Pérolas do facebook, ou ignorância é cultura

Rapaz, fico impressionado como que esse negócio de internet é bacana mesmo. Todo dia eu me surpreendo com alguma coisa nova. Mas hoje bateu o recorde. Eu percebi que com o advento das redes sociais onde cada palhaço fala a batatada que quiser, chegamos no ponto em que um paradoxo deixou de sê-lo.

Ignorância é cultura

Sério, ignorância é cultura. Isso se tornou um fato completamente irrefutável quando me deparei com a seguinte pérola facebookiana:
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Já vi gente falando merda de todo tipo, é claro. Não sou exatamente um novato nessa joça aqui, que uso desde os BBs, onde naquele modem de 2400bps, você torcia para a fotinho pornô ser gravada em JPG progressiva, hehehe. Mas tenho que admitir que a coisa tem ficado mais “complexa” com o passar dos anos.

O mundo surtou. Hoje tem negro e até judeu lá na Klu Klux Klan, meu!

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Também tem negro na “supremacia branca”:

Negronazista

 

De fato, é curioso que tenha um negro na supremacia branca e vários na klu klux klan, embora não possa ter branco no bloco do Ilê em Salvador ainda.

O Ilê Aiyê, foi fundado em 1974, é o grande destaque dos blocos afro. Tendo como objetivo valorizar a cultura negra, o Ilê não aceita brancos entre seus integrantes e foi responsável pelo que se convencionou chamar de “reafricanização” do Carnaval de Salvador, à medida que trouxe para o desfile itens da cultura africana, como os atabaques, os timbaus, repeniques, instrumentos de percussão que marcam um som que remete aos sons da África.

Além disso, criaram um visual com estampas, uso de búzios, contas e colares típicos da cultura africana. Suas referências foram o movimento o “black power” norte-americano e as lutas para a libertação das colônias portuguesas na África. No seu primeiro desfilo, em 1974, cujo tema era “Mundo Negro”, o refrão cantando já resumia a proposta do grupo: “Somo crioulo doido, somo bem legal, somo bleque pau. Branco se você soubesse o valor que negro tem, tu tomava banho de piche, ficava preto também (…)” (Ilê Ayiê – Paulinho Camafeu) fonte.

 

O povo – principalmente os brancos – podem ficar indignados com este tipo de declaração dessa menina anônima do facebook, quando ela diz que tem nojinho da pele branca, embora alise o cabelo. Há quem certamente irá acusá-la de racismo ao dizer isso. Mas veja, acusar alguém de racismo porque ela diz ter nojo da cor da pele diferente da dela pode mesmo ser racismo? Acho que não. É só idiotice mesmo.

O racismo advém de você IMPEDIR alguém de fazer alguma coisa pela cor de sua pele, como subir no elevador social, ou desfilar num bloco de carnaval na rua porque você tem “uma determinada cor”. Por exemplo, antigamente, um negro não podia trabalhar no cinema, e os papeis de negros eram feitos por brancos pintados de… Preto. Creio que meus amigos negros concordarão que isso era racismo.

 

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Bom pesadelo!

 

Mas no caso da menina, ela só demonstrou preconceito racial.

Ela não disse que os brancos são malditos, canalhas, desgraçados ou preguiçosos. Ela não disse que os brancos são a razão do mundo ser a bosta que é. E nem disse que os brancos deveriam ser exterminados para dar direito apenas aos negros e não brancos de existir, porque a pele não branca é a marca da “perfeição genética”.

O “racismo” começa quando você atribui, qualquer valor que seja, bom ou mal, a ideia de que existe outra raça que não a humana. E ela não disse isso. Ela disse que tem nojo de gente branca. O que é um direito dela. Pode ser estranho? Pode. É estranho? É. Mas veja, tem gente que sente tesão em comer cocô, mermão. Tem gente que vai ao delírio lambendo o olho alheio… Por que diabos uma menina retardada não poderia ter nojo da cor de pele branca, né?

Por exemplo, minha amiga A* tem nojo de banana. Aliás, tem tamanho nojo de banana que ela é capaz de pular da janela se mostrarem uma banana pra ela.  E eu estudei com uma garota que somente a menção a palavra OVO a fazia ter ânsia. Imagina mostrar uma foto! Vai entender essas pessoas?

Eu sou branco. Quer dizer, eu não tenho total certeza que eu sou branco, mas sei que pelo menos quando não pego sol por muito tempo, minha pele fica meio verde e dá mesmo para ver um monte de veias.

Ela não está completamente errada, porque minha imagem refletida no espalho do banheiro não deixa essa menina mentir: Eu sou nojento mesmo, e a Nivea deve ser uma louca de ficar comigo há tantos anos.

Pelo menos tenho ao meu favor que ainda não estou mole e flácido, como o Jabba. Talvez um dia eu chegue lá, mas depois que cortei a Coca-Cola, há uns 4 ou 5 anos atrás, e os refrigerantes todos há uns dois, ficou mais difícil de me “jabbaficar”.

Você pode dizer que essa menina é ignorante de comparar uma pessoa branca com a pele de um girino. Assim que bati o olho, diferente das pessoas que se indignaram, (Alguém disse que ia ser um fuzuê do caralho se fosse um branco falando igual a ela e comparando os pretos afrodescendentes com girinos –  que realmente concordo que ia mesmo)  me espantei foi com a ideia de que possa existir um girino branco.

A ignorância, no caso, era minha. Nunca imaginei que a natureza teria um girino branco para oferecer ao mundo. Mas tem. A menina está certa! Girinos brancos existem. Sei que é difícil de acreditar, mas aqui vai:

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oooooooh!

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Sensacional, hein? E a partir dessa pequena pesquisa em que me informei e removi mais uma pá de ignorância do meu ser, percebi que não apenas existem girinos brancos, como eles viram SAPOS BRANCOS!

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OOOOOOOH!

Então, você pode até achar detestável essa menina que -não se acha racista pois tem amigos brancos (apesar de ter nojo declarado deles) – falar isso para o mundo ver. Talvez ela queira chocar, ou seja só mesmo uma constatação. Ora bolas, onde que está escrito que um preto afrodescendente tem obrigação de aceitar ou achar bonito, ou desejável a pele branca? Em lugar nenhum. O certo mesmo é o oposto, tirando o Michale Jackson, que seja por vaidade ou doença, sempre foi um transviado. Mas o que funciona mesmo, no “preto no branco”, como se diz, é o preto!

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Globeleza de 2014

A Globeleza é uma criação do Hans Donner, que é um austríaco e era casado com uma mulata. Sendo assim, é claro que na ótica do Hans Donner, você não pode ter uma Globeleza branca, porque aí seria uma Glofeiosa. Pessoalmente acho isso cafona, baixo nível, escroto e desnecessário, seja com preto, verde, amarelo, vermelho ou azul… Mas quem sou eu pra apitar no que vai na Tv? “Eles que são brancos que se entendam!”

Duvida? Espera só, o carnaval vem aí e veremos mais uma negra pelada com lantejoulas rebolando a cada comercial da novela. Por que não é uma branca? A resposta é óbvia: Porque uma branca é nojenta e a negra é linda!

Nós precisamos dizer isso o tempo todo, porque afinal, isso é a pura verdade e a verdade precisa ser dita.

O branco é e sempre foi uma cor de pele nojenta. Primeiro porque “branco” é,  na verdade dos fatos, transparente e não branco. O bom e desejável é a pele negra e os políticos sabem, disso tão bem que quando contratam aqueles atores para convencer você a votar neles, eles procuram só os atores negros!

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Recortado do Programa do Aécio
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Recortado do programa da Dilma

 

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A explicação é obvia: Os negros se identificam com negros defendendo candidatos, e os brancos adoram ver negros na Tv. Vide os alemães turistas que desembarcam no Rio à procura de mulatas carnudas.

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Ziriguidum, balaco-baco, teleco-teco…

A verdade é que os negros são muito importantes mesmo. Muito mais que os brancos. Veja, o governo sabe bem disso e só posso especular que essa seja a razão pelo qual o Ministério da Cultura criou um edital de cinema, onde branco não entra. Só os negros podem participar, afinal de contas, se “a pele negra é a melhor”, é obvio que as deias e a cultura negra também são melhores e devem ter preponderância sobre as ideias de qualquer outra pessoa com a cor de pele não negra. Até porque, o negro não tem culpa de ser negro, mas o branco tem culpa de ser branco.

Some-se a isso o fato de que um branco jamais poderá falar qualquer coisa que seja, da cultura negra, afinal, o neurônio do negro deve ser diferente e é o pensamento deste neurônio que o governo quer apadrinhar com o imposto de negros e brancos, índios, pardos e amarelos. Assim, como sabemos, num documentário sobre índios, somente os índios podem fazê-lo a contento.

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Veja o edital somente para negros do ministério da cultura. 

O governo realmente acredita que os negros são melhores e é por isso que precisa melhorar o Brasil privilegiando eles, afinal “os brancos já foram exaustivamente privilegiados nesta joça desde sempre”. Sem falar que é nossa obrigação moral para com os descendentes dos africanos que para cá vieram escravizados  para trabalhar, – porque nossos índios nem para escravos serviam. E conforme as novelas da Globo e as pinturas do Debret nos ensinaram, eles aqui entraram na porrada para os brancos malvados que os exploraram enquanto foi bom negócio, e depois os libertaram, deixando-os com a mão na frente e outra atrás.

A maior evidência que o Governo Federal sabe que um negro deve ser privilegiado é que agora é obrigatório dizer sua cor no Currículo Lattes. Ok, interessa se você pesquisou, onde estudou e o que fez, mas interessa saber também se você é fodão por azaração do destino, ou se é fodão porque é negro.

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Como você sabe – ou se não sabe passou a saber agora, a  Plataforma Lattes é utilizada, sobretudo, para análise de currículos na concessão de bolsas de estudo e financiamentos de pesquisas ou concursos públicos, estando diretamente ligada aos indicadores de produção de Ciência e Tecnologia no país e na avaliação do mérito científico de candidatos. Assim, ser branco ou negro, pode afetar sua bolsa de estudos/pesquisa, meu amigo!  Claro, você pode não desejar declarar, mas sabe como é… Nunca há garantias para os indecisos.

O retrato da grande importância do negro para nosso país é que temos um ministério, cujo ministro é sempre negro e esse ministério tem o lindo nome de Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial – O que é um negócio idiota na medida que raça não existe todo mundo é homo sapiens, muito embora eu tenha que concordar que uns são menos sapiens que outros – mas ao que parece eles dividem o mundo entre pretos e brancos apenas. Caso haja algum projeto para integrar orientais, ciganos e similares, desconheço.

Mas apesar das constatações do óbvio, esse post me ajudou a descobrir mais uma coisa, além de que existe o sensacional girino branco. Eu resolvi procurar “branco nojento” para ver se eu achava um belo exemplar da nojeira que é a pele -viscosa e elástica – branca. Mas aí bati numa característica genética, que… Véio! Se liga, deve ser filme de terror para a menina do facebook:

Chama-se Alexandria Genesis!

A principal característica
A principal característica

A principal característica de quem tem isso, é que ela dá olhos lilás ao portador. Pense comigo, se tivesse uma característica “alienígena” seria essa condição genética. Olha que loucas as características de quem tem Alexandria Genesis:

 

• Não há crescimento de pelos faciais ou organismo para além do que já estava lá no nascimento.

• Cabelo castanho escuro ou preto

• Pele altamente branca que resiste ao bronzeamento e não se queima

• Falta do ciclo menstrual

• Altamente imune a qualquer tipo de doença

• Aparência fica de 5  a 20 anos mais jovem (após 20 anos de idade, o processo de envelhecimento retarda muito, ele pára completamente entre as idades de 40-50)

• Vida muito loga (chegando a 130-170 anos)

• Visão perfeita

• Nunca engordam (o metabolismo impede a obtenção de muita gordura)

• Bem desenvolvidos e organismos proporcionados

• Mais encontrado em mulheres descendentes euro-americanas

• Mulheres são as principais portadoras dessa mutação

• Crianças nascidas de mães com essa mutação também serão portadoras

• Mutação contínua, geração após geração

• A mutação geração após geração se torna mais forte

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Genesis ou olhos violetas de Alexandria é considerada uma mutação genética que faz com que os olhos tenham cores que vão do azul ou cinza ao roxo por cerca de seis meses seguintes depois das crianças  terem nascido. Durante a puberdade, a cor é dito para aprofundar a um azul-violeta ou roxo e permanecer desta forma roxo escuro, mas não vai afetar a capacidade da pessoa para ver. Aqueles que têm esta mutação se diz que nunca crescem pelos pubianos, nem  barba, ou qualquer outro pelo,  excluindo o cabelo, sobrancelhas, cílios e narizes. Alguns também dizem que as mulheres com essa condição são férteis, mas não menstruam.

Outras fontes dizem que esta condição pode causar uma variedade de sintomas, incluindo a pele ser branca e brilhante, que é  imune a queima ou bronzeamento.

Ao que parece, a origem desta mutação começou há 1000 anos atrás, no Egito, quando uma luz misteriosa brilhou no céu e todos que saíram para vê-la desenvolveram uma pele pálida e ficaram com olhos roxos. Estes indivíduos começaram a ser considerados como espírito de pessoas que se mudaram para o norte e, finalmente, desapareceram. A história também observa que o primeiro registro desta doença apareceu na Inglaterra em 1329. Uma recém-nascida conhecida como Alexandria nasceu com os olhos roxos e foi dito para mais tarde dar origem a outras meninas com o transtorno que viveram mais de 100 anos de idade cada. A variante genética real que causa esse distúrbio teria sido descoberta na década de 1960.

Bizarro, né?

Genesis de Alexandria Existe mesmo?

 

Tem havido muito debate sobre se existe ou não gênese da Alexandria. Parece que essa condição é o resultado de uma lenda urbana, já que ninguém com esse distúrbio parece existir hoje, pelo menos na medida em que a comunidade científica tenha conhecimento. Ao que parece, a história foi criada em fanfics da série animada Daria, e se espalhou pela internet como se fosse uma lenda urbana que chegou a ganhar contornos de verdade, pegando carona nos que gostam de divulgar sem pesquisar.

Há muitos sites por ai que afirmam que as pessoas que têm de Gênesis Alexandria existiram há muito tempo. Existem mutações que causam vida muito curta em crianças, onde se estende que envelhecem muito rapidamente, de modo que é possível que haja uma condição que faria o oposto a ocorrer. Há também alguns grupos étnicos que são conhecidos por terem um sistema imunológico muito eficiente, de modo que não seria surpresa se descobrissem que uma mutação ajuda a evitar que fiquem doentes. Também não é inverosímil pensar que uma mutação possa causar um alto metabolismo, impedindo que os portadores não ganhem peso facilmente ou que tenham visão acima da média.

Mas não há evidência científica que essa raça de pessoas exista, até porque  os traços da genesis de Alexandria parecem ser muito generalizadas para fazer parte de um único gene, o que significa que essas pessoas teriam que ser resultado de vários genes estranhos. Alguns dos traços associados com este transtorno são fisiologicamente impossíveis. Por exemplo, a tal pele clara, que resiste a queima, é impossível, porque a única maneira de proteger a pele é pela presença de melanina que faz com que a pele seja escura.

O lance com o gênesis de Alexandria, é que ele pressupõe um conjunto tão complexo de características que diante dessas ideias pós modernas de segregação racial, colocaria seus portadores numa condição de raça.

No fundo o que o Gênesis de Alexandria representa no inconsciente coletivo? Uma aspiração ariana 2.0? Talvez.

Pessoas brancas que vivem muito também lembram os Elfos da mitologia Nórdica.

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Mas então, se você me perguntar: Qual o sentido disso tudo? 

Nenhum.

Isso é a internet e sua estupidez inteligente. Pessoas falando coisas idiotas, e coisas curiosas que não levam a lugar algum porque simplesmente não são reais, onde a ignorância é também uma espécie de cultura.

Este é o mundo em que vivemos, onde o que pode ser real não é, e onde o que é real a gente se belisca para acreditar que é (como aquele edital só para negros).

Mas pelo menos, os girinos brancos existem. Mas o que talvez te impressione, é que existe sapo que nunca foi girino. 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Olhos roxos eu jamais vi, mas já encontrei lilás, e estavam no rosto de uma das mulheres mais belas que conheci na vida, e acho que por medo de sua beleza, nunca me aproximei dela.

  2. valeu Philipe mais uma vez mudando o meu dia i meu jeito de pensar, agora eu sei q girinos brancos existem!!!!

    i eu ai achando q girinos brancos n existem :(

  3. valeu Philipe mais uma vez mudando o meu dia i meu jeito de pensar, agora eu sei q girinos brancos existem!!!!

    i eu ai achando q girinos brancos n existem

  4. Grande post cara, curto muito esse site e as tuas postagens.
    Acredito que a internet e a sensação de impunidade gerada, mostrado quanto de preconceito e ignorância existe na cabeça das pessoas e como o racismo existe forte em nosso e cada vez mais é preciso trabalhar ideias com a pessoas para que um tema como esse seja discutido cada vez mais.
    É preciso coragem para levantar um debate como esse e inteligência para trata-lo, e a maior parte do seu texto é ótimo,mas como não só de consenso se vive eu tenho que fazer um a parte, não sei quão fundo você foi na pesquisa do assunto, afinal de contas é um tema gigante que dá e já deu pano pra manga em muitas pesquisas científicas.
    Me pareceu pelo texto que você não concorda ou não entende algo das políticas sociais do governo e dos movimentos sociais sobre a participação dos negros na sociedade brasileira , e antes de começar um longo debate sobre isso, pergunto se você já leu sobre estes temas que vou citar, se já acredito que sua opinião já esta formada, se não acho muito valido você se aprofundar no tema pra ter um panorama melhor sobre a coisa. Uma pesquisa no google já da pra começar.

    Os temas são principais são “reparação histórica” “políticas afirmativas” ” minorias sociais.

    Eu também estranhava essa coisa que parece “supervalorização” de minorias mas são coisas necessárias dentro da nossa sociedade tão desigual como a nossa.

    Abraço

    • Já li sim sobre isso, mas não tanto quanto eu gostaria. Não estou defendendo a extinção de nada, só colocando lenha na fogueira, fomentando a discussão. Não acho vantagem nas politicas afirmativas, sou totalmente contra qualquer política afirmativa que seja baseada em cor de pele ou conceito de raça. É um equívoco científico, é uma burrice política, e é também um campo para interessados ganharem um dindim. Não penso que este seja um bom e sustentável caminho para o futuro e integração social do país. EU sou contra qualquer coisa que seja que não promova a igualdade. Não promoveu a igualdade, tá errado. Pode ter o suporte ideológico e utópico que tiver, tá errado.
      Em muitos aspectos é uma tentativa canhestra de imitar os EUA e suas políticas segregacionistas. Concordo com a ideia da tal “reparação histórica” até a pagina dois, porque vejo gente esperta tirando vantagem disso. Penso que realmente é importante melhorar a condição de vida e isso passa sim pelo auxilio das minorias sociais. Mas há muitos exageros e distorções – que também são parte da busca por um caminho nem sempre claro para a construção da igualdade.

    • Pode ser que eu esteja errado. Admito essa possibilidade. Desvios são algo que podem (e efetivamente acontecem) em todas as esferas. Mas não sei, não creio que seja através de mecanismos como restringir criativamente profissionais de criação por meio de sua cor de pele que iremos mudar o panorama que está aí. Acredito que há um grande e bom esforço para forçar a igualdade, mas políticas afirmativas baseadas na limitação de cotas só para negros, eventos só para negros, ou bolsas e projetos de fomento só para negros bancados com dinheiro de brancos, índios, e diversos outros grupos étnicos não estão a favor da igualdade, mas sim produzindo desigualdade.

      É ilógico, é um contra-senso que se busque a igualdade promovendo ações exclusivas para determinados grupos étnicos.

      Um filme de um negro não tem como ser melhor que um filme de um branco e vice-versa por causa da cor da pele de quem escreveu o roteiro. É imbecilidade isso. Isso não é nada de “política afirmativa”, pra mim soa mais como um coitadismo barato onde “o negro, coitadinho, não tem condições de competir com os brancos, vamos dar uma bolsa só pra eles então”, o que eu sou terminantemente contra, porque tenho amigos negros que são fodões pra caralho no que fazem e acho isso desrespeito puro. O país deve ser igualitário em suas políticas. Nada contra um edital sobre a cultura negra, sobre as matrizes africanas ou sobre quilombos, história ou seja lá o que for, DESDE QUE NÃO IMPEÇA qualquer pessoa intelectualmente habilitada de participar por conta de sua cor de pele.
      Ideias não tem cor.

  5. Então quer dizer que além de girinos brancos, eu também aprendi que a Elizabeth Taylor tinha olhos roxos? Philipe nunca me decepcionou e provavelmente nunca vai o fazer !!

  6. Eu tava a fim de debater o tema do racismo aqui pois esse é um câncer da nossa sociedade, eu também pensava assim como você mas conversei muito com pessoas dos movimentos sociais e li bastante sobre o tema, agora discordo de quase tudo que você postou no teu ultimo comentário, e eu posso estar meio paranoico com os últimos debates on-line que tive e acho que vai descambar a coisa pois você usou os termos “burrice política” e generalizou a aplicação das políticas publicas como meros meios de corrupção …. então deixa pra lá….

    Mais uma vez parabéns pelo blog.

  7. Eu não vejo problema nenhum no fato de a moça não ser interessada e nem atraída pela característica de pele branca. A única coisa que gera um pouco de afronta no discurso dela são as comparações grotescas, mas isso revela ignorância, não ódio e preconceito. Enfim, acho que ninguém é obrigado a gostar das características e do biotipo alheio, até porque daí para o racismo e a discriminação existe uma grande diferença.
    Apenas um esclarecimento paralelo: no Brasil, a lei penal diferencia em duas formas os crimes relacionados à discriminação étnica: o crime de racismo (contra a coletividade de indivíduos que se inserem em determinado grupo. Ex: “todos os indivíduos de cor XXXXX deveriam ser proibidos de votar”.) e o crime de injúria racial (de caráter individual, utilizando uma característica do indivíduo para atingir seu âmago e sua honra subjetiva. Ex: “Ei, seu XXXXXX nojento”). Somente o primeiro tem a qualidade de ser inafiançável.
    Quanto as políticas de “reparação histórica” e “políticas afirmativas”, concordo plenamente com sua opinião, Philipe.
    Hoje reparação histórica virou revanchismo racial, pois a reparação efetiva é possível sem o envolvimento do fator “raça”. Esta política ganha cada vez mais contornos de um elemento fragmentador das relações sociais e um estopim para tensões entre grupos étnicos distintos (em que pese a nossa miscigenação acentuada), o que é justamente o contrário da igualdade. É desnecessário: invariavelmente, o único resultado das mazelas ocorridas nos tempos da escravatura é a miséria, tanto econômica quanto educacional, e a miséria, como sabemos, atinge negros, pardos, miscigenados e brancos; ninguém é “menos infeliz” pela condição de miséria com base na cor da própria pele. Políticas sociais educacionistas (pois a educação é a única verdadeira fonte de progresso) atingem as massas independente da cor, tornando inócuo discriminá-las pela aparência. É por isso que a efetiva justiça está em promover os cidadãos de classes menos privilegiadas à saída miséria através da educação. Critério econômico, e não racial.
    Não nos esqueçamos do emblemático caso dos irmãos gêmeos idênticos (Alex e Alan Teixeira da Cunha – Brasília/DF – 2007) que, ao serem submetidos à análise de biotipo (não soa nazista isso? “análise de biotipo” para fins de seleção…) para galgar cota de entrada em universidade pública, foram um considerado negro e o outro, branco. Ou seja, em que pese descendam do mesmo pai e da mesma mãe, e que carreguem em seus ombros idêntico pesado fardo da escravatura que acometeu seus antepassados, com reflexos em suas vidas contemporâneas, um é tido por “desmerecedor” da reparação, enquanto o outro o é. Tudo com base na cor da pele, já que um deles passou por um suposto processo de “arianização” no meio do caminho e por isso mesmo transmutou-se do grupo oprimido para o opressor, “reparado da mazela de ser negro” e inscrito naquela classe “nojenta” de exploradores escravocratas brancos e ricos, mesmo que sua origem seja idêntica a de seu irmão negro, este sim, um “fodido”. Isso é justiça? E se o critério fosse apenas a condição social de ambos? Não é a condição social o único resultado daqueles infelizes acontecimentos históricos? Não seria isonômica a análise fosse a condição econômica o critério para concessão da bolsa? Mas não, fora a foto 3×4 e os tons de tinta da impressora que determinaram quanto a ancestralidade africana destes dois rapazes poderia ser reparada por esta politica “reparatória”.
    Promover esta “reparação” aos que nunca foram escravos às expensas daqueles que nunca foram senhorios faz tanto sentido quanto o argumento ecumênico de que a criança nascida deve ser batizada para se purificar do “pecado original”, sob pena de ser atirada ao limbo. Está em um meio termo entre a manobrabilidade política e a ignorância suprema, enquanto que a solução (educacionismo), escancarada, se ignora, pois ela apenas dá a solução ao problema, mas não tem o condão de botar a culpa em alguém e nem de arrefecer a necessidade de vingança que se implanta na cabeça da massa por pessoas com interesses escusos por detrás disso tudo.

  8. Nossa o post não era pra ser sobre pérolas do facebook, mas acabou virando um post sobre negros. Não entendi porque mudou o tema!!!!!!!!!!!!!!!!

  9. Poxa Philipe! Acompanho seu blog ha muitos anos mas acho que essa foi a primeira vez que vi uma bola fora assim. Muitas afirmações soaram racistas e debochadas (como quando vc diz “brancos malvados” e etc) como outros leitores tambem repararam. Acho que mesmo que sua opiniao seja essa (que é por exemplo bem contraria da minha), acho que vc poderia ter usado outros termos e nao soar tao sarcastico-raivoso e bases mais solidas para provar seus argumentos :/ É complicado um homem branco, hetero, classe média que nunca sofreu esses preconceitos na pele tratar um assunto serio com tom tao leviano. Concordo com o Noctuae.

    A parte dos olhos roxos tá ótima e super gump, mas fiquei incomodada do caminho que levou até ela…

    • POis é… Vc não faz ideia do tanto que eu tento me policiar para não ser ácido ou sarcástico assim. Infelizmente, esse é o meu verdadeiro eu. Sou assim o tempo todo. Isso é uma merda, né? Pelo menos consigo enganar bem aqui no blog (quase sempre)

  10. Eu tenho essa aversão ao cheiro de bananas. Se eu o sinto, meu estômago vira na hora, me dá náuseas e tenho que sair de perto. Na verdade eu tenho aversão a frutas, verduras e legumes. Já passei mal por morder um pedaço de tomate sem querer. Tenho certeza que tem relação com algo que aconteceu em minha infância pois até uma certa idade eu comia de tudo. Mas o cheiro de banana é terrível.

  11. Só avisando que o Ilê-Aiye é uma reação contra a elitização do carnaval na bahia. Se você reparar no bloco do Chiclete com Banana (eca!), por exemplo, vai reparar que embora a banda tenha um viés de “povão” quem tá dentro das cordas é tudo branco. Os negros que se fodem na muvuca da pipoca… Não tenho nada contra o Ilê, acho até bem bonito.

  12. Concordo com tudo que o Noctuae disse. Sou a favor das cotas, sim. Não é perfeita, assim como muitas coisas. Falar superficialmente é muito fácil, sem conhecer realmente o projeto. E ainda mais a quem beneficia. Adoraria discutir mais, mas na internet, por trás de comentários de site, não é o melhor lugar pra se discutir esse assunto.
    [ ]’s !

  13. Eu não achei “idiotice” da menina o fato de ela sentir nojo de pele branca. Ou de confessar isso. Se eu visse esse comentário como racista, aí sim.

    Acho que algumas coisas nos causam impressões sem que a gente tenha controle. Meu irmão é médico e detesta sangue (o que não impede que seja um bom emergentista).

    Eu tenho asco de pessoas muito, muito gordas. Não sei por que. Mas é uma constatação.

    Sei de irmãos gêmeos que não suportam tocarem um no outro. Parece estranho, mas é recorrente.

    E como os brancos não sofrem discriminação no mundo DA MESMA FORMA que os negros, também não acho tão grave assim ela ter feito o comentario publicamente.

    Pra mim foi interessante saber que alguém pode se sentir assim.

    Mas reconheço que os negros sofrem muito preconceito, a ponto de terem eles mesmo muitas vezes preconceito contra si mesmos, por isso acho que cabe sim comportamentos diferentes conforme a raça. Acho que nim mundo que discrimina tanto os negros devemos ter mais cuidado com sua suscetibilidade.

    Uma pessoa branca e uma pessoa negra não recebem do mesmo jeito críticas por sua cor. Não dá pra dizer, na minha opinião, que um racismo vale o outro (embora ambos sejam condenáveis).

  14. mais um excelente post como sempre , a galera hoje em dia acha que tudo é racismo ,acho que nem do caso da menina do post achar a cor branca nojenta e nem contrario seja racismo , não se pode nem ter preferencia de gosto mais? sem contar que hoje em dia tão distorcendo demais palavras como racismo e homofobia, usam em contexto ridículos ,como esse ai .. também discordo das cotas ,não acho que isso seja igualdade e também não acredito nessa de divida histórica … e pode acreditar ,se prepare para coitadistas estilo essa aqui https://www.youtube.com/watch?v=xbQhkjQXcoo enchendo os comentários te chamando até de racista se duvidar … só espero que não fique intimadado com isso .

  15. Oi Philipe! Parabéns pelo seu Blog! Concordo com sua visão, e eu, como descendente de asiáticos (meus avós paternos e maternos vieram do Japão)-mas brasileira com orgulho, cresci em uma cidade pequena onde tinham 5 famílias orientais apenas. Diariamente andando na rua tinha q ouvir um “olho rasgado”, japa em tom pejorativo somado a outros insultos. Qdo chorava reclamando para meus pais sobre isso, eles me diziam pra não ligar pois os que faziam isso eram ignorantes. Me ensinaram a não chamá-los de “pretos” (coincidência ou não a maioria deles eram negros ou pardos). Não existe racismo que não contra negros (mostre – me um caso sequer de alguém que foi processado ou denunciado por chamar alguém de branquelo, alemão, china etc).
    Qto a “política de reparação histórica”, concordo apenas se os pais de um sujeito que se declara negro para conseguir uma cota em universidade estivessem confinados em uma prisão ou senzala e este sujeito por consequência tenha crescido privado de escola e educação. Este sim tem o direito de adquirir uma vantagem para tentar se nivelar aqueles q tiveram condições de estudar. Pelo q sei é lei todas as crianças irem para a escola. Infelizmente não pude usar as cotas para o vestibular, tive que estudar 12h por dia (sem exageros) para passar numa universidade pública num curso concorrido (meus pais não tinham condições de pagar uma particular).
    Bolsa família : pergunte a sua diarista (sem preconceitos) se ela gostaria de fazer faxinas noturnas para aumentar sua renda. Tenho certeza que não. Agora pq um enfermeiro, taxista, médico, podem trabalhar 20h /dia? (nao vou dizer 24 pq a noite é concedido um horário de poucas horas de sono pq ninguém é de ferro)- tenho certeza, Philipe, que incontáveis vezes vc passou noites em claro trabalhando pra chegar onde vc está. Dinheiro todos querem… Trabalhar já é complicado. Mas depois q o sujeito trabalhou como um louco, não tirou férias há anos, comprou sua casa e seu ap que está alugado, reclamam que é injusto pq ele tem mais??? Estou falando da grande maioria da população trabalhadora, sem considerar aqueles que enriqueceram de modo ilícito que é outra história.
    E pq vou me matar de trabalhar se se eu ganhar uma miséria e tiver vários filhos vou ganhar uma ajuda (proporcional aos filhos que tenho)?? ? E se eu não tiver uma casa própria posso me apossar de uma de quem tem “demais”.
    Não sou contra este tipo de ajuda, mas a quem mais precisa, não ajudou (o número de pessoas abaixo da linha da pobreza, os miseráveis, aumentou).
    Nao preciso explicar pq Citei o bolsa família né… Quando colocarem um garoto propaganda loiro de olhos azuis e uma japinha segurando o cartão da tal bolsa sorrindo venham atirar as pedras do “politicamente correto”.

  16. Impossível agradar a todos né? Sr Phillipe parece mineiro, come nas beiradas para depois dar o bote rs. Eu hoje sou carreteiro mas a onze anos atrás era mecânico e tinha um cliente que de tão inteligente eu enrolava o conserto só para aprender um pouco com ele, você me lembra o sàbio cliente, nas próximas postagens com fotos suas poderia falar mais de sua carreira intelectual, como atingiu o ápice em escrever temas diferentes? Recomenda algum livro? Seu site tem me ajudado na diplomacia no trabalho e na vida pessoal. Abraços e bom combate.

    • Cara eu sou o mais mané na ampla maioria dos temas. Eu não me vejo no ápice em muita coisa além da saúde. Ando ficando cada vez mais cansado e combalido. Acho que é a idade chegando, ou um cansaço generalizado, que de vez em quando me toma e não me deixa fazer o que eu gostaria. Tem momentos que sinto que estou indo ladeira abaixo. Muitas vezes leio as coisas que escrevo e me impressiono por aquilo não ser totalmente o que eu penso. Porque minha cabeça muitas vezes é controversa, ela me trai direto.
      Sobre uma “carreira intelectual”, esse termo me assusta. Não me vejo como um intelectual, sou muitas vezes meio neurótico, meio chato, rabugento, muito impressionável e bastante inocente sob muitos aspectos. Uma vez, meu amigo andróide (apelido, claro, mas considerando que existe um moleque chamado “Batimã” e um “Railander” é preciso informar) me disse isso, que eu era muito puro. Que era a minha maior qualidade. E eu, o puro, não entendi o que ele queria dizer e tive vontade de meter a porrada no Andróide.
      Não me acho digno de ostentar uma “carreira intelectual”… Título para grandes pensadores, gênios, escritores e poetas. Sei lá. Talvez eu esteja ficando maluco.

  17. Segregação fomentada pelas esquerdas, em especial PT e PSOL. Aliás, conhece indígena albino? Cuidado com as patrulhas ideológicas….

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