Os nazistas fizeram um filme do Titanic

A obra que também naufragou nos cinemas

Os nazistas fizeram um filme chamado Titanic, sabia?

Em 1943, um filme de paródia do famoso “Titanic” foi feito pelos nazistas. Era um filme de propaganda alemão feito durante a Segunda Guerra Mundial pela Tobis Productions para a UFA. No entanto, não é isso que é gump no caso. A maior parte do filme foi registrada no porto báltico de Gotenhafen, a bordo do SS Cap Arcona, um navio de passageiros que foi afundado de verdade, alguns dias antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Isso resultou na perda de vidas mais de três vezes maior do que no próprio Titanic! Bizarramente, parece que ninguém sabe sobre isso.

Para ir ainda mais longe…

Titanic foi a produção alemã mais cara até então, custando mais de 4 milhões de reichsmarks (o equivalente a quase duzentos milhões de dólares na moeda atual). A estreia deveria ocorrer no início de 1943, mas o teatro que ia passar o filme foi bombardeado por aviões da Força Aérea Real na noite anterior ao grande evento e o filme flopou nas aguas turvas do esquecimento.

Mas ainda assim, ele acabou sendo proibido pelos próprios nazistas logo depois.

O poster do filme

Isso ocorreu porque o Titanic Nazista fazia a alegoria da perda do navio especificamente sobre a avareza britânica em vez de, como a maioria das releituras do Titanic fazem, sobre arrogância e presunção humanas em geral. Isso se encaixa com outras obras de propaganda antibritânica da época, como “My Life for Ireland” e “Der Fuchs von Glenarvon”.

O efeito pretendido foi minado pelas cenas de pânico e desespero britânico e francês. Cenas de passageiros da terceira classe separados por membros da tripulação e procurando desesperadamente por seus entes queridos através de portões trancados e uma cerca de arame tinham uma semelhança forte com o que estava acontecendo nos campos de concentração alemães naquela época. Isso contribuiu para que o filme fosse proibido por Goebbels dentro da Alemanha.

Se você acha que Goebbels só proibiu, espere só para saber que ele também andou “liquidando faturas” no elenco.

A história do filme

A bordo do SS Cap Arcona, o navio que eles usaram para parecer o Titanic, estavam varios prisioneiros judeus. O navio foi afundado alguns dias antes do fim da Segunda Guerra Mundial pela Royal Air Force em 3 de maio de 1945, com perda de vidas mais de três vezes maior do que no Titanic real, como eu disse. Na ocasião, ele estava cheio de prisioneiros judeus que os nazistas colocaram lá na esperança de que o navio fosse JUSTAMENTE destruído pelos britânicos. Ou seja, foi de propósito.
As cenas com os botes salva-vidas foram filmadas também no Mar Báltico e algumas das cenas internas foram filmadas no Tobis Studios.

Titanic enfrentou muitas dificuldades de produção, incluindo um choque de egos, enormes diferenças criativas e frustrações gerais de guerra. Após uma semana de filmagens problemáticas no Cap Arcona, Herbert Selpin convocou uma reunião de crise onde fez comentários pouco lisonjeiros sobre os oficiais da Kriegsmarine, que estavam mais preocupados em molestar as mulheres do elenco do que em fazer seu trabalho como consultores marítimos do filme.

 

Seu amigo próximo e coautor do roteiro, Walter Zerlett-Olfenius, o denunciou à Gestapo e Selpin foi imediatamente preso e interrogado pessoalmente por Joseph Goebbels, que era a força motriz por trás do projeto Titanic. Selpin, no entanto, não se retratou de sua declaração — algo que enfureceu Goebbels, já que o Ministro da Propaganda havia depositado sua confiança em Selpin para dirigir seu épico de propaganda.

Vinte e quatro horas após sua prisão, Herbert Selpin foi encontrado enforcado em sua cela, um acontecimento que foi considerado suicídio.

No entanto, na realidade, Goebbels havia providenciado que Selpin fosse enforcado e que sua morte fosse enganosamente considerada um suicídio no melhor estilo Vladmir Herzog.

O elenco e a equipe ficaram furiosos com a tentativa de ofuscar o assassinato óbvio de Selpin e tentaram retaliar, mas Goebbels os rebateu emitindo uma proclamação afirmando que qualquer um que rejeitasse Zerlett-Olfenius responderia a ele pessoalmente, ou seja, “iria de arrasta”, ia “comer capim pela raiz”.

O filme inacabado, no qual os custos de produção estavam saindo do controle, foi finalmente concluído por um Werner Klingler não creditado.

 

 

A estreia deveria ocorrer no início de 1943, mas o teatro que abrigava a cópia da resposta foi bombardeado por aviões da Força Aérea Real na noite anterior ao grande evento. O filme teve uma estreia respeitável em Paris em novembro de 1943 “onde foi surpreendentemente bem recebido por seu público” e também foi bem exibido em algumas outras capitais da Europa ocupada pelos nazistas, como Praga. Mas Goebbels proibiu sua exibição na Alemanha por completo, afirmando que o povo alemão — que naquele momento estava passando por bombardeios aliados quase noturnos — estava menos do que entusiasmado em ver um filme que retratava morte em massa e pânico. A desculpa foi até boa e convincente.

Titanic foi redescoberto em 1949, mas foi rapidamente banido na maioria dos países ocidentais por ser uma obra nazista. Logo após a guerra, o filme, dublado em russo, foi exibido em todo o Bloco Oriental como um “filme troféu”. Após a década de 1950, Titanic voltou à obscuridade, às vezes exibido na televisão alemã. Em 1992, uma cópia VHS censurada e de baixa qualidade foi lançada na Alemanha. Esta versão excluiu as cenas de propaganda mais fortes, o que diluiu imensamente seu conteúdo controverso. Finalmente, em 2005, Titanic foi completamente restaurado e, pela primeira vez, a versão sem censura foi lançada em uma edição especial em DVD pela Kino Video.

Estranha coincidência

Falando em Titanic, uma das outras curiosidades mais estranhas que eu conheço sobre o famoso navio inafundável é que 14 anos antes do Navio Titanic afundar, Morgan Robertson escreveu um livro sobre um navio que naufragava. Esse navio era descrito como “inafundável”. Então ele acelera demais e bate num iceberg a 22,5 nós. E assim ele enche de água e afunda no Atlântico Norte, a 400 milhas de Newfoundland.

A única diferença do livro desse cara para o que ocorreu com o Titanic sabe o que era? O Titanic estava a 25 nós. TODO O RESTO É igual. E sabe qual era o nome do navio do livro de Robertson? “Titan”!
Tudo ocorreu exatamente como no livro, escrito 14 anos antes.

Louco demais, né?

Bom, é isso. Esse post é só pra alimentar mais uma história na mesa de bar. Pergunte aos seus amigos se eles sabiam do Titanic do Hitler, depois manda vir ler aqui.

fonte

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

Artigos similares

Comentários

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimos artigos

Flavius Josephus e o pum mortal

Zumbi Booktrailer

O Crânio Booktrailer

A casa-bunker

Os melhores filmes dos anos 80 – parte2

714
Há um tempão atrás, precisamente no dia 14 de abril do ano passado, eu fiz um post em que compilei um monte de filmes dos anos 80. O post em questão, chamei de "Os...

Paranormalidade: Ex-Medium da CIA encontra corpo de criança com visão remota

2
Casos intrigantes ou meras coincidências? Esses relatos mostram que ainda não conhecemos os limites da percepção humana

A Incrível História de Jacobo Greenberg e o Mistério do Mundo Paranormal

6
Como um dos cientistas mais célebres do México desapareceu sem deixar vestígios após concluir que estamos na MATRIX

Miniaturas que custam mais caro que carros de verdade

0
Essas miniaturas incríveis vão te chocar pela absoluta precisão e qualidade, mas também pelo seu preço. Seu valor é de um carro real.

Estuprada pelo poltergeist: O caso paranormal de Doris Bither

1
As manifestações sobrenaturais perseguiriam implacavelmente aquela família desajustada e os cientistas não podiam fazer nada para impedir