Indio Gigante, o frango gigantesco

Rapaz, eu não imaginava o que era Índio Gigante até esbarrar sem querer num anuncio desse troço no Mercado Livre. Eu fiquei curioso, pois não dava para entender o que exatamente o cara estava vendendo com este nome. Quando abri o anuncio, me deparei com uma surpresa. ìndio gigante é uma raça de galinha que produz um frango absurdamente grande.

Alguns passam de um metro de altura. Olha só o tamanho disso:
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É muito frango, meu! Nunca imaginei que tivesse uma raça de galo deste tamanho.

Fui pesquisar sobre ela e descobri que esta raça é aparentada com a do galo de briga. Ele é descendente das raças malaio, shamo e galinha caipira brasileira (SRD) ou galinha índia. No entanto, enquanto o galo de briga (chamado tb de galo- índio) é uma ave formatada para uma pratica vergonhosa e ilícita, proibida por lei, a criação de aves gigantes como esta tem finalidades bem mais nobres.

Grandes e robustas, elas também são excelentes na transmissão de genes aos descendentes. O galo índio gigante é portanto, uma variedade rústica como as aves caipiras e  surgiu justamente do cruzamento de raças combatentes com galinhas domésticas. Este animal é um ótimo reprodutor de frangos precoces e com alto rendimento de carne. Ao que me parece, a maior vantagem dele é que  o índio gigante também confere às suas galinhas mais produtividade e ovos mais ricos em proteínas. A beleza das penas sobrepostas e a variedade de cores são outras características atraentes, que destacam a ave como exemplar ornamental ou na participação de concursos. Quando adulto, o galo Índio Gigante chega a pesar 6,5kg.

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Claro que um bicho enorme desses tem que comer bem, né? Afinal, como dizem, “saco vazio não para em pé”. Criado à base de boa alimentação, o índio gigante  pode chegar a pesar seis quilos e medir 80 centímetros em média. No entanto, há exemplares do índio gigante que crescem até cerca de um metro de altura. Forte e dono de boa musculatura, ele tem instinto agressivo, mas não tanto como o galo de briga do qual se originou. O temperamento intolerável com outros concorrentes faz com que estes galos não possam ser criados junto com outros macho da raça após os seis meses de vida. Senão o galinheiro vira o MMA!

O bicho é tão monstro que a gente chega a ficar cabreiro se não tem Photoshop nisso aí:
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Nos tratos diários, o índio gigante se mostra dócil e fácil de lidar. A melhor vantagem desta raça é que  na criação do índio gigante não requer muita infraestrutura. Numa área de cinco metros quadrados, prevendo a procriação das aves, pode ser alojado um macho para duas fêmeas. O Índio Gigante, enquanto descendente direto dos melhores galos caipiras,  é resistente, exigindo poucos cuidados dos criadores, fazendo com que a atividade não necessite de grandes investimentos. A criação doméstica tem a vantagem de oferecer aves mais saudáveis, livres de antibióticos. A produção de pequenos plantéis pode atender à demanda da vizinhança. Mas mantendo os machos separados, só o que determina a escala de produção é a infraestrutura das instalações.

Engraçado que vendo este galo gigante, eu me lembrei de um caso que meu pai me contou certa vez de quando ele era criança. Ele estava brincando no quintal e passou correndo pela casa, dando um trompaço na porta. Por capricho do destino, uma galinha que vivia solta na casa estava bem atrás da porta, e na paulada, teve a cabeça prensada contra a parede. Ele diz que daquele dia em diante, a galinha ficou retardada, mas alguma coisa estranha aconteceu na cabeça dela, pois ela disparou a crescer e ficou um frangão gigantesco.

Provavelmente o que aconteceu é que a paulada deve ter produzido um mau funcionamento da glândula do crescimento naquela galinha. Mas então, me peguei aqui pensando se não seria possível descobrir e isolar este gene do crescimento gigante para aumentar a produtividade do frango brasileiro. O Brasil, como se sabe, é o maior produtor e exportador de carne de frango do mundo.  Um dos grandes consumidores em potencial do Frango Brasileiro é a China, que provavelmente irá reduzir o consumo de aço (a menina dos olhos da nossa exportação) nos próximos anos, e está investindo pesadamente no aumento da classe média. Sabe-se que quando a classe média aumenta a primeira coisa que sofre impacto é o consumo de alimentos que mais que duplica. Assim, os especialistas estimam que o frango do Brasil poderá ajudar a compensar potenciais perdas na exportação do aço. Hoje eu fiquei curioso ao ver a notícia em que cientistas de vários países do mundo se unem para trazer ao mundo o Mamute, animal extinto há 12.000 anos.  Será que esse esforço focado no aumento dimensional do frango não poderia produzir mais resultado pratico para a humanidade? Imagina, um frango do tamanho duma ema, ou melhor, de um avestruz.

Aves gigantes já existiram no planeta antes. Vejamos:
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O moa era uma ave enorme, quase da altura dum elefante, que viveu na Nova Zelândia e foi levada a extinção pelo ser humano. Já o Dromornis era uma Ave Pré-Histórica. Viveu no período Terciário, na época do Mioceno na Austrália.  Seu bico era grande e grosso. Foi extinta por mudanças climáticas na Austrália. Olha só:

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Nome Científico: Dromornis stirtoni

 

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Pássaro Elefante de Madagascar chegava aos 3m de altura e foi extinto pelo Homem no século XVII

 

Outra ave enorme que existiu foi o grande Auk:
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A história do Auk é foda. Dá até uma certa indignação na gente:

Os auks eram aves marítimas não voadoras que habitavam o Oceano Atlântico Norte, ocorrendo em diversos pontos da América do Norte, Groenlândia, Islândia e Europa. Apesar de terem certa similaridade com os pinguins do Atlântico Sul, não tinham nenhum parentesco com estes. Passavam 10 meses do ano em alto mar, caçando peixes e lulas, e só retornavam à ilhas oceânicas para a reprodução, em grandes colônias. Eram nessas poucas semanas em terra firme que os auks eram perseguidos por humanos. Há indícios de que a espécie já servia de alimento para seres humanos a 100 mil anos atrás, mas foi durante os séculos 16 e 17 que os auks passaram a ser perseguidos com mais intensidade. No início do século 18 a espécie já se encontrava limitada a algumas ilhas mais isoladas.

A maior colônia reprodutiva passou a ser na Ilha de Funk, em Newfoundland, no Canadá, onde as aves se concentravam em grandes números durante os meses de Maio e Junho. Infelizmente para os auks, a llha de Funk era o primeiro ponto de terra firme para os navegadores vindos da Europa em direção à América do Norte. Marinheiros famintos atracavam na ilha e matavam centenas de auks, presas fáceis. No final do século 18 esta grande colônia havia sido devastada e a espécie sobrevivia apenas em algumas poucas ilhotas isoladas na costa da Islândia. Em uma dessas, pelo menos, a espécie parecia estar segura. Era na Ilha de Geirfuglasker, que contava com correntes fortíssimas e ondas grandes, sem nenhum acesso para se atracar com um barco. Enquanto a espécie era massacrada em outras ilhas próximas, a colônia de Geirfuglasker sobrevivia.

Mas aí veio a tragédia que ninguém, nem mesmo o mais pessimista, poderia prever. No inverno de 1830 uma explosão em um vulcão submarino fez com que a ilhota de Geirfuglasker sumisse no mar, pra nunca mais reaparecer. Seria cômico se não fosse trágico. Em Maio, ao retornarem para a ilha, os auks viram que ela havia simplesmente desaparecido e escolheram a ilhota próxima chamada Eldey. Apesar de também ter o acesso difícil, não era impossível, e lá sim, o homem conseguia chegar e, de fato, chegaram. Havia cerca de 50 auks nessa ilhota. No mesmo ano da redescoberta, em 1835, 24 auks foram mortos. Um ano mais tarde capturaram mais 13 auks. Cada viagem trazia um número menor, até que em junho de 1844 apenas dois indivíduos, um macho e uma fêmea chocando um ovo, foram mortos.

Desde aquele dia, nunca mais um auk foi visto. fonte

 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Muito interessante, realmente os cientistas deveriam investir em clonar passaros grandes ou extintos isso sim seria um beneficio enorme para países pobres.

  2. Voce  acredita que eu vi o mesmo anuncio que voce viu? vi ontem… o cara vendia o galo, e vendia os ovos para gerar galos… kkkkkkkkk

  3. Me lembrei daquele bicho que o Luke monta no Imperio Contra Ataca, pra salvar o Han Solo no meio da Neve, …me esqueci o nome….

  4. Mais alguns cruzamentos destes e a gente acaba com um velocirraptor funcional! o/  Mas falando de galinhas que tomaram porrada na cabeça, isso me lembrou a história do galo que sobreviveu mais de um ano sem a dele. Foi aqui no Blog que eu vi isso?

  5. Muito triste ver que nós humanos colocamos fim a espécies como estas. Mas hein gump, a  foto que você colocou como do grande Auk na verdade é do Elephant bird, o great Auk não é tão grande assim, pelo que li no artigo que você colocou ele chegava a 75cm de altura e parecia com um pinguim gigante.

  6. Faltou falar do pássaro dodo,que tambem foi extinto pelo bicho homem.
    Crio o galo indio gigante,e quando era piá eu criava o galo combatente prá ganhar uma grana.Um fato curioso que eu escutei de um criador de galos de rinha é que se não fosse pelo fato da briga de galo,as aves não teriam saido da asia para o mundo,pois a única finalidade era o espetáculo da briga,carne e ovos eram os motivos secundários ,ora se então temos frango, foi devido a briga de galos oriundos da asia,outrosim o homem teria domesticado outra espécie de ave.Já está se domesticando o avestruz e a ema ,e o perú está sendo modificado através de seleção genética para obtençaõ de uma raça exclusiva de carne da mesma forma como aconteceu com a espécie gallus gallus.

  7. Eu crio aqui no meu quintal. O maior tá com 88 cm da última vez que medi, pouco mais de um mês. Ele nem tem 8 meses ainda. A galinha que não cresceu muito. Está até grande, mas não pro padrão da raça, eu acho. Mas li umas matérias que dizem que eles possuem crescimento mais lento, conforme vão ficando adultos. Fico impressionado com a precocidade do bicho: peso elevado mesmo com pouca idade, aos 5 meses começam a cruzar e crescimento exagerado entre o 2º mês até os 6 meses.

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