Os carros elétricos estão cada vez mais se tornando um produto popular. As sucessivas puxadas de tapete dos membros da OPEP vem deixando o combustível fóssil algo inseguro num contexto de longo prazo, somando a uma pressão ambiental por soluções com menor volume de emissões.  Claro que isso acarreta toda uma discussão paralela sobre até que ponto o carro elétrico é tão ambiental assim, se a matriz energética do país em questão for de energia suja, como usinas de carvão, termelétricas e etc. Mas eu acredito num panorama de futuro onde novas soluções energéticas serão fortemente estimuladas em curto prazo, em função da bela cagada com o Putin fechando as torneiras do gás da Rússia  em decorrência das sanções econômicas pela guerra com a  Ucrânia.

O planeta se vê hoje numa situação complicada, e qualquer cenário de médio prazo parece indefinida pela irracionalidade da conjuntura internacional. Agora já se fala em terceira guerra mundial com a China pegando carona na onda expansionista do Putin, que já havia tomado a Georgia no peito e na raça, e agora quer porque quer levar a Ucrânia. No caso, a China já se prepara para tomar Taiwan.  Analistas internacionais dão como preocupante esse contexto. No meio de tudo isso as economias sangrando com inflações e problemas de ordens econômicas pós-pandemia.

Mas de elementos concretos temos a Alemanha percebendo que confiar uma questão estratégica como a energia nas mãos de um outro país, (ainda mais sendo a Rússia) pode ser uma furada. Num médio prazo, eu estimo que esse aprendizado deve levar a ao aumento de usinas nucleares, e mais investimentos na área de energias renováveis, sobretudo de geração eólica e solar.

Carros Elétricos e a beleza

De volta aos carros elétricos, embora eles possam ter um grande potencial, e exista uma grande demanda social por eles, (muita gente deseja ter, mas não podem pagar o que estão pedindo hoje) eu penso que  haverá uma rápida expansão nesse setor nas próximas décadas, porque as tecnologias aplicadas as baterias estão avançando muito rápido. Com baterias ganhando mais qualidade, mais durabilidade, mais rendimento e carga mais rápida, a viabilidade dos carros elétricos vai ganhando substancialidade.

Uma coisa que me intriga bastante nesse setor está mais ligado aos problemas de natureza de design do que propriamente na parte tecnológica.  É intrigante pra mim o volume de carros elétricos HORROROSOS que estão por aí. Existem carros elétricos tão feios, mas tão feios, que parece que a feiura é um adicional no pacote. O que do ponto de vista do carro enquanto produto, parece ser algo esquisito. Sem sombra de dúvida que a beleza, é algo subjetivo, assim como a ausência dela, e também não se trata de uma pecha nos carros elétricos, uma vez que eu já provei irrefutavelmente  aqui que carros de combustível fóssil também podem ser HORROROSOS. 

Existem, é claro, muitos elementos a serem levados em conta no desenvolvimento do design automotivo. É aquela clássica discussão eterna da forma versus função. Há os limitadores técnicos, como o peso. O peso num carro elétrico é um fator importante, na medida que um carro mais leve ganhará autonomia e as baterias até então eram bastante primitivas ainda em termos de rendimento.  Há as questões mercadológicas,  como o estabelecimento da “função” do veículo. Com uma tecnologia cujo ponto fraco – fortemente explorado pela concorrência – é a autonomia, focar em veículos de uso urbano e pequeno alcance costumam  ser o “coringa” para defender carros compactos ou ultra-compactos de uso urbano em baixa velocidade. Ainda assim, algumas soluções apresentadas não raro espantam consumidores pela precariedade de desenho. Como você desperta o desejo de compra quando o item que você vende é mais aparentado com um bolo fecal do que com um veículo?

Foi nesse nicho que surgiu a Tesla. A Tesla estava longe de ser a primeira empresa a fazer um carro elétrico, é verdade. Mas em contrapartida, ela foi a primeira empresa de carro 100% elétrico a ver algum sucesso real com isso. E nessa nota, sinto que o sucesso com carros se resume a duas categorias mais básicas:

• Seu carro deve ser econômico e acessível às massas.

OU

• Seu carro deve ser “legal”.

Neste ponto, embora a eletricidade seja mais barata que a gasolina, os carros elétricos não são econômicos. Como toda tecnologia nova, eles sofrem com questões estruturais decorrentes de sua própria disrupção. Eles são caros e é difícil encontrar lugares para carregá-los. Assim, para que um carro elétrico seja bem-sucedido, ele precisa ser legal. Legal pode ser qualquer combinação de coisas, mas geralmente se resume a “parece bom, soa bem, anda rápido”.

Se um carro não tem um preço atraente, ele precisa ter características atraentes (aparência é uma característica, algo que um engenheiro, focado na função pode descartar como desnecessário para o uso, mas qualquer um que saiba o que significa a palavra “Marketing”, sabe que é um valor importante e talvez até eu diria, fundamental de se ter em qualquer projeto).

Foi pensando nisso que eu resolvi fazer uma lista dos dez mais feios carros elétricos que eu já vi. Certamente devem existir outros ainda mais horrorosos, mas aqui vai minha seleção.

Os dez carros elétricos mais feios do mundo

1- Corbin Sparrow –

Este é facilmente um dos carros mais horrendos que alguém já conseguiu cometer. Com apenas três rodas e lugar para uma só pessoa, ele tem um farol ciclópico no meio da frente, que por sinal é esse verdadeiro TUMOR aí. Um absurdo em três rodas. fonte

2- RT1 – A caixa tosca

Ok, nesse caso aqui, que remonta ao tempo em que os Estados Unidos estavam se ferrando no Vietnã, os carros elétricos eram quase que uma brincadeira. Mas o RT1 formou uma verdadeira dinastia de carros-caixa com rodinhas patéticas, elementos desgraçados que foram aparecer em centenas de projetos subsequentes. fonte

3- Redspace – Carrinho de brinquedo tamanho big

Ele é feio, estranho e lembra um carrinho de brinquedo que cresceu além da conta. Sua característica mais estranha são esses vidros dele. No fundo mesmo, ele ainda está preso no conceito caixa.
O EV de 2,97 m de comprimento será produzido pela fabricante chinesa CHTC.

Ele foi idealizado para atender aos requisitos de condução de carros nas megacidades chinesas. O Redspace vem com configuração modular de assentos com capacidade para até quatro passageiros, conta com uma grande tela de infoentretenimento de 17 polegadas e terá painel solar no teto. Outros dados técnicos ainda não foram fornecidos. fonte

4- O pão de fôrma com rodinhas

Um pão de fôrma com rodinhas ainda é melhor que uma caixa com rodinhas patéticas, mas não deixa de ser feio. É o Waymo Firefly, o carro elétrico autônomo do Google fonte

5- Faz a festa da loja de pneus

O cara que inventou esta marmota de oito rodas acredita que quanto mais rodas=mais legal.
O design do Keio Advanced Zero-Emmision Vehicle (KAZ) Eliica é estranho, para ser educado. O Eliica tem quatro eixos com oito rodas e atinge até 230 mph. Leva 10 horas para carregar, percorre 125 milhas com uma única carga e pode acelerar para 62 mph em 4,1 segundos. As rodas abrigam motores, então os quatro extras ajudam a alcançar essas velocidades extremas, e o comprimento aparentemente excessivo do carro é necessário para hospedar as baterias, que cobrem quase toda a área do piso. Na foto abaixo dá pra entender melhor:

6-Minimalismo do Horror

Às vezes as pessoas levam a máxima do “menos é mais” muito ao pé da letra e acabam pecando pelo excesso, aliás, nesse caso, pela falta. O carro é feio e até hoje eu não me conformo como que nego aprovou isso aqui.

Trata-se do Tesla Cybertruck, uma picape elétrica que causou impacto quando saiu, justamente porque parecia muito alienígena. A picape é pouco mais do que um monte de formas estranhas fundidas e presas em rodas grossas. O CEO da Tesla tem falado bastante sobre seu plano de construir uma cidade sustentável em Marte. Se ele realizar seu sonho, o Tesla Cybertruck certamente estará em casa no Planeta Vermelho. No entanto, parece um pouco demais para terráqueos como nós. Claro que os pagadores de pau do Elon Musk vão achar lindo qualquer coisa que a Tesla vomitar no mercado. Faz parte… Mas é feio.

7- Abominação bolhosa branca

Esse carro lembra até aquele filme de terror, “A bolha assassina”.  Este conceito da Nissan, chamado PIVO 2 apresenta uma bolha sobre uma plataforma de rodas, que pode girar de um lado para outro.
O Nissan Pivo 2 é um dos conceitos de veículo mais ousados ​​e intrigantes do Japão nos últimos anos. Assemelha-se essencialmente a uma “bolha” futurista que pode girar sua cabine em 360 graus, para que você nunca precise de uma marcha à ré.

8- Sebring-Vanguard – CitiCar

Ele nasceu na decada de 70 como tantas coisas que pareciam promissoras e se revelaram uma merda (tipo eu).  Veículos de bateria receberam um impulso promocional em 1971 e 1972, enquanto o mundo observou o Lunar Roving Vehicle elétrico da NASA passear na lua.

O aumento dos preços da gasolina no final da década fez com que as montadoras e o Departamento de Energia dos EUA explorassem combustíveis alternativos, com a GM desenvolvendo um protótipo de carro elétrico urbano em 1973 e a Sebring-Vanguard lançando seu CitiCar. Mas problemas de alcance e desempenho limitados dificultam a aceitação generalizada.
Pouca gente comenta o fato de que ele era COMPLETAMNTE HRROROSO.

9-Sbarro Assystem City Car

A verdade, meu amigo, é que me falta uma adjetivo suficientemente escatológico para descrever esta barbaridade.

Este carro foi uma joint venture entre a Assystem e a Sbarro, portanto, não devemos nos surpreender que esteja na lista feia, pois a Sbarro estava envolvida nisso.

Eles tentaram ser intuitivos com o arranjo das rodas com duas rodas fixas no meio e uma roda dianteira e traseira capaz de girar 180 graus.

Ele é mais feio que bater na mãe, e parece uma nave alienígena mal projetada. Além disso, a área frontal do carro parece um lábio.

10-A coisa degringolou ao ponto de que nem sei se posso chamar isso aqui de “carro”

Este veículo em forma de ovo pode parecer algo saído dos filmes, mas o Eggasus é um novo veículo elétrico pessoal que deve ser lançado nos EUA em breve. Ao contrário dos atuais veículos elétricos na estrada, o Eggasus só tem espaço para um passageiro – ele foi projetado para oferecer uma opção inovadora de emissão zero para aqueles que atualmente se deslocam para trabalhar em scooters ou ciclomotores.

Finalizando

Carros elétricos estão aí e estão chegando para ficar. A conjuntura e a tecnologia podem apertar de um lado e de outro, mas eu penso que eles se tornarão uma opção viável no futuro. Os designers brincam à vontade criando todo tipo de projeto maluco. Ainda estamos na idade do bronze dessa tecnologia veicular, que por incrível que pareça, é mais antiga que a dos carros a combustão. Mas é ilusório pensar que um veículo elétrico precisa ser feio, ou só pode ser feio. Existem grandes ideias e projetos elétricos agradáveis  e veremos isso num post futuro. Por enquanto, seguimos rindo dessas marmotas e torcendo para que elas não se tornem um padrão estético predominante nesse futuro.