A noite parecendo infinita
se estendendo inclemente
Seu coração palpita
Angustia e aflige sua mente
Fortes e violentos
como ondas no mar
Torturantes pensamentos
não te deixam descansar
É a pedra não esculpida
É a tela não pintada
É a alma repartida
É a insônia na madrugada
É o bolso já vazio
A esperança se esvaindo
É a volta e a revolta
do seu tempo diminuindo
A falta de posição
É o excesso de comida
Ou a falta do pão
A memória retorcida
É a hora que vai passando
E você quer apagar
O relógio vai clicando
O ponteiro sem parar
O olho aberto no escuro
E você tenta dormir
O pensamento no futuro
É o mosquito a zumbir
O cachorro late ao longe
E você já nem pragueja
A calma de um monge
com seu olho lacrimeja
Tá sentindo calor
Abre a janela pra ventar
Melhor pegar o cobertor
Porque começou a esfriar
O cansaço cobrou seu preço
Com o pijama do avesso
Enfim desliga sua mente
Desfruta a paz de tal presente
Tudo se apagou numa deliciosa comunhão…
…Acorda assustado com a buzina do caminhão