Quando eu estava lá em Trindade (distrito de Paraty), eu saí numa expedição fotográfica até uma praia chamada Praia do Cepilho. Lá tem umas pedras enormes fincadas na areia, onde eu achei que poderia ser uma boa ideia de fotografar de noite. A noite lá é MEGA estrelada, porque tem pouca poluição luminosa. O fato de Trindade ser uma vila de pescadores ajuda. A falta de luminosidade é ótima para fotos do céu. Percebi tarde que havia esquecido a minha lanterna, mas como levei meu refletor de led chinês, ele me ajudou a chegar na praia, subindo as pedras, evitando as fenas e até os riozinhos e lagoas. Usei um tripé e infelizmente, a lente do kit, 18-55mm, o que não é o ideal. O problema é que me faltou verba para comprar uma Tokina grande angular de boa abertura. Mas assim que eu realizar a compra desta lente, pretendo voltar lá e refazer as fotos direito.
Anoitecer na praia do Cepilho (ta meio tremida pq eu ainda não tinha ido na pousada buscar o tripe):
Vamos às estrelas:
Essa foto abaixo eu fiz como um panorama, com umas cinco fotos do céu montadas:
A noite lá tem muita estrela. Virei a maquina para cima e fotografei o que vi:
Deu um pouco de trail, porque esqueci qual era o calculo para determinar o tempo de exposição correto baseado na lente. Eu tb não tava levando muita fé que ia dar certo…
Infelizmente tive que parar meus experimentos de fotos das estrelas, porque quando fui trocar a lente, para usar a cinquentinha que é 1.8, a porra do refletor de led queimou. Você quer ver o breu que eu fiquei com a maquina aberta sem lente no meio da praia? Fecha os olhos. Foi mais escuro!
Pensa num cara fodido e era eu ali. No meio da escuridão abissal, mané. Só ouvia os morcegos passando perto da minha cabeça. Comecei a temer pelo equipamento. Tive que colocar a lente na maquina no método braille!
E depois pra voltar? Eu tava longe pra dedéu, era mais de meia noite de quinta feira, num lugar onde mesmo em fim de semana não ia ter ninguém pra ajudar. Já comecei a imaginar que ia bater a cabeça na pedra, que ia cair com a câmera e tudo no riozinho… Passei um aperto ali, até pq a praia tava QUALHADA de siris. Enquanto eu tava com o refletor, eu era o maioral, mas agora na escuridão total eu era o bife, meu.
Tentei não me desesperar. Fechei a mochila no tato, desmontei o tripé, tudo no tato. Depois de um tempo, a visão começou a se adaptar. Eu comecei a ver formas discretas das coisas. Quase tropecei numa pedra e achei que um toco era algum tipo de bicho que ia me morder, mas no geral, mandei bem me guiando pelas estrelas no melhor estilo Cristóvão Colombo!
Foda foi subir a pedra, para sair da praia, porque não dava para ver as fendas, e a pedra com areia fica um sabonete. Algumas partes dela eram molhadas porque um rio desce nela, e ali era pisar e cair. Estabaco garantido. Mas consegui me safar e fui pra pousada dormir. Basicamente era só um reconhecimento do que dá pra fazer. Pretendo voltar lá outra vez, para fazer as fotos direito, assim que comprar uma lente grande angular decente e um cabo disparador.
Vou para Trindade desde os meus 9 anos com meus pais (hoje tenho 27). Quando eu era menor aquilo era mais remoto ainda, não tinha asfalto nem na serra (Deus me Livre). Mas sempre foi um lugar paradisíaco e que sou apaixonado. Na próxima vez que eu for pra lá, talvez em março, vou levar a câmera e tirar umas fotos noturnas no Cepilho também.
O primeiro livro que meu pai escreveu, quando ainda era noivo da minha mãe, se passava la em Trindade.
Grande aventura, ótimas fotos!
muito lindo,aqui em brasilia,nas areas rurais quando não esta nublado da pra ver mais ou menos assim as estrelas,é sempre bom =D
Incrível essas fotos!!! é impressão ou tem umas estrelas em “fila indiana” na quinta foto
A constelação de orion tem estrelas em fila indiana.
Philipe, a título de ilustração, me recordo de ter lido em algum lugar que o termo “fila indiana” seria incorreto, pois sugere uma fila de indianos (naturais da Índia) caminhando. O correto seria fila indígena, remetendo aos nativos americanos, que tinham por hábito caminharem enfileirados, onde cada índio pisava na pegada do outro, e o último da fila apagava os rastros, iludindo assim os colonos. Isso também contraria a tese dos colonizadores de que os índios eram belicosos e gostavam de guerrear. Na maioria das vezes, se escondiam dos brancos e procuravam evitar o confronto. Daí a origem da expressão.
– Isso é muito interessante, pois uma coisa puxa outra e ajuda a manter a memória funcionando, evitando-se assim a chegada do “alemão”…. rsssss…..
Era isso mesmo. A fila indiana era fila indígena. Um jeito genial dos indios disfarçarem seu numero na floresta.
Philipe, que mau eu lhe pergunte, mas não estava com o celular?
Bastava acender a tela ou usar um aplicativo de lanterna.
Agora, as fotos, ficaram iradas!!
Muito boas mesmo!
Abs.
O celular estava sem bateria. Acabou quando eu estava fazendo a primeira foto.
Também pensei na luz de assistência do celular… bom incluir no próximo ‘kit de viagem’ bateria reserva, lanterna com pilhas/baterias, isqueiro, fósforos, pederneira (a la Bear Grylls), bastão de luz química… e, quem sabe, equipamento de visão noturna… rsssss…. se tudo falhar, ai pode desistir, mesmo! Resta saber se vai sobrar espaço para o equipamento de fotografia…
– Brincadeiras a parte, belas fotos, principalmente as em que aparecem as rochas e praia, e acima do horizonte, as estrelas.
Cara eu dei um mole épico, pq eu tenho uma CAIXA de luz química em casa… Um único bastão teria salvado minha pele.
E uma lanterna!
Philipe,estranho aquela fila indiana de estrelas,em uma foto,estão em curva,na outra,em linha reta.Desculpe a pergunta,e que sou leigo total no assunto!!!!!!!!
AH! Acho que entendi o que vc se refere… Uma linha comprida que aprece na foto que só tem estrelas e outra na foto que tem a pedra? Não é a mesma coisa. Para fotografar na escuridão, a gente tem que deixar a câmera aberta, captando luz por um longo tempo. Assim, um avião que passa, será mostrado como uma linha. Nos dois casos são aviões passando no céu. Como ele tem o strobo se sinalização, ele aparece como uma linha pontilhada. Assim, não são estrelas. è o rastro do avião. E são aviões diferentes.
Phelipe, bom dia!!! bela aventura, é raro eu conseguir ir em Trindade, pq normalmente em final de semana de verão ou feriado, ali parece a 25 de março. Consegui ir uma vez numa segunda feira, e posso dizer ali é o paraíso!!! Vc poderia indicar esta pousada? Um forte abraço
Cara a pousada é muito boa (para o padrão TRindade). A que eu fiquei é a primeira que tem, chamada Casa Brasil. Ela é tão boa que oferece uma cobertura com churrasqueira disponível para o hóspede que quer fazer um churras com vista para o mar. E SEM CUSTO!
O banheiro do meu quarto era GIGANTE. Tinha toalhas limpas e um café da manhã foda.
Essa pousada é GLS friendly também.
Lindo! Todo mundo deveria ir de vez em quando para esses lugares desertos para contemplar a imensidão do universo. Na cidade a gente só tem uma pálida ideia.
Sinto pena de não ter mais espaços de liberdade total assim ao longo do ano. Tem momentos que da uma vontade foda de pegar o carro e sair por aí sem saber pra onde…
só faltava aparecer o mungo na escuridão… rsrsrs
só faltava aparecer o mungo na escuridão… rsrsrs
Trindade é muito bom! Já estive lá 3 vezes, 2 de ford Ká. E aquele morrão lá, meu kazinho dava pau nos 1.0 todos.
Cara, voce é maluco!
da proxima leve um isqueiro ou fosforos e faça uma tocha, as fotos ficaram maneiraças!!