Mais uma impressora 3d no arsenal. Estamos evoluindo!

Finalmente já posso me declarar proprietário de uma nova impressora 3d. Durante um bom tempo desejei (e precisei) de uma impressora 3d capaz de fazer detalhes com precisão. Minha impressora 3d até agora era uma Sethi BB, famosa por seu tamanho gigante, (capaz de imprimir um cubo de 40cm de uma só tacada) e agora com a minha nova Wanhao D7 vou entrar com tudo nas impressões mais detalhadas e delicadas. A curva de aprendizado felizmente foi rápida, porque eu já vinha estudando o assunto desde o inicio do ano, quando eu comprei ela. Mas  como comprei lá na Alemanha, tive que esperar até semana passada quando meu pai veio e trouxe a maquina na mala. Uma ajuda e tanto, já que o imposto por aqui sabemos que é um negócio completamente sem noção.   Compensa trazer do exterior, porque os custos de um equipamento desse porte no Brasil são de causar um infarte.

A Nivea ficou bem brava de me ver dar a louca e comprar essa maquina lá (ate pq eu já tinha ferrado as economias todas passeando – e perdendo lente – na Europa) mas esse negócio de imprimir 3d é um troço serio pra mim e eu invisto nele de verdade.

Esse tipo de tecnologia de impressão aditiva é muito bem bolado. Basicamente é o seguinte, uma luz ultravioleta passa por uma “tela” de cristal liquido, que funciona bloqueando a passagem dessa luz como uma tela de silkscreen impede a passagem da tinta formando um desenho. É exatamente o mesmo processo. A luz atravessa a parte da tela que esta transparente e atinge o fundo dum reservatório, que esta cheio de uma resina. Essa resina é tipo aquelas de dentista, em que quando bate luz UV vira pedra. Assim, a tela vai mostrando cada vez uma camada e a luz vai solidificando a resina, formando a escultura. A grande diferença desse processo, é que ele não é linear. POr exemplo, a minha outra impressora usa tecnologia de plastico derretido (FDM) que vai derretendo o plastico e uma cabeça de impressão percorre a “mesa” depositando o plastico derretido, e vai andando pela área da mesa e colocando uma camada em cima da outra. Assim, cada camada tem que ser desenhada fisicamente, como uma mão que faz um desenho com uma caneta. Esse deslocamento ocorre milhões de vezes para criar uma escultura, redesenhando tudo a cada “andar” da peça.
Já em uma impressora de resina, não. O projetor joga a luz numa tacada só, e é como se um andar inteiro da escultura fosse criado de uma só vez, num segundo.  Isso significa que o tempo de imprimir um anel nela, é o mesmo de imprimir dez anéis.
Mas como nada no mundo é perfeito, esse tipo de tecnologia ainda está restrita a tamanhos pequenos (embora o Patrick, um amigo meu, esteja fazendo uma monstra de 40cm nessa tecnologia) e fica limitada pelo alto custo da resina UV. Felizmente os valores de resina Uv vem caindo rapidamente, e logo chegará o momento que ficará igual ou mais barata que o plastico de FDM. Pessoalmente vejo ambas as tecnologias não como concorrentes, mas como complementares.

Minha primeira impressão de teste, uma placa de calibração. Note o tamanho das letrinhas.

De cara posso dizer que fiquei surpreso positivamente com a Wanhao D7, pois foi plugar e funcionar, sem sustos, sem pegadinhas, sem frescuragens. Incrível, até porque a minha era uma das maquinas do início da fase beta, quando a maquina de todo mundo vinha cheia de problema. O que eu vi de nego puto querendo jogar a maquina no lixo não tá no Gibi! E a minha ainda foi removida da caixa para caber na mala. Eu esperava ter que fazer algumas modificações de calibragem e tal, mas nem isso. O meu amigo Raphael me ajudou passando as configurações que ele já usava para jóias… E deu tudo lindo.

Minha segunda impressão foi mais ousada que a plaquinha humilde de calibração. Taquei um crânio ultra-detalhado. E funcionou.

Em apenas 4 horas ele estava pronto, lisão, não precisa nem lixar. Sai como um produto finalizado. É de cair o queixo.

Depois eu imprimi aqui o meu busto do Ayrton Senna.

…E ainda restou um pouco de resina para fazer um esqueleto completo, cujos dedos são mais finos que um fio de cabelo.

Equilibrar esse treco na mão é que foi dureza

A impressão 3d vai revolucionar o mundo. Não tem como não ficar extasiado com essa tecnologia. Uma coisa é certa: Vem coisa louca aí! Me aguardem!

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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