Carlson se virou assustado. Ali estava, parado sobre uma pilha de pedras, uma esfera grande. Ela devia medir cerca de seis metros de diâmetro. Talvez um pouco menos, mas era uma bola...
- Petra! Petra!
Carlson gritava, sacudia a jovem, mas ela estava inconsciente. Derramou agua no rosto dela, mas foi em vão.
Assustado, um arrepiante pensamento o atingiu.
- Está se sentindo bem? - Petra perguntou.
- É o calor, está difícil respirar. - Respondeu Carlson.
Aquela era a primeira coisa parecida com uma conversa que eles tinham em muitas horas de...
Aquele já era o décimo dia que Petra e Morten Carlson estavam no abrigo chinês.
Petra havia cuidado dos machucados de Morten. Contrariado, foi convencido por ela a tomar alguns dos remédios dos chineses.
Levou alguns segundos para que Carlson habituasse seus olhos ao brilho cegante do sol. A luz fortíssima castigou seu corpo nu. Ele se virou para trás e o que viu foi a enorme esfera espelhada levitando atrás dele.
Já devia faltar pouco para o amanhecer quando Carlson conseguiu descer a enorme colina de rochas afiadas. A sede torturava-lhe a alma. Cada passo parecia um suplício.
A cidade estava em ruínas. Logo, Morten observou que a colina de pedras escuras que havia acabado de descer não eram rochas afloradas pela atividade vulcânica do planeta, mas sim destroços das construções.
O frio era crescente. Carlson tentou desesperadamente reiniciar o computador do traje, sem sucesso. Seria necessário retirar o traje, desmontá-lo para encontrar a razão do problema. Os sistemas auxiliares também estavam inoperantes, o que parecia indicar uma falha profunda no modulo de aquecimento. Pra piorar essa falha comprometera a eficiência do sistema de geração de água na mochila.