domingo, dezembro 22, 2024

O dia em que o governo patenteou o disco voador inglês

Em 1970, lá estava ele, Charles Osmond Frederick, convocado pela incrível e sempre eficiente British Rail para desenvolver uma simples plataforma elevatória. Ah, que tarefa tão emocionante! O Sr. Frederick aceitou o desafio de bom grado, mas, como todo artista genial, ele decidiu colocar um pouco de… tempero no projeto. E, bem, parece que ele se desviou um pouquinho do caminho original. Saiu um F* disco voador!

Em dezembro de 1970, a British Rail decidiu registrar uma patente para esse novo e maravilhoso projeto, que carinhosamente apelidaram de “veículo espacial”. Sim, você ouviu direito, um disco voador oficial da British Rail. Nada mais britânico do que isso, não é mesmo?

Em vez de uma plataforma elevatória humilde, o Sr. Frederick nos presenteou com uma espaçonave interplanetária para passageiros. Sim, você leu corretamente, uma espaçonave. Porque, vamos encarar os fatos, quem não queria uma viagem interplanetária? É totalmente o que todos nós esperamos ao comprar uma passagem de trem.

A ideia era simplesmente absurda, mas encantadora. Em março de 1973, a patente foi concedida.

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E acredite ou não, esse projeto revolucionário usava a fusão nuclear como fonte de sustentação e propulsão. Quer dizer, quem precisa de gasolina quando se pode ter fusão nuclear?

Mas, espere! Não para por aí! Para ligar os motores desse incrível veículo espacial, seriam necessários um ou mais feixes de laser de pulso de alta potência. Só para deixar claro, isso não é nada absurdo, não é? Além disso, os pulsos de energia nuclear ocorreriam 1.000 vezes por segundo, porque, você sabe, ressonância é para os fracos. Nós não queremos que nossa nave seja danificada, certo?

Aqui está a patente do disco voador inglês:

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GB 1310990 A 2 | Bizarro | disco voador, incrível, patente, polêmica bizarro

GB 1310990 A | Bizarro | disco voador, incrível, patente, polêmica bizarro

E tem mais! Para garantir o conforto dos corajosos passageiros que atravessam a baixa gravidade do espaço, a nave teria a incrível habilidade de simular a sensação de gravidade. Porque, convenhamos, quem não quer experimentar um pouquinho de peso extra nas viagens espaciais? Mas o provável é que as pessoas não iam querer contemplar o almoço ou pior, o almoço do velho passageiro ao seu lado, regurgitado, flutuando em glóbulos na cabine.

Como se isso não bastasse, a patente também incluía uma camada espessa de metal acima do reator de fusão para proteger os passageiros dos níveis mortais de radiação. Bem, pelo menos a British Rail se importa conosco.

A energia produzida pela fusão nuclear seria canalizada através de um bocal para uma série de eletrodos na parte inferior da nave. Eles converteriam a energia em eletricidade, que seria transmitida para alguns eletroímãs fortes, supercondutores, é claro. A ideia era simples: os ímãs acelerariam as partículas subatômicas do reator de fusão, lançando-as em uma direção e impulsionando a nave para o céu.

Tão fácil quanto fazer chá inglês, é ou não é?.

E tudo isso, é claro, seria operado a um preço bastante razoável pelos funcionários igualmente razoáveis da British Rail.

Infelizmente, a British Rail parecia ter perdido a noção do tempo e não pagou as taxas de renovação da patente. Em 1976 eles perderam a valiosa patente, provavelmente a primeira (mas não a única) patente de um disco voador.

Em 2006, a patente ressurgiu e recebeu muita publicidade na Grã-Bretanha. Como resultado, vários cientistas nucleares abriram espaço em seus diários e se debruçaram sobre os detalhes. Michel Van Baal, da Agência Espacial Européia, observou que a patente era cara, ineficiente e tinha o problema adicional de depender de tecnologias que ainda não existiam. O principal deles é a fusão nuclear eficiente, que é possível, mas atualmente apenas nas temperaturas bastante quentinhas alcançadas no centro do nosso sol.

Impraticável e pouco séria, a patente já foi muito ridicularizada, mas talvez pertença mais ao reino da ficção. Pelo menos até que o design deixe de ser tão impossível, algo assim não deve sair do papel tão cedo. Mas não deixa de ser algo extremamente curioso e gump o suficiente para fazer você ser chamado de mentiroso com mais essa na mesa do bar. Aliás, meu critério para um bom post gump é esse: O leitor vai ser chamado de “Naldo” pelos amigos?

De vota a essa estranha patente, a ideia, segundo alguns,  é muito mais viável, eventualmente algo semelhante, como um Elevador Espacial , sairá de uma estação e nos levará além da Terra. Se será ou não operado pela British Rail, pouco importa, o que pelo menos é garantido é que a viagem será, literalmente, de outro mundo.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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