quarta-feira, janeiro 29, 2025

O peixinho que faz um barulho mais alto que um elefante

Esse peixinho parece simples e comum, mas ele tem uma habilidade incrível: Ele consegue fazer um barulho mais alto que um elefante.

Na natureza temos umas coisas que são mesmo difíceis de acreditar. Uma delas é que é possível um peixinho tão pequeno fazer um barulho tão alto.

Olha só que carinha fofinho. Quem vê não imagina o tamanho do barulho que ele faz.

Pequeno e barulhento, parece uns moleques aqui do meu condomínio
Pequeno e barulhento, parece uns moleques aqui do meu condomínio

Mais barulho que um elefante

O Danionella cerebrum, é um peixe tão pequeno, praticamente transparente,  que cabe na ponta do dedo, mas capaz de produzir sons mais altos do que um elefante. Trata-se de uma espécie nativa de Mianmar. Este peixe minúsculo, com apenas meio centímetro de comprimento, gera sons que ultrapassam 140 decibéis, equivalentes ao barulho de um avião decolando a 100 metros de distância.

peixinho barulhento

Uma Habilidade Incomum para o Tamanho

A produção sonora desse pequeno peixe chamou a atenção dos cientistas liderados pelo ictiólogo Ralf Britz. Seus estudos mostram que o som gerado pelo Danionella cerebrum supera o volume produzido pelos elefantes, que chegam a 125 decibéis com suas trombas. Esse fenômeno é impressionante, já que, em geral, animais maiores costumam emitir sons mais altos que os menores.

peixinho transparente e barulhento
peixinho transparente e barulhento

Porém, algumas exceções desafiam essa regra. Um exemplo é o camarão-estalador, que atinge até 250 decibéis com suas garras. Outro é o peixe-marinha-de-barbatana-plana macho, cujos chamados de acasalamento chegam a 130 decibéis. Mas o Danionella cerebrum se destaca por seu mecanismo de produção sonora único.

O Segredo Por Trás dos Sons Poderosos

 

Pesquisadores utilizaram gravações de vídeo em alta velocidade, microtomografias computadorizadas e análise genética para entender como esse peixe consegue emitir sons tão altos. Descobriram que o macho da espécie possui um aparato exclusivo para gerar som, composto por cartilagem semelhante a um tambor, uma costela especializada e um músculo altamente resistente à fadiga.

 

Esse mecanismo funciona quando a cartilagem é pressionada contra a bexiga natatória, um órgão cheio de gás que ajuda o peixe a flutuar. Essa pressão gera pulsos rápidos, que resultam nos sons característicos da espécie. Além disso, a Danionella cerebrum consegue variar as frequências dos ruídos ao alternar entre compressões bilaterais ou unilaterais da bexiga natatória. Esse repertório variado é usado para se comunicar em ambientes aquáticos turvos.

Adaptações Evolutivas Notáveis

Devido ao seu tamanho em miniatura, rico repertório comportamental e translucidez óptica que persiste até a idade adulta, Danionella cerebrum é uma grande promessa para análises de imagens in vivo não invasivas de todo o cérebro com resolução de célula única em um vertebrado adulto e está começando a emergir como um novo sistema de modelo importante na pesquisa neurocientífica atual.

O estudo sugere que a comunicação sonora desenvolvida pelo Danionella cerebrum é uma resposta ao ambiente competitivo entre machos em águas com baixa visibilidade. Essa adaptação mostra como as espécies evoluem soluções criativas para interagir e se destacar em seus habitats.

Curiosamente, o mecanismo usado pelo peixe difere da maioria dos vertebrados, que dependem da manipulação de ar por músculos especializados para produzir som. No caso do Danionella cerebrum, não há movimento de ar envolvido, destacando a diversidade das estratégias evolutivas de comunicação.

Essa descoberta é mais um exemplo fascinante da complexidade do mundo natural, mostrando que mesmo as menores criaturas podem ter grandes habilidades.

Quem diria que um peixe tão pequeno poderia fazer tanto barulho?

Bizarro igual esse, só o peixe que sabe mandar o Radouken!

Conheça o peixe que sabe dar Hadouken

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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