Você certamente já sentiu algum cheiro muito ruim, né? Tem gente que abomina certos cheiros, e justamente cheiros que a maioria das pessoas adoram. Tenho uma amiga que odeia cheiro de café. Já eu sou capaz até de vomitar com o cheiro chulezento de certos queijos que as pessoas (eca!) comem. Entenda como tudo começou.
Mas será que existe algum cheiro tão horrendo capaz de ser considerado, por unanimidade o pior fedor da face da Terra?
Apesar de ser essa uma pergunta simples, a resposta a ela não é nada simples. Estive há alguns dias atrás conversando com um amigo meu que é biólogo sobre minha patente de uma estratégia anti-roubo não letal baseada no gambá.
Pensemos no gambá, no inseto “Maria fedida” (também conhecida como percevejo) e tantos outros animais que usam o cheiro como uma receita de defesa. Isso não é algo que acontece da noite para o dia, são milhões e milhões de anos de evolução até chegar nessas soluções fantásticas. Não parece a princípio, mas esses animais, como o gambá estão na dianteira de certos conceitos da Arte da Guerra, como o que diz que a melhor alternativa de combate é dissuadir o oponente de atacar você.
Os animais não se metem com um animal que fede miseravelmente, porque simplesmente não é um bom negócio.
Então eu estava imaginando como poderia ser uma alternativa para meu outro projeto de patente que envolvia um assento automotivo recheado com explosivo plástico detonado via satélite por um conjunto de códigos enviados ao carro de celular. Bastaria que o vagabundo te roubasse o carro e fugisse, para dali a alguns minutos, você ligar para o numero e digitar a sequencia correta de códigos numéricos para o assento explodir e arrancar o cu do ladrão impedindo que o bandido consiga sumir com seu carro.
Abortei a ideia quando pensei que talvez, por algum problema qualquer de mal contato no detonador remoto, ele poderia arrancar o meu próprio cu disparar acidentalmente.
Além disso, um carro armado com uma bomba nunca é uma boa ideia. Mas e se fosse um gás, oculto no sistema de refrigeração do carro? Um simples êmbolo, com o mesmo princípio de disparo remoto via celular, seria capaz de liberar um gás completamente fedido dentro do veículo, tão fedido, que seria inviável ao bandido continuar com o carro. Um cheiro que levaria dias para se dissipar, e que poderia inclusive ficar impregnado na pessoa, levando assim a polícia a encontrar o bandido mais facilmente.
Este é o meu projeto ainda, e ele estava agarrado na questão do gás. Eu pensei em tentar sintetizar em laboratório o mesmo gás do gambá. Isso já foi feito e sabe-se que se trata de 3-metilbutanotiol, também conhecido por 3-metilbutil mercaptana ou isoamiltiol. Pensa num cheiro ruim e multiplica por 100. É o Isoamiltiol:
Quando em alta concentração pode causar vômitos em humanos e produz, no olhos, um efeito semelhante ao gás lacrimogêneo.
É até curiosa a história de como essa secreção foi realmente estudada a sério. Tudo começou com uma zoeira de amigos da escola.
Em 1896, Thomas Aldrich, trabalhava no Laboratório de Química Fisiológica da Universidade John Hopkins, e lá ele demonstrou que a secreção poderia ser detectada em humanos em até 10 partes por bilhão. Ele relatou ainda o seguinte caso bastante curioso, alertando para as possíveis propriedades anestésicas da secreção do gambá:
“Em algum momento durante o verão de 1879, dois ou três meninos coletaram uma garrafa da secreção do gambá para pregar uma peça nos companheiros de escola. Entraram em seu alojamento e fizeram o colega aspirar o material. Não se sabe que quantidade foi administrada mas pude observar os seguintes sintomas: inconsciência total, relaxamento do sistema muscular, extremidades frias, pupilas e respiração normais. O menino ficou nesse estado por uma hora. Para reviver o paciente, o médico que veio em socorro administrou pequenas quantidades de uísque, com alguma dificuldade que ele teve para engolir. A vítima dessa brincadeira teve uma leve dor de cabeça ao acordar, que cedeu depois de uma sono profundo.”
Em seu primeiro estudo, Aldrich destilou a secreção do gambá e encontrou duas grandes frações voláteis, nas quais propôs a presença do metanotiol, etanotiol, 1-propanotiol 2-propanotiol. Mais tarde, foram identificadas a 2-metilquinolina, seu análogo sulfurado quinolinametanotiol e o 1- butanotiol, durante muitos anos relatado como o constituinte em maior abundância na secreção.
Em 1975, muitos anos após a investigação de Aldrich, Andersen e Bernstein, foi demonstrado que o 1-butanotiol não é um componente principal do jato, mas sim o tiol insaturado (E)-2-buteno-1-tiol e o 3-metil-1-butanotiol.
O terceiro constituinte mais abundante encontrado na secreção foi identificado como (E)-2-butenil dissulfeto de metila.
Durante muito tempo, o caldo do gambá foi considerado o cheiro mais odioso da face da Terra, mas aparentemente, muitos cientistas estão trabalhando duro para piorar o que já era horrível. E assim surgiu o pior cheiro do mundo.
O pior cheiro do mundo
O pior cheiro do mundo ao que se sabe, é o da Tioatsetona – líquido volátil que tem uma fórmula simple:s CH3-CS-CH3. Apesar da simplicidade da estrutura, você não pode acreditar no inferno na Terra que é esse cheirinho. Ele esta na lista de produtos mais desgraçados já criados pela ciência.
Ele não é uma novidade. Em 1889, na cidade alemã de Freiburg, cientistas estavam tentando obter uma pequena quantidade de tioatsetona. Estava tudo indo bem, até a hora em que os malditos conseguiram. Foi como um pum nuclear de Satã. Segundo os registros:
“O cheiro se espalhou imediatamente por toda a cidade, com um odor tão desagradável e repugnante que os moradores começaram a vomitar sem parar e muitos até desmaiaram. Não houve pânico, mas as autoridades tiveram de evacuar a população da cidade.”
A tioatsetona é inerte, até o momento em que recebe um polimerizante chamado tritioatsetona. Curiosamente, o polimerizante também é uma substância desprovida de qualquer cheiro. Mas uma vez que os dois líquidos são misturados, mesmo em pequena quantidade, começa uma violenta reação de polimerização que produz o fedor.
Um incidente semelhante ao Freiburg, ocorreu em 1967, em Oxford. Nos laboratórios da empresa Esso, um grupo de funcionários estava trabalhando em experimentos para obter tioatsetona. Devido ao aumento da pressão, o balão de segurança explodiu e liberou uma quantidade enorme de tioatsetona no ar. Em segundos, todo mundo que estava em um raio de 200 metros do laboratório, começou a vomitar compulsivamente.
OUtra história curiosa é a de dois químicos que trabalhavam no mesmo laboratório com quantidades minúsculas tioatsetona. Naquela noite eles resolveram ir jantar num restaurante. Tão logo eles chegaram, (hahahahaha) os clientes começaram a fugir desesperados, e a garçonete teve de pulverizá-los com desodorante para poder chegar perto e anotar os pedidos.
Para testar a capacidade de tioatsetona “estragar o ar”, os cientistas realizaram um experimento. Eles colocaram uma gota da substância no vidro e colocá-lo diante de um exaustor. Voluntários em pé (no vento), a uma distância de 400 metros (wtf!) a partir do laboratório, dentro de alguns segundos sentiram o terrível mau cheiro, que era tão insuportável que eles foram forçados a sair correndo desesperados, em todas as direções.
O cheiro, uma vez em contato com a pele irá feder por duas semanas sem parar, quando começará a sumir até desaparecer completamente.
Uma vez que eu descobri qual seria o cheirinho do diabo para colocar na minha patente, só preciso agora descobrir um laboratório que fabrique esses dois compostos para mim. A ideia é que o sistema além de ejetar uma boa quantidade do caldo no peito do cara, ainda dê um curto no fusível que controla a abertura das janelas do carro. Isso certamente fará o larápio largar o carro e fugir correndo, desesperado. Dado o poder do troço, acho que uma única gota diluída poderá resultar num ladrão de carro a menos nas ruas.
O problema do meu projeto é que a Nivea anda meio preocupada dessas minhas pesquisas, hehehe. Mas é por uma boa causa.
Creio que o maior problema sejá que você nunca mais conseguirá vender o carro heheheh
O cheiro some completamente em 2 semanas.
Você é f… não consegui resistir e fui lendo um post atras do outro das suas aventuras (em veja aqui como foi) hehe!
Bom pra soltar no carnaval. huahuahua!
Isso não é só uma “estratégia anti-roubo não letal baseada no gambá” é uma arma biológica!
Será que exércitos já pensaram nisso? Acho que sim, imagina o quão eficiente seriam um avião sobrevoar um alvo soltando bombas de fedor nos inimigos?
Se há um cheiro que para mim é insuportável, é da carne-seca, ou carne de sol, dependendo do lugar. Fico com ânsias de vomito só de pensar, e na presença do cheiro, posso dar o dia como arruinado. Juro mesmo de pés juntos, a carne é tão pestífera que na falta de onde meter a cabeça, tenho vontade de me dobrar todo e enfiá-la na minha própria bunda.
Já pensou em trocar o futum por uma tinta igual das caixas eletronicos?
Ja, foi uma das ideias, mas descartei, pq ia cagar o carro todo, além de que sujo de tinta o cara ai longe, mas com o gás o cara não anda um metro sem chamar o raul e ser obrigado a fugir. Depois, o gás some sozinho.
Mas aí ele vai vomitar no seu carro todo também né, talvez seja mais fácil tirar tinta do banco do que o vômito de um ladrão (e vai lá saber o que ele comeu)…
Não vai dar nem pra rebocar o carro, o bicho vai ficar largado na rua por 1 mês… já que em 2 semanas começa a desaparecer (isso na pele humana, imagina num carpete, ou banco de tecido?)
Hehehe pra piorar certamente vou achar o carro todo vomitado.
Que interessante esse lance de patente!
Eu mesmo tenho várias idéias de possíveis patentes (idéias loucas) salvas comigo,
e tenho umas perguntas pra você:
Você faz tudo por conta própria, Philipe?
Nunca contratou um escritório especializado no assunto?
Até logo, um abraço.
Sim, porque meu pai é inventor e sabe todos os esquemas. Só é chato pra caralho a burocracia medonha que é fazer a patente.
seria uma boa também um tanque frágil desse gás dentro dos caixas eletrônicos.
A idéia é boa e eu certamente compraria o sistema. O problema é que isso vai provavelmente ser considerado um sistema de ATAQUE no carro, que no Brasil é terminantemente proibido. Já existem sistemas de defesa automotivo como lança chamas (siiiim!!), mas nada disso é liberado no Brasil.
Boa sorte, Philipe!!!!
Talvez sim. Mas considerando que o gás não é letal, não provoca absolutamente nenhum dano físico ao cara, e trata-se apenas de um cheiro muito, muito horrível, o cara vai sair do carro porque ele quer. É totalmente passivo, e se o maluco for macho para dirigir com o fedor ele merece mesmo levar o carro, hehehe.
Excelente idéia. Creio que por ser tratar de um odor, não haja nada na legislação que impeça a instalação do mesmo.
Será que os vomitos/outros efeitos não são decorrentes de uma intoxicação/envenamento?
E onde conseguimos tal produto?
Suspeito que os vômitos são decorrentes de algum mecanismo do corpo que tenta se livrar do cheiro. O corpo produz vômitos ou ânsia em diversas situações de stress, como dor aguda, alterações do labirinto e também cheiros com o qual não consegue lidar.
O gambá que conhecemos dos desenhos e filmes é chamado de zorrilho ou zurrilho na maior parte do Brasil, ao passo que chamamos então de gambá um outro animalzinho, marsupial, igualmente fedido.
Cara, como ninguém pensou em levar uma mistura dessas para uma reunião do senado, soltar um galão desse material no meio da esplanada, sei lá. Seria um V de Vingança sem a necessidade de explosivos, etc. Um lugar ideal para um golpe sujo como esses. kkk
Já que está pensando em desenvolver o sistema, seria bom também pensar em desenvolver um “anti-cheiro”, pq imagina inutilizar o carro por duas semanas ou mais por ter liberado o composto.
Philipe,
Um chinês, ao que parece, já depositou pedido de patente com ideia semelhante à sua. Pedido número: CN102514541 B
Ele pode ser visto no google patents no endereço:
https://www.google.com.br/patents/CN102514541B?cl=en&dq=theft+gas+car+bad+odor&hl=pt-BR&sa=X&ei=aT_3VMDqI5G0sASSv4CQCQ&ved=0CBwQ6AEwAA
Ou dê uma olhada na base europeia, constante no site Espacenet pelo número do pedido.
http://worldwide.espacenet.com/publicationDetails/biblio?CC=CN&NR=102514541B&KC=B&FT=D
Ah, que merda…
Putz, eu fico curioso pra saber qual é o cheiro de gambá. Sério mesmo. Cheiros são uma das únicas coisas que não dá pra se reproduzir eletronicamente ainda, então a gente só ouve falar. Também fico curioso com o famoso Chanel nº 5. Mas acho que esse é bem mais fácil de descobrir, rs… Agora, falando em sistemas contra ladrões, será que já existe algum dispositivo portátil de pulso eletromagnético, de preferência barato e que não dê câncer? Seria bacana pra usar naqueles manés que passam de carro com o som no último volume…
Tinha um site que estava vendendo armas de PEm, mas acho que fechou. (FBI, é você?)
Malditos federais, sempre acabando com a diversão… Ouvi dizer que tem uns malucos que desenvolveram um projeto Do-It-Yourself de um, usando um forno de microondas velho. Deve levar uns 5 anos de vida do sujeito a cada vez que é ligado.
Mas agora que eu tô lembrando direito, acho que foi vc mesmo quem disse isso em algum post antigo…
kkkkkkkkkkkkkk, gostei muito da ideia do gás.
Mas a a do assento explosivo também é muito boa. Sobre ser vítima do seu próprio invento é só ter um dispositivo de desarme com senha e temporização. Dá pra salvar a rodela, eheheheheheh…
Já eu não suporto o cheiro da buchada de bode… rs
Vamos juntar um vidro desta eca e jogar no Congresso e no Palácio da Maldade kkkkkkk
O congresso nacional anda tão imundo que só vamos sujar o cocô fazendo isso.
Adorei a ideia, Philipe! Se for concretizada, quero comprar. Melhor que a bomba sônica que coloquei no meu carro (quatro daquelas sirenes de alarme voltadas para o interior do veículo…) e que um dai esqueci de desligar antes de dar partida… uiiii!!! kkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Alem disso, como ficaria escondido não tem como uma blitz pegar e o ladrão provavelmente não vai dar queixa.