segunda-feira, dezembro 30, 2024

Maurice Tillet, o homem que inspirou Shrek

Maurice Tillet, o verdadeiro Shreck.

shrek real | Curiosidades | curioso, espíritos

Maurice Tillet, nasceu na França em 1903. Ele era um homem muito inteligente, que falava 14 idiomas, além de ser um exímio poeta e ator.
Quando chegou à juventude, Maurice começou a desenvolver uma doença rara, chamada acromegalia. Esta doença causa um crescimento exacerbado e incontrolável de partes do corpo. Em pouco tempo, todo o seu corpo se desfigurou de uma maneira muito peculiar.
Na verdade, esta “transformação” afetou profundamente os aspectos psicológicos da personalidade de Tillet, que sofreu os horrores de começar a se transformar de uma maneira grotesca, apesar de por dentro continuar sendo um gentleman super inteligente. Sua forma gerava tanto preconceito que Tillet começou a ser expulso dos lugares que freqüentava e onde antes era bem recebido.

 

shrek interna | Curiosidades | curioso, espíritos

Não podendo lutar contra a doença, Maurice começou a adaptar-se a ela, adquirindo um rol de comportamentos mais adequados a sua grotesca aparência. Tillet tirou proveito de seu trabalho pregresso como ator. Ele emigrou para os EUA e tornou-se um profissional da Luta livre onde adotou o nome (e comportamento teatral) do “Assutador ogre do ringue”, cuja persona (chamada “o anjo francês do ringue”) adquiriu fama imediata com as platéias.
Com o avançar da doença, Tillet acabou se tornando um recluso, embora ainda tivesse alguns amigos. Um deles foi o empresário Patrick Kelly, que visitava Tillet para jogarem partidas de xadrez.
No ano de 1954, Tillet morreu do coração, aos 51 anos.
Um de seus poucos amigos, Bobby Managain, um antigo campeão da luta livre, estava no leito de morte com seu amigo no dia em que ele se foi. Antes que Tillet morresse, Bobby pediu a Tillet se poderia fazer um lifecast ( uma máscara mortuária, uma prática comum até o século XIX e que com o tempo saiu de moda, mantendo-se hoje apenas no campo dos efeitos especiais)
Tillet concordou e assim, quando ele morreu, Bobby fez três cópias da cabeça de Tillet em gesso.

SHREK | Curiosidades | curioso, espíritos

Uma delas acabou indo parar no Museu Barbell de York. Uma das máscaras restantes ficou no escritório de Patrick Kelly e a última foi doada por ele para o Museu Internacional da Luta Livre, em Iowa.
Posteriormente, uma das máscaras foi duplicada e foi parar no Museu Internacional da ciência cirúrgica em Chicago.
Uma outra réplica da máscara mortuária de Maurice Tillet foi parar no Hall of Fame do York Barbell Building. A réplica de Tillet serviu para mostrar os primórdios das formas da luta livre moderna e do alterofilismo. Foi esta réplica que serviu de modelo para a construção de Shrek. O corpo de Shreck, bem como sua cabeça, foram criados tomando como referência as formas de Tillet.

Fantasma

Tillet já seria curioso o suficiente e sua história de vida bizarra o bastante para aparecer aqui na galeria dos mais bizarros do Mundo Gump, mas como era de se esperar, sua biografia contaria com um pequeno detalhe curioso, que só surgiria 25 anos após a sua morte.

Lembra que eu contei que Tillet tinha um amigo que gostava de jogar xadrez com ele? Pois é. O nome do cara é Patrick Kelly. Quando Tillet faleceu em 1945, Kelly ficou sem parceiro. A vida de Kelly transcorreu sem grandes novidades até que ele comprou um tabuleiro computadorizado de xadrez (?).

Kelly levou e instalou sua máquina na biblioteca, onde estava exposto o busto de gesso de seu grande amigo. Numa noite, Kelly estava jogando xadrez contra o computador. Já era bem tarde, embora ele não tivesse precisado o horário.

Kelly era um experiente jogador de xadrez e se impressionou ao perceber que num determinado momento, o computador fez uma jogada incomum. Era uma jogada relativamente rara, que ele nunca havia visto o computador executar, pois era uma jogada de abertura criada no século XIX inventada por um francês. Curiosamente, esta era uma jogada que seu amigo falecido usava constantemente. Kelly olhou para o busto de seu amigo Tillet e sentiu algo estranho. Ele desligou o computador e foi dormir. No dia seguinte, Kelly foi até a maquina e estupefacto, percebeu que ela não estava na tomada.

Poderia ser apenas uma coincidência, e Kelly deixou passar. Porém o fato tornou a se repetir. Semanas depois quando estava jogando, Kelly notou a nova jogada clássica de Tillet. Rapidamente, ele olhou sob a mesa em busca da tomada e quase entrou em pânico ao ver que o computador estava fora da tomada. Kelly chamou então um engenheiro elétrico (nota: deve ser um eletricista, pela tradução) para ver o acontecimento. O eletricista ficou ainda mais impressionado e fazendo vários testes, descobriu que o aparelho funcionava sem energia, sempre que estava perto do busto de Tillet. O eletricista desconfiou que houvesse alguma armação eletrônica no busto. E Kelly, intrigado, mandou fazer um raio X do busto, para apenas descobrir que era puro e simples gesso e nada mais. Foi então que Kelly aceitou o fato de que era uma manifestação de natureza espiritual, e sempre que ele queria jogar com seu amigo morto, ele armava a jogada com a maquina fora da tomada e esperava. Se a peça não se movesse, ele sabia que Tillet não estava presente. Eventualmente, em algumas noites, a peça se movia e o jogo continuava, como no passado.

Nota: Essa história é muito doida. Eu fiquei intrigado porque pela versão original me pareceu que era um jogo de Pc. Mas depois eu comecei a pensar se não seria um artefato eletromecânico com peças de verdade. Provavelmente, o xadrez eletromecânico foi o precursor do xadrez para PC. Que só viria a surgir anos mais tarde.

Fontes: wikipedia, forum Wrestling classics

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Cara, acompanho seu blog tem algum tempo, meus parabéns! Cada texto bacana, nem imagino onde vc consegue essas coisas… Que tal um post contando como vc descobre as fontes para seus posts? Ia ser legal!

    No mais, sucesso!!

    PS: Essa do Shrek foi massa!! Rsrs…

  2. Obrigado pelas palavras gentis, Moises.
    Não tem segredo nem mistério cara. Eu conto: basicamente o conteúdo do mundo gump vem de +ou- 10 lugares diferentes. São eles:

    1- Indicação de amigos. Eu tenho muitos amigos que vivem em foruns espalhados pelo mundo todo. Esses caras sabem do perfil do blog e me enviam dicas de materiais, com as fontes. Então eu recebo um montão de coisa. Mais de 50% não vai pro blog porque é coisa comum, que todos os outros blogs já colocaram. Então, acho que não adianta bater numa mesma tecla.

    2- Garimpo. Eu sou um garimpeiro de curiosidades por natureza. leio os jornais em busca de coisas bizarras e frequentemente eu busco no google por palavras aleatórias. Incrível como as melhores maluquices que geram posts provém de palavras bizarras ou simples.

    3- Outros blogs. Eventualmente surgem boas idéias em blogs arceiros. Eu visito menos meus parceiros do que eu deveria, reconheço. Mas volta e meia eu vou neles e vejo coisas legais. Três muito bons são o Gizmodo.com para tecnologia, o Omedi.net para generalidades e o Saber é bom demais. No exterior tem o Boingboing.net e muitos outros.

    4-Wikipedia. A Wikipedia tem coisas legais pra caramba.

    5-Livros e revistas. Eu gosto de ler, embora esteja lendo hoje menos da metade do que gostaria. Eu li uma coleção imensa de Seleções do reader´s Digest quando era guri. As boas são as dos anos 40, 50 e 60. Li centenas dessas. Mas hoje leio de tudo. Ate bula de remédio. De alguma forma isso me ajudou. Não sei exatamente como, mas ajudou. Tudo que não atrapalha, ajuda.

    6-Dia a dia. Situações bizarras e grotescas acontecem com todo mundo. Eu conto algumas delas aqui.

    7-Histórias que me contam. Volta e meia, surge uma boa história que me contam. Uma boa que me lembro agora é a da menina que bêbada numa boate famosa do Rio que achou que haviam roubado o casaco dela. Quando ela vê, tem uma mulher saindo com o casaco dela. Ela saiu na porrada com a ladra na boate. Depois de se engalfinhar puxar cabelo, socar e morder, ela finalmente tomou o casaco da ladra. Aí quando chegou em casa… Lá estava o casaco dela sobre a cama. Essas situações engraçadas que me contam, eu conto aqui.

    8- Aventuras pessoais absolutamente reais. Isso é o que gera o “melhor do mundo gump”

    9-Notícias. Eu vejo notícias na Tv. Fico puto e escrevo sobre isso aqui. Não gosto muito de suar o Blog como valvula de escape para minha inconformidade com a política, mas tem vezes que é impossível me conter.

    10- Contos, textos, roteiros. Muitas vezes a melhor coisa é o ócio. Meus momentos de ócio no chuveiro, no ônibus, no metrô, na barca e na volta do trabalho geram idéias para contos. Tem vezes que eu começo com eles prontos na cabeça. Noutras, abro o post em branco e escrevo de uma só tacada. Na maioria das vezes, sai um texto com muitos erros de digitação. Quando isso acontece é pq eu estou escrevendo rápido e o teclado não computa a letra. Escrevo rápido para não perder a idéia, já que vou escrevendo na medida em que eu penso. Um amigo meu disse que eu tenho vocação para escrivão da polícia, hehe.

    Basicamente é isso.

  3. Rapaz, na parte em que você fala em engenheiro elétrico o certo é engenheiro eletricista, pois não conheço nenhum ligado na tomada :),apesar de está virando convenção chamar o formado em engenharia elétrica de eng. elétrico.

  4. ANtes dos jogos e xadrez do computador (programas) tinha uns que eram praticamente um tabuleiro com luzes do lado e na lateral.
    Essas luzes acendiam para indicar que peça jogar e para onde jogar. Muitos deles tinham o tabuleito sensível ao toque, para você “apertar” a peça que ia jogar e, quando colocasse no lugar destino, apertar novamente, para o computador saber onde você jogou e com que peça. A parte do “programa” era gravada nos “chips” internos, na ROM.
    bye

  5. Como assim nasceu em 1903 e morreu em 1945 com 51 anos? Tem algo errado nesta conta.

    Ele não teria morrido em 1954? Faz sentido que tu tenhas cometido um pequeno erro de digitação.

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