domingo, dezembro 22, 2024

Piscinão? Conheça um outro tipo de usina hidrelétrica

Estamos habituados com as usinas hidrelétricas. Volta e meia, surgem projetos mirabolantes para criação de gigantescas barragens, afim de represar rios e fazer jorrar muita água por um pequeno espaço que vai mover grandes turbinas e assim gerar energia elétrica. Esse é um método interessante, mas demanda rios e muito volume de água. Mas apesar disso, este não é o único tipo de usina hidrelétrica que existe. Há um outro tipo, muito inteligente e interessante, que envolve dois reservatórios e um “piscinão”. E quando digo piscinão, não estou exagerando. Se liga aí:

Sim, essas merdinhas microscópicas la no meio são escavadeiras de grande porte.
Sim, essas merdinhas microscópicas la no meio são escavadeiras de grande porte.

A partir dessa foto acima, podemos ver como o reservatório é imenso e profundo. Basicamente, parece um local para um gigante tomar banho.
Este tipo de usina se chama PSP, ou usina de acumulação por bombeamento. Basicamente esse é um sistema praticamente fechado (não totalmente, já que a chuva pode aumentar a quantidade de água no piscinão). No sistema, há dois reservatórios. Um médio e um monstruoso. O normal é que os reservatórios fiquem em alturas diferentes. Durante a noite, quando o preço da energia elétrica decai em função da demanda, uma poderosa bomba é usada para mandar a água subir para o reservatório parrudo e alto. Quando chega na hora de pico do consumo elétrico, esse reservatório de água que está no alto manda a água descer de volta para o de baixo, e nesse processo, a água toca turbinas, gerando energia elétrica suplementar para os horários de pico.

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A ideia é sensacional e simples, apesar do que a construção do reservatório no alto de uma montanha de 400m, parece sempre algo digno de esforço colossal.
Neste caso, (trata-se de uma usina alemã) a água desde de 1028 metros para apenas 400 metros. É um verdadeiro mergulho!
Nessa usina em específico, a água cai por esta enorme torre no meio do reservatório para um outro reservatório subterrâneo na base do reservatório principal!
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Por isso são dois tubos!
Por isso são dois tubos!

Quando o reservatório é enchido, apenas a parte do topo da torre de elevação fica para fora do “lago”.

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Nesse sistema, a água pode ficar ali girando praticamente em Loop infinito.

[14-14-Hornbergbecken_2] Blick in das leere Becken. Auch die Betont?rme waren instand zu setzen. Hier kam der mineralischen Trockenspritzm?rtel StoCrete TS 108 zum Einsatz, der speziell f?r Wasserbauwerke konzipiert ist. 0_194bd2_50b95675_orig

Esses enormes tubos são as chamadas torres de elevação. No reservatório existem duas delas sendo uma a torre de entrada e a outra a “torre de elevação” propriamente dita. Ambas as torres estão ligados na sua extremidade. O acesso a torre de elevação se dá através de uma passagem que passa sob a base do reservatório, onde estão nada menos que nove milhões de metros cúbicos d´água e uma capacidade estimada em 1.400 megawatts.

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A usina hidrelétrica é chamada de “usina caverna”. As quatro turbinas juntas equivalem a 910 MW. A operação de bombeamento produz um fluxo de 144 metros cúbicos por segundo, e são necessárias de 7 a 9 horas, a fim de transportar os 4,1 milhões de metros cúbicos de água para o reservatório. Sua capacidade total é suficiente para gerar eletricidade contínua por 6 a 8 horas de operação das turbinas em plena carga num fluxo de 180 m³ por segundo. A produção é interrompida quando o nível de água no reservatório é reduzido para 36 metros.

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Esse tipo de usina hidreletrica serve para suavizar os picos de consumo. O grande segredo do projeto é gerar energia na rede na hora que precisa e só tirar energia para alimentar as baterias e bombas eletricas que faz o treco operar quando a energia está barata. Porque o consumo de eletricidade às 8 horas é de 3 a 5 vezes mais consumo às 4 da manhã.

Se tudo der errado, é só esvaziar e fazer ali um estádio de futebol.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.
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Comentários

  1. A teoria é legal e relativamente simples, mas bolar isso na prática exige um planejamento complexo (que os alemães devem ter feito à um nível super-sayajin). Este sistema gasta energia para acumular e liberar energia nos momentos corretos em maior quantidade. Para este sistema diminuir a perda ao máximo, deve-se desenvolver um sistema ridiculamente eficiente para ser realmente viável sem grandes perdas. A questão é qual o “custo x benefício” dele: O gasto que ele gera é menor do que o benefício que ele traz gerando mais energia em momentos de pico? O estudo pra viabilizar isso é tremendo. Sem pesquisar nada (sendo que eu nao sou entendido desse tema), eu arrisco dizer que é um ótimo negócio e poderia ser algo a ser pensado no Brasil para substituir o uso das obsoletas e poluentes termoelétricas.
    Boa discussão, Philipe! Texto e tema muito top!

  2. Muito bom, mas um detalhe importante, que o texto não cita explicitamente, é que o sistema consome mais energia (para o bombeamento) do que gera. Ele serve para acumulo de energia para e suavizar os picos como citado, mas não substitui as usinas tradicionais.

  3. O problema aqui no brasil é outro, aqui tem imposto absurdo nas placas fotovoltaica para importação e o sistema de energia eólica tbm, temos o mar que tem como aproveitar as ondas para produzir energia que é a base de tudo para nossa fabricas produzir mais barato e conseguir concorrer com o mercado exterior

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