Pele de polvo artificial permitirá a camuflagem de invisibilidade

Há pouca duvida sobre qual seria o personagem de ficção com a melhor camuflagem. Em primeiro lugar estaria O Frodo Bolseiro usando o anel do Sauron, em segundo lugar no pódio dos invisíveis, Harry Potter com a capa da invisibilidade e certamente em terceiro estaria o predador e sua invisibilidade imperfeita, mas completamente eficaz em ambientes ruidosos como desertos, montanhas, florestas e cidades.

No mundo real, temos diversos animais que poderiam nos dar aula de “invisibilidade”. Um desses grandes mestres do disfarce é o polvo.

Há quem veja o inicio deste video e pense que é efeito especial, tamanha a habilidade do bicho em sumir de vista.
A dura competição pela sobrevivência na natureza aperfeiçoou o dispositivo de camuflagem de muitos animais, sobretudo dos animais marinhos, como polvos e chocos, que tem a fantástica habilidade de mudar a cor da pele, a fim de se misturar com os seus arredores.

Inspirados por esses habitantes do mar, uma equipe interdisciplinar de pesquisadores vem projetando um novo material sintético termo-sensível que consegue mudar de cor quando exposto à luz.

O dispositivo consiste de uma pele flexível que os investigadores descrevem como sendo semelhante a uma folha de pixels dispostos em uma espécie de grade. Os “pixels” são pretos à temperatura ambiente, mas podem mudar para branco e tons de cinza conforme a luz os atravessa, estimulando diodos que elevam a temperatura dos pixels ligeiramente.
A pesquisa ainda está em sua fase inicial, mas poderá conduzir a um material que poderia ser usado para cobrir veículos militares, e até soldados, fundindo-os com os arredores de uma forma como nunca foi possível até agora.
A grande vantagem desse tipo tecnológico de camuflagem militar, é que a camuflagem atual é muito efetiva para ocultar um soldado num determinado tipo de paisagem apenas. Mas se o combate muda de um lugar para outro, aquilo que antes ajudava um soldado no deserto, faz com que ele vire um alvo fácil na neve, por exemplo. Com o novo tipo de camuflagem, ele literalmente se fundirá com os arredores como um camaleão.

Consegue encontrar o sniper? Clique na imagem para achar
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O painel de estudos desse novo tipo de material nos permite dar uma espiada em como o dispositivo de camuflagem do futuro poderia funcionar. Os pesquisadores dizem que a capacidade de replicação de padrões será bastante ampliada à medida em que a tecnologia se desenvolve.

“Isto é, não significa um sistema de camuflagem destacável, mas é um bom ponto de partida”, disse John Rogers, um dos principais autores da pesquisa, publicada esta semana no Proceedings of the National Academy of Sciences disse National Geographic .

Esta placa é uma tentativa de entender como os cefalópodes como polvos, lulas e chocos conseguem usar sua pele para comunicação e também para se misturar aos arredores. Pesquisadores da Harvard School of Engineering and Applied Sciences descobriram que o choco -como os demais cefalópodes, usa um sistema complexo de leucóforos, iridóforos, e cromatóforos para dispersar respectivamente luz, alterando seu pigmento, que em suma permite que o animal se misturar em seus arredores.
Veja uma lula excitando alguns cromatóforos em sua pele:


As lulas mudam de cor rapidamente quando os músculos em torno dos cromatóforos se expandem. Quando ocorre contração, o pigmento torna-se mais denso e com cores mais fortes e quando ocorre o relaxamento a cor torna-se mais fraca ou pode desaparecer. Em um grande volume, isso funciona como se fossem pixels se acendendo numa tela.
Os chocos então, são hábeis na arte do pisca-pisca corporal. Assombre-se:

Segundo os pesquisadores, seu painel de pesquisa de camuflagem replica os elementos-chave da pele de um cefalópode, para salvar os iridóforos e órgãos oculares. A camada superior da pele sintética é constituída por células preenchidas com o corante sensível ao calor, que imita os chromatóforos. A camada inferior, usa um pedaço fino de prata para criar um fundo branco, muito parecido com os leucóforos.
Detectores de luz nos pixels dizem aos diodos elétricos nos painéis iluminados pela prata para se aquecer, o que faz com que o corante mude de preto para o transparente, fazendo-os parecer brancos. O dispositivo reage ao estímulo com uma rapidez impressionante, mudando de cor em apenas uma questão de segundos, mas ainda está muito longe de ser tão rápido quanto a pele do cefalópode, que tem uma dianteira de alguns milhões de anos de evolução.

[wp_ad_camp_5] A busca por um sistema que torne a camuflagem similar a pele de um camaleão ou polvo é só um dos caminhos que vem sendo pesquisados na busca da “Invisibilidade”. Outras abordagens recentes envolveram a refração de espectros específicos da luz. Embora estes métodos têm se mostrado eficazes em testes de laboratório, eles têm alguns problemas. Por exemplo, por apenas anulando uma estreita faixa do espectro eletromagnético, o efeito cumulativo de todas as bandas descobertas poderia realmente fazer um objeto parecer mais brilhante ao invés de fazê-lo sumir.

O uso de corante sensível ao calor para combinar entorno de um objeto pode conseguir resolver estes problemas mais rapidamente, embora o momento em que isso deixará de ser pesquisa e virará um produto certamente ainda está distante. Os pesquisadores ainda têm de descobrir como produzir mais cores do que apenas o preto, branco e o cinza. O fato é que há uma corrida pela invisibilidade. Sabe-se que atualmente China está com 40 frentes de pesquisa em paralelo justamente nesta área e o Japão também está na corrida, com mantos invisíveis já operacionais.
20090723-AB-19-Invisibility Breakthrough for Japanese Researchers

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Precisei salvar a imagem no celular para ter certeza que eu não estava louco, rs. Não tem sniper na imagem até ampliá-la, são duas imagens diferentes, rs.

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