quinta-feira, dezembro 26, 2024

Habitat 67: Favela de rico é isso aí

Olha só que coisa curiosa este complexo arquitetônico. Este lugar fica no Canadá e foi criado na década de 60 para a Feira Mundial de 1967. O local se tornou um complexo residencial ao final do evento e está lá até hoje. Sua principal característica é a forma de um cluster de blocos, desencontrados, que produzem vãos, passagens em nível e jardins suspensos diversos. Atualmente moram no complexo 148 solteiros, um punhado de casais e algumas famílias.
O conceito por trás da obra era homenagear a “estabilidade, a geometria e sabedoria, verdade, moral e perfeição da forma cúbica, na sua própria origem ou na origem da nossa civilização”.

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Aqui da pra ver umas cenas do interior.

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Gostou? Custa só U$ 400.000 um apartamento de 3 quartos aí. No meu ponto de vista, isso deveria ser chamado de favela de rico sem o morro, ou como convém a uma descrição bonita para ilustrar o projeto, “com agenesia de acidentes topográficos”.
Pode falar que eu não sei admirar arquitetura moderna, mas por este preço, eu ficaria com esta casa na paradisíaca ilha de Sanibel, nas águas quentes da Flórida.


Outra interessante favela de rico é esta aqui.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

    • Hugo,
      Essa obra é bastante bem estruturada e à época levou em consideração todas as normas disponíveis de dinâmica das Edificações tanto relativas a sismo, quanto a ventos, não só do Canadá, como também as ASTM e Eurocode.
      Abraço,
      João Krause

  1. essa favela e irada para fase leparku e po e massa da uns mortais de la de cima escala e irada po vlw gente  >atençao< nunca pule de la de cima porque vc sabe .hahahahaha.               FIM

  2. Philipe,
    Preciso discordar!
    Quando se faz análise de qualquer arquitetura (assim como obras de arte, literatura, filosofia, etc.) é necessário avaliar o contexto. Moshe Safdie, o arquiteto desta obra (premiada na Expo 67) foi bastante inovador no quesito pré-fabricação! Uma das idéias era mostrar que é possível utilizar módulos e ao mesmo tempo gerar uma geometria interessante, irregular, adaptada ao clima e as condições do local, com rapidez e qualidade! Juntar todos esses requisitos é uma tarefa bastante complicada (ainda mais naquela época). E veja, estamos falando de um único tipo de bloco: um paralelepípedo de dimensões de 5,3 x 11 x 3 m. Empilhando da maneira como foi feito, cada apartamento tem um jardim privativo na cobertura do apartamento logo abaixo. Além disso toda a área de insolação é maximizada devido à orientação dos blocos (o que é interessante para o clima frio do Canadá). A ventilação natural também é privilegiada, mesmo nos acessos…
    O conceito do concreto aparente no modernismo (assim como toda a questão de pureza dos materiais) está ligado à questão da qualidade da construção. Entenda: é fácil esconder defeitos quando se tem muitos ornamentos, mas se você busca uma forma pura, qualquer defeito salta aos olhos! Realizar obras sem revestimentos eram o suprassumo da demonstração de qualidade da construção… vamos combinar que hoje em dia é difícil achar um pedreiro que use prumo e nível e consiga fazer um quina retinha!!! Mas com préfabricação você consegue. Havia um arquiteto pré-moderno, anterior à Bauhaus, chamado Adolph Loos que tem uma frase que eu acho sensacional e sumariza bem essa idéia: “Ornamento é crime!”.
    Bom, eu poderia escrever ainda muito mais, mas já procrastinei muito por hoje! Deixa eu voltar ao trabalho! Espero que as explicações sobre a racionalidade tenham mudado um pouco o prisma da observação desta obra, tão importante para a história do modernismo.
    Mas gosto é gosto! Particularmente eu gosto tanto de Picasso como de Caravaggio… só são expressões artísticas diferentes. O mesmo se aplica à arquitetura (adicionado de imenso conteúdo técnico para fazer funcionar essas obras de arte construídas)… gosto tanto de Paris (que é a mesma cidade neoclássica desde o período napoleônico), quanto de Barcelona (um ícone do modernismo catalão desde o urbanismo de Cerdá, até as construções de Gaudí, Montaner e tantos outros).
    Grande abraço,
    João Krause

    • E ainda tem a questão do preço!!! Esse é um apartamento de 3 quartos de frente para o rio em um lugar nobre de Montreal!
      Me diz o que você compra na Zona Sul do Rio de Janeiro com U$400.000? Hehehe…
      Abraço…

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