O brinde à beira mar – Meu sonho de hoje

Tenho que parar de ler noticia antes de dormir. Essa noite sonhei que estava tomando um chopp na beira do mar e tinha três coroas batendo papo na mesa ao lado. Eu ouvi a conversa deles e logo notei que ali estavam os três mais ricos do Brasil. Era o Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Eles estavam falando no tombo da americanas e estavam brindando, pareciam felizes. Aquilo me intrigou e fiquei ali olhando o mar e ouvindo a conversa. Eles estavam comprando ações baratas.

Estavam se entupindo de ações da Americanas na “bacia das almas” que eles já tinham vendido antes, e depois iam injetar dinheiro na empresa, corrigindo o rombo, as ações subiriam e eles iam vender as ações novamente. Então eu olhei pra eles e eles notaram que eu tinha escutado. Um deles fez um sinal para um homem de terno preto que estava por ali.

Os dois homens de terno, aparentemente guarda-costas, sentaram-se à minha mesa. O grandão botou uma pistola 9mm em cima da mesa, acintosamente.

-Vamos falar sobre o que? – Perguntei.

-Vamos falar sobre sua amnésia.

-Ela está em promoção.

-Tá pedindo quanto?

-Dois (milhões). Em ações da Americanas mesmo.

Ele olhou a arma, olhou pra trás e foi ate a mesa dos chefões, que agora cochichavam entre si. O grandão voltou. Enquanto isso o menorzinho estava na mesa, com olhar maníaco em cima de mim. A sensação era que ele ia me esfaquear. O chopp descia quadrado.

O grandão voltou.

-A contraproposta é o seguinte. Um em ações e você continua com a capacidade física de andar por conta própria. A opção de dois é com você na cadeira de rodas. Eu ficaria com a primeira. Você decide.

Pensei um pouco, olhei o mar e tentei a jogada final:

-Ok, vamos assim, um em ações, e kitkat liberado para sempre e todos ficamos felizes.

O grandão estendeu a mão e apertou com força.

Os dois se levantaram em silêncio e foram ate a porta do restaurante.  Logo, o garçom me trouxe uma taça de vinho super estranho que eles estavam bebendo na mesa do lado. Era um misto de vinho tinto e vinho branco que não se misturavam, como se fosse água e óleo. A bebida dançava num balé louco na taça de cristal.  Eu nunca tinha visto aquilo.  Era um vinho espetacular, cuja taça certamente custava mais que meu carro.

Ergui a taça e fizemos um brinde à distância. Acordei.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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