Papo estranho: Legalizando a engenharia reversa em ufos

Durante muito tempo, toda a conspiração envolvendo possíveis espaçonaves extraterrestres, os vulgos discos voadores, foi um assunto tratado com piada e indiferença. As pessoas que acreditassem em discos voadores já eram alvos de chacota. Quem ousasse suspeitar que esses objetos abatidos ou danificados de alguma forma fossem resgatados e levados para estudos, eram claramente malucos alucinados.

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“Discos voadores não existem. Área 51 e engenharia reversa em naves são ideias de pessoas perturbadas.”

De fato, das afirmações acima, pelo menos uma é a mais pura e cristalina verdade: Area 51 e engenharia reversa são ideias de pessoas perturbadas. Pelo menos do ponto de vista psicanalítico, todo mundo é “perturbado” em algum grau por alguma coisa.

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A área 51: Tentar entrar lá pode causar a morte. Há placas dizendo que o estado vai te assassinar se vc tentar.

Historicamente, a área 51 é um local de desenvolvimento de tecnologias aéreas militares, com o proposito de pesquisa e desenvolvimento. Sabemos que há níveis de sigilo governamental imposto aos funcionários dessa instalação, devido à natureza secreta dos trabalhos ali desempenhados.
A história da coleta e análise de destroços “peculiares” ufológicos parece ter começado com o incidente de Roswell.

Ao que parece, quando os militares finalmente botaram as mãos naquilo, surgia o problema mais básico: “Onde guardar essa merda?”

Inicialmente, após encontrado por um cara que já havia encontrado partes de balões antes e jurou que o que ele achou não era balão e segundo disse era algo “muito além de uma bomba”, e após toda a farsa de acobertamento com a história do balão do projeto Mogul, para disfarçar o vazamento inicial, os destroços foram recolhidos e levados para um hangar em Fort Worth. Os destroços anos depois, iriam encontrar seu lugar no subterrâneo junto a outros em melhor estado.

A criação de um local apropriado teria sido uma medida providencial, uma vez que vazariam relatos de outros acidentes posteriores para as mãos ávidas dos ufólogos. Muito se discute se há tantas naves caindo ou sendo derrubadas, e essa é uma discussão perene na ufologia. Alguns casos que ate então foram apontadas como invenções como o caso aurora e o Caso Aztec, poderiam ser reais? Não sei, mas no caso Aztec, seria inclusive um muito oportuno, por ter ocorrido ali no Novo México (sempre confundido com o caso Roswell) envolveu a morte de toda a tripulação da nave de 16 criaturas,  com o disco de 30 metros em solo, aparentemente intacto (Caso Aztec) .

e ganhou força com as declarações do Bob Lazar, um homem que alegava ser um físico que trabalhou diretamente na tentativa de entender como diabos aqueles ufos funcionariam dentro da instalação.
A história do Bob Lazar é enorme, e há os que acreditam nele e há os que desacreditam, e há documentários interessantes sobre isso que eu recomendo, bem como este episodio do Hangar 18 é bem interessante de ouvir também.

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A área 51 – Segundo Bob Lazar as investigações de UFOs não eram aqui, mas em outra instalação secreta oculta sob as montanhas.

O fato é que Bob trouxe um detalhe novo à conspiração da engenharia reversa nos ufos, que foi: “o S4 -Groom Lake”. que seria onde efetivamente as coisas quentes estavam acontecendo, e que não era na área 51 que todo mundo conhecia. Segundo a historia de Lazar, o governo teria usado o “orçamento negro”  (um ralo monumental de dinheiro que some todo ano em atividades secretas) ao longo de décadas para discretamente escavar nas montanhas circundantes à base em Nevada, um complexo subterrâneo – que faz um puta sentido, na medida em que hoje basta um satelitezinho mostrando tudo do céu para o inimigo – disfarçado nas montanhas onde esses objetos estavam armazenados e sendo estudados. Em paralelo, a base seguia seu dia-a-dia comum de testes de aviões, testes de radar e etc. As pessoas de uma unidade não tinham contato com as de outra e uma forte condição de monitoramento era levantado ao redor dos funcionários, com escutas e vigilância constante sobre eles para determinar os riscos de vazamento.

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Bob Lazar: O homem que botou a engenharia reversa na roda

Bob pagou um preço bem caro por suas revelações, (descrédito público, ridicularização, ameaças e tentativas de assassinato) mas manteve-se firme em suas alegações até hoje, mesmo com coisas incomuns acontecendo com ele, como no dia em que iria participar do documentário ter sua casa invadida pelo FBI em busca de “uma nota fiscal de produtos químicos de dois anos atrás”.

FBI invade casa de Bob Lazar antigo trabalhador da Area 51 procurando por Material de tecnologia alienigena | Polêmica | aliens, area 51, bob lazar, discos voadores, Elizondo, extraterrestres, pentágono, S4, Uapi, ufo, ufologia

A pessoa tem que ser muito tapada para acreditar nas versões oficiais onde o FBI vai invadir a casa de um cara desse e dar uma varredura completa nela em busca de uma nota fiscal de produto químico. Sei.  Lazar contou sobre o episodio na época:

Eles entraram e disseram ‘haverá alguns outros chegando, só temos algumas perguntas para fazer’. Mas a rua e a casa estavam cheios de agentes. Eles disseram que estavam procurando por alguma documentação de dois anos atrás sobre um cliente que encomendou algum material tóxico. Eles poderiam ter acabado de ligar – foi muito acima do topo.

Lazar afirma que a agência governamental estava, de fato, procurando por algo chamado Elemento 115, uma substância química usada para acionar naves alienígenas, que quando Lazar falou sobre ela, era uma impossibilidade física, que anos depois, ora vejam só… Russos conseguiram produzir, mas que em sua versão produzida em laboratório é extremamente instável, enquanto as quantidades desviadas das naves acidentadas eram estáveis. Nos anos 90, havia rumores de que Lazar havia conseguido roubar amostras das instalações ultra-secretas, mas ele se recusa sequer a discutir essas especulações. (se eu estivesse com o meu na reta, tb recusaria)

De fato, creio que não saberemos realmente se Bob Lazar fez tudo que alega ter feito, como entrar nas naves e tentar entender como elas funcionavam, ao ponto de testemunhar naves sendo operadas por agentes da instalação, isso é, voando no perímetro (o que ele conseguiu inclusive registrar em video, levando ate convidados para ver).

luis elizondo trabalhou no pentagono e vai lancar livro sobre ovnis | Polêmica | aliens, area 51, bob lazar, discos voadores, Elizondo, extraterrestres, pentágono, S4, Uapi, ufo, ufologia
Luis Elisondo: Ex-espião, chefe do programa secreto de investigação de Ufos do Pentágono. -Fatos Admitidos pelo governo.

Mesmo assim, essas evidências não foram consideradas suficientemente concretas, e o que temos são mais alegações que provas conclusivas de que o Governo dos Estados Unidos estava estudando ufos durante as décadas de 50, 60, 70, 80 90 e hoje ainda.
Nesse meio tempo, é claro que  tivemos outras pessoas vazando fatos. Ex-agentes, ex-militares, ex-funcionários de segurança, e até mesmo gente de alto escalão apareceram para dar sua palavra de que os EUA estudava o assunto.

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Até o Phil Schneider falou sobre naves sendo estudadas lá. Lembra dele? Veja ele assassinado aqui.

 

Ainda assim, o eficaz sistema de ridicularização do assunto, trabalhava de maneira certeira na tentativa de não “jogar muita água fora da bacia”. A posição oficial é que nada disso existe e não passa de uma lenda urbana dinamizada pelo advento da tecnologia, bolhas de pensamento e etc e tal.

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A coisa seguiu nessa toada até mais ou menos alguns anos atrás quando o assunto voltou à baila com uma matéria do New York Times, onde Luis Elisondo, um funcionário militar do Pentágono liberava videos registrando ufos por equipamentos militares. Os ufos ganhariam um novo apelido – para tentar descolar do nome que as campanhas de difamação tornaram quase pejorativos, e agora eram chamados de UAPI.
Nesse momento ocorreu o que pareceu ser uma “quebra”. Segundo Elisondo, o Governo dos EUA está dividido. Uma parte influente deseja manter tudo em segredo e outra acredita que o mundo chegou num ponto onde manter o segredo é algo ridículo e custoso.
Seja como for, a aparição do centro de estudos sobre UAPIs pelo governo expôs de maneira absolutamente indelével o fato que todo mundo sabia: O governo mente.
Não se gasta nem um único centavo de dólar para estudar algo que não exista. Se gastam milhões, se há registros de radar, de solo, de aeronaves, filmagens em FLIR e etc, sós e pode concluir uma única coisa:

“A verdade está lá fora”

Agora um novo prisma dessa empolgante sucessão de fatos, que realmente parecem ter saído da mente fértil do Chris Carter, está ocorrendo.

Surgiu uma admissão de engenharia reversa?
Tecnicamente, tudo continua sob o manto de mentiras desavergonhadas sobre o assunto, que estimulam toda uma mecânica que incentiva pessoas curiosas a investigar por conta própria em busca de saber a verdade, mas recentemente, o que parece ser uma tentativa de dar uma “legalizada” nas atividades da S4, apareceu.

Como podemos ver aqui e aqui, o Congresso Americano está “querendo montar um grupo” de investigação de potenciais destroços “que venham a surgir” para fazer engenharia reversa nos UAPs que possam ser abatidos.

Nada mal para algo que ate então vinha sendo tratado com o bordão do Padre Quevedo: “Esso non ecziste”, né?

Segundo a matéria do Military.com uma das fontes jornalísticas mais serias do mundo sobre assuntos militares, os legisladores também querem que especialistas científicos e técnicos analisem dados sobre  o que os militares chamam de fenômenos aéreos não identificados, ou UAP, bem como quaisquer materiais recuperados ou efeitos médicos, de acordo com o texto do projeto de lei anual de autorização de defesa.

Efeitos médicos podem ser análises de corpos de tripulantes.

Segundo a matéria, o projeto de lei exige que todos os resultados sejam coletados sob um novo escritório conjunto da UAP e entregues ao Congresso em relatórios anuais e briefings semestrais aos comitês de defesa, marcando a legislação UFO mais significativa já aprovada nos EUA após encontros de alto perfil com objetos desconhecidos relatados pela Marinha .

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Cena da série Taken: A ideia de que Militares estudam em segredo objetos vindos de outras civilizações está amplamente disseminada em livros, jogos, filmes e fortemente arraigada na mitologia da conspiração extraterrestre. Isso é absolutamente inegável. Resta saber se “onde há fumaça, há fogo”. O artigo da Military.com parece indicar que sim.

 

“Proteger nossos interesses de segurança nacional significa saber quem e o que está voando no espaço aéreo dos EUA”, disse o deputado Ruben Gallego (D-Ariz.), Um patrocinador da legislação, em um comunicado ao Military.com. “No momento, nosso sistema de rastreamento e identificação de UAPs está espalhado por todo o Departamento de Defesa e outros departamentos e agências do governo federal.”

As medidas expansivas vêm apenas duas semanas depois que o Pentágono anunciou um novo grupo com o objetivo de coletar e analisar incidentes UAP, enviando uma mensagem clara de que o Congresso considerou que a resposta do departamento foi inadequada.

A Marinha confirmou a autenticidade de três vídeos infravermelhos mostrando objetos desconhecidos gravados durante exercícios de treinamento fora de San Diego em 2004 e na costa leste em 2015. Nos últimos quatro anos, pilotos de caça a jato e membros da tripulação disseram publicamente que testemunharam manobras inexplicáveis , incluindo um objeto em forma de “Tic Tac” sem meios visíveis de propulsão e um cubo voador dentro de uma esfera.

As teorias sobre UAP variam de drones ou aeronaves não tripuladas construídas pela China ou Rússia a visitantes extraterrestres ou interdimensionais.

A nova legislação para coletar e analisar dados sobre tais incidentes foi patrocinada em projetos de lei separados por Gallego e Sen. Kirsten Gillibrand (DN.Y.), e foi co-patrocinada pelo Sens. Marco Rubio (R-Flórida), Roy Blunt (R- Mo.), Martin Heinrich (DN.M.) e Lindsey Graham (RS.C.).

Além dos investigadores de campo de resposta rápida, o Congresso também deseja que o Pentágono e a comunidade de inteligência criem um plano científico para compreender a UAP que exceda o “estado da arte conhecido em ciência ou tecnologia”.

O projeto de lei diz que a informação poderia ser usada para justificar pedidos de financiamento no futuro para “replicar tais características avançadas e desempenho” – ou fazer engenharia reversa dos UAPs.

Incidentes em torno de instalações nucleares também merecem atenção especial.

O Congresso nunca antes aprovou uma legislação sobre OVNIs, e certamente nada perto do escopo da linguagem do projeto de defesa, disse Douglas Dean Johnson, um pesquisador que acompanha de perto os desenvolvimentos relacionados aos UAPs no governo, e que relatou extensivamente sobre as propostas de Gallego e Gillibrand.

“Eu procurei e acho que você não encontrará nada. Você encontrará casos em que o Congresso se engajou em discursos sobre o assunto”, disse Johnson.

Iniciativas famosas de OVNIs da década de 1940 até a década de 1950, como o Projeto Blue Book, da Força Aérea , e o relatório Condon, deflagrado durante uma audiência do comitê do Congresso, foram feitas sem qualquer legislação.

Décadas depois, os militares devem embarcar em um novo estudo de objetos voadores, mas o projeto de defesa deixa claro que não será nos próprios termos do Pentágono – e que muitas das descobertas serão compartilhadas com o Congresso.

Em junho, a vice-secretária de Defesa Kathleen Hicks ordenou que o Pentágono criasse seu grupo UAP no mesmo dia em que o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional divulgou um relatório há muito aguardado sobre os encontros militares. Esse relatório encontrou 80 incidentes de objetos desconhecidos capturados por vários sensores e 18 avistamentos de objetos que mostraram características de voo incomuns.

O relatório da ODNI concluiu que o UAP pode representar uma ameaça à segurança nacional. “Análises adicionais rigorosas [sic] são necessárias por várias equipes ou grupos de especialistas técnicos para determinar a natureza e a validade desses dados”, disse o relatório.

O Pentágono disse que seu novo grupo de monitoramento e análise, chamado Grupo de Identificação e Sincronização de Gerenciamento de Objetos Aerotransportados, ou AOIMSG, seria uma forma mais organizada de coletar e analisar os relatórios. 

 

Dessa forma, podemos inferir alguns aspectos: 1- É estranho gastar grana para montar uma operação de engenharia reversa em algo errático que nem se sabe se voltará a acontecer, de modo que isso me soa mais como uma “legalizada” na S4 , e por tabela, indicando que os EUA já estão de posse de alguma coisa.
2- A conversa fiada de sempre de vamos pegar um dinheiro aqui do contribuinte pra isso, mas vamos dar relatórios do que descobrirmos. Confia!

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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