quinta-feira, dezembro 26, 2024

Meu sonho de hoje: Tema de carnaval

Volta e meia acontecem certos sonhos que eu acordo achando graça. Hoje mesmo aconteceu um que foi sensacional. Foi a egotrip mais maneira que eu já passei em sonho, sem dúvida. Olha só:

Eu estava trabalhando em casa normalmente quando toca a campainha e um sujeito vestindo uma roupa estranha me passa um envelope.
No envelope eu vi o logotipo da LIESA (Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro)
Quando eu abri, estava escrito assim:

“Parabéns, você acaba de ser selecionado entre milhares de pessoas para ser homenageado pela escola de samba Grande Rio”

Então, Vooosh, acontece um tipo de flashback às avessas e eu já estou lá na Marquês de Sapucaí em pleno carnaval.
Estou vestindo um terninho branco no melhor estilo “malandro sambista”, e hora eu vejo o sonho em primeira pessoa, e hora eu vejo o sonho em terceira pessoa, assistindo a mim mesmo no carro abre-alas com um enorme show de fogos e efeitos acontecendo em volta, e ao fundo, a IMPAGÁVEL narração dos comentaristas da Globo.

Falando sério, a parte do sonho em que tudo era narrado era sensacional, com aquelas frases de efeito, e os repórteres no meio da passarela do samba tentando entrevistar meus primos, minha vó, etc.
Vou contar porque acho que este foi o sonho mais legal e engraçado que eu tive nos últimos dez anos.

O carro Abre-alas era enorme e ali no meio estava eu, rodeado por atores globais e moças que eu já havia visto só na Playboy.
Em seguida, (como disse o comentarista) o carro era – destaque para os nomes clichês – “Amores do Philipe“, onde apareciam varias ex-namoradas minhas rebolando e lá no alto de um tipo de pódio, estava a primeira dama do Mundo Gump, envolta em plumas com um esplendor cheio de penas e luzes.
O outro carro que eu me lembro bem era o carro do Mundo Gump. Entra na avenida um carro gigantesco com um puta Forrest Gump sentado num bancão de praça, mal esculpido pra caramba, mexendo toscamente a cabeça de um lado para o outro. Em baixo, pessoas fantasiadas de pintinhos de quatro pernas, cães gigantes, sereias e todo tipo de aberração.
No fundo sonoro estava um samba que eu não consegui decorar, mas nem era ruim, e o comentarista:

– Rosa Magalhães, o que você está achando deste carro?
– Olha Marcio, dessa vez o carro veio com muito luxo, com alegorias caprichadas. O carnavalesco “beltrano” (esqueci o nome) disse que queria que o carro refletisse a personalidade criativa do Philipe, e então se inspirou nas coisas loucas deste mundo e de outros, por isso o carro é precedido por aquela ala dos ets. O Beltrano diz que (em tom de leitura mal feita):
” Neste desfile ele se inspirou na metapsicogênese da propedêutica aritmética trêmis quântica, vista pela síntese protéica da vitamina (A) em um ciclo metafísico potencializado por doses de dimetiladimeditildilafenilpirazolona. Este é o mundo de Philipe, onde o impossível e o possível colidem numa força mágica de alegria e esperança.” – termina de ler e complementa: – Não faço a menor ideia do que o carnavalesco disse com isso, mas considerando o desfile, acho que ele sabe o que está falando.
– É, Rosa. Esses carnavalescos e suas ideias geniais. É verdade que o samba foi escrito psicografado? É com você Lecy Brandão!
Corta para a Lecy em meio a dispersão. Ao fundo eu vejo parentes e amigos passando tentando tirar as fantasias.
– Pois é, Márcio. A tia Geraldina lá de Três Rios confirmou que o samba foi psicografado por três entidades. Estou aqui com a Dona Aparecida, que vai falar um pouco sobre isso.
– Ela estende o microfone para minha avó, que não está ouvindo nada e fica sambando sem se mexer direito com cara de paisagem. A Lecy meio sem graça grita a pergunta no ouvido da minha vó. Então ela olha o microfone e fala:
Alô! Alô… Putamerda. AlôÔÔÔ!

Nisso, meu sonho dá um corte e eu vejo centenas de pessoas sambando vestidas de ets. Atrás, vem a bateria com chapeuzinhos de disco voador cheios de luzinhas verdes azuis e vermelhas. As luzinhas dos discos eram cuidadosamente configuradas via rádio. A “câmera do meu sonho” mostra a cena do alto e no meio da avenida, elas formam padrões luminosos, gerando uma espécie de tela onde meu rosto era formado. Muito doido aquilo.
Então aparece uma ala chamada “ala da faculdade” onde ali estão vários amigos meus da época da graduação, todos vestidos com um terno estranho tendo bonecos do Freud num tipo de chapéu.
Um dos carros que chamou minha atenção foi o carro Karmann Guia, que foi meu primeiro carro. E ele era feito com um Karmann Guia gigante, onde varias pessoas dançavam em cima.
Tinha outro carro alegórico que era o carro dos desenhos. Nele, grandes painéis giravam e transformavam-se magicamente nos meus desenhos. Reconheci vários. Alguns de quando eu tinha uns 5 anos.
Atrás deste estava o carro das esculturas, com Yodas gigantes e bonecos de todos os tipos.
Outra coisa legal foi ouvir os locutores contando toscamente e de um jeito cheio de pequenos erros algumas das histórias aqui do meu blog. Uma delas foi aquela em que eu fiquei preso dentro de uma geladeira, e quando o comentarista fala isso, aparece um carro alegórico com uma antiquada geladeira vermelha gigante, onde um vapor branco iluminado por uma forte luz azul sai dela toda vez que a porta abre. Várias pessoas vestidas de criança com chupetões dançam em volta da geladeira.

E o locutor continua:
-Dudu Nobre, você conhece o Philipe Dudu?
-Conheço sim. Gente boa. Vai sempre lá em casa. Ele até escreveu samba comigo. Philipão é amigo de longa data. Ele que me deu meu primeiro cavaquinho e apresentou a Adriana…

E aí eu pensei: “Rapaz, veja só. Estou famoso. Nunca falei com este cara antes e agora virei amigo íntimo…”
Bem, não lembro muita coisa mais além disso aí. Na hora em que eu acordei eu lembrava tudinho, mas agora já passou muito tempo e eu não estou lembrando mais.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Só para constar, isso que você chama de “flasback às avessas” tem nome: flash forward. Quer falar de tudo, parecer bacana criticando isso e aquilo, mas esbarra na cultura de boteco…

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