Quando se fala em colisor de partículas, é fácil imaginarmos grandes complexos tecnológicos, abarrotados de cientistas, milhões de dólares em tubulações, cabos e sensores. Não sei você mas eu penso imediatamente na imagem abaixo quando as palavras “colisor de partículas” surge na minha mente:
Este é o colisor de partículas do Cern, com nada menos que 17 quilômetros de comprimento. A China também está querendo avançar nas pesquisas de partículas e está anunciando seu colisor monstruoso de 52 quilômetros de comprimento.
Apesar de toda essa ideia disseminada que o melhor é o maior, o novo colisor de partículas dos Estados Unidos cabe em cima da sua mesa, já que tem um pouco menos de 12 centímetros de comprimento.
Não, você não leu errado. Ele tem mesmo menos de 12 centímetros! Olha o bichinho aí:
O grande lance desse pequeno porém poderoso colisor de partículas está em sua tecnologia: Seu tamanho reduzido permite que ele seja preenchido com plasma, que possibilita aos cientistas do Laboratório Nacional do Acelerador SLAC em Menlo Park, na Califórnia a acelerar partículas mais de 500 vezes mais rápido do que os métodos tradicionais.
Resumindo o novo colisor é o famoso “baixinho invocado”. Isso ficou claro com um teste recentemente publicado na revista Nature, onde Michael Litos e sua equipe foram capazes de acelerar feixes de elétrons a pouca distância da velocidade da luz dentro da minuscula câmara de aceleração.
Esta é uma nova abordagem na construção de colisores de partículas. A abordagem tradicional envolve grandes dutos, como o Large Hadron Collider. Já nessa nova abordagem, você pode construir uma máquina comparável a um colisor de dimensões consideráveis, que reduz o espaço físico em uma ordem de magnitude, levando informações que sabemos sobre a aceleração de plasma Wakefield. Graças aos avanços, um acelerador de 50 quilômetros poderá encolher para 5 quilômetros.
[wp_ad_camp_5] Este colisor de partículas em Menlo Park não está trabalhando nas mesmas partículas do Cern. O Large Hadron Collider do Cern ainda é o mais útil colisor de partículas do mundo, mas este pequeno e impressionante equipamento de plasma provavelmente vai ser a tecnologia que alimentará a próxima geração de super colisores. Seu grande mérito é mostrar que é possível construir aceleradores de partículas de última geração, que não necessariamente precisarão de túneis subterrâneos gigantescos cada vez maiores.
Em um acelerador de partículas tradicional, feixes de elétrons são lançados por um grande tubo de vácuo usando campos eletromagnéticos. Ao fazê-lo, muita energia é necessária para acelerar constantemente os elétrons, razão pela qual os custos de construção costumam bater no teto.
Mas, preenchendo o tubo com plasma (neste caso, usando um forno especialmente desenvolvido pelos pesquisadores da UCLA), a energia pode ser transmitida numa espécie de fila, disparando dois eletrons praticamente juntos. Quando isso acontece, o eletron que vem atrás ganha mais energia.
“Nós envimos um após o outro. O primeiro passa a sua energia para o segundo, e nós podemos acelerar estes muito mais rápido em uma distância mais curta”, disse Litos. “Se você repetir isso muitas, muitas vezes, você pode escalar esta até fazer um colisor impulsionado pelas aplicações.”
Embora ainda haja um longo caminho pela frente, a tecnologia parece promissora. Se eles tiverem sucesso, abrirão as portas para a criação de colisores mais simples e mais baratos, que estenderão as pesquisas e poderão ajudar a Ciência a compreender o universo de partículas cada vez menores, jogando mais e mais luz na escuridão do desconhecido.
fonte
Quantos sensores, e com qual precisão, podem ser colocados nessa caixinha de 12cm²?
Não é só a velocidade que conta. Se você não puder medir com exatidão a presença e o decaimento das sub-partículas que foram geradas na colisão, não adianta muita coisa, né?
Creio que a caixinha esteja sendo usada para provar o conceito da aceleração, e se tudo funcionar corretamente, aí sim a tecnologia da caixinha será transplantada para um colisor maior, lotado de sensores.