Eu trabalhei com um cara que tinha sido piloto da FAB e me contou que certa vez, ele quase caiu de avião no triângulo das Bermudas. No caso, ele disse que o co-piloto estava dormindo e quando acordou se desesperou, os instrumentos mostravam que eles estavam totalmente fora da rota e iam cair no mar. O meu amigo Getúlio brigou com o co-piloto e disse:
-Calma porra! Aqui é o triângulo das Bermudas, cara. Eu estou ligado. Olha, os instrumentos estão malucos faz um tempo já!
E de fato, ele conseguiu convencer o co-piloto e seguiu meio que às cegas até descer em Fort Lauderdale, com o * na mão. Ele disse que nunca tinha visto os instrumentos todos entrarem em pane daquele jeito em toda sua carreira.
Agora mudando de assinto, mas ainda no mesmo assunto muito louco, trago pra você um caso bastante esquisito, que na minha opinião, é um dos mais esquisitos da história da aviação. Leia até o final e lá no fim, vamos ver se você vai me dar razão.
O mistério do avião que chegou antes da hora
O avião envolvido era um monomotor Beechcraft Bonanza. A bordo desse pequeno, porém bastante confiável avião, o piloto Bruce Gernon tinha dois passageiros: seu pai e seu sócio.
Eles decolaram da Ilha de Andros, nas Bahamas, e seguiram para o noroeste em direção à costa da Flórida. Era 4 de dezembro de 1970.
Se você desenhar um mapa e traçar uma linha conectando a ilha de Bermudas, Porto Rico, Miami e de volta às Bermudas, o que você obtém? Sim, é o Triângulo das Bermudas – um polígono sinistro conhecido por engolir misteriosamente mais de 2.000 navios e 200 aeronaves ao longo dos séculos! O avião de Bruce Gernon estava ao seu alcance…
Se tem um lugar onde coisas estranhas acontecem é nessa área. Claro, nem tudo é mistério. Essa região e sujeita a fortes tempestades, e o leito do fundo do mar é capaz de provocar um tipo de efeito de correntes que não raro afunda navios. Agora, o que vaio acontecer com Bruce, meu amigo, ninguém explica! Se liga:
Aquele era um voo típico que Bruce havia feito dezenas de vezes antes! A viagem geralmente levava cerca de uma hora e meia sem soluços ou fenômenos misteriosos! Os homens não estavam mais preocupados do que você durante seu trajeto diário para o trabalho.
Bruce decolou e começou a ganhar altitude. Coisas estranhas começaram a acontecer nesse voo desde o início. A uma altitude de cerca de 1.000 pés (300 m), ele notou uma pequena nuvem à frente. E à medida em que ele voava, ela foi crescendo. Bruce e o resto da galera no avião perceberam que não era efeito do avião se aproximando – essa coisa estava ficando maior em tamanho, literalmente!
Bruce não teve escolha senão meter o avião lá pra dentro e voar através dela. Ele conseguiu sair do outro lado muito bem.
Então algum tempo depois da primeira nuvem esquisita, surgiu outra nuvem misteriosa. Essa nuvem, igualmente gigantesca, mas ainda maior que a primeira, apareceu a 11.500 pés (3.500 m).
Ele viu que era enorme e como havia atravessado a primeira nuvem bizarra com facilidade, Bruce resolveu voar através dela também. Então, ele se concentrou, respirou fundo e eles entraram.
Assim que ele adentrou a enorme nuvem de tempestade, escureceu como se tivesse ficado de noite ao redor da aeronave. Não havia nem um único raio de sol.
Mas ela não era uma nuvem de tempestade e não estava chovendo dentro. Bruce estava começando a ficar preocupado. Ele nunca tinha voado por uma nuvem tão densa e estranha antes. E então – BAM! – ele viu flashes de luz branca! Eles apareceriam e desapareceriam rapidamente como raios. Mas não eram raios, eram estouros de luz. Os flashes eram tão brilhantes que iluminavam todo o espaço ao seu redor.
Bruce continuou voando por mais 30 minutos quando percebeu que ele estava na mesma nuvem pela qual havia passado antes quando começou a subir. Essa ideia não parece fazer sentido, mas foi o que ele pensou. E a coisa ainda ia ficar mais estranha: Agora a nuvem era cilíndrica e o avião voava por seu centro.
Tinha cerca de 1 milha de largura e parecia interminável. Um enorme tubo de nuvens girando ao redor do avião, como se fosse um longo vórtice.
Bruce pensou que nunca conseguiria escapar daquela armadilha. Mas um minuto depois, ele viu uma luz no fim do túnel.
Ele manteve os controles da aeronave com o bico sempre em frente. Lentamente o avião foi percorrendo o espaço vazio no meio da escuridão e ele e os tripulantes respiraram aliviados quando sentiram que estavam quase saindo do pesadelo!
Mas, de repente, coisas inexplicáveis começaram a acontecer novamente. As paredes do túnel de nuvens começaram a se estreitar – e estavam se aproximando do avião! O avião começou a sacudir. Os instrumentos de navegação começaram a falhar. Ficaram malucos como aconteceu com o avião do meu amigo Getúlio. A bússola estava girando sozinha no sentido anti-horário, piradona!
Os instrumentos eletrônicos estavam todos apresentavam leituras erradas e pareciam estar com defeito. Era como se o avião estivesse sendo operado por outra coisa, ou se movendo dentro de algum tipo de corrente, numa espécie de “fluxo” magnético.
Todas as tentativas de Bruce de assumir o controle foram inúteis. Foi nessa hora que ele – e o resto dos tripulantes tiveram certeza que estavam prestes a morrer.
Tudo sacudindo muito forte e os comandos pirados, mas o avião não caiu. O motor seguia funcionando e ele continuou voando por aquele túnel, em linha reta. As paredes continuavam se estreitando, as nuvens densas como algodão doce iam chegando cada vez mais perto das pontas das asas. Bruce estava ficando sem tempo – ele tinha que sair deste lugar rápido! Os próximos 20 segundos foram os mais intensos de sua vida. Mas então…
Ele saiu dessa armadilha nebulosa! Como Bruce descreveu mais tarde, ele se sentiu sem peso por intrigantes 5 segundos enquanto seu avião deixava o túnel. As nuvens se dispersaram atrás dele e agora a aeronave estava em uma névoa acinzentada. Os homens soltaram um grande suspiro de alívio. O avião recuperou a estabilidade e os controles voltaram ao normal.
Ele imediatamente pegou o rádio e contatou o controle de solo. Bruce queria que eles determinassem sua localização. Mas quando o controlador de tráfego aéreo olhou para a tela do radar, ele entrou em choque!
O avião de Bruce simplesmente não estava no radar!
Era como se a coisa fosse invisível! Mas então o controlador disse que subitamente o alvo apareceu na tela, já no espaço aéreo de Miami.
Bruce ficou totalmente chocado com essa informação. Simplesmente, aquilo não podia ser verdade!
A distância que o Beechcraft deveria cobrir era de cerca de 250 milhas (400 km). Lembre-se, toda a viagem geralmente leva cerca de 90 minutos. Mas desta vez, demorou apenas 47 minutos para chegar ao destino!
O problema é que este modelo de aeronave só pode navegar a cerca de 180 mph (290 km/h). As contas não batem. É fisicamente impossível.
O controlador só podia ter cometido um erro. Mas quando as nuvens se abriram, Bruce viu que realmente estava chegando sobre Miami!
O avião pousou com segurança no aeroporto de Miami e ele desceu e foi tentar resolver esse mistério. Então, o que aconteceu naquele voo?
Bruce verificou o combustível restante e seu relógio. Após um breve cálculo, ele ficou ainda mais confuso. O avião não gastou a quantidade de combustível que deveria.
Bruce não poderia estar errado. Ele era um piloto muito experiente. Aos 20 e poucos anos, ele já tinha 600 horas de voo em seu currículo. E ele estava muito familiarizado com este espaço aéreo que ele havia voado inúmeras vezes. Todas as evidências em mãos pareciam indicar que o avião de Bruce simplesmente “saltou quase metade” da distância…
O homem pensou sobre essa ocorrência bizarra por um longo tempo. Ele até consultou professores e especialistas. Mas nenhum deles poderia dar uma resposta exata para o que aconteceu naquele dia. Então, ele criou sua própria teoria e até escreveu um livro sobre isso. Bruce pensou que tudo se resumia a essa “ névoa elétrica ” com flashes brancos.
Até hoje não existe uma explicação lógica para o que ocorreu. O que era aquela nuvem? Como os instrumentos enlouqueceram? Como a nuvem formou aquele vortex? Como o avião chegou antes do tempo e com mais combustível do que devia em Miami? O avião deles passou por um buraco de minhoca? Foi algum tipo de clima fenomenal como Gernon teoriza? Ou algo totalmente diferente?
Há uma conexão com o tal Triângulo das Bermudas? Eu não sei. Não acho que podemos bater martelo sobre o misterioso fenômeno que afetou Bruce Gernon ser um produto do Triângulo das Bermudas, porque essa região embora problemática, é em grande parte uma lenda de Ficção científica, mais como um tipo de marcador onde varias coisas estranhas ocorreram. Diarimente dezenas de voos passam nessa região. Quando algo ocorre ali, a região leva a fama, fortalecendo o mito.
Agora, o caso poderia ser explicado? Muitas pessoas já tentaram explicar esse mistério. Existe inclusive este site que faz um MONTE de estudos e cálculos sobre o caso desse voo e tenta relacionar manchas solares, materia escura, distorção do espaço-tempo e por aí vai.
Um dos elementos do caso é o desaparecimento do avião no radar. Acredito que essa parte possa ser explicada porque ao entrar na nuvem, e se ela era muito densa o radar vai pegar a nuvem, e não o avião, mas ele estará lá, dentro dela. Então ao sair, ele realmente vai “aparecer” em outro lugar o radar, sobretudo um radar dos anos 70.
Um dos argumentos céticos envolve uma combinação de fatores: Um vento de cauda super forte teria empurrado o avião, e por isso ele chegou mais cedo.
Bruce só tem um elemento de prova, que é o recibo da compra do combustível que atestaria a diferença nos tanques do avião. Muitas pessoas no entanto argumentam que uma nota de compra não é uma evidência concreta o bastante para eles, e preferem chamar o piloto de mentiroso.
Aqui está um documentário sobre o caso: