair de uma condição precária no mundo, onde tudo era feito artesanalmente foi a industrialização. Não é a toa que isso se chamou REVOLUÇÃO industrial. Só estamos aqui falando disso porque graças a ela, um montão de chips e componentes do seu computador ou celular, ou tablet ou seja lá que merda eletrônica for que estiver na sua frente aí foi feita na China, Malásia Singapura, e etc graças ao processo industrial chamado PRODUÇÃO EM MASSA.

O que a produção em massa faz é replicar quase infinitamente um produto, mantendo uma homogeneidade nas réplicas, que por serem muitas, diluem o custo de produção da peça 1. Assim, se pararmos para pensar, o valor real de um produto, incluindo sua concepção, engenharia, construção, elaboração, ajustes, reconstrução, aperfeiçoamento e o caramba é alto porque todas essas fases custam caro. Envolvem pessoas formadas em diversas áreas, envolve reuniões, planejamentos, modelos, conceitos, e tal. Pense na grana investida na criação de um carro, desde que ele é desenhado num papel até o dia em que ele chega na concessionária para vender. São milhões e milhões de dólares, certo?

Mas se custa tão caro, por que um carro não custa isso tudo? Porque ele é feito em massa em um processo criado por Henry Ford, onde a fabrica fará um montão e cada um dessas replicas do modelo conceito irá pagar um pouquinho o custo de criação da peça 01.

Agora voltando para uma escultura. Geralmente, um escultor profissional, trabalha para um mercado que compra suas peças 01 (em muitos casos a 02) , chamadas “matrizes”. Convencionou-se que até a sétima cópia da peça ela será uma matriz, isso é, ela terá uma qualidade suficiente para ser usada para gerar réplicas caso a peça 01 se perca ou seja danificada. A partir disso, as copias começam a ficar com menor qualidade, mas isso varia muito de acordo com cada processo de replicação.

Esse mercado quase sempre se resume a um “fabricante”. Esse fabricante tem uma estrutura de replicação de peças. Ele compra a peça matriz ou um lote ou mesmo a encomenda a um escultor. Quando a peça é entregue ela é cuidadosamente duplicada e essas duplicações são usadas para fazer as formas e moldes para a replicação em larga escala. Quanto maior a escala das peças (por exemplo, na fabrica de miniaturas para o qual eu trabalhava quando era adolescente eles tiravam umas mil replicas de cada boneco meu ao dia) mais cara poderá ser a matriz, já que o valor da matruz será diluído pelo volume total. Então é uma questão comercial de acertar em quantos modelos a matriz será paga. Esculturas mais caras se pagam em menos replicas.

E é por isso que tiragens limitadas a poucas peças costumam ser caras. É porque parte do valor delas está cobrindo o custo de criação de uma peça.

Agora vamos pausar a conversa e mudar um pouco o rumo.

Sabe aquela filha do Gabeira? Aquela que quase morreu surfando uma onda gigante em Portugal? Pois é. Aquela menina lá (Maya se não me engano) surfa ondas gigantes. Eu aposto com você, que se você chegar nela e perguntar se é fácil surfar, ela vai te falar que é moleza. “Melzinho na chupeta”. É verdade? É.

Pra ela é.

Aí tenta eu surfar uma onda gigante para ver a bosta suprema de caldo que eu vou tomar.

Outro caso que também ilustra bem o que eu estou dizendo aconteceu com ninguém menos que Carlos Drummond de Andrade. O poeta dava poucas entrevistas, mas numa entrevista ele se saiu muito bem quando a repórter perguntou a ele se “é difícil escrever poesia?”

E ele respondeu:

-Minha filha, ou é fácil ou é impossível.

Talvez a moça tenha se sentido trollada. Mas não foi. O que ele falou tem uma profundidade ABSURDA, e qualquer artista poderá se ver refletido nessa resposta.

90% do trabalho artístico parece intransponivelmente difícil. Trabalhar com arte é jogar a vida no modo hard. Quando você finalmente para de se estrepar e começa a ganhar no jogo ou somente não morrer, quem vê de fora poderá pensar que é fácil. E talvez seja, naquele momento, algo fácil. Mas e o tanto de fudição que o cara passou até chegar ali?

Seu trabalho não é um snapshot do presente. Seu trabalho artístico é o produto de um longo trem, que saiu da estação anos, décadas atrás. Eu costumo dizer que esculpir é fácil desde que você tenha HSBC.

O banco? Não. HSBC é Hora Sentado com a Bunda na Cadeira praticando igual um infeliz. É trabalho. Trabalho braçal.

E dito as palavras trabalho braçal, vamos voltar a questão la de cima, da Revolução industrial, que deixou as coisas mais baratas e acessíveis a todo mundo (com uma boa ajuda da China).

O trabalho de arte – mesmo o feto nos computadores, como o 3d e a animação – é trabalho braçal-cerebral. Infelizmente, (apesar do que muitos clientes gostam de pensar e os documentários no final dos DVDs gostam de vender aos bobos) não há botão magico para fazer as coisas acontecerem. É trabalho! Trabalho cabuloso. Penoso. Dá dor nas costas. Dá dor de cabeça. Dá L.E.R. nos braços. Não existe atalho. Sim, há programas que vem facilitando o trabalho, mas ainda não há nada que você fale: Eu quero um boneco assim, assado e aí a impressora magica faz o print e sai o boneco.

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Esculpir envolve fazer e refazer um trabalho até ele ficar bom, e mesmo assim, o cliente pode corrigir tudo inclusive aquele detalhe que você achava maneiraço e ele mandou arrancar fora. Esse processo de trabalho vai sendo aperfeiçoado com o tempo, e tal qual um piloto de corrida, depois de muito rodar um autódromo,  começa a saber onde que deve reduzir a velocidade, em que ângulo deve entrar na curva e onde precisa acelerar. Há caras que nascem com uma habilidade grande para a coisa e pegam mais rápido. Tive uma aluna num curso que dei em Juiz de Fora que no primeiro dia, sem nunca ter esculpido nada já começou a esculpir melhor que eu. Mas pontos fora da curva existem em todos os lugares. Em toda escola vai aparecer um garoto com habilidade natural para a Matemática. Isso é fato.
Mas o dia-a-dia não é tão simples quanto crê o senso comum com “dons” e tudo mais. Geralmente você mesmo faz um trabalho e depois o critica, vê onde você deu mole, e tenta melhorar na peça ou no próximo. Ou se tiver sorte, pode receber inputs de amigos mais experientes. E isso é o lado maravilhoso da Internet. Antigamente era bem mais cabuloso.

Como eu falei antes, se a revolução industrial e o fordismo reduziu o preço final das peças, ele estabeleceu também que quem trabalha manualmente, quem faz a parte criativa do processo, PRECISA ganhar bem pelo que está fazendo. A razão disso é óbvia. Sem a peça 01, jamais existirá a peça 20.000!
Novamente, mudando de profissão para contrastar meu ponto de vista, vamos pensar no Neymar. Neymar ganha um dindinho que qualquer um gostaria de ganhar, certo?

Certo.

Por que Neymar ganha tão bem se ele é um jogador no meio de milhares de outros jogadores? Já pensou nisso?

Se você já pensou, é bem provável que você tenha chutado “porque ele faz gol”. Se chutou isso, está certíssimo. Vamos chamar o gol de “resultado”. Neymar vale pelo resultado que ele entrega.

Desse modo, um escultor que faz uma peça que leve todo mundo a babar e querer ter uma, vale para o fabricante, como um jogador que dá resultado. E assim, chega num ponto em que alguns entregam tanto resultado, que seus nomes ficam associados à qualidade.

Se um fabricante resolve me encomendar um busto do Batman, eu jamais vou conseguir ganhar tanto quanto um Adam Beane, pela simples razão que (perto do Adam Beane eu sou um merda) o cara faz peças tão espetaculares que o nome dele vira chancela de qualidade. E tem gente que só coleciona Adam Beane.

Adam Beane tira onda
Adam Beane tira onda

Muitas vezes nem é ” o que” você esculpe e sim “como” você esculpe que faz toda a diferença. Chegar neste nível não é impossível, mas é como surfar ondas gigantes, você não começa com tsunamis apocalípticos.

Quando se paga por uma escultura, não estamos pagando pelo material arranjado de alguma maneira específica. Se fosse, a escultura seria vendida a Kg na balança.

Então, já vimos duas coisas:

  • Uma peça é cara na razão direta em que ela é única. 
  • Artistas com trabalhos de mais qualidade cobram mais caro porque retornam mais. (o chamado “fator fodão”)

Muitas pessoas que pensam que uma escultura original é cara estão “comparando alhos com bugalhos”. Não se compara preço de um original com uma réplica produzida aos milhares. Essa é uma comparação sem pé nem cabeça.

Mas ainda temos outras questões relacionadas a isso. Por exemplo, quando uma pessoa encomenda uma peça única, para enfeitar a casa dela. Imagine que um cara tem um lobisomem que ele joga em RPG desde 1995. O cara ama seu personagem e sempre quis ter uma escultura do lobisomem dele no quarto (true story!). Aí ele entra em contato comigo porque planeja me contratar para fazer essa peça comissionada pra ele.

É óbvio que ela não vai ser barata, mesmo que ela seja fácil de fazer (pra mim) e a lógica por trás disso é que na peça dele estou pagando todo o meu tempo dedicado a esculpir, aprender a pintar, saber como fazer, comprar material, errar, repetir, livros, cursos, tudo isso vai diluído em todas as outras  custas de produção.
Considerando também que uma peça comissionada é algo que o CLIENTE quer que eu faça e não o que EU QUERO FAZER – e raramente há muita diversão nisso. Há também aquele lance que é: Se eu vou esculpir um personagem para alguém, esse meu custo de tempo deve superar o meu custo de tempo em alguma outra das minhas atividades, como blogar e atender meus clientes na minha empresa, ou fotografar para vender para galerias, ou dar aulas, por que senão, qual seria a vantagem de fazer um trabalho para ganhar menos que outra atividade melhor remunerada?

Uma escultura do tipo (one of one kind) para uma pessoa, é cara, porque ela é única, mas ainda assim, ela será mais barata que para um fabricante, porque ele vai fazer tiragem da sua peça e o valor será diluído pelo volume produzido. Já seu amigo, só vai colocar sua escultura na estante e olhar pra ela todo dia. Por isso, é sacanagem cobrar dez mil reais de um amigo, mas não é sacanagem cobrar isso da Marvel por um Wolverine que ela vai replicar aos milhares.

Nessa leva de fatores indiretos, entram as questões de amizade: Se um amigo meu de longa data me encomenda uma peça, eu não vou cobrar dele a mesma coisa que cobraria para um desconhecido, sobretudo se eu jogo o RPG do lobisomem junto com ele e também curto o personagem.
Entram também fatores como, ver que um amigo seu está no perrengue, precisando da peça para fechar um negócio e não tem tempo para achar outra pessoa ou nenhum outro cara escultor amigo seu conseguiu agenda para atendê-lo.

Outro fator indireto é a questão de quanto é maneira a peça que o cara quer. Vamos dizer que eu sempre sonhei em fazer um cowboy ou astronauta e surge um cara querendo me pagar para fazer isso. O fator “cool” da peça é algo que realmente contribui para deixar de fazer alguma outra coisa e pegar a peça do cara para fazer.

Na maioria dos casos, cobrar barato é uma furada. Muitas vezes já cobrei barato, já cobrei caro também, lógico. O que é barato para uma pessoa, pode não ser para outra, obviamente, mas sempre notei que quando dói no bolso a pessoa valoriza mais. As pessoas se acostumaram ao conceito de que “coisa boa custa cara”, o que é uma falácia que nem sempre é verdade. Mas pense no fato de que se você cobra barato e o cliente se revela o MISTER CHATO com milhares de encheções de saco e alterações malucas, sem pé nem cabeça… Pelo menos, cobrando caro você se garantiu para encarar isso. E este é um bom motivo para você cobrar mais barato para um cliente que já conhece e tem facilidade de trabalhar com ele. Fator “gente boa”.

Mas é aquilo, não estou aqui para cagar regra pra ninguém. Se um cara esta começando e os amigos dele de escola querem comprar suas peças, não há NENHUM GALHO dele vender os bonecos barato aos amigos. Você pode pensar nisso como “estar recebendo para treinar”. Porém, esse mesmo discurso quando vindo do cliente, é potencialmente um indicador do contrato caraCU. onde o cliente entra com a Cara e você… Bem, você entendeu.

O importante é se ligar no seu nível de habilidade. Se você começa sua vida profissional na pratica de baixar as calças até o limite do ridículo, pode ser que você não consiga estabelecer valores justos mais tarde, ficará com fama de Zé Baratim, e infelizmente, poderá ser considerado alguém que faz um bom trabalho por um preço baixo, o que no cenário mais dramático, vai te fazer ajudar a ferrar o mercado, pois quando um comprador vir seus preços padrão chinês, vai querer exigir dos demais fornecedores que eles também baixem suas calças, já que você levou o lance a um outro nível.

No curto prazo, poderá parecer um ótimo negócio, até que você ficará lotado, afogado em pedidos, como um buraco negro tragando para si tudo que estava girando em volta. Sem ter condições (já que é inumano) trabalhar barato em quantidade gigante, sua qualidade vai decair, os produtos de menor qualidade terão menos vendabilidade, resultando em encalhes. O comprador que se achou esperto usando você começará a amargar prejuízo. E aí ele pode virar um recaster (recaster é um canalha que copia peça dos outros sem pagar pelos originais e direitos de duplicação), para tentar se segurar – o que só arruinará mais o mercado, porque tendo suas peças copiadas os escultores que criam os originais vão achar coisa melhor para fazer – o meu caso  – ou ele vai desistir do negócio. O mercado encolhe e com o tempo, implode, vitimado pela própria ganância.  Se torna inviável ser escultor, porque não haverá compradores, e todos os personagens da história saem fodidos de alguma maneira.

Uma história triste, né?

 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.
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Comentários

  1. Philips, eu sinto na pele isso de cobrarem preços baixos demais pra confeccionar uma peça. No meu caso eu fabrico joias em prata e outros metais. Se eu cobro xxxx, aparece outro cobrando xxx, deppis um terceiro cobra xx, no fim está todos cobrando x pra não ficar ser serviço e todos perdem. Concordo com VC, não é de um dia pro outro q se aprende, são anos de HSBC pra se chegar a fazer algo de qualidade.

  2. Gostei muito do post e é o que realmente acontece no mundo das artes, ou vc se impõe como um bom profissional, valorizando seu trabalho, ou os outros te devoram. Aprendi rápido isso.

  3. Nossa, você faz um texto bacana e foda que nem esse e ainda lê um “De um tempo pra cá esse blog tá ficando uma bosta”? Tá difícil lidar com os babacas da internet :( seu blog continua excelente, meu caro!
    Gostaria muito de ver algumas peças suas à venda, como numa loja virtual. São coisas legais para dar de presente ou para dar aquele toque de “meu” na minha casa. Ou aquele toque Gump na casa :P

    • Valeu Leon… Mas talvez o cara esteja certo ao reclamar. Tem muitos tipos de posts que eu fazia antes que não tenho feito. É impossível agradar a todo mundo.
      O lance das esculturas numa loja, seria legal mesmo, mas o que pega é tirar molde e replicar. Eu sei fazer, mas é um saaaaaaaaaaco. Os produtos fedem demais, chegam a intoxicar. Nos EUA tem umas empresas que são replicadoras profissionais, que trabalham para artistas diversos, então eles sempre tem trabalho e cobram comissão sobre a peça, que é diluída no montante duplicado. Há um tempo atrás, cheguei a ver uma empresa dessas na China, mas aí tem o problema de ser do outro lado do mundo, tem que mandar a peça pra eles, leva muito tempo para o lote voltar, e quando volta agarra na alfândega, o esquema de importar é uma bosta… Acaba inviabilizando uma parada que seria super legal.

      • Philipe, acho que o lance não seria replicar as peças mesmo, seria muito mais legal vender elas como sendo únicas.
        Achei uma grande ideia essa de colocar algumas peças à venda hein… vale pensar no assunto… Valeu!!

  4. HEY PHILL, acompanho o blog a muito tempo (você talvez até lembre de mim) e devo dizer que com essa foto de um calhamaço de massas eu fiquei animado a perguntar:
    Vai rolar uma escultura gump em breve? Talvez um tutorial? :3
    Abraços, continue com o ótimo trabalho!

      • Conseguiu amaciar as ‘pedras’? há um tempo atrás meu irmão me mandou duas caixas de Sculpey,uma usei bem a outra ta estacionada no tempo,quando preciso fazer algum trabalho,tire pedaços menores e soco com martelo rsrsrs funciona,experimenta martelar caso vc ainda nao tenha conseguido…enfim…fiz muita escultura com massa,depois do NAO reconhecimento,parei e agora faço esculturas têxteis,pelo menos até agora no Brasil ninguem ainda nao fez,mas o povo continua achando caro,aí eu fico puta e digo pra irem fazer,levei 32 dias pra terminar um pavão e o preço que coloquei ainda foi barato,gostei muito do teu blog,eu queria trocar umas ideias sobre como fazer ‘agua’,estou prestes a fazer uma escultura de ave em escala gigante e preciso retratar a agua,li seu post sobre o t-rex,me ajudou muito na pesquisa.Abraços.

  5. Modestia à parte, também faço alguma coisa, esculturas de gesso, arterzanato e pinturas. Recentemente fiz umas duas fantazias para eu filho (baile à fantazia) uma de gladiador.capacete, espada, caneleiras, empunhadeiras e capa. Outra de volverine (as garras).

  6. as peças que voces fazem sao verdadeiras obras de arte e devem sim serem valorizadas, isso da trabalho e a qualidade e muito boa, eu sinceramente se tivesse dinheiro pagaria sim por uma bela obra dessas sem questionar

  7. Ola Philipe,

    Acompanho o site/blog a muito tempo. Mas acho que nao devo ter feito mais de 2 comentarios por aqui.

    No inicio o que mais me cativava eram suas historias, coisas da sua infancia/adolescencia/namoros/empregadas enfim…

    Em seguida as historias gumps, coisas estranhas do mundo atual e fatos historicos…

    Mas nos ultimos meses tenho visto muitos posts de opniao, o caso do barbeador, as mentiras que ouvimos, o ano novo etc…

    E confesso que tenho gostado muito desse tipo de post; diferente de quando vc mostra algo gump pra gente em forma de lista ou sei la…
    Partilho muito da sua opniao e tem me agradado muito a frequencia de postagens também.

    Espero que continue assim. Parabens

  8. Eu também faço alguns trabalhos artísticos, desenho, pinto, retoco fotos e de uns tempos pra cá me divirto fazendo customizações de miniaturas de carros, mas depois de algumas pessoas me consultarem sobre fazer alguns trabalhos, desisti de fazer isso “por encomenda” exatamente porque praticamente ninguém entende que um carrinho da hot wheels que custa em média R$ 7,00 nas grandes lojas pode custar, apenas de material, R$ 100,00 ou quase o dobro para e tornar uma peça legal e única, fora todo o trabalho braçal e mental envolvido. Agora só faço trabalhos assim para trocar/dar peças com outros artistas ou dar de presente a amigos queridos, a satisfação dessas pessoas em receber um trabalho meu que, quase na totalidade das vezes só é feito com os fatores “cool” e “gente boa” somados é muito mais gratificante que cobrar um valor médio calculado.

  9. Acho que seria interessante comprar aqueles rolos elétricos de fazer pão, abrir bem o diâmetro dele, tascar a “pasta amaciante” e rodar varias vezes na máquina.

  10. Estou procurando por réplica em miniatura da CBR450SR 89 branca e azul mas não encontro em lugar nenhum. Estava entre pedir para alguém fazer ou eu mesmo me aventurar nisso mas eliminei a segunda opção porque sou uma negação como artista e precisaria de muitas HSBC mais material pra aprender. Então pergunto, inclusive pro César Siqueira: quanto custaria uma miniatura 1:8 (ela tem 201cm de comprimento então daria uma réplica de 25cm) artesanal? Se preferir pode me responder por e-mail. Obrigado.

    • Inclusive, se puder fazer várias cópias de uma matriz e colocar no Mercado Livre pra vender, faria uma grana boa. É uma moto que foi lançada somente no Brasil e alguns países da América do Sul e quem teve não esquece. É uma bela lembrança pra quem teve.

  11. Lembro que há uns 15 anos atrás, eu tinha feito algumas charges e tal para um periódico loca), e um camarada falou que eu estava cobrando caro demais – dez pila (sim, R$ 10,00…) por charge -, e ainda falou que eu ia ficar rico cobrando assim. Claro, se eu fizesse umas dez, quinze charges por dia por dez pila, eu estaria feito, ô! – ps: era um jornal semanal! u.u

  12. Não é só com esculturas não meu amigo, o “dumping” de mercado proposital acontece principalmente através de profissionais juniores que não querem se dar ao “luxo” de fazer horas de HSBC e trabalhar para outros, achando-se suficientemente apto a fazer coisas só por que gosta e não por que realmente sabe executar.
    Esta atitude cria uma baixa nos preços, perda da qualidade, e insatisfação garantida do cliente que, após perceberem o erro na contratação do profissional inabilitado, procuram os experts que com certeza, pra consertar as cagadas duplicadas, vão cobrar caro, e muito.
    Parte da culpabilidade se dá através da sociologia, e esta geração Z que, ao mesmo tempo que tem a capacidade de criar aplicativos para iOS revolucionários por exemplo, obtendo a possibilidade de tornarem-se milionários do dia para a noite, de outro lado tem-se a insolência, má educação (como pudemos ver no primeiro comentário) e pessoas psicologicamente instáveis que não sabem relacionar-se com RESPEITO, principalmente o respeito pelo próximo.

  13. Passei um tempão sem acompanhar o MundoGump, conheci ainda em 2008 e não sei bem o motivo de ter parado um tempo. Na época até comecei a estudar escultura por causa do “infiliz” do Philipe, mas tbm acabei parando os estudos, também não sei pq. voltei a quinze dias com plastilina, mas ando com dificuldades, nada que o tempo e prática não resolva.

    E a melhor resposta para haters como o Marcus e ninguém vai achar ruim é: VÁ SE FODER!!

    vlws, flws

  14. Posso não trabalhar com esculturas, mas no ramo que trabalho dá p entender muito bem como é isso, adorei o texto queria q muitos dos meus clientes lessem!

  15. Cara seus textos são sempre muito bons parabéns. Confesso que me aventurei no ramo das esculturas por causa de você. Certo dia me interessei por esculturas e durante as minhas pesquisas acabei caindo aqui no MG. Assim conheci o site e seus trabalhos de escultura e os seus tutoriais e fui cada vez me interessando mais sobre o tema. Hoje tenho algumas coisas feitas em plastilina, mas nada muito fodão.
    Acredito que todo mundo que trabalhe com arte em geral já passou por isso, todo mundo acha que fácil. Sou designer e também ilustro, vários parentes e amigos já me pediram alguma arte. Antes eu fazia na amizade, hoje já não faço mais. Se me pedem não digo não logo de cara, fico enrolando a pessoa até ela esquecer rsrs… Teve uma amigo que me pediu um desenho para uma tattoo uma vez, falei que quando tivesse tempo faria, ele respondeu “Ok sem pressa”. Esses tempos fui ver e ele desvinculou a amizade comigo rsrs…. Fazer o que faz parte rsrs…
    Abraço e parabéns mais uma vez.

  16. Exatamente isso!
    Sempre senti no coro isso, na pintura principalmente, nas escultura nunca arrisquei vender.
    Tem outra pergunta que sempre fazem antes de perguntar o preço:
    “Quanto tempo você leva?”

    Essa também é uma quetão que não pode ser respondida de forma definitiva.
    Por exemplo, se você pinta dez vezes uma pessoa na mesma posição, chega uma hora que fica fácil,
    mas isso nunca ocorre, cada retrato é uma cara diferente uma luz e posição diferentes.Não se trata de um processo
    industrial.
    Só porque o artista domina a técnica, não significa que ele possa baratear o preço da obra.
    Agora na escultura, imagina vender uma matriz?
    Hoje já existem as impressoras 3D, mas que de qualquer forma, é necessário um artista que crie o protótipo
    virtual em um modelador 3D…

    • Fato. Uma coisa que a gente escuta muito é que o Escultor ficará desempregado quando a popularização da impressão 3d se tornar largamente difundida. Não sei se quem diz isso pensa que robôs vão aprender a esculpir. Se um cara esculpe no zbrush, ele é escultor, ora bolas! Se a impressora imprime, ela imprime o que uma pessoa criou. O cara ainda está lá. Talvez realmente fique ruim para os fabricantes de massa, mas sinceramente eu acho que isso não deve acontecer pelos próximos 50 anos, porque do mesmo jeito que os livros físicos passaram a vender mais contra todas as especulações de que acabariam diante do epub, penso que vai acontecer o mesmo com as massas.

  17. Vi tanto comentário negativo, mas eu achei apenas sensacional. O cara só disse verdade, e isso não acontece só no ramo das artes, mas em quase todas as áreas que vendem produtos e/ou serviços. Eu sou arquiteta, e exatamente isso também ocorre na nossa área. Enquanto eu cobro, digamos, 7 mil num projeto, tem neguinho cobrando mil, outro 700 e aí fode com a classe toda. Assim mesmo. E se vc tem clientes que pagam o preço do seu valor, considera-se sortudo, mas é óbvio que vc TB saiba mostrar o valor do seu trabalho, pois muita gente não é advinha. Vai ter gente que vai ignorar apesar de vc explicar todo o processo da coisa pra que seja valorizado, vai ter gente que vc vai precisar explicar e assim entenderão e pagarão (ou não), assim como TB vai ter gente que vc não vai precisar explicar um pio, e vai reconhecer seu valor assim mesmo e vai pagar. Em qualquer das situações, nós sempre devemos mostrar o valor do que oferecemos, mas de fato, não é fácil sobreviver num mercado “prostituído”, como dizem aqui.

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