O desenvolvimento de uma constelação de satélites de órbita baixa será realizado pela empresa Bureau 1440.
“A própria empresa deve investir 329,06 bilhões de rublos (R$ 18,16 bilhões). Serão alocados 116 bilhões de rublos (R$ 6,40 bilhões) do orçamento: 37,5 bilhões (R$ 2,07 bilhões) na forma de empréstimos preferenciais para a criação de satélites, 17,3 bilhões (R$ 955 milhões) na forma de subsídios para lançamentos de foguetes e outros 61,2 bilhões (R$ 3,38 bilhões) serão concedidos para o lançamento de satélites na órbita baixa da Terra.”
Até o final de 2030, a constelação deverá consistir em 292 satélites, e está planejado o lançamento de 383 satélites, escreve RBC com referência ao projeto. Sua autenticidade foi confirmada por duas fontes das empresas que elaboraram o documento.
O governo esclareceu que os parâmetros “ainda estão sendo acertados”.
383 satélites é um começo humilde, perto do plano de Elon Musk com o Starlink que é de colocar no espaço 42.000 satélites.
“Bureau 1440 é uma startup lançada pela Megafon em 2020 com o nome original Megafon 1440.” O projeto é liderado por Alexey Shelobkov, chefe da ICS Holding e seu membro desenvolvedor de servidores e sistemas de armazenamento de dados, Yadro.
Em março de 2022, a USM de Alisher Usmanov vendeu a IKS Holding para seu fundador Anton Cherepennikov. Durante a divisão de bens, o Megafon 1440 também foi transferido para a holding, que passou a se chamar Bureau 1440. Foi assinado um memorando de cooperação com a operadora.
Em 2023, o Bureau 1440 lançou em órbita três satélites de teste da constelação Rassvet-1. Mais tarde, mais três satélites Rassvet-2 foram enviados ao espaço, testando a transmissão serial de dados entre satélites a uma distância de 30 km a 1000 km. Segundo a RBC, a velocidade de transferência de dados para o dispositivo é de 12 Mbit/s e a latência é de 41 milissegundos.
Em julho de 2024, a startup disse ter testado com sucesso terminais de comunicação a laser de seu próprio projeto. Em setembro de 2024, “está em fase de preparação para o dimensionamento e de definição das condições técnicas e econômicas para a ligação dos clientes”.
O objetivo é aumentar a proporção de agregados familiares com acesso à Internet de banda larga de alta velocidade para 97% até 2030 e para 99% até 2036.
Problemas para os cientistas
Embora todo mundo ache uma boa a internet planetária via satélite, têm quem ache um desastre: As ondas de rádio dos satélites Starlink, da SpaceX, continuam afetando observações do universo. Segundo pesquisadores do Instituto de Radioastronomia da Holanda (ASTRON), os Starlink da nova geração vêm causando mais interferências em radiotelescópios do que seus antecessores.
Os autores explicam que os milhares de satélites da SpaceX na órbita da Terra deixam os radiotelescópios “cegos”, afetando pesquisas astronômicas.
“A cada vez que mais deles são lançados com esse nível de emissões, vemos menos e menos do céu”, explicou Jessica Dempsey, diretora do ASTRON. Segundo ela, as emissões dos satélites vêm afetando observações de jatos disparados por buracos negros, galáxias a milhões de anos-luz, exoplanetas e mais.