Em 1582, os dias 5 a 14 de outubro não existiram no papel.
Tudo graças ao Papa Gregório XIII e seu novo calendário, nomeado, não à toa, “gregoriano”.
Para reorganizar a folhinha em compasso com as estações do ano e introduzir o novo sistema, no lugar do calendário juliano, o pontífice eliminou 10 dias de outubro.
Posto assim parece que Sua Santidade simplesmente limou uma dezena de dias sem pensar!
Não. Amparado por uma comissão comandada pelo astrônomo jesuíta Christopher Clavius e pelo físico Aloyisius Lilius, e que se debruçou por quase 5 anos sobre o tema, Gregório XII assinou a bula Inter gravíssimas, retirando os dias do calendário.
Então, a quinta-feira, dia 4 de outubro de 1582, foi imediatamente seguida da sexta-feira, 15 de outubro, compensando um desequilíbrio temporal acumulado por séculos com o calendário estabelecido por Júlio César, 46 anos antes do nascimento de Cristo.
“Tudo isso aconteceu porque o ano da Terra tem cerca de 11 minutos a menos que os 365 ¼ dias estabelecidos por Júlio César. São realmente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Se o desarranjo se mantivesse, a Páscoa acabaria celebrada no verão e o Natal na primavera [no hemisfério Norte]”, escreve a revista Wired.
Em 1752, os britânicos viveram uma “aventura” semelhante. Foram para a cama no dia 2 de setembro e só acordaram no dia 14!