segunda-feira, dezembro 23, 2024

Flocos de neve incríveis

Fiquei impressionado com a notícia da nevasca nos EUA. Segundo os sites de notícias, o volume de neve que caiu em apenas dois dias equivale à quantidade de um ano inteiro. A neve que paralisou várias comunidades chegou a matar dez pessoas.

Imagina só você acordar e ao sair para trabalhar, vai abrir a porta de casa e…

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Há uma parede de neve compactada bem na sua porta. Parece ser uma experiência bem claustrofóbica. Por mais estranho que pareça, isso não é incomum.

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A neve é formada nas camadas mais altas das nuvens, quando a temperatura lá em cima está abaixo de zero. As gotas de água congelam-se e transformam-se em flocos de neve.
Isto é comum em grandes altitudes, mas nem toda a neve chega ao chão. À medida que os flocos se aproximam do solo, a temperatura aumenta e eles derretem. Nas montanhas, é comum nevar mesmo com a temperatura perto dos 4 graus, pois a grande altitude impede que a neve se derreta.

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Para nós sul americanos, que só estamos acostumados às neves “café com leite” da Serra Gaúcha, esse tipo de nevasca parece coisa mais de filme que um fenômeno da realidade mesmo. As nevascas podem causar prejuízos enormes, e à medida em que nos encaminhamos para o próximo período glacial da Terra, isso será cada vez mais comum nos países do hemisfério Norte.

Imagina só que saco deve ser você querer sair e seu carro estar enfiado num iceberg.

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Em todo caso isso ainda deve ser melhor que descobrir que seu carro foi DESTRUÍDO por neve com gelo que despencou do telhado:

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Todos os anos, no inverno, milhares de carros são danificados devido à ação direta ou indireta da neve. Gelo que escorre do telhado é só um desses males. Há o granizo, árvores que despencam devido ao peso da neve, e os acidentes de trânsito decorrente da lama de neve que vira quase que uma camada de sabonete sobre a superfície das estradas.

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O problema da neve fica sério se a precipitação é contínua e em grande volume e o sol não consegue derretê-la. Quando existe uma quantidade grande de neve acumulada, um dia bem quente e ensolarado pode não ser o suficiente para derretê-la. Isso ocorre pela capacidade reflexiva da neve, que é um processo físico oposto à absorção da luz. (sendo este necessário para causar o derretimento). De acordo com o livro Climatologia Fácil, embora a temperatura do ar possa estar bem acima de zero grau, a neve não derrete rapidamente porque sua superfície branca reflete de volta mais de 90% da energia solar que incide sobre ela.Aliás, a superfície branca da neve nos indica que ela está refletindo todas as cores do espectro luminoso.
Outra coisa impressionante, é pensar que apesar de tanta neve, nenhum floco de neve é igual ao outro.

 

Flocos de neve

 

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Durante muito tempo, as pessoas pensaram que era só uma falácia a frase que dizia que “nenhum floco de neve é igual ao outro” no planeta. O mito de que todos os flocos de neve são diferentes começou no final do século 19, quando o norte-americano Wilson Bentley fotografou milhares de flocos com a ajuda de um microscópio e nunca encontrou dois exatamente iguais.
Mas tudo leva a crer que isso é verdade mesmo. De acordo com uma notícia publicada pelo The Huffington Post, pesquisadores do Beltsville Agricultural Research Centre de Maryland, nos Estados Unidos, Fizeram uma análise de diversos flocos de neve usando microscópio eletrônico.

[wp_ad_camp_5] Os flocos foram coletados através de lâminas de cobre contendo uma solução resfriada de metilcelulose, capaz de evitar que os cristais se desmanchassem. Depois, as amostras foram mergulhadas em um reservatório contendo nitrogênio líquido, fazendo com que os flocos “grudassem” nas lâminas a uma temperatura de 196 graus Célsius negativos.
Mas apesar de tudo eu ainda acho que nunca saberemos realmente se um floco de neve repetiu algum padrão de cristalização do passado. Além do mais, me parece falsa a premissa de que um floco de neve, por ter uma possibilidade de cristalização que tende ao infinito não poderá se repetir. Não existe essa regra na natureza. Pode ser sim, que nunca consigamos encontrar dois flocos de neve iguais, o que é diferente de não existir.

A grande maioria dos flocos de neve surge a partir de uma forma hexagonal. Mas você já se perguntou a razão disso? Isso ocorre porque o arranjo de ligações de hidrogênio nas moléculas de água congelados tende a este padrão de cristalização.

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Mas nem todos são hexágonos. Ocasionalmente, flocos de neve surgem sob a forma de triângulos, como os belos exemplares abaixo.

Por um bom tempo, ninguém conseguia descobrir como e nem porquê ocorria o padrão triangular na cristalização da gota de água. Levou anos essa dúvida, até quem em 2009, os cientistas conseguiram reproduzir as condições para recriá-lo em laboratório.

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O segredo acabou por ser as minúsculas partículas de impurezas, como partículas de poeira, que, se penetra num um floco de neve quando ele está se formando, faz com que o floco perca seu equilíbrio e graças a essa desestabilização, ele sofre uma mudança aerodinâmica, que simplifica sua forma num triângulo em vez de um hexágono.

Você poderá compreender melhor o fenômeno com este paper aqui.

Flocos de neve triangulares são muito mais raros do que os hexagonais, mas você pode encontrá-los se você tiver muita paciência para vasculhar na neve.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Felipe, parabéns pelo seu trabalho, sempre muito bom. No entanto, acho essa barra preta está atrapalhando a leitura, pois toda vez que passo com o mouse por cima dela ao alternar entre as abas do navegador, ou inadvertidamente algumas vezes, o menu desce, sendo que às vezes demora para desaparecer. Acho que na lateral fica melhor, inclusive porque deixa mais espaço na coluna do texto.

    Outra coisa, você viu minha mensagem no post dos fantasmas?

  2. Neve só é bom para quem está assistindo pela TV ou está numa instância turística voltada para neve com estrutura própria para esportes de inverno. Para quem mora num centro urbano, como no meu caso, neve é um transtorno enorme, mesmo que em pequena quantidade.
    Depois que termina de negar, a temperatura baixa muito, além do chão ficar extremamente escorregadio. Quem dirige, tem de colocar corrente no pneu ou usar pneu próprio para neve, para que o veículo tenha tração suficiente.
    Conforme o sol vai derretendo o gelo, este se mistura com a poeira da rua, formando uma lama preta. É terrível.
    Uma semana depois, ainda vemos montes de neve pelos cantos da rua, esfriando o ar.
    No ano passado, nevou muito, aqui em Tóquio (uns 30 cm) o que não acontecia havia 20 anos. Pelo menos, dois dias depois, choveu um pouco, ajudando a derreter a neve mais depressa.

  3. Philippe, no inicio do post você menciona o fato do Planeta estar indo de encontro a outra era Glacial. Neste caso, você também se encontra na corrente inversa do Aquecimento Global, mesmo estando na zona atingida pelo fenômeno da estiagem? O Pezão fala a mesma coisa que o Alckmin dizia no início da crise, que se agravou a niveis sem precedentes de que não irá faltar água. Há 90 anos que nao havia uma estiagem tão forte por lá. No Nordeste, é a maior em 50 anos. Como acreditar que o planeta está indo de encontro a uma era glacial?

    • Porque o aquecimento global precede a era glacial. Olhando análises climatológicas em camadas geológicas, é possível saber como variou o clima da Terra ao longo dos anos, desde o tempo dos Dinossauros e até antes. Ao longo dos últimos 400.000 anos, o planeta experimentou condições de Eras Glaciais, pontuadas por breves intervalos mais quentes a cada cerca de 100.000 anos. Estes períodos mais quentes, chamados de “interglaciais”, duram tipicamente cerca de 10 mil anos. Nossa atual era interglacial começou há cerca de 11.000 anos atrás. Se o clima do nosso planeta é afetado por fatores cíclicos, como a alteração na atividade solar periódica, é possível estejamos na beira de um novo período glacial. A atividade solar está mostrando atualmente uma tendência de resfriamento de longo prazo. 2009 teve a irradiância solar mais baixa em mais de um século. Pode ser só uma curiosidade, ou um sinal. Prever a atividade solar futura é impossível.
      Veja o grafico que mostra a estabilidade dos períodos glaciais:

      Seria só coincidência essa incrível regularidade? Há quem pense que sim.
      Eu penso que é regular demais para ser coincidência. As mudanças na órbita da Terra fazem com que menos luz do sol (insolação) atinja o Hemisfério Norte durante o verão. A calota polar do norte derrete menos durante o verão e gradualmente vai crescendo ao longo de milhares de anos. Isso aumenta o albedo da Terra, o que amplifica o resfriamento, fazendo com que a calota polar aumente ainda mais. Este processo dura por cerca de 10 a 20 mil anos, trazendo o planeta a uma Era Glacial. NO entanto, as emissões de CO2 humanas crescentes poderão ajudar a retardar esse processo cíclico em alguns milhares de anos. O problema é que o aquecimento global também pode acelerar as coisas de um outro jeito. O aquecimento global nada mais é do que o aumento da temperatura média da Terra, causada, em partes, pelos gases do efeito estufa. Esses gases funcionam como uma barreira para o calor gerado pelos raios solares, não deixando que seja dispersado no espaço. Os raios solares entram, aquecem a Terra e essa radiação deveria ser devolvida ao espaço, mas os gases acabam por manter o calor na atmosfera.

      Os maiores regulador do nosso clima são os oceanos, a água mais quente tende a subir e a mais fria tende a descer, fazendo uma espécie de corrente reguladora, que mantém a temperatura global regulada.As calotas polares são formadas por água doce, que são menos densas que a água salgada dos oceanos, portanto, essa água não afunda, mesmo sendo mais fria. Até ai não parece muito problemático, mas se pensarmos que a água quente deveria ficar mais próxima da superfície e a água gelada deveria descer, começamos a ver que o buraco é muito mais embaixo.
      Esse despejamento de água doce gelada em alta quantidade pode fazer com que a superfície do mar se torne mais gelada do que deveria e dependendo da quantidade pode parar a corrente que regula a temperatura na Terra.

      As Eras Glaciais ocorrem a cada 100.000 anos e uma era glacial seria mais do que suficiente para extinguir a vida na Terra, porém, estudos mostram que entre as Eras Glaciais, houveram períodos longos de congelamento global, que poderiam nos levar a uma exterminação, também, ou pelo menos mudanças drásticas em como nossa sociedade é estruturada.
      Um dos possíveis motivos para essas mini-Eras Glaciais poderia ser o fim ou uma grande diminuição desta corrente que faz a regulagem da temperatura Global. Com o derretimento das calotas polares a Terra começaria a esfriar, bastante, principalmente nas regiões próximas aos Círculos Polares. Esses processos já começaram a ocorrer e, estima-se, que dentro de 50 a 100 anos o processo de congelamento global pode começar, uma vez que a corrente reguladora, já apresenta sinais claros de diminuição de velocidade.

  4. Olá Philipe,parabéns pelo site,sigo faz tempo já.
    Nessa sua pesquisa você achou algo sobre os estudos do cientista Masaru Emoto?Fala sobre os efeitos da vibração de sentimentos sobre a agua e como isso é visivel através dos flocos.
    Você vai gostar ;)

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