A Sweetgreen, uma cadeia de restaurantes de saladas que administra o programa Sweetgreen in Schools para educar as crianças sobre alimentação saudável, fitness e sustentabilidade, criou uma série de fotos para mostrar o que as crianças ao redor do mundo comem no almoço – e comparou com as escolas americanas. É interessante observar como essas merendas do mundo parecem saudáveis perto do monte de carboidrato que é a merenda dos EUA.
É fritura gordura e açúcares. Mas o que mais me intrigou enquanto brasileiro é o retrato da merenda nacional:
Pare por um segundo e tente imaginar que país maravilhoso seria o Brasil se essa fotografia fosse 10% da verdade.
A realidade daqui é outra. Na maior parte, a merenda das escolas públicas brasileiras é composta de alimentos prontos, como comida enlatada, biscoitos, achocolatados, barrinhas de cereais, sucos artificiais e assim por diante. O Diário da Merenda também pode ser seguido no Instagram.
Eles mostram de forma nua e crua, através de fotos enviadas pelos próprios alunos a realidade da comida nas escolas públicas. Nossa precariedade alimentar reflete um problema seríssimo, sobretudo se levarmos em conta o custo de um aluno para o Estado brasileiro:
R$ 14.079,00 por aluno do primeiro ciclo do Ensino Fundamental
Estranhamente, em campanhas eleitorais diversas, ao falar da merenda escolar, fotografias como esta aqui são mostradas aos eleitores:
É no mínimo “peculiar” que as fotografias oficiais não sejam nem perto do que mostram fotos feitas pelos próprios alunos e professores das escolas públicas brasileiras. Se é assim, onde está a diferença dessa enormidade de dinheiro que se investe por aluno, e que ainda é pouca?
Investimentos defasados
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estipulou um valor mínimo de R$ 3.016,67, a ser investido por aluno, mas o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) cobre R$ 3.921,67 nessa etapa, o que gera uma diferença de R$ 17.358,45.
Resumindo: incluindo transporte escolar, de acordo com esses dados, o Brasil deveria investir até cinco vezes mais do que gasta hoje para garantir uma educação pública de qualidade pensando no ciclo completo, da creche ao Ensino Médio.
Se por um lado estamos defasados em relação ao que deveríamos estar investindo na educação publica, por outro ainda temos outra mazela sistêmica: O pouco que sobra ainda é desviado em diversos eventos criminosos. Os desvios de verba destinada a merenda escolar somam-se aos milhares por todo o Brasil, produzindo montantes de cifras arrepiantes. Só em São Paulo a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União identificaram irregularidades em 30 municípios, somando um montante que ultrapassa 1,6 BILHÕES DE REAIS!* – E isso num ÚNICO FUCKING ESTADO! Não precisa ser muito trouxa pra saber que se em SP o mais rico e portanto mais sujeito ao controle está assim, imagina no resto.
Enquanto isso:
Fica para sua reflexão.