-Quem tá aí? -Zé Walter resolveu gritar.
Não houve resposta. Apenas mais um soco na porta do quarto. Fosse quem fosse, não estava interessado em conversas.
Zé se desesperou. Só podia ser o bigodudo do opala preto.
Zé Walter voltou na janela. Olhou lá pra baixo novamente. O opala ainda estava lá.
A porta do quarto era esmurrada com violência. Subitamente ela recebeu um enorme baque e chegou a envergar no meio. Zé pegou o telefone e tentou ligar para a polícia.
Sem sinal. Alguém havia cortado o fio do telefone na sala.
Zé olhou ao redor, pensando em como fazer para escapar. Pensou em passar pela janela e andar no parapeito, mas ele era muito estreito. A morte seria certa. Pensou em se esconder sob a cama, mas aquilo pareceu-lhe ridículo demais. O cara certamente estava de tocaia e sabia que ele estava na casa. Chegou na janela e começou a berrar como um louco por socorro. Mas ninguém parecia ouvir. A porta continuava a ser socada e chutada e ao redor da maçaneta uma enorme rachadura se formou. Zé estava atrás da cama quando a porta finalmente cedeu. Do outro lado, estava o homem do opala preto, segurando uma escopeta.
-Perdeu, filho da puta! – Foi só o que ele disse.
O homem puxou o gatilho da escopeta, mas Zé Walter saltou antes, caindo dentro do banheiro.
Zé levantou e tentou fechar a porta. Mas o assassino enfiou o pé entre a porta e o batente. Zé fez toda a força que podia para tentar fechar a porta, mas o bigodudo era extremamente forte. Ele deu um empurrão na porta e Zé tropeçou no tapete embolado. Caiu por cima do vaso sanitário.
A porta do banheiro se abriu lentamente.
O homem entrou, vestindo uma jaqueta de motoqueiro. Seus óculos Ray Ban de aviador, contrastavam com o bigodão grisalho. O assassino não disse nada. Apenas entrou segurando a escopeta. Nas mãos, Zé viu que ele usava luvas cirúrgicas.
-Porra, porra, caralho. Não fode, não fode… – Era só o que Zé conseguiu articular.
O homem da jaqueta preta lentamente apontou a arma na direção dele.
-Na cara não. – Implorou, cobrindo o rosto com as mãos.
O bigodudo do opala parecia alheio a todo aquele sofrimento. Continuou apontando o cano preto na direção da cara de Zé.
O dedo recoberto com borracha esfregou-se sensualmente no gatilho da arma. Zé fechou os olhos e não teve nem tempo de pensar em nada.
Bum! Estourou a cabeça, espalhando sangue e pedaços de miolos nas paredes.
O corpo de Zé agora jazia no banheiro, com o que sobrou do seu crânio enfiado no vaso sanitário. O resto estava escorrendo pelo azulejo branco, tingindo a parede de rosa e se acumulando sobre as pastilhas, no chão banheiro.
-NÃO! -Zé acordou berrando, banhado em suor. Levou dois ou três segundos para se conscientizar que não estava morto no chão do banheiro, mas sim empapado na cama, suando em bicas.
E então, quando ele se deu conta de que havia dormido, e tudo aquilo era um sonho, sentiu-se maravilhosamente feliz. Pegou o cigarro no criado mudo e foi até a janela. Acendeu o cigarro e na primeira baforada que deu, viu parado lá em baixo o opala preto. Na mesma vaga do sonho.
Aquilo o assustou. Foi aí que ele ouviu um soco forte na porta. E dessa vez não era sonho.
CONTINUA…
Muitooo boom!!
Muito bom, cara. Entro no blog a cada 5 minutos pra ver se as continuações já foram postadas xD
Hoje de tarde eu coloco mais uma parte (ainda vou escrever)
Muito bom, você tem talento!
Esse blog está uma BOSTA!!! Nada de atualizações!!!
Hahahaha. Leitor viciado é foda. Po, cara. Tá todo mundo de férias.
Inclusive eu, e vc quer que eu fique igual um escravo atualizando o tempo todo? Eu tô atualizando uma vez ao dia, porque a primeira dama ta cheia de compromissos sociais que exigem minha presença.
opa, foi mal. Acabei de ver que a parte 4 que tava programada pra ontem não entrou. Estou colocando ela manualmente agora.