Outro dia eu estava pagando os pecados fazendo compras no supermercado Guanabara. Provavelmente quem é aqui do Rio vai entender meu sufoco. O Guanabara é uma rede de supermercados de linha mais popular, com galpões imensos, tão grandes que da vontade de ir fazer compra de bicicleta. Por ser popular eles tem produtos com preços muito atrativos, mas não espere sofisticação. Sofisticação é coisa de rico. Ocorre que minha condição financeira quase que permanentemente precária não me permite fazer compras de mês em mercados sofisticados.
Assim, eu gosto de dar um rolé pelo Guanabara olhando os preços, porque eventualmente, entre uma coisa e outra, entre um filé de frango e uma goiabada, a gente descobre coisas incríveis. Por exemplo, tem vinho de dois mil reais lá. Eu não sei o que um vinho de dois mil reais faz ao alcance da mão num supermercado tipo esse. Não me entenda mal, não é preconceito meu, só acho curioso, porque do mesmo jeito que tudo na vida, restaurante, motel, carro, cada estabelecimento desenha uma fatia de público como alvo. O vinho de dois mil a garrafa parece absolutamente deslocado lá.
O Guanabara (inteligentemente) não compete com um Zona Sul ou Pão de Açúcar pela clientela classe AA+. Eles pegam como alvo uns ferrados que nem eu, mas se você parar pra pensar, tem ferrado pra caceta! E é aí que o mercado ganha, no volume. Enquanto a dona de casa do bairro chique compra uma ou duas caixas de sabão em pó francês cheio de frufru pagando quase cem reais, no Guanabara o maluco ta vendendo MILHARES E MILHARES de caixas de sabão em pó Ariel, Omo, SURF ou sei la que marca, de segunda, terceira ou quarta linha, aliás, ele vende todas elas ao mesmo tempo. É um colosso.
Então, esse lance é assim, o cara foca no que vende. Com compras de gigantescos volumes, as redes populares tipo Guanabara possuem um monstruoso poder de pressão junto ao fabricante, e com isso conseguem preços menores. Esses preços são atrativos para mais e mais pessoas irem pra lá comprar. É um modelo de negócio matador, que funciona lindamente, mas tem obviamente, desvantagens.
A principal desvantagem, é que o mercado criou um negócio de semana disso, semana daquilo, onde eles aumentam o preço em algumas coisas e cm a diferença de valor eles baixam o preço (mas baixam muito mesmo!) o valor de produtos da “semana”. Dessa forma, quando é semana da limpeza, você vai sabendo que vai achar produto de limpeza com valores absurdamente melhores. Parece ótimo, mas a merda é essa. Todo mundo pensa nisso e o mercado lota. Ele é um colosso, monstruoso mesmo, parece hangar da boeing, mas quando isso lota, você já bate o olho e sabe que está na antessala da sucursal do inferno.
Mas tem coisa ainda pior: Quando é a porra da semana de aniversario do mercado. Aí fodeu!
Esse mercado faz um evento anual de aniversario onde eles botam produtos atrativos quase de graça. Maluco, você não tem ideia do que é o caos do capeta que isso causa no trânsito da cidade. A cidade fica paralisada dados os monumentais engarrafamentos de gente tentando entrar no mercado, para disputar carrinho na porrada (sim, porque ao escolher o publico alvo, vem de brinde a triste educação precária da galera). A porrada come literalmente. Nego daria voadora se tivesse espaço pra dar. Um roubando os bagulho do carrinho do outro. É uma parada que a gente talvez só veja no pânico popular em cenas de saques de filme de zumbi ou de fim do mundo.
Pra você que lê meu blog aí na Alemanha ou no Canadá não pensar que eu estou de sacanagem, exagerando e coisa e tal, dá uma olhada no vídeo dos melhores momentos do aniversario Guanabara do ano passado:
https://youtu.be/_jyL0BsRF7s
Porrada comendo:
https://youtu.be/tvvyqFp7QEM
Como você pode ver, talvez a palavra “selvageria” não seja totalmente inapropriada.
Mas é ÓBVIO que eu não vou nem pelo cacete nesse lugar na semana de aniversario. Assim sendo, somente uma coisa ali realmente me incomoda de maneira efetiva, que é o locutor.
Eu não sei quando foi que os mercados populares entraram nessa de que um locutor com voz de disc jokey de radio AM de 1974 era um bom negócio, mas o fato é que cada Guanabara tem um cara desse que parece ter saído direto duma esquete do zorra total (o antigo). Esse cara tem a função de perambular pelo mercado com um microfone, e vai falando as promoções “imperdíveis”.
Aí eu chego la e escuto ele aparentemente separando uma briga: Calma, freguesa! Calma senhora! Pega aqui, que tem pra todo mundo, pega a picanha suína aqui, pode botar o solinho. Isso, vai, cola o selinho! Tem que colar o selinho… Vai acabar… Ta acabando!!! Corre que é aqui perto do sorvete!
Daí começa a sair umas idosas correndo de tudo que é lado pelo Guanabara, maluco, procurando onde esta a “picanha suína que está acabando”. Eis que eu estou ouvindo isso e dou de cara com ele, encostado numa porra dum freezer de quase dois metros de comprimento LO-TA-DO do produto e com dois carinhas colando adesivo. Não tem porrada, não tem “minha senhora”, e não está acabando.
Pra ser honesto com o carinha, acho que até andaram reclamando, porque de fato, ultimamente eu não vejo mais ele fazendo a malandragem. Mas ele faz umas gracinhas com a voz… Ele criou uns bordões, e um deles é um “aooooooonde?” Que ele fala, e ele mesmo responde onde esta a promoção. Na primeira vez que você escuta é chato. duas horas depois, você esta na fila pra pagar e ele ainda está fazendo essa gracinha, tipo a do tiozão do pavê. TODO DIA o miserável solta centenas de vezes o “Aoooonde?” dele. Eu espero que essa merda dê adicional de insalubridade pro funcionário, porque aguentar esse cara chato pra caceta, não é pra qualquer um.
Mas daí eu estava la no mercado fazendo as compras e comecei a pensar sobre produtos caros e produtos baratos. E daí surgiu a ideia desse post. Então vou elencar aqui alguns produtos caros que a gente não acha em qualquer mercado.
A maioria dos produtos elencados aqui são caros porque eles são raros, ou possuem estação limitada de disponibilidade. Se liga:
Ostras
Em meados da década de 1970, sua coleção havia encolhido para várias centenas de toneladas por ano. A redução do número de fungos está associada a uma redução acentuada na área ocupada pela endemia local – o pinheiro vermelho. Matsutake é considerado um dos cogumelos mais caros do mundo depois de trufas. Por meio quilo do matsutake você terá que tirar o escorpião aí do seu bolso e pagar mais de US $ 1000.
A galera do nordeste tem grade vantagem nessa, porque lá em Recife por exemplo, tem a época da lagosta.
O bicho viva em um fundo rochoso, arenoso ou lamacento, perto da costa, geralmente sozinho em fendas ou em tocas sob rochas. O que tem de feio, tem de gostoso.
Curiosamente, esta iguaria cara é proibida para produção e venda na Argentina, Grã-Bretanha, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Luxemburgo, Israel, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça, República Tcheca e alguns estados dos EUA.
Desde os tempos antigos, sabe-se que a carne de peixe Fugu é mortal. E se for cozido incorretamente, comê-lo pode levar à morte (no Japão, muitas mortes foram registradas a partir do consumo desta iguaria). Por exemplo, em uma peça, o tamanho de uma cabeça de fósforo é suficiente para matar um homem adulto.
Os ninhos são considerados uma iguaria na China, e este, meu camarada, é um dos produtos mais caros de origem animal consumidos pelo homem. Os ninhos de pássaros geralmente são servidos na forma de sopa, e às vezes como sobremesa. Em combinação com a água, os ninhos sólidos atingem a estrutura da gelatina. O custo dessa iguaria na China chega a US $ 2.300 por quilo.
Esses animais são criados apenas na região de Hyogo, no Japão, em estrita conformidade com as regras e tradições. Esta raça de vaca é geneticamente predisposta a marmoreio intenso, e produz uma maior percentagem de gorduras insaturadas do que qualquer outra raça de gado conhecida no mundo. Sua carne é tão macia que chega a se assemelhar a um creme, e pode competir com o foie gras. O precinho é nas alturas.
Ele é um dos componentes típicos das cozinhas árabe, espanhola e, em parte, europeia, mas devido ao alto preço não está incluído no menu diário. Tem propriedades de coloração pronunciadas, às vezes usadas como matérias primas medicinais.
Caviar Beluga é considerado o produto alimentício mais caro do mundo: Seu custo chega a US $ 7.000 por quilo. É considerado o mais valioso entre todos os caviares de esturjões. Tem uma cor cinza escuro com um tom prateado, um cheiro forte e um sabor delicado de noz.
Não é pro meu bico, mas tudo bem, porque essa aparência aí não empolga mesmo, né? Aliás, falando em não empolga, tem um outro post de comidinhas aqui que você corre pro banheiro e pede pra tocar Rauuuuul!
Philipe,
Eu e outros leitores te deram uma dica no post sobre sua geladeira que pifou, e você ainda não respondeu lá se funcionou. Gostaria de saber se vc pelo menos considerou a hipótese sugerida, ou se é apenas um caso de ficção sem correspondência com a realidade. Neste caso, poderia esclarecer, pois pouparia tempo de leitores que tiraram um pedaço do seu tempo para tentar ajudar.
Oi cara, quando os leitores fizeram sugestões eu ja havia doado a geladeira. Tentei seguir as sugestões que me deram no facebook, como comprar o gás pelo ML e pedir a um tecnico para instalar, mas antes de fazer isso, fui atras desse profissional. Na oportunidade, fui “desenganado” por dois técnicos com experiência nesse modelo que me falaram que não compensaria, pois geralmente em seguida o motor vai pro saco. Nesse caso, doei o aparelho para um funcionario que revende coisas pra ferro-velho e comprei uma nova. Os posts de ficção aqui do blog são sempre na categoria CONTO. Desculpe não ter respondido rapido. Eu tento responder tudo, mas tem época que é impossível, são mais de 5000 posts aqui no site recebendo comentarios, tem dia que geral comenta, e na maior parte do tempo eu nem consigo fazer posts, só fico aqui ralando nos bastidores.