Meu filho estava vendo jornal comigo outro dia, abraçadinho como ele gosta, e então veio a tal notícia que o Putin já ameaça agora atacar a Polônia já com o discursinho de que uma área da Polônia pertencia a mãe União Soviética e nhé, nhé, nhé.
O presidente russo ainda disse que a Polônia deve parte do próprio território a Joseph Stalin, que libertou o país da ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial. Putin também acusou a Polônia de querer aproveitar a guerra para tomar território da Ucrânia.
Só que diferente da Ucrânia onde ele vem cagando como ele bem entende, na Polônia que é membro da OTAN isso é pedir para tomar bem no olho do cu dele para escalar o conflito a um ponto onde armas nucleares com certeza irão ser usadas, porque nenhum membro da OTAN é atacado sem o contra-ataque de todos os demais membros e Putin parece estar querendo “pagar para ver”.
Davi me perguntou então qual seria o tamanho da merda que ia dar. Eu por um minuto me liguei que essa duvida dele aos dez anos era a minha exata duvida na mesma idade, quando lá nos anos 80 assisti na televisão o filme Day After. (completo para você desfrutar no fim do post) Naquele tempo uma cagada nuclear era sempre um fantasma permanente na nossa cabeça e se falava isso nas escolas.
Mas afinal qual seria o tamanho da merda?
A revista Time simulou um apocalipse – uma guerra nuclear entre a Rússia e os Estados Unidos:
quando um lado do conflito lança mísseis nucleares, o outro os detecta e contra-ataca antes que atinjam seus alvos. Um submarino americano lançará mísseis balísticos do oeste da Noruega.
Eles chegarão à Rússia em cerca de 10 minutos.
E mísseis russos do norte do Canadá atingirão os EUA em alguns minutos. Os primeiros golpes – pulsos eletromagnéticos de alta frequência – fritarão os sistemas eletrônicos e de energia, o impulso eletromagnético será de dezenas de milhares de volts por metro. Isso vai ferrar com todo o sistema de comunicações mundial na esfera civil. os sistemas militares estão preparados para isso desde os anos 90.
Os próximos ataques atingirão pontos de comando e controle, bem como silos subterrâneos de mísseis. Mísseis balísticos intercontinentais baseados em terra chegarão em meia hora. As megacidades serão os alvos principais. Cada explosão criará uma bola de fogo – tão quente quanto a superfície do sol. Isso significa pessoas volatizando, isso é, passando do estado solido para o gasoso, sem nem mesmo derreter.
Uma nuvem radioativa em forma de cogumelo aparecerá atrás dela. Essas explosões poderosas incinerarão as pessoas ao redor e tudo será engolfado pelas chamas. A expansão da bola de fogo causará uma onda explosiva que danificará as construções, destruindo as próximas. Grã-Bretanha e França têm arsenais nucleares e são obrigados pelo Artigo 5 da Carta da OTAN a defender os EUA. Portanto, a Rússia também os atacaria, mas a esse momento todas elas já meteram os mísseis no Putin e praticamente não vai ter mais Moscou e sim uma enorme e fumegante cratera e escombros lá. Mas muitos dos misseis da Rússia não saem da capital e sim de outros lugares espalhados pelo vasto território do país.
Alguns deles podem vir a ser interceptados, mas muitos não serão, porque esse conflito vem sendo desenhado desde os anos 60, de modo que se for o tudo ou nada, vai ser “tudo”. O volume nuclear lançado de uma só vez será indescritível. E isso é algo automatizado, via “gatilho do homem-morto”
Tempestades de fogo engolem muitas cidades. As emissões de carbono negro das tempestades nucleares levarão a um terrível inverno nuclear.
Uma metrópole como Moscou, com 50 vezes a população de Hiroshima, poderia produzir muito mais fumaça. Uma tempestade de fogo soprará uma nuvem de fumaça preta na estratosfera. E estará muito acima de qualquer nuvem que possa arrastá-la.
A chuva radioativa irá cair por toda a Europa. Toda a agricultura vai para o saco na sequencia.
Enquanto isso, a Terra é engolfada por um frio arrepiante. Provavelmente o efeito será cumulativo, desencadeando o próximo grande período chamado de Era do Gelo – que geologicamente sabemos que está atrasado (talvez só o que impeça seja o aquecimento global causado pelo homem, mas isso é especulação pura).
Mesmo no verão a temperatura do planeta baixará num nível congelante. Com o caos social que se instalará e a pobreza mundial decorrente do conflito, haverá fome e mais mortes. Com a fome se alastrando e a comida sumindo, as pessoas começarão a se comportar como animais. A lei do mais forte irá imperar. O canibalismo poderá ser a única saída de muitas pessoas.
O mar estará venenoso por muitas décadas. Boa parte dos sobreviventes dos hemisférios norte e sul migrarão – muitos à força – para o equador que será onde a vida ainda pode ser possível (por pouco tempo)
De acordo com um estudo científico recente, mais de 5 bilhões de pessoas provavelmente irão morrer de fome. Incluindo aproximadamente 99% da população dos EUA, Europa, Rússia e talvez China (a depender do que ela fará quando der o caos).
E o Brasil?
Nós, como conseguimos estar como “os amigos de todo mundo”, estaremos vendo a desgraça de camarote. Mas isso vai nos afetar também. A Austrália e países da África sobreviverão ao primeiro caos, porque não possuímos armas nucleares e não estamos diretamente na treta.
Mas… É muito cedo para comemorar. O inverno nuclear atingirá a todos. Assim como a radiação será trazida para cá pelas correntes de ar. Iremos ter que receber as pessoas sobreviventes do norte e do sul. Nossa agricultura é pujante, mas depende da luz do sol e de chuvas. Com inverno nuclear durando no barato algumas centenas de anos, vamos perder toda a produção agrícola. Todos os países perto do equador vão superlotar apenas para ter pessoas famintas morrendo dia após dia, em caos social. Portanto, talvez nós ainda invejaremos aqueles que morreram em um incêndio nuclear instantaneamente.
Obviamente, não sabemos quantas pessoas sobreviverão a uma guerra nuclear de tais proporções. Se for remotamente tão terrível quanto os cientistas pensam, então não há vencedores nisso.
Só Perdedores.
DAY AFTER
https://youtu.be/utGRP9Zy1lg
Velho, esses assuntos me deixam numa terrível ansiedade. Li o livro “Nunca” de Ken Follet, e nele mostra uma escalada de agressões, primariamente, ente China e Estados Unidos, e seus aliados. Te confesso, que mesmo não sendo um livro do gênero “terror”, me deixou com medo demais.
É surreal pensar que estamos tão próximos do fim de tudo como conhecemos.