sexta-feira, fevereiro 21, 2025

Pirógrafo solar: Pensa num trampo de paciência

Acredite se puder, tem um artista que usa o sol como pirógrafo para fazer seus quadros gigantes. Olha a paciência de jó desse maluco.

Um Pirógrafo é uma ferramenta que tem uma ponta de níquel ou tungstênio que se aquece ao ponto de incandescer graças a uma resistência interna. Ele tem forma de caneta e com ele você pode ir queimando a madeira ou couro e assim vai fazendo o desenho que quiser com uma carbonização resultante da ponta quente no material.

14995044 1GG | Arte | Arte, lente, maluco, pirografo, solar
(aliás, se vc tem um parado aí, estou precisando de um e aceito doações, o meu deu curto)

 

A origem do pirógrafo

Segundo a Wikipedia, a palavra pirografia é de origem grega e significa “escrita + fogo”. Cogita-se que a pirografia foi das primeiras manifestações artísticas humanas, já que a humanidade descobriu o fogo há mais ou menos dez mil anos. É uma forma de arte primitiva e ancestral.

A história da pirografia é tão antiga, que remonta há milhares de anos. Foi quando a humanidade encontrou o poder para moldar a natureza à sua vontade. O fogo foi utilizado como proteção, na caça, como aquecimento. Além de tudo isso, o homem pré-histórico ainda desenhou nas paredes das cavernas com carvão (arte rupestre).

Mas a grande revolução desta arte ocorreu na Idade dos Metais, quando o ser humano dominou a criação de ferramentas metálicas. E foi só na Idade Média que esta arte floresceu.

Na Europa, por volta de 1600, nas tabernas, homens colocavam fogo em lareiras e utilizavam uma ferramenta para acomodar as brasas e a lenha. Essa ferramenta aquecia e em brasa era usada para decorar as mesas e paredes de madeira da taberna e por ser chamada de “poker”, deu origem ao termo “poker art” ou “poker work”.

O primeiro trabalho impresso sobre pirografia data de 1751, publicado na Inglaterra. Atualmente há em museus da Europa, aparelhos utilizados no Século XIX, onde principalmente mulheres aqueciam vários “pokers” com carvão, para realizar trabalhos mais detalhados e finos. Até esta altura, os “pokers” eram de ferro, era necessário envolvê-los em panos ou papéis para segurá-los. Depois de algum tempo, apareceram “pokers” com cabos de madeira, que rapidamente invadiram todos os utensílios que aquecem, como ferros de passar, ferros de soldar, etc…

No final de 1800, o benzeno era o combustível predominante. Um sistema de pirografia foi criado com uma garrafa e duas mangueiras de borracha. Através do bombeamento de um atomizador (como os utilizados por perfumes) o artista conseguia manter a caneta aquecida mais tempo. Nessa época, também chamada de Era Vitoriana, a pirografia floresceu na Europa e nos Estados Unidos, tornando-se uma arte popular. Alguns dos trabalhos do inventor deste sistema de pirografia ainda podem ser vistos no Smithsonian Institute, em Washington.

Finalmente o advento da eletricidade veio facilitar muito o trabalho do artista, chamado pirogravurador. Os primeiros ferros de soldar elétricos foram utilizados com sucesso para a pirografia. Mas, em 1916, houve a primeira patente para o “Hot Point Pen” (ou caneta de ponta quente). O fio que levava energia para a caneta passava por um reostato, que controlava a intensidade da corrente, dando ao artista a variação de temperatura, tão necessária para os efeitos de luz e sombras… Teve início a pirografia realista. Trabalhos impressionantes foram criados, podendo ser vistos ainda hoje.

Mas se desenhar com o pirógrafo é a maior diversão, não sei se posso dizer o mesmo do tipo mais bizarramente monótono de pirografa que alguém poderia imaginar:

O PIRÓGRAFO SOLAR

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Parece coisa de chinês, mas na verdade é o artista filipino Jordan Mang-Osan que surgiu com uma das formas mais originais para criar ilustrações. Ele usa uma lupa para concentrar os raios do sol e usa o feixe quente para ir queimado uma grande placa de madeira. É coisa de dodói:



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O desafio aqui é concentrar os raios do sol através da lente, porque uma leve tremida na mão já não faz o ponto correto incandescer.

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Para criar um pinturas em grande escala, desta forma, leva um tempo absurdo. A luz solar precisa ser concentrada de maneira que chegue a cem graus, mas não pode ser concentrada ao ponto de perfurar a madeira. Perseverança e olhar para os detalhes é uma das qualidades importantes desse processo. Evidentemente que a pirografia é algo bem comum, mas nesse nível de joselitice eu nunca tinha visto, sem falar que o longo tempo olhando o foco concentrado da luz do sol com certeza vai deixar esse maluco cego mais cedo ou mais tarde.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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