O experimento Carlson – Parte 28

Carlson se virou assustado.  Ali estava, parado sobre uma pilha de pedras, uma esfera grande. Ela devia medir cerca de seis metros de diâmetro. Talvez um pouco menos, mas era uma bola metálica. Diferente da esfera que havia encontrado nos subterrâneos, e posteriormente após o confronto com o monstro salsicha, aquela esfera não era perfeitamente cromada. Ela parecia desgastada e imperfeita. Ela tinha algumas partes arranhadas e parecia inclusive levemente amassada num dos lados. Ela era dourada, mas se notava que não era feita de ouro, mas de algum outro tipo de metal dourado, que lembrava latão envelhecido.

A princípio Carlson pensou que havia alguém se escondendo atrás do objeto. Mas novamente uma voz saiu do aparelho, e era inequivocamente vinda dele.  Dessa vez a voz falou em uma língua absolutamente desconhecida para Morten:

Morten não sabia o que fazer. Ficou paralisado olhando o estranho engenho com um misto de medo e perplexidade. Outra vez o objeto tornou a falar, dessa vez uma língua completamente diferente:

Novamente, Morten Carlson ficou ali, levantou os braços e moveu a cabeça negativamente. O objeto falou novamente após alguns segundos.

Homem espacial! Você está me entendendo? Você compreende? 

Morten levantou as mãos, como num assalto. Parecia assustado. Os olhos vidrados na bola.  Ele concordou com a cabeça.

Aproxime-se, homem espacial. Não tema.

Morten estava hesitante. Algo dentro dele dizia para correr e se esconder nas ruínas distantes.  Mas ele também sabia que não havia mais forças em seu corpo para essa fuga. Então andou alguns passos vacilantes na direção da bola. Chegando mais perto ele percebeu que o som vinha diretamente da esfera. E era alto e poderoso.  O som ecoava nas rochas da cidade perdida e nas colunas de pedra ao longe. Mas dessa vez a esfera falou mais baixo e de modo menos ameaçador.

Você me compreende numa língua do planeta… Terra. Nós chamamos este planeta de Zio. Você é um visitante de Zio, homem espacial? Responda. 

-Eu sou um ser humano.

Nós sabemos que você é um ser humano, homem espacial. Mas sua resposta foi imprecisa… Você é um ser humano de Zio?  

-Sim, da Terra. Um ser humano da… Espera, tem seres humanos de outros planetas?

A esfera ficou em silêncio diante dele. Não respondeu. Morten entendeu de imediato que a pergunta era tola. Se essa bola dourada havia lhe dirigido a palavra em uma forma perfeitamente compreensível e depois falou outros dois idiomas desconhecidos para ele, estava mais que claro que a esfera sabia da existência de seres humanos em outros planetas. E aquilo chocou Morten até que a esfera respondeu.

…Existem, seres como você em sete planetas diferentes, homem espacial. Você tem um nome? 

-Meu nome é Morten Carlson… E quem é você?

Eu sou… Mu.

-Muito prazer, senhor… Mu.

Eu vejo que você está em más condições de saúde, Carlson-homem-espacial. 

Carlson apenas concordou. Sua boca estava seca e ele estava tão fraco que já mal conseguia se manter de pé, e por isso, sentou-se no chão de areia dura diante da esfera.

Subitamente, como que num passe de mágica uma jarra de água se materializou em sua frente. Parecia um truque de corte de filme barato. Num segundo não havia nada ali, e no outro uma jarra cristalina com água pura surgiu do nada ao alcance de sua mão.

-Mas que porra é essa? – Carlson se admirou.

Beba, senhor Carlson-homem-espacial.

Carlson rapidamente agarrou a jarra e bebeu sofregamente. A água estava deliciosamente gelada.

…Beba devagar, por favor. O senhor vai…

Carlson vomitou. Havia bebido rápido demais. Estava com o estômago vazio há muito tempo. Ele sentiu vergonha, mas após alguns instantes ele conseguiu beber pequenos goles do pouco que restava na jarra. Em seguida uma maçã se materializou.

…Coma Senhor. Espero que este vegetal seja do seu agrado. 

 Carlson agarrou a maçã e quase chorou quando seus dentes romperam a casca e ele sentiu a suculência doce da melhor maçã que já havia comido em toda sua vida.  Ele estava de boca cheia, mastigando e agradeceu com um aceno.  Enquanto ele mastigava só ouvia o chiar do vento. Viu as nuvens passando no céu sobre a esfera.

Senhor Carlson-homem-espacial, o senhor está perdido. Estou certo? O senhor está longe de sua casa, das pessoas que se importam com o senhor…

O que faz aqui, senhor Carlson? 

-Eu sou um explorador. Fui enviado a este planeta para estudos e…

Desculpe-me interrompê-lo, senhor Carlson-homem-espacial… Mas os habitantes de Zio não deveriam estar tão longe. É perigoso para sua espécie. Eu sinto uma forte tristeza em você, senhor Carlson-homem-espacial. Diga-me, isso tem a ver com a mulher, sua companheira que morreu? 

Carlson assentiu com a cabeça. Estava intrigado como Mu poderia saber disso. Mas havia perguntas demais  em sua mente e ele aproveitou a deixa:

-Senhor Mu, o senhor é uma criatura biológica dentro deste objeto?

A esfera ficou em silêncio por um breve momento. Carlson sentiu que talvez tivesse pegado Mu desprevenido.

Senhor Carlson, o senhor talvez não compreenda a minha natureza. Mas eu posso fazer uma pergunta similar ao senhor… Seria o homem-espacial-Carlson um todo com seu objeto físico que chama “corpo”? O que é o senhor na verdade, senhor Carlson? O conjunto de células que compõe seu corpo? O corpo é apenas um veículo do seu verdadeiro EU? E o que é de fato o senhor? Os impulsos elétricos? As bombas de sódio disparadas no seu processo de troca elétrica? Diga, me senhor Carlson-homem-espacial, o senhor tem certeza que sequer realmente existe? 

Carlson não sabia o que falar. Então optou por ser direto: -Eu não sei, eu não sou um especialista nem padre nem um filósofo do que realmente somos, mas eu sei que estou aqui.

Essa é uma questão importante, senhor Carlson-Homem-espacial. Estamos acompanhando o senhor em sua corajosa aventura por este lugar. O senhor parece motivado a seguir em frente, apesar de todos os percalços que encontra em seu caminho e isso nos agrada. Por isso, optamos por falar diretamente com o senhor. Outra razão pelo qual intervimos, foi que o senhor estava prestes a morrer por desidratação. Achamos que não devíamos perder essa oportunidade de um contato amistoso, apesar do fato de que os seres de Zio não terem sido muito amistosos, mas no seu caso havia pouco risco devido ao seu estado…

-Havia outros.  Eu estive na base deles, os chineses… Eles estão… mortos?

Sim, senhor. Todos tiveram sua existência finalizada. A presença de seres de Zio nesse planeta é um erro e precisa ser corrigido, para o bem de sua espécie. 

-Onde está o povo que construiu essa cidade? Você faz parte deles?

Não. Eles partiram há muitos e muitos séculos. Este planeta possui ruínas de três civilizações ao todo. Duas delas se destruíram mutuamente. Mas o senhor só conheceu as ruínas de uma. 

-Eles eram nativos daqui? Para onde eles foram?

Nenhuma das civilizações que habitou este planeta eram nativos daqui… O senhor tem muitas perguntas, eu sei. Mas entenda-me, eu não posso dar todas as respostas que busca. Não devo interferir, apesar de que estou aqui para ajudar Morten Carlson, o Homem-espacial que está no lugar onde não deveria. Sua civilização ainda não domina o conhecimento do universo necessário para cruzar os limites que cruzaram. Vocês não compreendem a natureza do cosmos.

Houve um breve momento de silêncio m que Carlson ficou olhando a bola dourada sem saber o que dizer.


Diga-me, senhor homem-espacial, o senhor deseja ajuda para voltar a Zio?  

Carlson notou uma ponta de ironia no que Mu dizia. O jeito dele se referir ao “homem espacial” era irritante. Ele parecia estar se divertindo com Carlson.

-Eu não posso. Eu perdi a janela de retorno. Algo aconteceu e… Tudo bem. Vamos então a uma série de perguntas rápidas? Você pode me matar, Mu? Sim ou não?

Sim, senhor Carlson. Eu posso. 

-Eu devo temer pela minha vida, Mu?

Deve.

-Você vai me matar, não vai?

Não. Mas responda se o senhor gostaria de reparar o erro de estar nesse planeta. 

-Sim, se eu pudesse eu daria no pé agora desse lugar, mas eu não entendo. Então, qual o proposito disso? Eu aqui, com você, nesse lugar desolado? No meio dessa pedra no espaço… O que… Digo, qual o sentido dessa merda toda?

  Senhor Carlson-Homem-Espacial, há um grande proposito nas coisas, mas nem sempre podemos compreender o propósito claramente. O que eu desejo é que o senhor reflita, senhor Carlson. A resposta está dentro do senhor. Olhe ao redor. O senhor acredita que está aqui? Isso está realmente acontecendo, senhor Carlson? 

Carlson olhou ao redor. “Só faltava essa, joguinhos psicológicos” – pensou.

Não são jogos psicológicos, senhor Carlson. O senhor sabe. O senhor está resistindo a ver a verdade. 

Carlson se assustou. Entendeu finalmente que Mu estava conseguindo ler seus pensamentos.

-Eu não… Estou… Eu não estou aqui.

Verdade. A pergunta a seguir é: Onde o senhor está, senhor Carlson? Onde?

-Eu não sei… Eu… Eu estou morto, né? É isso? Isso aqui é o inferno?

A esfera ficou em silêncio. Morten então soube da verdade. Ele estava morto. O planeta misterioso era o inferno.

Não.

O conceito de inferno é um forte traço cultural do seu planeta, desculpe a demora em compreender.

Mas não, o senhor não está morto, e não está no inferno. 

-Porra, eu não entendo. O que é isso? O que você quer dizer?

Acalme-se, senhor Carlson-homem-espacial. 

Carlson estava ficando tonto. Estava enjoado e tonto. Pensou que sua pressão estava baixando… Aquelas perguntas todas, ele queria ir embora, sentiu uma súbita saudade de casa. Desejava fugir, desejava que a esfera o planeta e aquela merda toda desaparecessem. Começou a sentir que ia desmaiar.

Senhor Carlson, o senhor está se descolando. Concentre-se, senhor Carlson. Concentre-se nas perguntas. Onde o senhor está? Pense. Lembre.

Lembre…

Carlson caiu deitado. Olhava as nuvens no céu azul. O vento do deserto açoitava seu rosto. Ele fechou os olhos. Sentia o corpo pesado. Ouviu sirenes ao longe.  Brilhos vermelhos e azuis estouraram em algum lugar que ele mal podia ver com os olhos fechados. Ele ouviu a voz de Mu.

O senhor não está no planeta distante, senhor Carlson. O senhor não está fora do seu planeta. Não está…

O senhor nunca esteve, senhor Carlson. O senhor não é um homem-espacial, senhor Carlson. Nunca foi. 

Não tenha medo. Eu vou ajudar a levá-lo de volta. 

Uma misteriosa onda de energia parecia ter atingido Carlson. Ele começou a tremer violentamente. Seu corpo passava por fortes espasmos. E ele continuava a ouvir a voz eletrônica de Mu, cada vez mais distante.

O senhor vai voltar, senhor Carlson. Volte, Volte. Perceba a verdade… Volte. 

Carlson abriu os olhos, mas não enxergava direito. Tudo estava embaçado. A voz de Mu sumiu num misto de chiados e barulhos estranhos. Ele estava ouvindo trovões e barulho de chuva. Lentamente, as imagens foram voltando e o que Morten viu foi o teto de um quarto. Ele olhou ao redor, viu uma cama de metal tubular. Era um leito hospitalar. Havia vidros de soro e algo grudado no dedo dele. O barulho da chuva foi ficando mais e mais forte. Ele ouviu um estampido de trovão ao longe. Carlson notou que estava com uma touca de borracha grossa, repleta de eletrodos ligados a sua cabeça. Ele olhou para o treco preso no dedo dele. Ele arrancou aquilo, o que imediatamente fez disparar um alarme no aparelho ao lado da cama. Logo, a porta se abriu de supetão e um homem negro com trajes hospitalares entrou correndo. O homem estancou, com o olhar vidrado em Carlson. Estava surpreso.

-Santo Deus! Calma, Calma! O senhor está bem? Pode me ouvir? – O homem perguntou.

-Cadê o Mu? Cadê? Onde? Onde eu estou? Que lugar é esse? – Carlson tentou falar, mas sua voz saiu rouca e esquisita.

Logo, mais e mais pessoas entraram no quarto.  Eles fizeram sinal para que não falasse. Uma senhora de aproximadamente 60 anos, que segurava uma prancheta se aproximou.

– Senhor Morten, eu sou a doutora Langruber. Você está apagado há meses, calma. Eu vou explicar tudo. –  Enquanto isso, uma enfermeira recolocava o dispositivo no dedo dele.

A mulher explicou que Morten era um paciente de um experimento médico. Ele havia sido brutalmente espancado numa academia por diversos homens, e após um traumatismo craniano grave, esteve em coma induzido por seis meses. O experimento consistia em enviar ondas moduladas chamadas de ondas cerebrais em seu encéfalo,  para “indução eletroestimulante na formação reticular ativadora ascendente” para tentar tirá-lo do coma. Carlson não acreditou.

-Sente isso? – O homem negro espetou o pé dele com um lápis.

-Ai! Porra!

-Resposta motora escore 6- Disse o médico para um jovem que anotou numa prancheta.

-E sei que isso é uma ilusão, Mu. Não deu certo! – Ele disse, olhando para o teto.

As pessoas no quarto se entreolharam intrigadas.

-Ele está cansado. Vamos deixá-lo se recuperar. Vamos. – A doutora Langruber  disse, fazendo um sinal com a cabeça para a enfermeira.
A enfermeira aplicou alguma coisa no soro.  Morten ficou sonolento.
– Eu… Não… Estou… Aqui. Eu estou no… outro planeta. No planeta desconhecido… – Ele disse. Mas ninguém entendeu.
– Delírium. – A médica disse para o jovem que anotava na prancheta.

Morten observou que a pequena junta medica no quarto passou a conversar entre eles, e ele mal entendia o que eles diziam, estava se agarrando como podia a consciência, mas se sentia afundando na cama.
-Com o Delirium vamos passar ao exame de déficit de atenção secundário.

-Uma encefalopatia difusa?

-Talvez multifocal.

-Sem presença dos sinais neurológicos focais, nem tremores mioclonias

-Parece transtorno de vigilância com distração… Anota aí: incoerência de pensamento e incapacidade de obedecer a ordens exatas, seguido de ilusões e alucinações, desorientação, possível déficit de memória, afetada a capacidade de julgamento, e indícios de agitação score 2.

Carlson apagou e tudo ficou escuro.

 

—– X —–

Duas semanas depois Carlson estava acompanhado de Bruno, o fisioterapeuta do Instituto Médico.  Ele estava fazendo progressos e caminhando com dificuldade. Bruno contou pra ele:

– Rapaz, quem te viu na cama com aquele monte de ferro nas pernas não diz. Ninguém acreditava que você ia sair dessa. Vamos lá, mais um passo. Não pode amarelar. Vamos. Um, dois e… Passo!

A recuperação foi difícil e Carlson muitas vezes achava que não ia suportar. A vida parecia extremamente monótona, e sem sentido no instituto médico. Os remédios que tomava ajudavam a compreender a diferença do mundo real e dos delírios, mas não resolviam o vazio que ele sentia no coração…

Os dias passavam quase sempre iguais, com passeios pelos corredores na companhia de Bruno, e testes mentais, e físicos. Seu corpo se recuperava cada vez mais, porém, o sentimento de vazio persistia.

Algum tempo depois, Carlson estava no refeitório, tomando sopa e fazendo palavras cruzadas, sentado numa cadeira desconfortável. A tv mostrava as notícias, mas ninguém parecia interessado em assistir. Os dois pacientes no canto da sala jogavam baralho. A senhora McDury estava lendo James Joyce pela terceira vez.
Na Tv o noticiário falava de uma nevasca no Canadá. O clima havia fechado os aeroportos.
Ele tomava sua sopa de aspargos calmamente quando uma imagem na Tv chamou sua atenção. O repórter entrevistava as pessoas no aeroporto. Então surgiu um rosto conhecido. Era uma jovem e ela reclamava de perder o voo e não poder passar o dia de ação de graças com a família. Carlson olhou para a mulher e reconheceu aqueles cabelos verdes imediatamente.

-Petra! Petra! – Ele estava abismado. Era ela. Ela existia!
A Tv mostrou o nome dela.
Carlson anotou o sobrenome dela na folha das palavras cruzadas.

Ele leu e releu aquele nome várias vezes. Então, com um sorriso nos lábios ele murmurou:
-Petra.

 

FIM

 

 

 

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

Artigos similares

Comentários

  1. AEEEEEEEEEEE, FINALMENTE!!!!!
    Sei que vai ter gente que vai ficar p… da vida com esse final. Mas eu adorei. Tem uma vibe parecida com o clipe de 911 da Lady Gaga. Se eu não soubesse o quão trabalhoso foi esse conto para você, eu ficaria na esperança de sequência com esse final. Mas ó, PARABÉNS!!!

    Agora me tira uma dúvida do Leonardverso. Tô relendo O Crânio atualmente e tô tentando montar a linha do tempo do Leonardverso. Nos comentários de um dos capítulos de A Cadeira Obscura, você diz que ACO se passa nos anos 80, e A Caixa entre 1991 e 1992, o que faz com o que o destino de Leonard em ACO, já tivesse sido resolvido e por isso ele aparece em A Caixa. Enquanto isso, nas referências temporais de O Crânio, diz que se passa depois de mais de 10 anos após o governo Collor, o que coloca O Crânio em algum ano dos anos 2000. A pergunta é: Onde estava Leonard durante os acontecimentos de O Crânio?

    • Pior que eu acho que a galera vai ler e interpretar literalmente achando que o Carlson estava o tempo todo em coma, quando eu pelo menos, acho que não foi isso. Isso é só o que parece que foi. NA minha opinião, Mu mandou o Carlson para outra realidade, não para outro tempo.
      Sobre o Leonardoverso, eu trabalho com mais ou menos esse esquema aqui:
      O caçador – 1989
      A busca de Kuran – entre 1935 e 1942
      A cadeira obscura – 1987 a 1988
      As crianças da noite – 2014
      A caixa – 1991/1992
      O crânio – 2001

      Acontece uma serie de coisas interessantes que eu quero contar no intervalo que vai de A Cadeira Obscura e A caixa. Nesse livro, a ideia é ter 90% dele se passando na infância de Leonard no sul da Espanha e no campo de concentração. Mas eu não fiz esse livro por um motivo simples. Eu começo a pesquisar para fazer ele e entro em depressão com as histórias reais de campos de concentração e aí não consigo ir em frente. Mas que eu vou, eu vou. Eu já desisti duas vezes.

      • Sobre o Carlson, agora que você disse isso, o começo encaixou na minha mente. Esses dias eu me peguei pensando “Se Kamatayan era uma dimensão para onde o Carlson foi depois de ser espancado, por que ele se lembra de antes de chegar em Kamatayan?” Amo histórias com multiverso, inclusive, estou trabalhando com duas atualmente. Uma eu estou escrevendo, e a outra eu faço em vídeo.

        Sobre o Leonardverso, é muito bom ter essa linha de tempo, daqui a alguns dias eu vou tentar ler em ordem cronológica. É muito legal deixar umas lacunas entre uma história e outras, deixar umas iscas para desenvolver depois

  2. To feliz e to triste ao mesmo tempo.

    Excelente história, merece a continuação. Sei lá, Philipe, começa outra saga com ele sendo atropelado na porta do hospital na primeira consulta de retorno médico, kkk

    Dê um jeito.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimos artigos