sexta-feira, março 14, 2025

O gelo inflamável vem aí e pode mudar o mundo

Gelo inflamável existe e se chama Hidrato de metano. Basicamente é agua congelada com moléculas de gás metano presas em sua estrutura. Isso faz com que esse gelo pegue fogo. Saca só:
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Ate então havia uma corrida para conseguir obter esse produto gump. Recentemente a China anunciou ter extraído uma quantidade considerável de Hidrato de metano lá do fundo do Mar da China Meridional. Isso é interessante, porque o “gelo de fogo” como foi apelidado, é tido por muitos como o futuro do abastecimento de energia no mundo.

Num comunicado emitido na semana passada, autoridades do país asiático comemoraram o feito. Isso porque a tarefa é considerada altamente complexa, e já tinha sido alvo de tentativas pelo Japão e pelos Estados Unidos, sem muito sucesso.
Mas o que é exatamente esse composto e por que ele é considerado chave como uma promissora fonte de energia no mundo?

Reservas imensas
O gelo combustível ou gelo inflamável é uma mistura gelada de água e gás.
“Parecem cristais de gelo, mas quando se olha mais de perto, a nível molecular, veem-se as moléculas de metano dentro das moléculas de água”, explica à BBC Praven Linga, professor do Departamento de Engenharia Química e Biomolecular da Universidade Nacional de Cingapura.
Conhecidos como hidratos de metano, formam-se a temperaturas muito baixas, em condições de pressão elevada. São encontrados em sedimentos do fundo do mar e ou abaixo do permafrost, a camada de solo congelada dos polos.

O gás encapsulado dentro do gelo torna os hidratos inflamáveis, mesmo a baixíssimas temperaturas. Essa combinação rendeu-lhe o apelido de “gelo de fogo”.
Quando se reduz a pressão ou se eleva a temperatura, os hidratos se decompõem em água e metano. Um metro cúbico dessa substância libera cerca de 160 metros cúbicos de gás – ou seja, trata-se de um combustível de grande potencial energético.
O problema, no entanto, é que extrair esse gás é um processo que, por si só, consome muita energia.

Os hidratos de metano foram descobertos no norte da Rússia nos anos 1960, mas foi há apenas dez ou 15 anos que começou a pesquisa sobre como extrai-lo dos sedimentos marinhos.
O Japão foi pioneiro na exploração devido à sua carência de fontes de energia natural. Outros países líderes na prospecção de gelo combustível são Índia e Coreia do Sul, que tampouco têm reservas próprias de petróleo.
Americanos e canadenses também são bastante atuantes neste sentido – o foco de suas explorações tem sido nos hidratos de metano abaixo do permafrost do norte do Alasca e Canadá.

Pesquisadores acreditam que os hidratos de metano têm o potencial de se tornar uma fonte de energia revolucionária que poderia ser fundamental para suprir necessidades energéticas no futuro.
Existem grandes depósitos abaixo dos oceanos do globo, sobretudo nas extremidades dos continentes. Atualmente, vários países estão buscando maneiras de extraí-lo de forma segura e rentável.
A China descreveu a extração feita na semana passada como “um feito importante”.
Praven Linga compartilha dessa visão: “Em comparação com os resultados que temos visto na pesquisa japonesa, os cientistas chineses conseguiram extrair uma quantidade muito maior de gás”.
“É certamente um passo importante em tornar viável a extração de gás dos hidratos de metano”, acrescentou.
Estima-se que sejam encontradas dez vezes mais gás nos hidratos de metano do que no xisto, do qual pode ser extraído gás natural e óleo e também tem servido como alternativa energética.
“E essa é uma estimativa conservadora”, ressalva Linga.
A China descobriu o gelo combustível no Mar da China Meridional em 2007 – uma área cuja soberania tem sido disputada entre o país, o Vietnã e as Filipinas.
Pequim reclama domínio sobre a área, alegando ter o direito de exploração de todas as potenciais reservas naturais escondidas abaixo da superfície.

Embora o êxito da China seja um avanço importante, esse é apenas um passo de um longo caminho.
“É a primeira vez que os índices de produção são realmente promissores”, disse Linga. “Mas acreditamos que só em 2025, na melhor das hipóteses, poderemos considerar realistas as opções comerciais”, acrescenta.
Segundo a imprensa chinesa, eles conseguiram extrair, da região de Shenhu, uma média de 16 mil metros cúbicos de gás de elevada pureza por dia.
Linga ainda ressalta que as empresas que potencialmente operem na exploração do material devem seguir condutas bastante rígidas de controle para se evitar danos ambientais.
O perigo é que o metano escape, e isso teria consequências graves para o aquecimento global, já que se trata de um gás com um potencial de impacto sobre as mudanças climáticas muito maior do que o dióxido de carbono.
fonte

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Não sou nem um pouco entendido de química, mas será que é possível sintetizar uma coisa dessas?
    imagina só o cenário… metano extraído dos lixões + água = combustível!!!

  2. Essa informação realmente é fantástico, o homem sempre descobrindo mais de seu pequeno planeta, porem pena que é uma alternativa poluente que se somará aos demais já descobertos, como o texto afirma que haverá super controles na extração por ser prejudicial para o planeta.

    • Joel, é realmente poluente, mas se tratando da China, é uma ótima notícia, já que pode significar a extinção as usinas de carvão que são ultra-mais poluentes.

    • Realmente Alarico, muito do que o senso comum considera fatos sacramentados e verdades absolutas são camadas sobrepostas de conjecturas que nem sempre se revelam verdades absolutas, mas sempre possibilidades questionáveis. No nivel atômico então, a coisa é bem mais complexa. Valeu pela dica, o texto é muito bom.

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