domingo, dezembro 22, 2024

O mistério da bateria que já dura 175 anos sem recarga!

Como todo mundo sabe, há uma corrida permanente por conseguir aumentar a capacidade e duração das baterias. Hoje há praticamente um mar de dispositivos e equipamentos do dia-a-dia que usam baterias. Fazê-las durar mais e de preferência de modo que ocupem menor espaço é uma nova corrida do ouro na era tecnológica.

Já existem grandes avanços e muitas possibilidades interessantes à caminho do mercado. Mas poucos sabem que neste mundo das baterias, existem alguns poucos – e gumps – mistérios que merecem sua olhadinha.

A bateria que está funcionando sem recarga a quase 200 anos!

Vou te falar que muita gente poderia se espantar de saber que uma bateria poderia durar tanto. Os que não se espantarem com isso certamente se espantariam de saber que EXISTIAM baterias há tantos anos.

Esta bateria misteriosa em questão está localizada no Laboratório de Claredon, que fica na Universidade de Oxford.  Esta bateria alimenta o mecanismo de um sino que toca ininterruptamente há no mínimo, 175 anos!

Parece até mentira que esta bateria foi instalada em 1840. Você tá ligado que eu não errei o numero? Sim, é mil oitocentos e quarenta, véio! Para sua surpresa, em 23 de julho de 1840, por meio de uma medida constitucional, dom Pedro de Alcântara, com 14 anos e sete meses de idade, teve sua maioridade antecipada. Foi coroado como Dom Pedro 2º e assumiu o trono e o governo imperial. Começava naquele ano o segundo reinado! 

Não precisamos ir muito longe para imaginar que tem qualquer coisa de espetacular nesta bateria, mesmo ela provendo uma quantidade bem pequena de energia.

A esta altura você deve se perguntar por que diabos não pegam esta merda de sino e desmontam para ver como que o maluco fez esta mágica. Eu também me perguntei justamente isso. A explicação para não fazerem isso, é que as chances de acabar estragando o aparelho tão antigo e maravilhoso são grandes, além disso, o povo é foda: Querem esperar para ver até quando o sininho vai continuar tocando.

Segundo o artigo do site Green Savers, o badalo do sino oscila para frente e para trás constante e rapidamente, o que significa que o Sino Elétrico de Oxford – como é conhecido – tocou já 10 mil milhões de vezes, segundo a universidade (na verdade é mais que isso, pq o artigo lá é antigo).

Sabe-se que a bateria que alimenta o sino, é uma pilha seca, a antecessora das pilhas comuns contemporâneas. A pilha seca é um dispositivo sofisticado de geração de energia, originalmente concebido por Giuseppe Zambioni no início do século XIX. Não há certeza de que seja esta a bateria, mas as chances são grandes de que se trate mesmo da pilha seca.

AJ Croft, antigo investigador do Laboratório de Claredon, num artigo científico de 1984 disse que não dá pra saber a composição das pilhas do sino, mas sabe-se que a camada exterior é de enxofre.  Segundo ele, Zambini teria feito pilhas parecidas com essa, usando cerca de 20000 pares de discos de folhas de aluminio colados a um papel impregnado com sulfato de zinco e revestido na outra face com dióxido de manganês.

Este sino que a bateria misteriosa alimenta não é exatamente uma experiência, mas acabou virando uma, pois pode apontar a real durabilidade destas baterias. Sabe-se que ele foi construído pela Watkin and Hill, em Londres. O sino tem uma nota escrita à mão que indica que foi montado em 1840. O sino foi comprado em algum momento por um acadêmico da universidade, que o deixou tocando sem parar.  Assim, o dispositivo que o alimenta foi parar no Guiness Book, que refere-se à fonte energética do sino como “a bateria mais duradoura do mundo”.

Claro que eu penso que ninguém iria gostar de ter uma porra dum sino que toca sem parar há quase 200 anos. Mas neste caso, o sino esta envolvido por uma capsula de vidro, que abafa seu som, e a voltagem dessa bateria é tão ínfima que o ouvido humano não consegue escutar o som da batida, embora possamos saber que o badalo ainda esta se movendo.

Curiosamente, este sino acabou contribuindo para outros desenvolvimentos tecnológicos. Durante a II Guerra Mundial, os telescópios infravermelhos eram alimentados com recurso a pilhas secas semelhantes, porque só precisavam de uma bateria fácil de transportar e que provesse baixa corrente. Elas foram inventadas por um físico de Oxford, inspirado por este intrigante sino, que criou as baterias semelhantes para os telescópios.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. Será que alguém já mediu o campo eletromagnético do local? Sei lá, eu suspeitaria que o cerne do fenômeno não está na pilha em si, mas talvez haja algum campo eletromagnético peculiar daquele local que realimenta esta pilha! … será que alguém já pensou nessa possibilidade ?

  2. Será que não tentaram fazer algum tipo de análise não intrusiva no dispositivo, tipo um raio x, ressonância magética ou ultrassom? Pelo menos para saberem com é sua contrução interna. Ou será que tais análises iriam ferrar com o equipamento?

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