sexta-feira, dezembro 20, 2024

Ele construiu uma ponte para ajudar um vilarejo pobre e foi parar na cadeia

Um morador chinês que investiu seu próprio dinheiro na construção de uma ponte flutuante para conectar uma vila isolada foi multado diversas vezes e até preso por ter erguido uma estrutura sem autorização oficial.

Fiquei com pena do cara, na moral.

Antes de 2005, a Vila Zhenlin, localizada na Província de Jilin, no norte da China, estava isolada pelo Rio Taoer, o que obrigava os moradores a percorrer cerca de 70 quilômetros até a ponte mais próxima.

illegal bridge3 | Curiosidades | china, chinês, curiosidade, ponte
Taoer, o rio da discórdia

Uma viagem enorme para atravessar um ridículo rio! A situação mudou quando Huang Deyi, um residente local que anteriormente operava uma pequena balsa, tomou a iniciativa de construir uma ponte flutuante para ajudar o seu povo.

illegal bridge2 750x494 2 | Curiosidades | china, chinês, curiosidade, ponte

A estrutura improvisada foi recebida de braços abertos pelos moradores, que estavam dispostos a pagar um pequeno pedágio para atravessá-la, já que era uma alternativa muito mais prática e econômica em comparação com o longo trajeto até a ponte autorizada mais próxima. Com o tempo, Huang ampliou o projeto. Em 2014, ele e outros 17 moradores melhoraram a ponte, soldando 13 barcos de metal para torná-la mais robusta, permitindo a passagem de veículos pesados. No entanto, em 2018, as autoridades locais, representadas pela Autoridade de Assuntos Hídricos de Taonan, ordenaram a remoção da estrutura, alegando que a ponte não era autorizada e acusando Huang de lucrar ilegalmente com a cobrança de pedágios na ponte que ele fez do próprio bolso.

Mesmo após o desmantelamento da ponte, Huang não foi isento de penalidades. Em 2019, ele foi detido, junto com alguns familiares, sob a acusação de vários crimes, incluindo a arrecadação de 44.000 yuans (cerca de US$ 6.200) em pedágios entre 2014 e 2018. Investigações posteriores revelaram que Huang havia cobrado mais de 52.000 yuans (cerca de US$ 7.300) desde 2005. Como consequência, foi sentenciado a dois anos de prisão e mais dois anos de liberdade condicional.

illegal bridge | Curiosidades | china, chinês, curiosidade, ponte
As pessoas do vilarejo estavam satisfeitas que não precisavam viajar para atravessar o rio. Mas as autoridades iam acabar com a festa.

Huang apelou da decisão judicial, reconhecendo que sua ponte não tinha autorização oficial, mas defendendo que sua intenção era beneficiar a comunidade local. Ele também argumentou que os valores apresentados pelos promotores estavam exagerados, já que o custo total das duas pontes que construiu superava os 130.000 yuans (aproximadamente US$ 18.300).

Em 2021, seu primeiro recurso foi negado, mas ele entrou com um novo recurso em junho de 2023, no Tribunal Popular Intermediário de Baicheng. Enquanto o caso aguarda nova análise, a história de Huang Deyi gerou um grande debate nas redes sociais chinesas. Alguns usuários defendem que ele tinha o direito de cobrar pedágio, já que a ponte era dele, e considerando a falta de ação das autoridades, enquanto outros criticam a segurança da ponte, questionando quem seria o responsável em caso de acidentes.

“Se já houvesse uma ponte, a família de Huang não teria a oportunidade de lucrar”, comentou um usuário da plataforma Weibo. Outros ressaltaram que os moradores estavam satisfeitos em pagar o pedágio, já que era mais conveniente e barato do que a alternativa oficial. No entanto, a preocupação com a segurança da estrutura também foi levantada, com alguns internautas ponderando sobre o que poderia acontecer em caso de um acidente.

Após a polêmica, as autoridades prometeram construir uma ponte autorizada sobre o Rio Taoer, próxima à Vila Zhenlin, mas até o momento, a promessa ainda não foi cumprida e os desgraçados moradores da vila voltaram a ter que viajar 70 quilômetros para atravessar o rio.

A grande verdade, meus amigos, é que os parasitas estatais, estejam eles onde estiverem, ficarão extremamente incomodados quando algum cidadão resolve um problema que deveria ser da alçada deles resolverem. E se fizer com simplicidade, menor custo e eficiência, pior: isso coloca a existência deles em xeque!
Eles farão todo o possível para destruir a benfeitoria, porque mais que o interesse público, eles pensam nos próprios interesses e usarão todo o poder burocrático que lhes foi outorgado pelo povo para oprimir o próprio povo.

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

Artigos similares

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos

Os melhores filmes dos anos 80 – parte2

Há um tempão atrás, precisamente no dia 14 de abril do ano passado, eu fiz um post em que compilei um monte de filmes dos anos 80. O post em questão, chamei de "Os...

A Incrível História de Jacobo Greenberg e o Mistério do Mundo Paranormal

Como um dos cientistas mais célebres do México desapareceu sem deixar vestígios após concluir que estamos na MATRIX

Paranormalidade: Ex-Medium da CIA encontra corpo de criança com visão remota

Casos intrigantes ou meras coincidências? Esses relatos mostram que ainda não conhecemos os limites da percepção humana

Miniaturas que custam mais caro que carros de verdade

Essas miniaturas incríveis vão te chocar pela absoluta precisão e qualidade, mas também pelo seu preço. Seu valor é de um carro real.